Bella estava muito animada. As aulas estavam chegando ao fim e logo começaria a trabalhar no laboratório do hospital de Forks. Ela tinha recebido ligações de algumas universidades, mas recusou educadamente todas. Ela não sairia da cidade. Estava pensando em começar um mestrado online na universidade de Portland. A cidade não era muito longe e ela já estava acostumada a estudar lá. O curso online seria a melhor opção. Poderia estudar, trabalhar e ainda cuidar da irmã e do pai.

Alice estava respondendo muito bem ao tratamento e Charlie andava muito alegrinho, para desconfiança de Bella. Outro que estava muito misterioso era Edward. Quando ela perguntava o que estava acontecendo, ele apenas respondia que estava animado com o baile e a formatura. Ela tinha tentado devolver o dinheiro e até ameaçou o dedurar para os pais dele, mas não tinha certo. Ela não seria capaz de dedura-lo, não queria que ele ficasse de castigo.

Ela estacou ao abrir a porta de casa e se deparar com a irmã, o pai, os Cullen e Sue.

—O que é isso? – Bella perguntou confusa largando a bolsa no chão.

—Isso é uma intervenção. – Bella reparou que todos seguravam um envelope - E gostaríamos de dizer algumas palavras. Quer começar Alice? – Edward perguntou a cunhada.

A pequena deu um passo à frente e abriu o envelope entregando o conteúdo para a irmã. Bella pegou o papel e sorriu vendo duas meninas de mãos dadas, uma era alta e tinha algo em volta do pescoço e a outra era pequena.

—Somos nós duas. – Alice explicou. - Você é a maior.

—Que colar bonito. – se abaixou para poder conversar melhor com ela.

—Isso não é um colar, é aquele treco que os médicos usam para escutar o coração da gente. E como você vai ser médica, vai usar um também.

—Eu vou ser médica? – ela não estava entendendo nada.

—Vai e eu já contei para todoooos os meus amigos e se você não for estudar, eles vão achar que sou mentirosa.

—Entendi o que estão fazendo. – Bella se endireitou e os encarou. – Eu já disse que não vou sair daqui. E vocês estão usando a Alice para me fazer mudar de ideia? – ela tentava segurar as lágrimas.

—Eu que quis participar e fiz essa carta para dizer que você sempre cuidou de mim. Me dava papa, banho, me abraçava quando eu ficava com medo e sempre me deixava dormir com você quando tinha sonhos ruins. Mas agora eu já sou grande e você precisa ajudar outras pessoas. – Bella encava a irmã, como ela poderia dizer aquelas palavras com tanta intensidade? Ela era só um bebê. – Eu vou sentir muito a sua falta, mas vou ficar bem e você também vai.

—Sua mãe e eu nos arrependemos de não termos a apoiando da primeira vez e ela me fez prometer que não cometeria o mesmo erro. – Charlie se aproximou das filhas. - É por isso que estou aqui dizendo que estou com você e vou apoia-la em tudo. Não precisa se preocupar com nada. Vamos conseguir o dinheiro, eles estão te oferecendo bolsa e alojamento. E quanto a Alice... – Charlie sorriu envergonhado. – Sue vai ajudar com ela e Esme também vai dar uma força. 

—E se você receber algum chamado a noite? Com quem Alice vai ficar?

—Isso seria coisa rara de acontecer e como eu disse, Sue vai ajudar. – Charlie lançou um olhar de cumplicidade para Sue. – Nós meio que estamos juntos e ela vai morar aqui. – Bella o encarou em choque. – Eu sempre vou amar a sua mãe e não pense que estou tentando substitui-la, mas...

—Eu entendo papai. Só estou muito surpresa e tentando assimilar tudo isso. Só quero que seja feliz. Que os dois sejam felizes. – sorriu para, a agora, madrasta.

—E eu também quero que você seja feliz. Vá atrás dos seus sonhos querida. – deu um abraço na filha.

—A Alice vai ficar bem Bella. Ela está respondendo muito bem ao tratamento. – Carlisle a tranquilizou.

—Já temos tudo sobre controle. Sue e eu já fizemos um cronograma. – Esme segurou as mãos da nora.

—Bella. – Edward a chamou. – Não queremos te obrigar a ir para longe, se você quiser ficar aqui, te apoiaremos. Mas queremos que fique apenas se for realmente o que você quer, não fique aqui por achar que é obrigada a ficar. Alice e seu pai ficarão bem e podemos nos esforçar para ajeitar todas as outras coisas. A decisão está em suas mãos. O que você decidir, estaremos com você. Eu estarei com você.

—E quanto a nós? – perguntou baixou.

—Surpreendentemente fui aceito em algumas universidades. Só me diga para onde quer ir que irei o mais perto possível de você.

—Espero que não seja tão perto assim. – Charlie resmungou e todos riram.

Bella respirou fundo e começou a chorar e todos correram para abraça-la.

—Não chore baby!

—Está dodói? – Alice perguntou aflita.

—Não se preocupem. Eu estou bem, só estou emocionada. Obrigada pelo carinho pessoal.

—Você merece ser feliz querida e não se preocupe que cuidarei muito bem desses dois. – Sue a tranquilizou. – Não quero que pense que estou tentando roubar o lugar da sua mãe.

—Não estou pensando isso. Só cuide deles. Estou muito feliz por me apoiarem. Sempre fui muito autossuficiente e não estou acostumada com todo esse apoio. Mas eu agradeço muito por tudo que estão fazendo e o que mais quero agora é seguir o meu sonho. Então agora só me resta decidir: para qual das IvyLeague eu vou?

[...]

—Você não existe sabia? – Bella estava com a cabeça no colo de Edward, os dois estavam na varanda da casa dela. Os outros já tinham ido embora e Sue tinha levado Alice com ela. A pequena estava com saudade da praia de La Push.

—Foi meio que ideia da Alice. Ela viu isso em uma série e achou muito legal. – acariciou os cabelos dela.

—Vai me contar para qual universidade vai ir? – Bella sentou ao lado dele.

—Stanford. – respondeu sorrindo torto e Bella se jogou em cima dele o derrubando na varanda.

—Parabéns meu amor. – o encheu de beijos. – Sabia que iria conseguir.

—Não consegui nenhuma bolsa, mas eles me aceitaram lá.

—Isso é maravilhoso. Eu vou te ajudar não se preocupe.

—E você vai para onde? – Bella fez suspense e Edward teve que fazer cócegas nela para arrancar a informação.

—Harvard me ofereceu muitas coisas, assim como Brown. Mas só tem uma universidade que vai me oferecer o que eu mais quero. E é por isso que vou para... – bateu no piso. – Stanford. – ela esperava que Edward comemorasse, mas ele não esboçou nenhum tipo de reação. – Está tudo bem? Não quer que eu vá para lá? – Bella estava começando a ficar preocupada. – Edward fala alguma coisa?

—Achei que seu sonho fosse ir para Harvard. – sussurrou sem encará-la.

—E era. Mas você é a minha realidade. Você é o que eu mais quero. – segurou o rosto dele para que pudesse olhar em seus olhos. – Eu te amo e quero dividir cada momento da minha vida com você. Você já fez tanto por mim que agora é hora de retribuir.

—Não Bella. Você que fez muito por mim, você me mudou completamente, me fez um homem melhor. Não quero que se sacrifique por mim. 

—Não estou fazendo nenhum sacrifício. Estou indo atrás da minha felicidade, e ela é você. A não ser que não me queira por perto. – se afastou um pouco dele.

—Eu te quero ao meu lado sempre. Só quero ter certeza de que é isso que você realmente quer. – a puxou para seu colo.

—Eu tenho absoluta certeza de que é isso que eu quero. Eu quero você. Aqui e agora. – os dois começaram a se beijar e já estavam deitados no chão da varanda quando ouviram alguém pigarrear.

—Eu esqueci minhas chaves, mas foi bom ter voltado. – Charlie os encarava com os braços cruzados. – Poderiam pelo menos fazer isso dentro de casa, não quero prende-los por atentado ao pudor. – Bella se levantou e ajeitou a blusa que estava levantada.

—Quantos segundos eu tenho antes de começar a atirar? – Edward perguntou já calculando a rota de fuga, quem diria que matemática poderia salvar a vida dele?

—10 segundos. – anunciou olhando no relógio. – 9... – Edward se levantou num pulo e saiu em disparada rumo ao carro, antes de entrar parou e gritou. – Eu te amo Isabella Swan. – ela jogou um beijo para ele e Charlie começou a rir.

—Precisamos ter uma conversinha mocinha. – apertou o nariz dela.

—Vai ser constrangedora a nossa conversa? – ele acenou concordando e Bella levou as mãos ao rosto, deveria ter corrido junto com Edward.