Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 66
Capítulo 66




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Rafael mentiu para mim sobre a morte de Cecília e Sabrina. Há um tempo, quando fomos à praia, ele havia me dito que elas morreram em um assalto. Mas não foi bem assim que aconteceu. Segundo ele, um homem, o tal do André, que tinha sido preso com a ajuda de Rafael, resolveu se vingar dele. Ele queria dinheiro para fugir do país e ameaçou matar Sabrina, Camila e Cecília. A mãe dele conseguiu escapar, mas as outras não tiveram tanta sorte assim.

— Por vingança? Meu Deus, que horror.
— Desculpa, eu não devia ter mentido pra você. Você merecia a verdade, mas eu achei que se você soubesse eu ia te colocar em risco.
— É por isso que você sempre dizia “é complicado”? – ele assentiu.
— Eu tentei fugir de você de todas as formas. Mas com esse seu jeitinho... – ele levou a mão ao meu rosto e fez carinho na minha bochecha – você conseguiu derrubar todas as barreiras que eu coloquei entre nós dois. Todas as minhas tentativas foram em vão, não consegui não te amar.
— Mas não tem nada de complicado nisso.
— Ana...
— Não – eu interrompi – deixa eu falar. Eu amo você, amo mesmo. Como nunca amei ninguém, eu nem sabia que era possível amar tanto uma pessoa como eu te amo. E eu correria todos os riscos do mundo por esse amor. Por você.
— Você não sabe do que está falando.
— Sei sim.
— Mas eu não correria. – ele disse um tanto nervoso – Você é importante demais pra mim. É muito preciosa, muito valiosa para eu simplesmente colocar a sua vida em risco.
— Mas você não colocou.
— Coloquei sim. Esse tal de Júlio podia ter te matado, assim como o André matou a Sabrina.
— Eu não sou a Sabrina.
— Eu sei que não é. Não estou dizendo que é.
— Então não compara. O que aconteceu com ela foi terrível e eu sinto muito que vocês tenham passado por tudo aquilo, mas só porque aconteceu com ela não significa que vai acontecer comigo.
— Você entende que é perigoso né?! – eu já estava pronta pra responder que não era perigoso, mas ele não me deixou falar – Eu quero proteger você. Eu achei que ia conseguir, mas... eu não ia me perdoar se algo de ruim acontecesse com você Ana. Tenho que proteger você, te manter segura e se pra isso, eu tiver que ficar longe de você...
— Não! De jeito nenhum.
— Ana...
— É mais perigoso se eu ficar longe de você. E eu não quero ficar longe de você, eu não posso. Não vou conseguir. – ele desviou os olhos e ficou calado. – é isso que você quer? Quer ficar longe? Quer terminar?
— Eu jamais eu ia querer isso.
— Então por que estamos tendo essa conversa? – disse irritada e Rafael olhou pra mim e sorriu.
— É impressão minha ou esta é a nossa primeira DR?
— Não, não é – eu disse – porque não estamos discutindo isso. – ele continuou sorrindo, mas agora a sombra de medo não existia mais em seus olhos, eles brilhavam muito. – porque tá sorrindo assim? Eu estou brava com você.
— Vamos ver por quanto tempo você consegue continuar assim.

Ele me puxou e selou nossos lábios. Como um beijo de tirar o folego, eu amoleci nos braços de Rafael e nem me dei conta quando ele me puxou pra cima dele e nos deitou na cama.

— Rafael – eu disse me libertando de seus lábios e ele começou a beijar meu pescoço – para. Isso é um hospital, não é lugar pra isso.
— Uhum – ele respondeu, mas quem disse que ele parou? Pelo contrário.

Ele me apertava e me tocava nos lugares certos de modo que em pouquíssimo tempo eu estava completamente entregue a ele. Suas mãos que estavam em meus quadris subiram por dentro de minha blusa e eu tenho certeza de que elas iriam muito mais além se a porta do quarto não tivesse sido aberta.

— Ah, perdão. – o médico disse – Eu não queria interromper. – eu me sentei na cama e passei a mão pelos cabelos pra coloca-los no lugar.
— Não interrompeu. – eu disse – não estávamos fazendo nada demais.
— Ah, estávamos sim. – disse Rafael e lhe dei um cutucão.

Eu ia levantar pra deixar o médico mais a vontade, mas quando eu tentei Rafael não deixou. Ele passou os braços pela minha cintura, me segurando no lugar onde eu estava, entre as pernas dele, me fazendo sentir o porquê de eu não poder levantar. Eu só queria que um buraco se abrisse no chão pra eu me enfiar lá e nunca mais sair.

— Como se sente, Sr. Duarte?
— Estou ótimo. Melhor impossível.
— Eu posso ver – seria demais pedir a Deus que um raio acertasse o médico bem agora? – Acho que você já pode ir para a casa.
— Finalmente.
— Assim, o senhor e sua esposa podem continuar o que estavam fazendo em um local apropriado e mais confortável.
— Não estávamos fazendo nada demais, doutor – eu repeti.
— Estávamos sim – Rafael repetiu também. Acho que seria melhor se o raio caísse na cabeça do meu namorado.
— Bem, de qualquer forma, eu ia orientá-lo a não fazer muito esforço físico, mas creio que não vai adiantar muito. Só tente não exagerar. Vou preparar a documentação da sua alta. – ele saiu do quarto e no mesmo instante em que a porta fechou Rafael e puxou de volta para ele, me deitando na cama.
— Ouviu o que o médico disse? Acho que o trabalho pesado vai ter que ficar pra você – disse mordiscando a minha orelha.
— Eu vou matar você.
— E eu vou amar você. Pra sempre. 


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