Edward estava animado para mais uma aula. Há alguns meses, ninguém, muito menos ele acreditaria que isso pudesse acontecer. Mas a verdadeira razão de sua animação não era bem os estudos, mas sim a sua professora.

—Então Bellinha o que vamos aprender hoje? – Perguntou ao entrar no escritório do pai. Bella estava de costas para ele.

—Você tem prova de química, então precisamos estudar muito. – Respondeu ainda de costas.

—Química é a aula que mais gosto. – Edward foi até ela e se colocou de frente para ela, estranhou ao vê-la de óculos escuro. – Está de ressaca?

—Pode pegar o seu livro? – Desviou do assunto e foi para a mesa organizar os materiais.

—O que está acontecendo? – Estava começando a ficar preocupado.

—Nada. – Com rapidez Edward retirou os óculos do rosto dela e se assustou com o que viu.

—O que aconteceu? – O olho esquerdo de Bella estava muito roxo e inchado.

—Eu bati na porta. – Mentiu.

—Eu estive em muitas brigas para saber exatamente o que é isso. Então não vou perguntar novamente. – Edward estava tentando manter a calma.

—Foi um acidente, ele não quis fazer isso. – Foi o que bastou para que ele saísse correndo em direção à garagem, encontrou com a mãe no jardim.

—Mãe preciso que cuide da Bella. Eu volto logo.

—O que houve? – Esme deixou de lado as plantas.

—Não tenho tempo para explicações, só cuide dela e chame o papai. – Gritou por sobre o ombro e entrou rapidamente no Volvo.

Dirigiu furiosamente pelas ruas de Forks, ele não podia acreditar que alguém tinha batido em Bella, ela era tão doce e frágil. Ele acharia o culpado e daria uma lição nele. Dirigiu primeiro rumo a delegacia de polícia. Charlie estava do lado de fora com Alice e uma mulher que ele não conhecia. Saltou do carro e foi até eles.

—Eddie. – Alice gritou ao vê-lo.

—Oi Alice. – Tentou se controlar na frente dela. – Chefe Swan podemos conversar? – Charlie percebeu que algo estava errado.

—Sue pode levar a Alice para tomar um sorvete? – A mulher apenas acenou e pegou a pequena no colo.

—Foi você quem bateu na Bella? – Edward foi direto ao ponto. Charlie olhou atônito para ele.

—Do que você está falando? Eu nunca bati nas minhas filhas.

—Era o que precisava saber. – Edward deu as costas e voltou para o carro.

—Espera aí. – Charlie tentou alcançá-lo, mas ele foi mais rápido e arrancou com o carro. Charlie gritou por seu ajudante enquanto ia para a viatura, estava confuso com o que tinha acabado de acontecer.

Edward dirigiu ainda mais rápido, precisava chegar à oficina antes que o chefe de polícia o interceptasse. Teria uma leve vantagem, já que seu carro era mais potente do que a velha viatura da polícia de Forks. Saltou do carro já procurando por Jacob e o encontrou encostado a uma pilastra. Foi até ele e desferiu um soco em seu rosto.

—Ela já foi correndo para o amante é? – Jacob se assustou, não tinha visto Edward chegar.

—Você nem ao menos nega. – Se preparou para outro soco, mas dessa vez o oponente estava preparado e conseguiu desviar e logo contra atacou com um chute na costela dele.

Edward foi ao chão e Jacob se aproveitou para dar outro chute, seus amigos já estavam em volta dele o incentivando, eles não sabiam o motivo da briga, mas iriam apoiar o amigo.

—Vamos Jake acaba com ele. – Sam gritou.

—Quero fazer isso há tempos. Esse playbozinho não sabe com quem está mexendo. Quer pegar a mulher dos outros é? Então me enfrenta primeiro babaca. – Edward estava com dificuldades para respirar, sentia como se todo ar tivesse sido retirado dele.

—Você é um covarde por bater em uma mulher. – Gritou enquanto se levantava.

—Que papo é esse Jake? – Embry perguntou ao amigo que o ignorou e partiu para cima de Edward com uma barra de ferro. Parou no meio do caminho quando escutou o barulho de tiro. Aproveitando o momento de hesitação, Edward se jogou sobre Jacob e o golpeou várias vezes.

—Seu covarde, filho da mãe. – Gritava enquanto batia nele. Charlie apenas olhava.

—Chefe temos que fazer algo. –O policial que estava com ele correu para separar a briga, mas foi parado pelo chefe.

—Ele merece apanhar um pouco. – Como não fizeram nada, Sam resolveu ajudar o amigo e segurou Edward pela cintura o tirando de cima de Jacob.

—Me solta, preciso acabar com esse desgraçado covarde. – Se debateu tentando se soltar.

—Já chega garoto. Eu assumo agora. Jacob Black você está preso. – Foi até o que esperava que fosse seu ex-genro. Não admitiria que a filha continuasse a namorar aquele homem. Ele não tinha entendido o que estava acontecendo, mas após Edward perguntar se ele tinha batido na filha e saído feito louco em direção à oficina onde Jacob trabalhava, conseguiu juntar as peças.

—Foi um acidente Charlie, você sabe que amo a Bella. Eu não quis bater nela, mas foi mais forte do que eu.

—Você tem o direito de ficar calado. Se você optar por não exercer esse direito, tudo que você disser poderá e será usado contra você no tribunal. Você tem direito a um advogado. – Falou enquanto o algemava.

—Qual é Charlie, sou eu.

—Isso não muda o fato de ter batido na minha filha. Espero que fique um bom tempo atrás das grades. Eu confiei o meu bem mais precioso a você, acreditando que cuidaria dela.

—E eu vou cuidar. Eu amo a Bella.

—Eu quero você bem longe da minha filha. – Ordenou apontando o dedo para ele.

—Isso não vai ficar assim Charlie, eu vou reconquistar a sua filha. Eu sou o melhor para ela.

—Prefiro que ela encontre alguém como esse garoto. – Apontou para Edward. – Um homem que a defenda. – Opa, ele já tinha o apoio do sogro, agora era só conquista - lá. – Agora vamos. – O conduziu para a viatura. – Vou precisar do seu depoimento depois garoto, mas por enquanto... Cuide da minha filha.

—Pode deixar chefe. – Bateu continência e gemeu de dor.

—Cuide-se também. – Entrou no carro e ligou as sirenes.

[...]

Edward entrou no carro, sentia muita dor, mas estava feliz em ter dado uma surra em Jacob, como ele ousava bater em Bella? Se Sam não tivesse interferido, ele não sabia o que teria feito, provavelmente pegaria aquela barra de ferro e mataria Jacob. E se o tivesse feito, iria feliz para a cadeia. Mas foi melhor que alguém o tivesse parado, agora ele poderia lutar por Bella.

—Filho que bom que voltou. Você está ferido. – Esme correu para abraçar o filho.

—Calma mãe, eu estou bem. O outro cara ficou pior.

—Edward o que aconteceu? – Bella perguntou preocupada, ela largou a bolsa de gelo e foi até ele. – Você não deveria ter feito isso. – O abraçou com força.

—Tudo bem. Eu estou bem, não se preocupe comigo. – Bella começou a chorar.

—Porque fez isso? – Ele a apertou mais forte.

—Eu me preocupo com você. Não posso deixar alguém te machucar e sair impune.

—Foi estúpido o que você fez. Jacob é bem mais forte e tem os rapazes... –Edward colocou o dedo sobre os lábios dela.

—Por você eu o enfrentaria mil vezes. – Os dois se encararam por um longo tempo.

—Acho melhor dar uma olhada nesses ferimentos. – Bella sugeriu e se afastou dele.

—Venha filho. – Carlisle o puxou. – Não sei se te coloco de castigo ou se te dou os parabéns. Hoje você agiu como um homem, imprudente é verdade, mas fez a coisa certa. – Edward não poderia estar mais feliz. - Agora me deixa olhar esses ferimentos.

—Podemos ir para o meu quarto? – Ele pediu, não queria que Bella visse o quanto estava machucado.

—Claro. – Carlisle concordou e pegou a maleta.

—Eu vou embora. – Bella anunciou pegando a bolsa.

—E a nossa aula?

—Amanhã compensamos essa aula. Você precisa descansar. – Ele concordou, não estava mesmo com cabeça para estudar, mas não queria que ela fosse embora. – Obrigada mais uma vez por tudo Edward. – Ela depositou um beijo na bochecha dele.

—Espero que isso não aconteça novamente, mas se acontecer... Estarei aqui para protegê-la.

—Você é um grande amigo. – Carlisle fingiu uma tosse e Edward revirou os olhos. Depois de tudo, ela dizia que ele era um grande amigo? Os chutes de Jacob não tinham doído tanto quanto aquilo.

—É claro. Amigo. – Se virou e subiu as escadas.