The Flames escrita por Katherine


Capítulo 5
Frequência




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— Chegou mais cedo hoje – Melissa observou ao ver o filho entrando em casa acompanhado dos amigos – Oi Stiles, Liam.

A verdade era que nenhum dos dois havia aguentado o humor estressante de Scott durante aquela tarde de quarta-feira e decidiram sair mais cedo do treino para ajudarem o amigo a melhorar no quesito. O único e exclusivo motivo por todo aquele stress tinha nome, sobrenome e cabelos ruivos, todos sabiam, mesmo que o moreno não tivesse dito nada. Lydia não havia aparecido na escola, o que era bastante estranho, afinal era o seu segundo dia de aula. Depois de ser convencido por Stiles, Scott mandou uma mensagens para a ruiva, perguntando se estava tudo bem e procurando saber o motivo de ela não ter ido a escola.

— Seu filho está terrivelmente mal humorado – Stiles comentou, se jogando no sofá ao lado do amigo que tinha o aparelho celular em suas mãos – Então saímos do treino mais cedo para tentarmos dar um jeito nele.

— Para de falar de mim como se eu não estivesse aqui, Stiles – o melhor amigo o repreendeu.

— Hum, eu vou querer saber o por quê ele está assim? – perguntou discretamente a Liam.

— É por causa da Lydia – entregou – Sabe, a garota que o Scott está saindo.

— Cala a boca, Liam – o mal humorado bravejou – Não tem nada com ela, tá legal?

— E com o fato de o Theo também não ter aparecido o dia todo – Stiles lembrou, sussurrando para que o amigo não ouvisse, em vão.

Scott o encarou com sua pior casa possível.

— Acha que eles estão juntos? – Melissa perguntou ao filho.

— Não – respondeu rapidamente – Eu espero que não.

— E por que acha isso? – quis saber.

— Mãe, eu não quero discutir a Lydia com você.

— Tudo bem – jogou as mãos pro ar – Seja lá o que estiverem pensando, estão errados.

Os garotos a encararam com o cenho franzido.

— Filho, você sabe que a avó da menina está internada, não é? – ele assentiu, deixando sua expressão se tornar mais apreensiva – Lydia ficou com ela no hospital essa madrugada, e acredito que tenha passado o dia também. Tiveram algumas complicações na noite passada, então ela correu pra ficar mais tempo com a sua avó.

— Acham que ela vai morrer? – perguntou com sinceridade e, no fundo, medo da resposta.

— Realmente? – Scott assentiu – É um milagre que ainda esteja viva.

O moreno suspirou.

— Vou ao hospital – anunciou – Preciso falar com ela.

Ninguém ousou dizer nada ou muito menos contrariar, Scott nem se importou em perguntar se os amigos queriam acompanha-lo, ou se o esperariam. Apenas pegou as chaves de sua moto e dirigiu em direção ao hospital. Mesmo que não fosse o plantão de sua mãe o garoto tinha acesso a praticamente todas as áreas do hospital, então não foi difícil que encontrasse Lydia em um dos corredores, com um copo de agua em suas mãos. Os cabelos ruivos arrumados de forma impecável, como sempre, mesmo que seus olhos entregassem o quanto estava cansada. Sorriu sem mostrar os dentes quando viu o moreno caminhando em sua direção.

— Oi – ele murmurou – Você tá legal?

Ela assentiu brevemente, olhando para o copo em suas mãos.

— E você? – quis saber.

— Bem – deu de ombros, com os olhos presos na garota submersa em seus próprios pensamentos – Soube do que aconteceu com a sua Avó.

Lydia franziu o cenho.

— Ah, havia esquecido – disse para si mesma – Melissa, a enfermeira é sua mãe.

— Eu sinto muito – sussurrou com sinceridade, fazendo com que a menina o olhasse.

— Não – a ruiva sorriu novamente, passando as mãos pelos cabelos – Ela não morreu.

— Eu sei – disse – Mas, houveram complicações, não é?

— Ela vai sair dessa – Lydia sibilou, com convicção – Vai ficar tudo bem.

O garoto nunca havia se sentido tão impotente em toda a sua vida. Lydia estava devastada demais, e mesmo assim continuava a manter a pose, sem desmoronar. Seus olhos denunciavam o quanto estava desamparada e precisava de asilo.

— Se quiser conversar, ou precisar de qualquer outra coisa.

— Você faz demais por mim – ela agradeceu, beijando levemente o rosto do moreno – Obrigada.

— Enviei mensagens mas você não respondeu – comentou.

— Sem bateria – disse simplesmente – Estarei na escola amanhã, sem falta. E ai poderemos conversar melhor sobre tudo isso.

Scott aproximou-se ainda mais da ruiva, segurando o rosto delicado entre as duas mãos. Lydia parecia muito mais um anjo do que uma garota de verdade. Se não pudesse tocar, poderia jurar ser uma miragem. Ela fechou os olhos, deixando-se levar pelo toque das mãos quentes em seu rosto. Depois de horas estressantes, aquilo lhe dava um alivio inexplicável. E então, Scott selou os lábios com os dela brevemente, abraçando-a em seguida. Poderiam ficar ali durante o resto do dia, nada os atrapalharia. Era uma pena que realmente tivessem que voltar ao mundo real. Sentiam que quando estava juntos, ou próximos, só aquilo importava. Estar junto da pessoa e faze-la se sentir bem. Era como estar em uma bolha. Ou melhor, era como se existisse um mundo onde apenas os dois existissem, sintonizados na mesma frequência.


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