Rude escrita por Lia


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Bom essa é minha primeira história, então queria agradecer a oportunidade que vocês estão me dando lendo minha fic. Queria agradecer também a minha soulmate Jardy, por me ajudar com ideias, diálogos, escolher nome... enfim, obrigada por ser maravilhosa comigo amiga. E por fim agradecer as minhas meninas Clara e Carol que me incentivaram a escrever essa one, então essa é pra vocês meninas.



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Why you gotta be so rude?
Don't you know I'm human too?

Rude, Magic.

 

 

 

Eu estou nervosa. Eu não tenho ideia do que vai acontecer quando eu contar ao meu pai sobre isso. Sobre o que está rolando entre eu e o Johnny. E eu quase tenho certeza que a reação dele não vai ser boa, Deus me ajude e minha mãe também. Se tem uma pessoa que consegue acalmar os ânimos do meu pai é ela e o tio Diggle, mas como o filho dele é o problema creio que somente minha mãe vai conseguir acalma-lo. Eu só espero que ele não resolva atirar uma flecha em Johnny quando descobrir que estamos namorando, oh deus me ajude porque eu vou ficar muito brava se papai fizer isso. 

Eu acho que sou apaixonada por ele desde que eu nasci, JJ foi meu primeiro amigo, me atrevo a dizer que o único que eu sempre tive pude contar durante os dezesseis anos de minha vida. Quando eu nasci ele tinha quase  quatro anos, o que significa que ele tem vinte anos agora, já é maior de idade e nas palavras do meu pai "eu sou só uma garotinha que ele vai proteger pra sempre". Mas eu sou a filha da minha mãe e eu nunca aceitei isso bem, eu puxei todo o atrevimento dela e adorava desafiar o meu pai. 

Eu tinha somente outra amiga além do John e ela era como família pra mim, a Anna Clara era minha melhor amiga, porem nós morávamos longe e nosso contato era basicamente por meio de telefone. Ela era filha da tia Sara e sua esposa Nyssa. Depois que uma missão com os Legends deu errado a tia Sara se sentiu culpada por ter liderado a missão e falhado com eles. Ela estava totalmente quebrada até reencontrar a tia Nyssa e reestabelecer um relacionamento que elas tinham perdido a anos. Elas demoraram três anos até decidir adotar uma criança e formar uma família juntas, foi quando elas conheceram a Clara, elas sempre dizem que foi amor à primeira vista com a garotinha morena de olhos azuis assustados. A Clara é alguns meses mais velha do que eu, e mesmo com a distância ela nunca me decepcionou ou não esteve ao meu lado quando precisei. Sou muito grata por ter ela na minha vida. 

Eu sempre tive esse amor platônico pelo Johnny, ele sempre me protegeu de tudo, cuidou de mim em momentos difíceis, me confortou quando eu descobri o que meus pais faziam a noite, quando eu ficava assustada sempre que um novo vilão aparecia querendo destruir o meu pai... enfim, em todos os momentos difíceis que eu passei eu tenho lembranças do Johnny ao meu lado me protegendo.  

Porem eu nunca tive esperanças reais de que um dia meu amor seria correspondido, nunca pensei que ele me veria mais do que a criança que cresceu com ele, mais do que uma irmãzinha emprestada como nossos pais costumavam dizer. E eu odiava quando ele me tratava como irmã porque não era isso que eu queria, eu tinha um irmão e ele se chamava William, eu o queria ele de formas diferentes, de forma que nossas famílias nunca iam aprovar. Eu sentia uma necessidade intensa que uma menina da minha idade não deveria sentir. Mas então tudo mudou. Um dia foi o bastante pra tornar o platônico real. Um dia que mudou a minha vida de uma maneira que eu não poderia imaginar. 

Alguns meses atrás: 

Eu tenho dezesseis anos e sou a única garota da minha classe que ainda não beijou. Isso é tudo culpa do protecionismo irritante do papai, eu não posso respirar sem ele saber a densidade do ar que eu expirei. Chamem ele de exagerado que eu vou concordar. Então eu decidi que hoje isso vai mudar, eu marquei de almoçar e matar o restante da aula com um menino bonitinho da minha classe de inglês, meu pai não vai descobrir porque eu supostamente vou estar na aula então ele não vai ter que se preocupar e quando vier me buscar eu já vou ter voltado. Meu plano é simples e perfeito, também herdei a inteligência da minha mãe. 

Estava tudo dando certo, conversamos por algumas horas, trocamos alguns beijos, que se me permite dizer não era nada do que eu esperava, não teve aquelas faíscas que viajam pelas veias, o coração palpitante e a mente fora de orbita que se encontra nos livros. Eu não estou dizendo que foi ruim de um todo, mas não atendeu minhas expectativas, talvez pelo fato de eu ter sempre desejado que meu primeiro beijo fosse com o John, meu melhor amigo, e não com uma pessoa que eu não troquei mais do que algumas frases antes de hoje. 

Então quando estávamos nos despedindo antes de entrar na escola, trocando nosso último beijo eu ouço o som de uma porta batendo e o menino é arrancado violentamente do meu alcance. 

— Que merda é essa que está acontecendo aqui Elizabeth? — me viro pra encarar um John puto, muito puto comigo. Ele nunca me chama de Elizabeth, é sempre Beth ou monkey, que era como ele e meu irmão me chamavam quando queriam me irritar. 

— Johnny? O que você tá fazendo aqui? 

— A única que tem que explicar coisas aqui é você, começando a falar porque você estava se agarrando com um menino na porta da escola em vez de estar na aula!!!  

— Você está agindo como meu maldito pai, o que deu em você? Eu não estava fazendo nada demais, eu só estava beijando um cara. Se meu pai não foi tão meu pai eu não precisaria matar aula pra fazer isso!!  

— Você, — ele aponta pra mim — já pro carro, sem discussões ou eu ligo pro seu pai e digo o que eu acabei de presenciar. E você, — ele diz apontando pro menino que está encarando toda nossa conversa com a cara mais assustada possível — se eu souber que você chegou perto dela novamente as coisas não vão ser agradáveis pra você. 

Bufo depois de todo esse discurso e murmuro um pedido de desculpas pro menino antes de passar pelo John e fazer questão de esbarrar nele e bater a porta do carro assim que eu entro. Eu não entendo porque ele está bravo comigo, não era como se eu estivesse transando no meio da rua, era só um beijos, coisas que eu sei que ele já fez pelas incontáveis namoradas que ele teve. Eu não vou me sentir culpada  por estar vivendo um pouco. Não mesmo. 

— Porque você estava fazendo aquela merda Beth? 

— Pelo mesmo motivo que as pessoas beijam Johnny, não seja um idiota igual meu pai. E o que você estava fazendo aqui? Esta me vigiando também? 

— Seu pai teve uma reunião de última hora na prefeitura e pediu pra eu vim te buscar, imagine a minha surpresa ao chegar aqui e te encontrar com uma menino enfiando a língua a sua garganta. —  eu reviro os olhos. 

— Eu achei que você fosse meu amigo Johnny, pensei que você ficaria feliz em me ver vivendo um pouco sem ser sufocada pelo Mr. Queen, eu não preciso de você agindo como ele, eu preciso de você sendo meu amigo e me apoiando quando eu decido que quero deixar de ser motivo de piada entre minhas amigas porque sou a única que ainda não tinha beijado ninguém! — eu olho pra ele e vejo um misto de surpresa e choque. Eu nunca gritei com ele antes, e me sinto um pouco culpada pelo que eu acabei de fazer. 

— Você ao menos conhecia ele? Ou se primeiro beijo foi com algum totalmente aleatório? Era pra ser um momento especial Beth, porque você desperdiçou assim? 

— Porque a única pessoa que eu queria beijar me enxerga como a merda da sua irmã, é por isso Johnny. É porque eu cansei de sonhar que um dia eu seria correspondida nessa coisa platônica que eu sempre senti por você. É porque eu estava cansada de sentir meu coração sendo esmagado toda vez que você tinha uma namorada nova. É porque eu queria te superar. É por isso John, satisfeito em saber o motivo? — eu digo totalmente exasperada, sacudindo minhas mãos pra ele. 

Ele fica me olhando totalmente surpreso e eu amaldiçoo os genes da minha mãe por não terem me dado filtro. Eu posso ter acabado de destruir nossa amizade ao admitir que sou apaixonada por ele.  

Então acontece aquele momento em que tudo muda, em que seu mundo da volta de cabeça pra baixo, que seu coração quer explodir, que suas veias pegam fogo e sua mente vai ao paraíso. O John me beijou. Ele simplesmente e maravilhosamente me beijou. E foi tão diferente do que aconteceu a minutos atrás, foi calmo, foi carinhoso, foi cheio de amor e sentimentos que eu me senti esmagada por todas as emoções que estavam sendo transmitidas pelo toque dos nossos lábios e a dança das nossas línguas. 

— Você acha que eu agi assim agora porque estava protegendo minha "irmãzinha"? Eu agi assim porque estava morrendo de ciúmes, eu consegui ouvir meu coração quebrando quando te vi ali com ele. — ele diz com as mãos na minha cabeça, a testa encostada na minha e encarando os meus olhos. Acho que assim como eu, ele não quer quebrar essa conexão que acabamos de estabelecer. — Eu sempre te amei Beth, cada segundo que eu me lembro eu estava te amando. Desde que eu fui te visitar no hospital com meus pais quando você nasceu, e você abriu esses olhos azuis tão lindos e puros, eu me apaixonei por você. E eu sinto tanto por ter feito você sofrer querida, eu só achei que você nunca sentiria o mesmo por mim então eu segui em frente. 

— Eu te amo Johnny, sempre te amei e tenho essa convicção profunda que eu sempre vou te amar. A cada segundo, a cada respiração, a cada piscar de olhos... eu sempre vou estar amando você. 

E se o nosso primeiro beijo foi maravilhoso eu não consigo encontrar palavras pra descrever esse. Agora que os nossos sentimentos foram expostos, que sabemos o que sentimos, que meu coração pertence a ele e o dele pertence a mim, que não existe outro caminho a não ser passar nossa vida juntos, que o sol nunca brilhou tanto como está brilhando hoje... parece que agora não são só nossas bocas se beijando, são as nossas almas. E é tão lindo esse sentimento que eu começo a chorar. 

— O que a gente faz agora Johnny? Meu pai vai enfiar uma flecha em você quando descobrir o que acabou de acontecer. 

— Ele não precisa saber de nada agora, vamos só aproveitar e namorar um pouco, mais pra frente a gente conta pra ele. Agora vem cá, deixa eu aproveitar o tempo que eu perdi sendo idiota e não falando como eu me sentia pra você. — ele me puxa pra sentar de lado no seu colo e depois volta a me beijar. É como se eu tivesse no paraíso. John Diggle Junior é o meu paraíso. 

Agora: 

Depois daquela conversa no carro as coisas entre a gente só foi melhorando. Nossa amizade ficou mais forte, nosso amor crescia tanto que era quase palpável e eu estava tão feliz que todos a minha volta notava o brilho nos meus olhos.  

Meu pai estava em período eleitoral na prefeitura de Star e andava cheio de reuniões durante o dia, isso colaborou com nosso namoro porque usamos essa desculpa pro John ir me buscar na escola todos os dias, assim sempre tínhamos tempo pra namorar sem meu pai desconfiar. 

Porem eu ficava ainda mais nervosa a noite quando eles saiam em missão. Johnny estava treinando pra ser o sucessor do meu pai, uma vez que meu único irmão William não queria seguir essa vida de vigilante, ainda doía muito nele o fato que sua mãe morreu em um fogo cruzado entre nosso pai e um vilão chamado Prometheus algum tempo antes de eu nascer. John era filho único. E meus tios, Roy e Thea, decidiram não terem filhos. Assim só sobrava ele pra continuar o legado do Green Arrow e a Clara, que estava sendo treinada por suas mães para seguir o legado da sua tia Laurel, que  morreu anos atrás, e se tornar a Black Canary. 

Eu sempre me preocupei com meus pais, meus tios Roy e Thea e o Diggle toda vez que tinham uma missão. Agora eu tinha que me preocupar com meu namorado também, ficava acordada e ansiosa até saber se tudo ocorreu bem com eles, até saber que o amor da minha vida ainda estava vivo e voltando pra mim. 

— Hey honey, como você tá? — olho pra cima e vejo Johnny caminhando até o sofá onde eu estou sentada na minha casa. Ele senta ao meu lado e me dá um beijinho na boca aproveitando não ter ninguém no local, tivemos muitos beijos assim nos últimos meses. 

— Extremamente nervosa baby, não quero meu pai matando meu namorado hoje a noite. Ainda bem que a casa vai está cheia hoje, serão necessários muitos pra conter a fúria de um pai ciumento e protetor.  

Hoje é feriado de ação de graças e nossa família vai se reunir aqui em casa. Depois que minha mãe descobriu que estava gravida meu pai decidiu que ia recuperar a mansão da família Queen, onde ele e tia speedy cresceram. Ele queria que eu e o William crescêssemos como eles e isso de fato aconteceu, eu e meu irmão temos um relacionamento maravilhoso e meu coração aperta ao lembrar da mensagem que ele me mandou mais cedo avisando que não ia conseguir vim para o feriado por conta de uma tempestade que fez os voos serem cancelados onde ele está. Ele está morando em Cambridge, cursando o MIT, minha mãe fica emocionada toda vez que fala isso, ela morre de orgulho do Will e mesmo ele não sendo filho dela o amor que ela sente por ele é tão grande como o que sente por mim. Meus tios moram com a gente aqui na mansão, esse lugar é tão grande que as vezes a gente passa dias sem se ver mesmo morando na mesma casa, eles estão terminando de se arrumar no quarto pra descer e jantar. Meus pais foram buscar tia Sara, tia Nyssa e Clara no aeroporto.  

— Relaxa, vai da tudo certo. Ele gosta de mim como se fosse um filho, ele pode ficar chateado no início, mas depois ele vai ver que eu sou a melhor opção pra você. — ele me dá uma piscada de arrancar o folego. 

— Deus, você é tão convencido! — eu dou um tapa de brincadeira no peito dele — Onde estão seus pais? 

— Meu pai foi buscar mamãe na argus, eles já devem estar chegando. Vamos aproveitar enquanto estamos sozinhos.— ele puxa minhas pernas pra cima das suas e começa a me beijar bem lentamente, eu amo nossos beijos lentos, e eu amo nossos beijos desesperados também. Eu fico tão entorpecida quem nem percebo que meus tios estão descendo as escadas e que carros estão chegando na garagem, eu fico tão entorpecida que não ouço os passos das pessoas chegando na sala, mas o meu entorpecimento não é suficiente pra abafar o som do grito furioso do meu pai. 

— QUE PORRA É ESSA QUE TA ACONTECENDO AQUI? — pulo do sofá e encaro todos olhando chocados pra nós dois, menos a Clara que meche os lábios dizendo "já estava na hora" pra mim.  

— Finalmente eu vou ver alguém passar pelo que eu já passei. — isso foi tia speedy falando totalmente divertida com a situação. 

— Oliver querido se acalme, pelo menos não é um garoto qualquer. — mamãe diz na tentativa de acalmar as coisas. 

— Pai não era pra você descobrir assim, a gente ia te contar. 

— Vocês iam me contar? Então quer dizer que isso vem acontecendo a mais tempo? Não foi a primeira vez? Eu vou te matar por encostar suas mão na minha filha! Maldito Barry e seu flashpoint que fez você virar homem, se você fosse a Sara nada disso estaria acontecendo — diz meu pai saindo da porta, onde todos ainda estavam parados e avançando em nossa direção. Por sorte tia Sara tirou uma espada presa a parede como decoração da sala e prendeu meu pai com ela o impedindo antes que ele se aproximasse demais e fizesse um estrago no corpinho maravilhoso do meu namorado. 

— Ollie é melhor você se acalmar e deixar eles se explicarem, não me obrigue a machucar você. — diz a tia Sara ainda segurando meu pai. — Então vamos todos nos sentar e conversar civilizadamente.— todo mundo se senta nos sofás espalhados pela sala e começam a nos encarar esperando  ansiosamente que a gente comece a explicar as coisas. Olho pro Johnny e ele vê o desespero nos meus olhos e começa a falar. 

— Oliver, eu sempre amei a sua filha. A cada maldito segundo da minha vida desde que ela nasceu. Eu não estou com ela por diversão, eu lutei contra esses sentimentos durante toda minha vida, e eu estava cansado de lutar, cansado de ficar afastado da garota que eu amo. — ele segura minha mão e prossegue falando. — Alguns meses atrás a gente teve uma briga e acabou assumindo nossos sentimentos, assumindo nosso amor. E estamos cansados de esconder isso do mundo, e você me conhece a vida toda, você sabe como eu sou, você sabe que eu sempre cuidei e estive ao lado da Beth durante todos esses anos, eu te respeito assim como eu respeito o meu pai, mas não tem nada que você possa fazer que vai me manter afastado dela. 

— Eu achei que isso nunca fosse acontecer, eu sempre soube que vocês se amavam mas nunca acreditei que iriam tomar a iniciativa de ficarem juntos. — diz minha queria sogra, Lyla, surpreendendo a todos nós. 

— Já estava mais do que na hora disso acontecer amiga, todo mundo que fica perto de você e do JJ sente as faíscas que rolam. — diz Clara piscando um sorriso na minha direção. 

— Eu sou a  única pessoa nessa sala que não sabia que essa coisa entre eles estava acontecendo?— diz meu pai atirando um olhar mortal ao redor da sala, e todo mundo se entreolha com medo de concordar. Eu fico surpresa, porque eu achei que vinha sendo discreta, achei que mantinha meus sentimentos bem mascarados... pelo visto as únicas pessoas que não sabiam que eu era apaixonada pelo Johnny era ele e meu pai. Que irônico isso. 

— Calma bigbro, você tem que perceber  que sua filha está crescendo, conhecendo pessoas e se apaixonando... — tia Thea começa mas meu pai a corta totalmente contrariado com essa situação. 

— Ela só tem 16 anos, não tem idade pra se apaixonar!!  

— Pai... —  eu digo tentando acalma-lo. Mas ele me olha completamente magoado, parte meu coração saber que estou magoando ele.  

— OLIVER! — minha mãe tenta. 

— Vocês todos tem omitido isso de mim. 

— Oliver, brother, eu acho que você está exagerando. — tio Diggle fala e meu pai o olha perplexo. 

— Exagerando? A porra do seu filho estava com a língua enfiada na garganta da minha garotinha na minha sala e eu estou exagerando? — meu pai vocifera. 

— Cara, eu estou tão feliz por essa raiva não estar sendo dirigida na minha direção pra variar, — brinca o tio Roy — pelo menos não tem flechas cravadas no seu corpo.— minha tia dá uma risadinha pra ele, mas logo fica seria ao olhar que meu pai direciona a ela. 

— Obrigada pela dica Roy, vou subir e pegar meu arco pra resolver esse problema. —  meu pai faz menção de levantar mas minha mãe segura ele e o puxa de volta para o sofá. 

— Você pode brigar a vontade com o JJ, Oliver, mas você não vai machucar o meu filho. — diz Lyla lançando um olhar ameaçador para o meu pai. 

— Oliver, eu acho melhor você ir tomar um banho e se acalmar, sobe pro quarto que eu já vou lá falar com você. — meu pai lança um olhar irritado em direção a minha mãe, mas faz o que ela falou. Ele sempre faz o que ela quer no final das contas. Depois que meu pai está fora de vista minha mãe caminha em minha direção e fala comigo no meio de um abraço apertado. — Querida eu fico tão feliz por você, eu vi esse brilho especial em seus olhos e sabia que algo estava acontecendo. Tenha paciência com o seu pai, isso só é novo pra ele. Eu vou subir e colocar um pouco de juízo naquela cabeça teimosa. — então ela se vira pro Johnny e dá um tapa forte no braço dele — Isso é por ter feito minha menina sofrer sempre que trazia aquelas meninas estranhas na nossa casa, — então ela dá uma abraço forte nele — e isso é por estar fazendo minha filha feliz agora. Eu te conheço desde que você era um amendoinzinho na barriga da sua mãe e não poderia ficar mais feliz com a escolha da minha menina. — ela dá um beijo na minha testa e sai indo ao encontro do meu pai. 

— Bom, meu ex-marido agiu melhor do que eu imaginei, — brinca tia Nyssa relembrando o tempo em que eles foram casados obrigados pelo pai dela, Ras Al Ghul. — estava animada pra ver minha mulher usar essa espada nele. 

— Mãe, não coloca mais lenha na fogueira. — diz Clara se divertindo com a situação. 

— Então, quer dizer que meu rapaz aqui e você estão namorando? — tio Diggle diz passando o braço ao redor dos meu ombros. 

— Vocês tem algum problema com isso? — eu digo insegura olhando entre ele e a tia Lyla. 

— Meu único problema é saber se agora você vai me chamar de tio ou de sogro, querida. — eu lanço um sorriso pra ele e me aconchego mais nos seus braços. 

— Eu estou tão feliz por vocês, claro que eu preferia um sogro menos irracional pro meu filho, mas não poderia esperar nora melhor. — diz tia Lyla ao se juntar ao nosso abraço. 

— Ei, será que vocês podem devolver minha menina agora? — Johnny fala pro seus pais com um brilho feliz no olhar. 

— Deixa meu irmão ouvir você falando assim que esse sorriso vai sumir rapidinho da sua cara Johnny boy. 

Passamos alguns minutos conversando e brincando sobre o nosso namoro, mas eu podia sentir um certo nervosismo vindo de Johnny. Eu também estava nervosa, as coisas não estavam resolvidas ainda, eu só ficaria bem quando eu resolvesse as coisas com meu pai. Meu celular toca e eu vejo que é uma ligação do Will, peço licença a todos e subo pro meu quarto pra conseguir conversar com mais tranquilidade. Passo pela porta do quarto dos meus pais e ouço uma conversa agitada e estremeço só de pensar no quanto ele deve estar irritado. Entro no meu quarto rapidamente e atendo a ligação. 

— Hey bro, como estão as coisas ai? 

— Hey monkey, estou entediado. Liguei pra saber como estão as coisas ai, pra você me dizer como esta chato e eu me sentir melhor por estar longe de vocês. — ele diz divertido. Então eu aproveito e conto pra ele a novidade, atualizo ele sobre os acontecimentos dessa tarde e espero que ele me apoie e não seja irracional como meu pai. 

— Estou com tanto medo do papai não aceitar o nosso relacionamento, Will. Eu não quero me afastar do Johnny, eu amo ele. 

— Calma querida, sua mãe vai conversar com ele e acalmar as coisas. O velho só precisa de um tempo pra digerir que sua garotinha está crescendo. 

— Você não está bravo comigo por ter escondido? Não acha que é errado o que estamos fazendo? 

— Monkey, eu só quero a sua felicidade. Se vocês se amam eu vou ser o primeiro a apoiar isso. Mas você sabe que as coisas vão ser complicadas com esse lance de legado, certo? Você está disposta a levar a vida igual a sua mãe leva? 

— Eu sei disso, eu penso nisso todos os dias e me apavora a ideia de algo acontecer com ele, mas me apavora ainda mais a ideia de não viver esse amor. Eu só quero que o papai entenda e me apoie. — ouço um barulho e olho na direção da porta e vejo meu pai olhando pra mim com o olhar amolecido, isso quer dizer que ele pegou esse final da conversa. — Will eu tenho que desligar, papai ta aqui na porta olhando pra mim. 

— Ah, o velho estava ouvindo atrás da porta? Ele poderia ser mais clichê que isso? — eu dou uma risada. Foi difícil pro meu pai e ele conseguirem se conectar, mas eu sei que meu pai é o herói do meu irmão, e eles se amam incondicionalmente. — Diz pra ele pegar leve, e manda uma abraço e um beijo pra sua mãe, fala que eu amo eles. Boa sorte monkey, me atualize depois, te amo. 

— Também te amo seu nerd esquisito. Tchau. — desligo meu telefone e olho pro meu pai. — Você vai ficar em pé ai? Senta aqui do meu lado. — eu digo batendo no lugar vago ao meu lado na cama. 

— Você ama mesmo esse menino, Beth? Porque se você ama e se é isso que vai te fazer feliz eu vou te apoiar. Eu só quero o que é o melhor pra você meu amor. Quando eu descobri que sua mãe estava gravida eu entrei em pânico, ia ser outra pessoa pra eu amar, cuidar e proteger. Mas quando você nasceu e eu peguei você no colo e senti o seu cheirinho doce eu sabia que estava perdido. Eu sabia que se alguma coisa acontecesse com você eu não iria suportar.  

— Eu sei papai, mas as vezes você me sufoca com todo seu protecionismo. Eu me sinto presa. Eu entendo que a vida que você e a mamãe leva é perigosa, eu entendo que eu sou sua garotinha, e eu amo ser sua garotinha, mas eu não quero ser privada de viver, de amar, de ter todas as coisas boas da vida por causa do seu medo. —  ele passa um braço por cima dos meus ombros e deita minha cabeça no seu peito. 

— Eu te amo tanto Elizabeth, eu só não quero ver você sofrer. Eu entrei em pânico quando vi vocês se beijando porque minha ficha caiu, você cresceu e daqui um tempo eu não vou ter mais controle do que acontece com você. Se é estar com o Johnny que você quer eu vou te apoiar, mas eu quero que você saiba que não vai ser fácil, essa não é a vida que eu queria pra você. Eu queria que você estivesse longe desse mundo como o seu irmão decidiu ficar, namorando com ele você está destinada a ser como sua mãe, eu sei como ela sofre de preocupação toda vez que eu visto a roupa de Green Arrow. Eu queria que você tivesse uma vida normal, sem essas preocupações.—  eu abraço meu pai forte, mostrando que eu entendo a sua preocupação, eu entendo o que ele está dizendo. 

— Eu sei que não é fácil, mas o amor nunca é fácil papai. 

— Quando foi que minha garotinha cresceu tanto? — ele diz olhando nos meus olhos e depois dá um beijo na minha testa.— Vem, vamos descer e forçar aquele menino fazer um pedido de namoro direito. 

— Você é tão careta pai! — eu rio e me levanto junto com ele, sentindo como se o peso do mundo estivesse simplesmente deixado as minhas costas. Começamos a descer as escadas e quando nos notam um silencio ensurdecedor cai pela sala. 

— Então, você acha que só porque eu te conheço desde que nasceu, você não tem que fazer as coisas formalmente e pedir minha permissão pra namorar minha garotinha? — meu pai diz olhando diretamente para o Johnny e alivio enche seus olhos ao perceber que meu pai finalmente aceitou as coisas. 

— Mas é claro que eu vou, — Johnny levanta do sofá e para a nossa frente, se ajoelha e eu cubro o rosto tomada pela vergonha, eu não posso acreditar que ele está fazendo isso. Ele levanta a mão e eu começo a estender a minha pra ele, mas paro confusa quando percebo que ele pega a mão do meu pai e olha nos olhos dele — Mr. Queen, você me daria a imensa honra de namorar sua filha, Elizabeth Moira Queen? — a sala explode em risadas com o que ele acabou de fazer, nem meu pai consegue conter um sorriso. 

— Levanta logo daí antes que eu mude de ideia Johnny. Eu espero que você cuide dela como se sua vida dependesse disso. 

— A minha vida depende disso, depende dela, da segurança dela e da sua felicidade.  

— Sendo assim eu não poderia escolher pessoa melhor pra namorar minha garotinha.   

John estende a mão pra apertar a do meu pai, mas ele o puxa pra um abraço. Meu pai ama ele desde que nasceu, tio Diggle é como um irmão pro papai, então eu sei que ele fica feliz tanto por mim quanto pelo meu namorado. Johnny sai do abraço do meu pai, para na minha frente e me dá um beijo, todo mundo começa a bater palmas e eu ouço meu pai murmurar um "não me força pegar minha flechas garoto" pro Johnny, mas eu não me importo. Nada importa nesse momento. Só o quanto eu estou feliz. O quanto eu amo essa família maluca que eu tenho. O quanto esse momento foi perfeito. O quanto minha vida vai ser maravilhosa daqui pra frente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de ler assim como eu gostei de escrever. Espero o feedback de vocês nos comentários. Beijos e até a próxima.



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