Jovem Rainha. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Essa é para os meus leitores de Coração de Diamante, cá está o bônus que garanti a vocês, espero que gostem e comentem!
Boa Leitura!



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Música

Única, amada e predestinada. Essas palavras poderiam descrever com quase perfeição a princesa Renesmee Carlie Cullen; Única, por não ter irmãos com quem dividir o título de realeza, amada porque todo o reino sentia-se feliz por ela existir, e predestinada porque o trono de Gardênia já tinha uma dona a vista desde seu nascimento; Ela.

             Não, isso nada tinha haver com tradições absurdas, ou alguma pressão vinda de seu adorado pai, Edward. Ness só sabia. Sabia que cuidar dos súditos de Gardênia e manter a esperança que eles cultivaram durante o governo de seus pais, era sua missão.  Não se preparou a vida toda para ser uma maravilhosa rainha, mas, sim para ser um honrada mulher. Espelhou-se em sua mãe, que em todos esses anos foi amada pelo povo de Gardênia e considerada um exemplo a ser seguido. Às vezes, ela nem conseguia acreditar nas histórias que a própria Isabella contava sobre sua juventude, a mulher irresponsável e desapegada que ela descrevia, nada parecia com a mãe admirável que era agora.

                Bom, mudanças aconteceram para ela afinal, sua mãe passou por reviravoltas emocionantes ao longo da vida, coisas que a fizeram crescer e se descobrir, e Ness tinha mais do que certeza que Edward deu uma ajuda essencial a isso. Edward Cullen, o homem que nunca deixaria de ser um príncipe, com sua gentileza, perseverança e lealdade. Renesmee tinha mais do que orgulho de ser filha daqueles dois, de ter nascido de um amor tão verdadeiro, e de ter presenciado esse sentimento dia após dia em sua vida. 

              Aquele dia tinha tudo para ser o melhor de sua vida; O dia que completara seus tão esperados dezoito anos, e o dia que assumiria a coroa. Sim, com o governo justo de Isabella, casamentos não eram mais obrigatórios para uma coroação, e juntando o fato de que ela estava pronta para subir ao trono e de que por anos seus pais planejavam fazer uma grande viagem juntos, e decidiram fazer isso agora, Edward decretou que essa era a hora de sua filha honrar o nome Cullen.

         Estava sozinha na torre mais alta do castelo, onde seu quarto ficava, pediu um tempo sozinha a todos, antes de finalmente ir até a cerimônia que estava a sua espera. Nervosa era pouco para defini-la naquele momento. A garota que herdou a firmeza e convicção da mãe nunca se sentiu tão insegura. Passou as mãos molhadas de suor pela saia do vestido elegantíssimo azul que usava naquele instante, afim de se acalmar e suspirou.

          Tentou se lembrar dos conselhos que seu avô Carlisle lhe passou a respeito daquele momento; Não precisa se forçar a ser o que você acha que eles esperam que você seja, apenas...Seja você mesma.  Sorriu. Ao  que parecia, e devido a histórias que também ouvir, ele era um dos mais mudados durante esse tempo.

            Encarou sua imagem no reflexo do espelho, apenas para checar se continuava apresentável. A resposta foi sim. Seus cabelos cobres herdados do pai, estavam perfeitamente presos em um coque. A maquiagem continuava intacta, realçando os olhos chocolates que vieram da sua mão. E o essencial, seu colar de coração de diamante, continuava ali, em seu pescoço, como estivera sempre, desde que ganhara ele. O mesmo significava algo importante para ela; Fé. A fazia acreditar em amores verdadeiros.

                   Saiu de frente do espelho, e seguiu para a janela enorme da torre, que lhe dava uma visão linda do jardim. Amores verdadeiros. Pensar nisso, fez com que seu coração se apertasse.  O amor dela, estava mais para impossível.

—Ness. — ouviu uma das vozes que mais amava no mundo, falar seu apelido e se virou quase imediatamente.  Os olhos verdes dele estavam iluminados como o sol naquela tarde, e ela sentiu dessa vez seu coração se acelerar.  O homem que despertara nela sentimentos amorosos desde que a mesma era apenas uma menina, se encontrava a fitando comum carinho admirável. — Eu sei que disse que queria ficar sozinha, mas, eu precisava te desejar sorte, antes do que está prestes a fazer. — a maneira com que ele disse aquilo de forma hesitante, quase fez ela sorrir. Riley estava lindo naquele momento, mais lindo do que era normalmente, trajando aqueles trajes reais, repleto de medalhas de reconhecimento que conseguiu ao longo de sua juventude, o mesmo aparentava estar mais pronto para a cerimônia do que ela.

                Riley Biers. Seu primeiro amor. O garoto que fora criado por sua mãe como se fosse um irmão mais novo, aquele que se tornou braço direito de seu pai, o menino franzino que aprendera a lutar como um verdadeiro guerreiro e se tornara chefe de segurança do castelo, e o artista que volta e meia emocionava a todos com suas criações. Cresceu o admirando, mesmo criança, nutria um amor visível para todos por ele, amor que no começo era inocente, desprovido de sentidos românticos, mas, que depois se tornou algo mais.

                Quando era pequena, e corria por aquele castelo, aprontando todas, com risco de se machucar em cada uma delas, era Riley que a salvava. Quando queria fugir de alguma aula de etiqueta que suas avós a forçavam a fazer, era Riley que a ajudava se esconder na sala de cinema do castelo e assistia desenhos animados com ela. Mesmo adolescente, e pronto para descobrir o mundo sozinho, ele ainda dava-se ao trabalho de cuidar da pequena Renesmee com paciência, como se a mesma fosse uma boneca de porcelana.  

                  A menina arteira crescera e tornara-se uma mulher bonita, inteligente, atrevida e desejada por a maioria dos príncipes dos reinos vizinhos. Fato esse que ela não dava importância, porque não importava com quantos dançasse nos bailes elegantes de Gardênia, era sempre nos braços de Riley que ela acabava no fim da noite. Era com ele que corria pelo jardim nas noite chuvosas e com ele que compartilhava seus melhores momentos.

                    Era mais do que amor. Era paixão. Renesmee era completamente apaixonada por ele. De forma, que desde o princípio nenhum outro causou interesse nela. O que sentia por Riley era o que na maior parte do tempo a mantinha sã sobre tantos compromissos e deveres, a respeito do destino que decidiu para ela. A única parte frustrante daquilo tudo, era que o sentimento não era recíproco, ao menos, ela achava que não.

—Eu disse que queria ficar sozinha...Mas, isso não valia para você...Nunca valeu. — admitiu, olhando para qualquer coisa do cômodo menos para ele. Riley suspirou. Ele entendia o significado guardado nas entrelinhas daquela frase. Ele entendia porque ele sabia o que ela sentia. Sempre soube. Assim como sabia que tinha o coração dela, mas,  que o quebrou. — Mas, eu realmente não entendo porque está aqui, achei que...Achei que estaria com Bree, sabe, desde que virou sua namorada ela não descola de você. — comentou, com a voz quase embargada. Questões sentimentais não deveriam ser o foco naquele dia. Mas, no fim, seriam sempre, afinal também puxou o lado que ama de mais de Edward.

                  Ele engoliu a seco. Bree. A maneira mais prática que arranjou para afastar Renesmee dele. Filha de um dos empregados do castelo, a morena vinha sendo  até uma acompanhante proveitosa, mas, ela não era Renesmee. Ninguém nunca seria ela. E foi isso, que a própria Bree notou mais cedo, quando o dispensou.

—Não acho que devamos falar de Bree agora, eu sei que está nervosa com tudo isso, mas, quero que saiba, que independente de qualquer coisa, estarei lá por você. — garantiu para a princesa Cullen, com toda certeza que tinha em seu coração.

—Talvez eu não quero que você esteja. — a forma como ela admitiu aquilo de forma direta, fez com que o homem de trinta um anos, repleto de experiências arfasse. — Não da forma que você quer estar lá. — complementou de forma dolorosa.

—Renesmee... — chamou seu nome completo, o que não fazia com frequência, como se dissesse que não era um bom momento.

—Não! Riley! Eu sei que você sabe, então não muda nada que eu fale em voz alta...Eu preciso falar, porque daqui á alguns minutos, tudo vai mudar para mim, toda minha vida. Eu serei uma rainha, e qualquer coisa que me deixe fraca agora, tem de ficar para trás, e amar você, sem ser correspondida, isso me deixa fraca...Tenho estado apaixonada por você desde que tenho treze anos e na maior parte do tempo era fácil lidar com isso, mas, agora não é. Era fácil saber que quando viajava como chefe da guarda com meu pai e encontrava mulheres loucas pelos quatros do mundo, se envolvia com elas, porque eu não via...Era fácil, saber que todas as princesas que visitaram Gardênia já tocaram seus lábios, porque uma hora elas iriam embora...Mas, ver você com a Bree, beijando-se nos corredores do castelo como se para desafiar quanto posso aguentar, isso não é fácil.  Eu sei que  ainda me vê como uma garotinha, que precisa ser cuidada, mas, eu não sou, eu sou uma mulher agora, que um dia, talvez em breve, terá de se casar com um homem para ter filhos e então continuar com a linhagem dos Cullen, e talvez, uma parte de mim, sempre tenha achado que esse homem seria você...Mas, não é...Eu só estou cansada de guardar isso para mim, porque eu te amo, Riley, e acho que vou sempre amar. — seu desabafo fez com que lágrimas escapassem por seus olhos de maneira rápida.

              Riley se odiou naquele momento, por fazer a mulher que tanto amava sofrer por ele. Mas, era o certo a fazer. Edward Cullen o ensinou que o certo sempre é a melhor opção.

—Renesmee, isso é errado. — foi a única coisa plausível que conseguiu dizer, e a filha de Bella revirou os olhos.

—É amor, é a única coisa que não tem distinção entre o certo e o errado.  É certo de qualquer forma. — devolveu como a atrevida que também era.

—Renesmee, eu tenho trinta e um anos, e você dezoito, eu te conheci quando você era apenas uma bebê, eu vim do lar dos mal nascidos, enquanto você nasceu em um castelo e sempre teve tudo que quis, eu sou um mero guarda, e você daqui há alguns segundo será a rainha disso tudo. Não vê que não tem como isso ser certo? — indagou reunindo seus argumentos, sentindo seu coração se despedaçar aos poucos, por estar fazendo isso.

—O que eu vejo é você procurando motivos para justificar o fato de que não me ama como eu te amo, e não quer me machucar, porque me vê como uma irmãzinha ou algo assim. — ela falou sôfrega, tentando inutilmente enxugar suas lágrimas.

                     Riley suspirou de novo, e então olhou para a garota, focando unicamente em seu pingente de coração de diamante, ele sabia o que significava para ela; O amor pode vencer tudo. Fé. Fé  de que no fim do dia as coisas darão certo.

                    Talvez, seja o momento de também ter aquela fé.

—Você acha que eu não te amo de volta? Que não estou apaixonado por você? — ele quase gritou aquilo de volta. — Meu quarto é repleto de desenhos de seu rosto, quando estou com outra mulher é em você que eu penso, eu sinto ciúmes de cada príncipe idiota que vem aqui e flerta com você, e no mesmo instante eu me culpo por me sentir assim, porque eu não posso estar apaixonado por você, porque você é a garotinha da Bella e do Edward, as duas pessoas que me acolheram e deram um lar a mim, e te amar assim, dessa forma tão...Ausente de inocência, seria uma traição a eles.  — aquela revelação pega Ness totalmente de surpresa.

                Mas, a surpresa logo é substituída pela fúria.

—Isso é mentira. — se recusa a acreditar.

—Por que eu mentiria? — questionou se aproximando dela, implorando pela resposta.

—Se você verdade, você saberia que meus pais não considerariam traição alguma, que só se importariam com minha felicidade, não  se importando com quem fosse...Se fosse verdade, você lutaria comigo por esse sentimento, eu nasci de um amor cheio de obstáculos, e sou a prova viva de que no fim do dia, só é o amor que realmente importa.   — também chegou mais perto e o desafiou a continuar.

—Eu tenho medo, Ness, tenho medo de tentar e você perceber que eu não sou um homem para você, que não é comigo que vai querer passar o resto de seus dias...Perdi muitas pessoas em minha vida, não suportaria perder a mulher que mais amei em todo o universo. — era verdade. Renesmee soube assim que viu o olhar dele para ela dessa vez.

            Céus! Era verdade. Ele sempre a amou também.

—Afinal, que futuro teríamos? — por fim, ele indagou.

—Eu não sei. — Ness admitiu. — Mas, se for o corajoso suficiente para isso, eu quero descobrir. — Riley arregalou os olhos para isso.  — Rei, guarda, órfão, morador do lar dos mal nascidos, eu estou completamente apaixonada por você, Riley Biers, e talvez te amar seja meu destino, assim como reinar...E se tem uma coisa que eu aprendi com meus pais, é que não se pode lutar contra o destino...Volta e meia, você perde. — ela conseguiu sorrir após essas palavras.

 —Eu amo você, Renesmee. — finalmente pôde dizer, não esperou que ela dissesse de volta, de alguma forma, ela já tinha dito, chegou ainda mais perto, e sem aviso prévio colou seus lábios nos dela, demonstrando o amor que sentia desde que a mesma fizera dezesseis anos e ele percebeu que a via com outros olhos. Ela retribuiu com fervor, esperou aquele momento por tempo demais.

—Foi o seu primeiro beijo. — ele notou e disse logo que se separaram. Renesmee sorriu para ele.

—Primeiros beijos são especiais, aprendi isso com Edward Cullen...De alguma forma, só será bom de verdade, se tocar seu coração. — após aquilo, ele a beijou novamente.

          Ali ela se viu pronta para se tornar a jovem rainha que estava destinada a ser. Depois desse beijo, ela simplesmente soube. Havia tido várias primeiras vezes ao longo da vida, tais como seu primeiro baile e seu primeiro discurso e teria mais deles pela frente, como seu primeiro decreto, mas, nenhum, superaria a magia do seu primeiro beijo. E aquele era seu quase contos de fadas. Aquela era ela, tentando fazer as coisas darem certo.


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Notas finais do capítulo

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