O Líder Da Máfia escrita por Liah Rothchild


Capítulo 8
Capítulo Especial - Alecssander


Notas iniciais do capítulo

Oi oi meus amores !
Aqui vamos nós com um capítulo na visão do nosso querido Alec, que vai nos explicar um pouco mais sobre a máfia.
Ficou pequeno, mas se vocês quiserem mais capítulos na visão dele eu prometo que os próximos serão maiores.
Espero que gostem !

Boa Leitura



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Encarar o teto do meu quarto certamente não é o melhor passatempo do mundo, mas é o que estou fazendo desde que acordei, há meia hora. Isso se dá pelo fato de eu estar com a cabeça cheia e não conseguir chegar a uma solução. Mesmo ocupando meu tempo com festas, bebidas e prostitutas ainda me restavam os problemas da máfia para resolver, e isso sem mencionar aquela mulher que bagunçava meus pensamentos. Ah, aquela mulher... Eu havia adquirido uma atração inexplicável por ela e mesmo com sua estupidez e grosseria rotineira, eu insistia. Por que diabos eu insistia em uma mulher que só sabia reclamar e encher o saco ?! Por que ela não é como as outras. Por que ela não é fácil como todas que já conheci. É, talvez esse seja o motivo.

Depois de um longo e demorado suspiro, finalmente tomei vergonha na cara para me levantar e ir até o escritório da máfia. Eu havia arrumado um pequeno problema quando matei Charles no dia da festa e agora tinha que arcar com as consequências.

Fui até o guarda-roupa onde vesti um terno e uma camisa junto da gravata e dos óculos escuros pretos. Em seguida, desci as escadas do imenso e luxuoso apartamento Al' Capone - que agora pertencia somente a mim, o único que restou da família- peguei as chaves do carro e dirigi pelas ruas de New York por cerca de quinze minutos até chegar a um prédio abandonado que havíamos invadido para tornar nosso escritório. Andei rapidamente pelos corredores vazios e logo, um vulto baixo chegou ao meu lado. Era a agente Pines, a subchefe e uma das poucas pessoas a qual eu tenho confiança total dentro da máfia. Não que eu não confie em todos os meus agentes mas sendo o líder, não posso arriscar.

A subchefe tem como função resolver questões não muito graves da máfia sem precisar me consultar antes e também me substituir caso eu vá para a prisão, fique velho ou seja morto.

— Chefe. - ela me cumprimentou com a cabeça e eu fiz o mesmo - A máfia a qual Charles fazia parte se revoltou com a morte dele e quer negociar com você. O que pretende ?

— Você tem autorização para resolver isso por mim. - ela assentiu - E as ações de engenharia civil que estávamos comprando a pouco tempo ?

— Só precisamos da sua assinatura. - ela me entregou o contrato e eu assinei rapidamente e devolvi para ela.

— E os acordos com os policiais, os juízes e os políticos ? - essa era uma das questões mais importantes. Se conseguíssemos esses acordos poderíamos evitar a prisão, pelo menos até eles decidirem mudar de opinião.

— Vários políticos e juízes aceitaram em troca de uma "pequena" quantia em dinheiro - ela revirou os olhos - E alguns policiais com grande influência na delegacia aceitaram se nós diminuirmos a quantidade de mortos e estão aguardando a resposta. O que eu respondo para eles ?

— Aceite. - retirei os óculos escuros e os guardei no bolso do blazer - Mais alguma coisa ?

— Bom... - ela suspirou - A lei do silêncio falhou com um dos novatos e ele acabou entregando boa parte da máfia para a polícia. 

A lei do silêncio consiste em uma regra para que os integrantes da máfia não entregue seus parceiros para algum tipo de autoridade, e a pena para quem fizer isso é tortura, ou então, a morte.

— Que problemão.

— Nem me fale. Como vamos resolver isso ?

— O de sempre. Regras são regras. - falei. - Escolha dois agentes e comece a tortura. - ela assentiu.

— Bom, precisamos ainda comprar o respeito de alguns cidadãos pobres e manter negócios com os mais ricos. - continuou a agente Pines.

— Marque uma pequena confraternização com os mais ricos do bairro nobre de New York para resolvermos esses negócios e os mais pobres você resolve. 

— Sim, senhor. 

E pronto. Comprando o respeito dos pobres e dos ricos e fazendo um pequeno suborno aos policiais, políticos e juízes já erguia a blindagem da máfia, tornando essa uma das organizações mais difíceis de ser combatida. 

Chegamos em um cômodo grande onde fizemos dele a sala de reuniões, onde todos da máfia passávamos boa parte do tempo. Ao entrar, os capos, os soldados e até mesmo alguns associados já estavam na sala, aguardando minha chegada. 

Os capos eram uma espécie de "gerentes" de sua própria família. Sua função é cuidar da operação de uma atividade específica. O território do capo pode ser definido tanto geograficamente -de determinada área até determinada área é de tal capo- quanto pelo tipo de negócio ilícito na questão -tal capo é quem manda na loteria clandestina. A chave para se tornar um capo de sucesso na máfia é fazer dinheiro. Uma pequena quantia desse dinheiro fica com o capo e o restante é repassado para a agente Pines ou para mim.

Os soldados são quem faz o "trabalho sujo". Eles fazem parte da família mas tem pouca autoridade e relativamente ganham pouco dinheiro. Os números de soldados sob as ordens de um determinado capo é imensamente variável.

Além dos soldados, a máfia ainda se vale dos associados. Estes não são verdadeiros membros da máfia, porém cooperam com soldados e capos em diversos empreendimentos criminosos. Um associado é, de forma simples, uma pessoa que trabalha com a máfia podendo ser traficantes, arrombadores, advogados, banqueiros, policiais e políticos.

Me sentei na cadeira do chefão e logo, a agente Pines se sentou na cadeira ao lado. Todos ficaram em silêncio me encarando, e então limpei a garganta.

— Bom, vamos ao trabalho. Capos e soldados, vocês conhecem suas devidas funções. Preciso que vão mais afundo nessas questões e dessa vez, sem falhas. Preciso que levem a sério ou arcarão com as consequências. - encarei todos os capos e soldados presentes e pude ver que muitos ficarem desconfortáveis com meu olhar sombrio. - E associados, temos muitas questões financeiras a resolver, mas já tenho muito compromisso hoje, marcamos outro dia. Por ora, apenas façam suas funções.

Todos apenas me encaravam com atenção, ainda sentados.

— O que estão fazendo parados ? Mecham-se ! - gritei e eles saíram da sala rapidamente. 

Assim que todos saíram e ficamos apenas eu e a agente Pines, me peguei a encarando.

Grace Pines estava na máfia desde quando assumi a liderança, eu a conheço desde quando éramos crianças e assim que virei o chefe imediatamente a tornei subchefe. Ela sabe mais sobre mim do que eu mesmo, se duvidar.

De repente, comecei a pensar em Darella na noite em que ela fingiu ser a agente Pines e deixei escapar uma risada.

— Você está me assustando. - ela disse de repente.

— Por que ?

— Você está me encarando já faz uns cinco minutos, ficou admirado com tanta beleza ? - ela disse dando um risada em seguida.

Revirei os olhos.

— Grace... Pode me fazer um favor ?

— O que precisar.

 

[...]

 

Lá estava eu, sentado no banco do motorista com notebooks e escutas a minha volta. Eu estava estacionado a alguns metros da loja La Boutique a qual Darella havia entrado a alguns minutos e aguardava enquanto a agente Pines me passava informações sobre a mulher que não saia dos meus pensamentos.

— Ela pegou um vestido e entrou no provador. Espera, ela está saindo... - a agente Pines murmurou.

— Mostre-me. - ordenei. Grace estava disfarçada com roupas de adolescente e usava um óculos de grau falso onde estava uma câmera escondida, ela fingia ver vestidos para sua formatura, mas na verdade, só espionava Darella por mim. Ela deu alguns passos para frente, mas uma mulher que parecia ser a vendedora ficou na frente na câmera. - Não consigo ver. Chega para o lado.

A agente Pines deu alguns passos para o lado, mas Darella entrou no provador novamente e eu não pude ver.

— Merda... - murmurei.

— Nossa ela ficou muito bonita com esse vestido... E parece que não tem dinheiro suficiente para compra-lo. Vou me aproximar. - disse Grace. Darella murmurou algo e então começou a ir em direção a saída.

— Entre no sistema e compre o vestido imediatamente, agente Pines. - ordenei.

— Agora mesmo, chefe. - ela respondeu e digitou algo rapidamente em seu celular e logo, Darella saiu da loja carregando a caixa e a agente Pines veio correndo e se sentou no banco de trás do carro. - Como me saí ?

— Ótima, como sempre. - respondi retirando o notebook do meu colo e colocando em cima do banco do passageiro. 

— Obrigada, senhor. - ela respondeu soltando o cabelo e retirando os óculos falsos. 

— Quem deveria agradecer sou eu... - murmurei.

— O que não fazemos pelos amigos não é mesmo ?! - ela sorriu e eu assenti, com um sorriso de canto.

Já estava de noite e Darella caminhava vagarosamente pelas ruas, com a caixa em mãos. Comecei a segui-la com o carro e notei um homem a seguindo a poucos metros de distância.

— Senhor- Grace murmurou.

— Sim. Eu vi. - a interrompi.

Ela começou a andar mais rápido e eu continuei a seguindo até que o homem simplesmente atravessou a rua e eu relaxei, até ver outro homem a agarrando pelos braços.

— Eu vou até lá. - falei já abrindo a porta do carro, mas Grace me parou.

— Não é necessário. Aquele homem se chama Oliver Clark e é um amigo dela, está tudo bem. - ela disse eu tentei relaxar, mas não estava gostando de ver ele a segurando de forma tão íntima.

Foi então que o suposto Oliver a abraçou e eu senti uma raiva estranha subir pelo meu sangue. Senti vontade de ir até lá e meter um tiro no meio da cara daquele idiota. Mesmo não o conhecendo, já o odiava. Era um pensamento completamente infantil para um homem da minha idade, mas essa raiva que eu estava sentindo era inevitável. Apertei as mãos em volta do volante com tanta força que pude perceber que as juntas dos meus dedos ficaram brancas.

— Alecssander, está tudo bem ? - Grace me perguntou. Ela nunca me chamava pelo nome, então tive que encarar seus olhos. Ela me encarava com uma expressão assustada. - Nossa. Você está com um olhar de quem vai matar alguém a qualquer momento.

— É, eu já estou bem perto de fazer isso. 

Me certifiquei de que Darella estava bem e voltei ao meu apartamento, deixando Grace em sua casa antes.

Morar em um lugar tão grande e sozinho era no mínimo solitário. As empregadas vinham até aqui uma vez ou outra para limpar, mas não ficavam tanto tempo. Retirei o terno e tomei um banho gelado para esvaziar a mente, mas foi inútil. Me joguei na cama e suspirei. 

De que adiantava ter tanto dinheiro, tantos carros, várias casas ao redor do mundo e viver sozinho ?

Quando pensei em Darella, deixei escapar uma risada baixa. Eu disse para ela que não tinha para onde ir, mas eu tinha sim, eu sempre tive, mas falar que não tinha para poder conviver com ela foi a maneira mais fácil que eu pensei para me aproximar, e funcionou. Depois de dois meses, ela já havia se acostumado com a minha presença e eu confesso que até fiquei feliz em não precisar mais morar sozinho.

Ao pensar no abraço que o tal Oliver deu nela hoje, suspirei pesadamente. Não foi um abraço amigável, foi algo com interesse, e naquele momento eu percebi que se não tomasse alguma atitude logo, acabaria ficando para trás e Oliver venceria. E eu não posso deixar isso acontecer. 

Darella me aguarde. Estou voltando.


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Notas finais do capítulo

Gostaram ? Não ? Comentem !
Até o próximo capítulo.



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