—Fiquei sabendo que se divertiu ontem. – Charlie entrou no quarto da filha e sentou na ponta da cama dela. Bella tinha acabado de acordar, eles tinham saído bem cedo de Seattle e assim que chegaram Alice e elas foram dormir mais um pouco.

—Sinto muito papai.

—Não estou te recriminando, estou muito feliz que tenha se distraído um pouco. Você é tão jovem para ter tanta responsabilidade.

—Temos que conversar sobre a Alice, eu deveria ter te ligado ontem. – sentou na cama.

—Carlisle me ligou. Queria estar ao seu lado nesse momento.

—Ela é só um bebê pai. – começou a chorar. – Como vamos contar para ela?

—Não se preocupe, vamos dar um jeito. – Charlie abraçou a filha. – Não quero que se preocupe com nada.

—Impossível não me preocupar. Acho melhor acordamos a Alice e explicar tudo de uma vez.

—É claro. Vejo você lá embaixo. – se levantou e parou na porta. –Estou feliz que esteja feliz. No começo não achava que seria bom para você, mas agora vejo que o Edward é o cara certo para você. – saiu deixando Bella com um grande sorriso no rosto.

—Vai me dizer o que está acontecendo? – Alice perguntou encarando a irmã e o pai.

—Você está dodói. – Bella explicou, ela não gostava de usar aquele tipo de linguagem, mas achou que seria a melhor forma de explicar a Alice o que estava acontecendo. A pequena arregalou os olhos.

—Eu vou morrer igual a minha mamãe de verdade?

—NÃO. – Charlie e Bella gritaram a assuntando.

—Você vai ficar bem filha.

—Então está bom. Vou brincar. – desceu do sofá deixando os dois perplexos.

—Acho que ela não entendeu. – Bella deitou a cabeça no ombro do pai.

—Se fosse você teria me enchido de perguntas que não saberia responder.

—Fico feliz que Alice seja uma criança normal e que tenha essa doce inocência. Assim ela sofre menos. Vou preparar o almoço. – levantou num pulo.

[...]

—Treinador preciso que libere o Edward essa semana.  – Bella anunciou entrando no ginásio e estendendo um papel para ele.

—Temos torneio essa semana. – ele retrucou indignado.

—Sei disso e vou garantir que ele participe do torneio. Mas preciso dele a semana toda. – os garotos do time cutucaram Edward.

—Caramba a semana toda. Tu é garanhão hein cara. – um dos garotos provocou.

—Fica quieto. Não é nada disso. – ele sorriu envergonhado.

—Cullen está liberado. – o treinador resmungou de má vontade.

—O que quer comigo? – Edward a puxou para junto dele quando viu que estavam sozinhos no corredor.

—O que você acha? – ela perguntou sorrindo apoiando as mãos no ombro delee ele sorriu torto. – Não é isso. Deixa de ser tarado. – se afastou dele. – Consegui que agendassem todas as suas provas pendentes para essa semana e temos as provas finais também. Então nós vamos...

—Estudar. – Edward fingiu entusiasmo.

—Animação. Faltam três semanas e estará livre da escola. E se quer mais um incentivo, sua mãe e eu vamos escolher o meu vestido para o baile esse sábado. Se ainda quiser me levar.

—É claro que eu quero. E por falar no baile... Como foi o seu baile? Quero que esse seja melhor.

—Então suas chances são muito boas, já que não tive baile e nem formatura. Meus pais e eu fomos à sala do diretor e ele me entregou o diploma e fim da história. – segurou a mão dele enquanto caminhavam pelo corredor.

—Achei que tivesse sido homenageada e tudo mais.

—Eles até que queriam, mas me formei antes dos outros, então não tive nada.

—Pois então, esse baile vai ser o mais especial de todos. Com direito a limusine, smoking, jantarchique e uma comemoração especial. – sorriu maliciosamente para ela.

—Não precisa de exageros. Podemos ir com o seu carro, pode usar um terno normal, passamos naquela lanchonete que fomos pela primeira vez e mantemos a comemoração especial.

—Sua danadinha. – Edward a cutucou. – Eu achando que você fosse toda certinha. Vou pensar em algo bem especial para sua primeira vez. – Bella o parou.

—Primeira vez?

—Sim, você é virgem, então tem que ser especial... – Bella o interrompeu.

—Eu não sou virgem, quem disse isso? – ele a encarou em choque.

—Não é? Como não é?

—Não sendo. – deu de ombros e voltou a andar.

—Espera aí senhorita. Você e Jacob já? – fez um gesto estranho com as mãos.

—Sim. Na última vez minha mãe ainda estava viva, e nenhuma das três vezes foram boas, mas sim.

—Foram ruins? – Edward perguntou com interesse, estava chateado por não ser o primeiro dela.

—Digamos que eu não consegui chegar lá e o banco de trás do carro dele não era muito confortável.

—Eu estou completamente chocado Isabella Swan. Você é uma caixinha de surpresas. E que homem desprezível leva a garota para o banco de trás do carro? – Bella o encarou.

—Você nunca?

—Eu podia ser um cafajeste, e preste atenção no verbo no passado. – alertou. – Mas eu sempre tratei as garotas com conforto. E um palheiro é bem confortável, se quer saber. Pinica, é verdade, mas isso não vem ao caso. Deixe-me preparar algo especial e te fazer chegar lá. – sussurrou a última parte bem próximo ao ouvido dela.

—Você não presta Edward Cullen.

—E você me surpreende a cada dia. Seu pai sabe disso?

—Claro que não. Você acha que cheguei anunciando isso para ele? Nem pensar. Mas minha mãe sabia. – suspirou. –Eu contava tudo para ela. Ela ficaria muito feliz em te conhecer.

—Você nunca fala sobre ela. – pararam no estacionamento.

—É difícil falar sobre ela. Dói muito. – ele a puxou para um abraço.

—Então quer dizer que o Xerife Swan vai achar que eu desvirtuei a filhinha dele. – comentou mudando de assunto. – Se ele atirar em mim você vai sofrer as consequências, vai ter que cuidar de mim, me dar banho.

—Não seja exagerado. E meu pai não atiraria em você, talvez um pouco de tortura, mas atirar não. – os dois riram e ouviram alguém pigarrear atrás deles.

—Srta Swan, Sr Cullen.

—Diretor Greene como vai? – Bella se afastou do namorado.

—Vou bem. Já se inscreveram para a feira de Universidades? – perguntou sorrindo.

—Já coloquei o nome do Edward. Precisa que vá para ajudar a supervisionar os alunos?

—Esperava que fosse, mas não como professora. Será uma boa oportunidade para se inscrever em alguma universidade.

—É uma boa ideia Sr. G.

—No momento não posso ir para nenhuma universidade. – Bella falou com pesar.

—Lamento muito, mas caso mude de ideia, terá um lugar reservado no ônibus. Já pensou na minha proposta de dar aulas em tempo integral no próximo ano?

—Estou pensando no assunto.

—Me procure quando se decidir. – saiu deixando os dois sozinhos no estacionamento.

—Não me contou que tinha recebido uma proposta de emprego da escola.

—Ele me ofereceu ontem e seu pai também me ofereceu um emprego no hospital, no laboratório do hospital para ser mais específica. Estou pensando em aceitar os dois, só vou precisar ajeitar os horários.

—Precisa tanto assim de dinheiro? – Bella respirou fundo.

—A divida da minha família é de quase meio milhão. As coisas saíram do controle, as despesas médicas ficaram muito caras, tivemos que hipotecar a casa e agora teremos mais gastos. Preciso ajudar meu pai com as despesas.

—Eu posso te ajudar. – Edward segurou as mãos dela. – Posso vender meu carro, tenho um dinheiro na poupança... – Bella colocou o dedo sobre os lábios dele.

—Você já me ajuda demais. Não quero que se preocupe com isso e não vou aceitar seu dinheiro. Me prometa que não vai fazer nenhuma idiotice para me ajudar.

—Eu não posso ficar de braços cruzados enquanto você se mata de trabalhar. – respondeu nervoso.

—Não vou me matar de trabalhar. – revirou os olhos. – Está tudo sobre controle. Já organizei as finanças e fiz uns controles financeiros.

—Mas não vai poder ir atrás do seu sonho. – Edward não podia aceitar que ela estivesse mais uma vez desistindo dos seus sonhos.

—Deixa isso para lá. – deu um beijo na bochecha dele.

—Tudo bem. – forçou um sorriso. – Projeto assaltar um banco: Cancelado.

Mas ele não desistiria. Por mais que ela dissesse que estava tudo bem, ele sabia que não estava. Bella tentava ser forte, mas a verdade é que ela estava frustrada por não seguir seu sonho de ir para uma universidade de prestígio e ser tornar médica. E ele já tinha um plano em mente.