Green is the color of Love escrita por winchestilinski


Capítulo 8
Capítulo 8 - Doppelganger


Notas iniciais do capítulo

socorro, mil desculpas pela demora galera



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Autora's POV

Desespero. Essa isso que Louisa sentia. No momento em que os frios olhos azuis do soldado encontraram com os dela, seu desespero aumentou ainda mais. Só de pensar que, apenas com um dedo mindinho aquele homem podia a matar, seu pavor aumentava.

Arrastou-se até sentir o tronco de uma árvore bater em suas costas, sem perder o contato com o olhar sombrio do soldado. Sua mão esquerda juntou-se à direita para estancar o sangue que ainda esguichava de sua perna.

Seu coração acelerou. Sua respiração estava ainda mais descompassada. Seus sentidos estavam prestes a sumir.

O soldado, percebendo a palidez na pele da mulher, aproximou-se da mesma, retirando o cinto de sua cintura que abrigava um coldre, amarrando-o na perna da jovem, servindo como torniquete. Os olhares novamente se cruzaram, fazendo com que Louisa se encolhesse ainda mais.

— O-o que... Quer... De mim? — Sussurra a moça, tremendo.

O soldado retira a máscara, colocando-a no chão ao lado do corpo de Louisa. Ele leva uma mão ao próprio ouvido e diz, sem desviar o olhar da jovem:

— Zakhvachennaya devushka!*

Louisa franze o cenho, enquanto observa o homem. Sua postura é dura e sua feição é de dor. Clark sente pena ao lembrar que ele é apenas Bucky, o melhor amigo de Rogers. No entanto, se lembra de que naquele momento, quem está ali é o soldado invernal. O frio assassino.

— Vamos! — Seu tom de voz é áspero. Suas mãos vão em direção à mulher que tenta se afastar, mas é impedida pelo tronco da árvore.

Ele coloca suas mãos por debaixo dos braços da jovem assustada, a colocando em pé. Ela não consegue sustentar-se, e quase volta ao chão. Mas o soldado a segura novamente.

Percebendo que ela não conseguiria mover-se sozinha, o soldado a pegou no colo num rápido movimento. Louisa sentiu-se levemente tonta.

— O-o que... V-você quer... De mim? — Sussurrou novamente sua pergunta, enquanto, aos poucos, fechava os olhos. A ultima coisa que pode ouvir, foi o soldado dizer que ela era sua missão. E, em seguida, perdeu a consciência.

Ao abrir os olhos lentamente, flashes assombraram a memória de Louisa. Ela podia ouvir os tiros, como se ainda estivesse acontecendo.

Com os barulhos fantasmas que ouvia, lembrou-se que fora pega pelo Soldado Invernal. Abriu completamente os olhos, reparando na sala onde estava. Era um local claro, lhe parecia uma sala de enfermaria. Estava em cima de uma maca com lençóis brancos. Seus punhos estavam algemados à cama e, em seu braço esquerdo, estava um acesso na sua veia com soro.

Percorreu os olhos pelo quarto, buscando algo que lhe indicasse onde realmente estava. Mas nada lhe dizia onde estava.

Sentiu uma leve dor em sua coxa esquerda, a fazendo lembrar sobre o tiro. Elevou levemente seu tronco, vendo a atadura no local onde levou o tiro. Lembrou-se de todo o sangue, sentindo em seguida seu estômago embrulhar.

— Foi difícil lhe fazer acordar, senhorita... — Uma voz conhecida por ela chamou-lhe a atenção. Seus olhos correram em direção de onde veio a voz, alcançando a fisionomia do homem. — Sem cerimônias, menina. — O homem balançou a mão direita, enquanto a esquerda estava no bolso da frente da calça social.

— V-você!? — Gemeu Louisa, sem acreditar que estava vendo aquele homem ali. — P-por quê?

— Se você realmente é de um mundo onde somos um filme, sabe o motivo! — Ele ironizou, levando a mão direita ao seu queixo para dar ênfase no que acabara de dizer. Louisa piscou algumas vezes, buscando ar para conseguir normalizar sua respiração.

— Mas...

— Não precisa arrumar uma desculpa, senhorita Clark. — Disse dando um mínimo sorriso, enquanto fechava a porta atrás de si. — Sei que realmente é de outro universo...

— E todo aquele teatro de testes? — Louisa disse entre dentes, sem pensar muito. Respirou fundo e disfarçou o medo que estava.

— Bem... Eu precisava manter o disfarce. — O homem respondeu com um sorriso cínico estampado nos lábios. Louisa deu um riso de escárnio, suspirando em seguida.

— Como pode ter tanta certeza que sou de outro universo? — Louisa agora estava curiosa. Franziu o cenho e semicerrou os olhos.

— Ora, minha querida... — O homem puxou uma cadeira próxima ao leito da jovem, sentando-se em seguida. Ajeitou seu terno com postura e continuou a dizer: — Eu sou um dos responsáveis por você estar aqui! — Soltou de uma vez com um sorriso zombeteiro dançando em seus lábios.

Louisa segurou o ar. Seu coração disparou. Então ela finalmente descobriria o motivo de estar lá? Ela não podia aguentar a curiosidade. Aquele sentimento a corroía de dentro para fora.

— C-como? — Gaguejou. Sua perplexidade era tão grande quanto a curiosidade. Seus olhos, curiosos e fugaz, prestavam atenção detalhadamente nas expressões que Alexander Pierce fazia.

— Tragam-na aqui! — Ele ordenou por meio de seu comunicador. Mais um sorriso zombeteiro apareceu em seus lábios, deixando Louisa ainda mais curiosa.

Ela soltou o ar, respirando fundo. Afinal, quem seria levada ali? O que estava a esperando?

Enquanto engolia em seco, sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Atentou-se à maçaneta da porta, que girou logo em pouco tempo. Uma silhueta estava do lado de fora mal iluminado. Mas assim que aproximou-se da entrada, Louisa assustou-se.

Era como olhar no espelho. Ver seu próprio reflexo em qualquer lugar que proporcionava a imagem de si mesma. Mas aquela não era ela. Estaria ela sonhando? O que estava acontecendo?

A mulher, que em poucos segundos ela já podia jurar não ser seu próprio reflexo, aproximou-se de Pierce. Olhava para a jovem estirada na maca como se fosse algo surreal. E era. Como poderia existir alguém tão idêntica a si?

— Senhorita Clark... Conheça sua doppelgänger: Nikolina Ivanova. — Alexander Pierce disse. Os olhos de Louisa esbugalharam, enquanto ela procurava algo a dizer.

Era uma informação pela qual ela não esperava, nunca. Era estranho.

Aquela moça em sua frente era sua cópia perfeita. A diferença entre as duas era simplesmente o semblante. Enquanto Louisa transmitia alegria, Nikolina transmitia dor. Seus castanhos olhos eram de uma frieza tamanha, comparando-se até mesmo à do Soldado Invernal.

— Zdraveĭ, moĭta syanka!** — Saudou a duplicata de Clark. E, em seus lábios, surgiu um sorriso zombeteiro. Um sorriso que não alcançavam-lhe os olhos.

— Tya ne govori vashiya ezik.*** — Pierce disse, lançando um sorriso para Ivanova, enquanto deliciava-se com a confusão no olhar de Louisa.

— Então você é minha cópia... — Ivanova aproximou-se da britânica com o mesmo sorriso de antes ainda estampado em seus lábios. A jovem assentiu freneticamente, tentando normalizar sua respiração.

Enquanto Nikolina apenas se perguntava o quanto poderia brincar com sua duplicata.

Banner estava deveras preocupado. Havia recebido uma notícia de Maria Hill. Ela o informara que Fury havia sido atacado e que estava morto. Mas o pior era que Louisa havia desaparecido.

Seu coração apertou-se no peito. Queria poder ir atrás dela. Queria esmagar quem quer que estivesse com ela. Se tivessem-na machucado... Ele mal conseguia controlar sua respiração. Estava prestes a perder o controle, trazendo o Outro Cara a tona.

Jogou-se no chão, abraçando os joelhos e deixando sua frustração e início de raiva esvair através de lágrimas. Tinha de se controlar. Não era adequado o Outro Cara aparecer naquele hotel em Dubai.

Pela primeira vez, conseguiu controlar o Hulk. Ele só tinha medo daquilo não durar muito tempo.

Pegou seu celular do chão, ou os pedaços que restou, e chorou mais uma vez. Ele não sabia ao certo porquê chorava. Tão pouco tempo com Louisa Clark e olha o que ela me fez!

Caminhou até a cama, sentando-se em seguida. Tirou de dentro da gaveta do criado mudo um celular reserva, onde tinha uma linha segura graças a IA de Tony. Fez a ligação segura para Hill, pedindo por mais informações. Mas, tudo o que a agente conseguiu lhe dar foi mais preocupação.

Hill fora informada que a Hidra havia voltado com força total, e que estava dentro da S.H.I.E.L.D. durante anos. E que o Soldado Invernal, a lenda mais temida de toda a superintendência, havia capturado Louisa.

Sem nem se despedir, Bruce encerrou a chamada. Saiu em disparada do quarto de hotel, descendo pelo elevador.

Enquanto saia do hall de entrada do hotel, trombou com algumas pessoas e sequer se desculpou. Encontrou uma moto com uma chave na ignição do lado de fora, e, sem pensar duas vezes, montou na mesma e acelerou para o mais longe possível dali.

O vento batendo contra seu rosto lhe causou desespero. O Outro Cara precisava sair. Ele precisava demonstrar a raiva. Ele precisava gritar, precisava urrar. E, pela primeira vez, Banner desejava que ele saísse. Desejava que o Verdão aparecesse e recuperasse Louisa para ele.

O medo era visível no olhar do físico. O desespero transparecia pelo quanto ele acelerava a moto, sem receio. Quase não percebeu quando finalmente chegou nas dunas no deserto da cidade.

Desacelerou a moto, freando bruscamente e, com isso, derrapando a moto na areia e caindo em seguida. Rolou por alguns metros, sentindo seu corpo arder em resposta. Dos seus olhos saiam lágrimas mistas: de dor e raiva.

Virou-se de frente para o límpido céu azul e urrou.

E se deixou levar pela raiva, trazendo o Outro Cara.

Se a machucarem...
 

Pagarão.
 

Mas...
 

Hulk não deixar machucar Louisa!
 

Não machuque ninguém aqui... Louisa não está aqui.

Então Banner encontrara um modo de concordar com o Outro Cara: nenhum dos dois queriam ver Louisa ferida... Nenhum dos dois deixaria algo acontecer à jovem.

Pois ambos amam-na.


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Notas finais do capítulo

AKSHAKSHSJ AAAAAAI PAPAAAAAI

* traduzido do russo, “garota capturada”

** traduzido do búlgaro, “olá, minha sombra” (por favor, se alguém assiste TVD diga que pegou a referencia!)

*** também do búlgaro, “ela não fala seu idioma”

Até o próximo



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