—O que acharam do meu plano? – Edward perguntou encarando o sogro e a namorada.

—Você quer que as pessoas parem de ser violentas fazendo com que elas tenham aulas de lutas? – Charlie se afundou na cadeira.

—Eu achei maravilhosa a sua ideia. – Bella sorriu em apoio.

—Obrigado amor. – deu um beijo na bochecha dela. – Charlie você tem que entende o seguinte. Essas pessoas são jovens e são inconsequentes, você não pode simplesmente chegar e dizer: parem de brigar. É nisso que vocês estão errando. Veja bem, eu amo lutar e percebi que não preciso me envolver em uma briga ou algo ilegal para fazer isso. Quando comecei no time da escola, percebi que o que eu gostava de fazer poderia ajudar outras pessoas. Fazer parte de um time me deu senso de responsabilidade e de equipe. Eu tinha que lutar por mim e pelos meus companheiros. Isso me ensinou muita coisa. E é o que estou querendo propor aqui. – bateu com o dedo sobre os papéis do projeto que tinha passado a noite montando. – Não estou querendo incentivar a violência, mas direcionar essa energia para algo bom. Porquê eles tem muita energia e precisam colocá-la para fora, então vamos usar isso para o bem.

—Estou começando a entender. – Charlie pegou uma das folhas e começou a analisar. – E como funcionaria isso?

—Ainda teríamos as palestras, mas além de colocamos a polícia para falar, estava pensando em trazer atletas, pessoas que possam inspirá-los, não que vocês não possam fazer isso, mas quando uma autoridade fala, nós jovens não costumamos ouvir. – Bella olhava com admiração para o namorado. – E fora as palestras, teremos a academia, a princípio com apenas aulas de artes marciais, mas podemos expandir depois. O objetivo dessas aulas não é incentivar a violência, mas ensinar a obter domínio próprio, coragem, honra, lealdade, modéstia e bondade. E vai ser bom para ensinar defesa pessoal também. Com a orientação correta podemos transformar esses infratores e estava pensando em expandir para toda a comunidade e usá-los para ajudar com os demais. E existem várias competições, eles podem participar e até ganhar um dinheiro para ajudar a família. Muitos dos garotos que competiam nas lutas ilegais estavam ali para conseguir uma grana para sustentar a família. Nem todos estão apenas atrás de confusão. – Edward finalizou seu discurso com um suspiro.

—Não poderia estar mais orgulhosa. – Bella deu um beijo nele.

—Conhece alguém que poderia nos ajudar? – Charlie perguntou sorrindo.

—O treinador Clapp se ofereceu para ajudar e nessa folha tem alguns contatos, pode investigá-los, são pessoas de confiança. Tem alguns senseis que estão dispostos a ajudar também. Acho que podemos fazer um belo trabalho juntos.

—Vou ler com calma e apresentar para o resto da equipe e entro em contato com você. Parabéns garoto. – Charlie estendeu a mão e Edward ignorou dando um abraço nele.

—Obrigado pelo voto de confiança sogrão.

—Não me chame assim. – cruzou os braços. – Vou deixá-los a sós, não aprontem.

—Você é incrível amor. – Bella pulou no colo dele o enchendo de beijos.

—Seu pai falou para nos comportarmos. – pediu olhando em volta e ela se afastou. – Fica aqui, só precisamos ser discretos. – piscou e a beijou.

[...]

— Vai me dizer o que estamos fazendo aqui? – Edward perguntou tentando tirar a venda dos olhos e recebeu um tapa em troca.

—Não tire. É uma surpresa. Apenas confie em mim baby.

—Você e suas surpresas. – cruzou os braços.

—Relaxa baby e hoje é o meu dia de retribuir um pouco o que tem feito por mim. Me deixe ser a romântica da relação.

—Então vai ter romance? – perguntou maliciosamente.

—Sossegue que não estamos sozinhos. – sussurrou no ouvido dele e ele notou que havia outras vozes em volta. – Surpresa. – gritou retirando a venda.

Edward não podia acreditar no que estava vendo. Ele achava que Charlie tinha rejeitado a ideia dele, não tinha tocado no assunto durante duas semanas e agora ele sabia o motivo.

—Você fez tudo sozinha? – perguntou a puxando para seus braços.

—Não sozinha, mas coordenei o projeto. Fiz tudo que estava nos esboços que deixou. Se tiver algo que não esteja do seu agrado, é só falar que mudamos.

—Eu amei tudo. É perfeito, você é perfeita. – a beijou com muita paixão.

Eles estavam no que antes era um galpão e agora tinha se tornado uma grade academia. Tinha vários tatames, colchonetes e vários outros equipamentos. Tinha também algumas salas e Bella foi mostrando cada uma.

—Aqui vai ficar a sala de palestras, aqui é o consultório, aqui a secretaria, tem os vestiários ali no fundo, a recepção, área de lanches. O papai conversou com algumas pessoas e todas amaram o seu projeto e já vamos começar expandindo para todo mundo. Vão ser separados os horários. E como você leva muito jeito com crianças, eles querem que você seja um dos instrutores das crianças, pelo menos até irmos para Palo Alto.

—Mas eu não tenho qualificação para isso. Eu sei lutar, mas não sou um professor.

—O treinador Clapp acha que você seria um excelente instrutor. Se quiser, é claro.

—Claro que quero. Estou achando tudo isso incrível. Quando começamos?

—A inauguração vai ser no sábado, mas na sexta vai rolar uma palestra com os jovens infratores. Papai insiste nisso.

—Será que vai funcionar? – perguntou cauteloso.

—Não podemos mudar todo mundo, mas podemos tentar. E o esporte é excelente para ajudar na formação das pessoas, principalmente para as crianças. Mantendo-as ocupadas, evitaremos que elas fiquem nas ruas aprendendo coisas erradas. E já fiz uma pesquisa e 82,5% dos jovens que foram obrigados a participar, estão muito contentes com o projeto. O treinador Clapp vai até conseguir fazer com que alguns olheiros venham aqui no final do período letivo do ano que vem para ver se alguém consegue uma bolsa em uma universidade. Podemos mudar vidas aqui. E aproveitando a sua ideia e que o espaço é enorme, queremos desenvolver outros esportes também. O que acha?

—Quando teve tempo para organizar tudo isso? – perguntou admirado.

—Sabe que sou boa em otimização do tempo. – sorriu envergonhada.

—Eu acho uma excelente ideia. Podemos trabalhar juntos nesse projeto.

—Vai ser um prazer trabalhar com você parceiro.

[...]

—Você se superou meu filho. – Carlisle abraçou o filho. – Ultimamente tenho dito muito isso, mas eu realmente estou muito orgulhoso de você. Isso está sendo um sucesso. Olha só a quantidade de gente. – os dois olharam em volta e parecia que metade de Forks estava no local. – Vou até te liberar do castigo.

—Ainda estou de castigo? – perguntou surpreso.

—Está sim e o plano era excelente até você começar a gostar do castigo.

—Nunca pensei que agradereceria por estar de castigo, mas obrigado pai. Foi através dele que descobri o que quero fazer. – Edward ainda não tinha contado para o pai sobre a escolha dele. – Estava em dúvida se deveria seguir isso mesmo, mas agora tenho 100% de certeza. Tenho conversado muito com o Caius, ele tem me ensinado muita coisa e eu vou ser pediatra. – Carlisle apenas abraçou o filho.

—Vai ser um grande pediatra.

—Está chorando?

—Foi só um cisco que caiu no meu olho, nada de importante. – Edward encarou o pai. – Tudo bem. Estou emocionado. No começo do ano tive que te arrastar da cama e fazer mil e uma ameaças para ver se tomava um rumo na vida e agora você está fazendo planos para o futuro, ajudando as pessoas, dizendo que vai fazer medicina. É muita coisa para assimilar e estou feliz em ter acertado pelo menos em alguma coisa, sabia que você não era um caso perdido.

—Você é o melhor pai do mundo. O que eu era antes, não era culpa de vocês. Sempre me ensinaram o que era certo e a ser bom, mas por um tempo, eu me perdi e agora estou aqui. Pronto para ser tudo o que me ensinaram a ser. Quero ser pelo menos metade do homem que você é papai. Um dia vou me casar com a Bella, teremos filhos e me espelharei em você para ser um grande marido e um grande pai.

—Tenho certeza que será melhor do que eu.  Vou ver se precisam de uma ajuda. – Carlisle foi em direção a Charlie e Bella foi até o namorado.

—Tudo bem por aqui? – perguntou o abraçando.

—Tudo ótimo. Meu pai está orgulhoso de mim.

—Claro que está. Todos nós estamos.