O Vale de Hivelton escrita por Dauri


Capítulo 5
Presente


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas é a mesma desculpa de sempre, escola, a destruidora de vidas sociais :v, mas bem, aproveitem o capítulo ^^



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— Que interessante. – Fala um funcionário analisando calmamente sinais anormais no local, ele tomava seu café sem tirar os olhos da tela brilhante azul, anotando e preenchendo novos dados em sua prancheta. - Vou leva-los ao chefe.

E foi após imprimir os dados que o funcionário sai de sua escura sala pela porta automática e metálica, andava pelos corredores da gigantesca base que ficava na praia mais próxima de Hivelton, um único andar, o menor de todos, ficava para fora da água, uma saída e entrada para os que trabalhavam ali. Outros dez andares, gigantescos, setecentos m² cada um, era uma fortaleza e noventa por cento dela estava submersa. Lá, eram realizados experimentos perigosos e análise de mais de diversos dados, estudos, tudo relacionado à Hivelton passava por lá de alguma forma, era lá que armas eram produzidas massivamente para autodefesa.

— ATIVAÇÃO DO MECANISMO DE DEFESA ALPHA. – Falam altos falantes com uma voz robótica espalhados por todo o local.

— Como podem fazer um teste nessas horas? Só eu identifiquei a energia fora do comum próximo daqui? – Reclama o funcionário para si mesmo que corria incansavelmente, tentando chegar a sala do chefe, até que ele encontra um amigo entrando no elevador. – HEY, RAFA!!! Pode levar isso até o chefe? Tenho que cuidar do mecanismo alpha de defesa, daqui a pouco te encontro.

— Mas é claro. – Fala ele pegando o papel rapidamente antes da porta do elevador fechar, com um grande sorriso no rosto, seus óculos de grau retangulares e seu terno reluzente, Rafael sai do elevador e rapidamente chega a sala do chefe, inseriu a senha de acesso, inseriu sua digital e assim pôde prosseguir. Uma grande porta metálica se abriu e lá, ele viu o chefe no centro de uma gigantesca sala observando uma grande tela com informações gerais, uma redoma, onde ele via e controlava o sistema geral daquele lugar, um cômodo iluminado por computadores gigantescos, onde vários funcionários não paravam de trabalhar e falar em seus microfones. O chefe mantinha um ar confiante e sério, como se fosse o general de Hivelton em si. – Olá, chefe!

— O quê quer? – Pergunta ele com uma voz robusta e com um ar de superioridade, sem tirar os olhos das gigantes telas em sua frente. Com a pergunta, Rafael vai até o seu lado e lhe entrega o papel. – Que dados são esses?

— O Billy me disse para entregar pro senhor, ele tinha que cuidar das operações de defesa alpha, no sétimo andar.

—... Isso é perigoso, nunca vi um sinal mais estranho... Algum dos nossos submarinos captou algo?! – Pergunta o chefe em um tom mais alto para todos os funcionários na redoma.

— Aqui diz que quatro dos dez submarinos enviados para patrulhar estão conseguindo voltar para a base. – Fala uma mulher ajustando o microfone e digitando dados em seu computador.

— E por que raios não me disseram isso antes? – Pergunta o chefe, perdendo sua paciência (que já não era muita) e apoiando seus dois braços na ponta de uma mesa onde ficavam vários funcionários.

— A informação chegou há um minuto e meio atrás, os relatórios detalhados levam no mínimo cinco minutos para chegarem a perfeito estado aos nossos computadores.

— Chefe, um relatório que recebi agora diz que alguma criatura aquática não localizada destruiu mais dois submarinos, o sistema de ataque de um dos restantes está falhando por algum motivo desconhecido. - Fala outra moça mais séria, não esboçava muitas reações por conta do seu sono aparente e sabia que o pessoal de Hivelton poderia fazer algo, uma hora ou outra.

— Está legal, ativem as defesas o mais rá... – O chefe é interrompido por outro funcionário que fica em pé na frente do seu computador, espantado com as informações que recebeu.

— ACABAMOS DE PERDER CONTATO COM OS SUBMARINOS RESTANTES!! SENHOR, ISSO É OFICIALMENTE UM ATAQUE!! – Grita o funcionário largando o seu fone em cima da mesa de seu computador.

— Onde os submarinos foram vistos pela última vez? – Pergunta o chefe.

— Dois quilômetros e meio ao sudeste.

— Seja lá o que tenha ocorrido, vai chegar aqui em breve, ativem os alarmes e mandem atiradores para superfície!!

Todos os funcionários saem correndo para se proteger do jeito que dizia no protocolo de emergência, cada um colaborando de uma maneira diferente para resolver a situação, ou tentar amenizá-la. Antes do chefe sair da sala de comando, um tremor toma conta do local, alguns nem conseguiam ficar em pé de tão intenso. O capitão se apoia em uma parede e olha para os lados, pensando no que fazer, este é o momento em que alarmes ativam em alerta total, mal sabia ele, mas os dois últimos andares da base foram completamente destruídos e a água começava a invadir os próximos andares muito rapidamente, o desespero era geral, a multidão que ali trabalhava tentavam com todo o custo sair pelas poucas entradas e saídas que tinham, alguns acabaram sendo pisoteados pelas várias pessoas desesperadas. Soldados já se encontravam em cima do primeiro andar, fora do mar, com metralhadoras e bazucas prontas para disparar na direção onde as ondas indicavam a localização do monstro, o mar se agitava de uma maneira absurda, com diversos tremores e ondas enormes, mas que não chegavam neles. Foi então que surgiu algo que nunca viram antes, uma coisa saía bruscamente de dentro da água, tão rápido que ofuscou a visão de muitos por conta das ondas, mas eles atiraram no que quer que tenha saído da água, mas nada disso surtiu efeito, a criatura, da qual sua silhueta reptiliana media aproximadamente setenta metros de altura, levantou seu braço, do qual na ponta de suas mãos surgiam brilhantes longas e afiadas garras que num piscar de olhos, matou dois terços dos soldados que estavam no topo da base com um golpe destruidor que levou junto o primeiro andar inteiro.

— ATENÇÃO!! ATENÇÃO!! É UMA CRIATURA DESCONHECIDA, MATOU QUASE TODOS NÓS EM POUCOS SEGUNDOS, EVACUEM A ÁREA IMEDIATAMENTE!!! – Grita um dos soldados ao conseguir ver o gigantesco ser voltando para as profundezas, com certeza se preparavam para um ataque e dessa vez não se limitaria apenas ao mar, iria vir para o solo, acabar com o restante dos humanos que fugiam por suas vidas.

Três pessoas restavam no oitavo andar, elas corriam para as escadas, um havia ficado para trás enquanto os outros dois estavam muitos metros na frente.

 – CORRE MANO!! – Gritava um dos dois, enquanto o outro que havia ficado para trás continuou a correr, mas todos pararam quando ouviram um barulho no fundo do corredor. Não tiveram tempo de pensar, alguma coisa atingiu o oitavo andar brutalmente, matando todos que estavam nele e possivelmente levou o sétimo andar junto.

A base ruía e tudo desmoronava, poucos militares no local sabiam que não conseguiam lidar com a situação tentavam ajudar o pessoal á sair pela única entrada que ali tinham. Todos corriam de um lado para o outro enquanto a água invadia os corredores e salas. Metades das pessoas conseguiram sair do local, alguns pegavam seus carros enquanto outros corriam desesperadamente para florestas, infelizmente várias pessoas também morreram, afogadas, pisoteadas, esmagadas, entre outros tipos de morte que isso poderia ocasionar. O prefeito recebia diversas ligações e estava a ponto de ter um ataque com o número de pessoas relatando com tanto medo o que havia acontecido com a base.

— NOSSOS SISTEMAS DE DEFESA NÃO FORAM O SUFICIENTE CONTRA AQUELA COISA, POR ENQUANTO ESTÁ NA ÁGUA RODEANDO O LOCAL, MAS NÃO SEI POR QUANDO TEMPO ELA FICARÁ LÁ!! ...Ela pode ir para Hivelton... – Fala um funcionário da base, pensando nas catástrofes. O prefeito desliga o telefone na tomada e apoia sua cabeça e braços sobre a mesa enquanto lágrimas vinham aos seus olhos.

 – Se acalme se acalme, você pode lidar com a situação, temos um dos exércitos e armamentos mais poderosos do mundo, vamos destroçar o que quer que venha para cá. – Ele enxuga as lágrimas e se enche de uma confiança que ele sabia ser falsa, do mesmo jeito que sabia que demonstrar medo só vai piorar a situação. Ele sai da sala com pedidos de ordens para todos os soldados e cientistas que encontrasse que eles preparem os armamentos mais fortes.

Quando maior parte das pessoas se concentrou na saída, o monstro resolveu sair da água e num golpe poderoso, arremessa seu corpo contra o restante da base, destruindo-a completamente e matando mais alguns, o chefe foi arremessado contra a lama, um pouco arranhado pelas pedras, ele abre os olhos e vê a gigantesca coisa se levantando com seus longos braços (comparando á outros monstros parecidos). Um réptil enorme, muito idêntico ao Salaguiton, porém, ele era maior, possuída dentes afiadíssimos e um couro espalhado pelo seu corpo como se fosse uma armadura, duas barbatanas em cada lado da cabeça, uma longa e afiada cauda, ele tinha um tom preto meio azulado e sua couraça tinha cor amarelo queimado. Ele andava com suas grossas pernas, lentamente em direção á Hivelton.

 – Droga, é um ser desconhecido, ainda não está registrado no sistema... – Ele diz observando a criatura atentamente e tentando se apoiar nos seus braços numa tentativa de se levantar. – E também não dá tempo de catalogar agora, então todo mundo vai morrer!

É necessário um mínimo aviso para alguma autoridade de Hivelton, o comandante olha para a praia cheia de destroços e corpos, perto de uma árvore acha o corpo desmaiado de um assistente com um celular, pega ele, torcendo para conseguir fazer uma ligação.

 – Veja se tem sinal. – Um soldado logo surge atrás do comandante. – Veja se consegue achar a rota mais próxima para Hivelton. – Ele diz olhando o ambiente obscuro formado pela fumaça trazida.

 – Tem razão, existe o perigo de esse monstro pegar a rota direta para a cidade. Vou avisar alguma autoridade em Hivelton. - Diz o comandante perdendo uma paciência que já não estava muito grande. Ele dá uma olhada nos contatos e encontra o número de uma das ajudantes de Sônia. - É o melhor que temos, vamos logo. – Ele diz ainda sem paciência, simplesmente pressionando o contato com força antes mesmo de ter dito a frase passada. Ficou chamando por quatro segundos, até uma voz feminina atender, parecia não estar muito para conversas por conta de seu serviço.

— Por favor, diga o que quer logo.– Diz a ajudante de Sônia com uma voz terrível.  –E, por favor, não me diga que tem algo a ver com anormalidades.

— Se for assim, não vou falar com você nos próximos trezentos anos. – O comandante diz com uma voz sarcástica, mas ainda sim com um medo terrível. – Mas deixa o sarcasmo pra lá, tenho um alerta e preciso que você avise à seus superiores, tem uma criatura gigantesca que literalmente DESTRUIU a base na praia e agora está indo diretamente para Hivelton, sua velocidade é pouca por ser uma criatura aquática, vai levar uns cinco dias até ser um nível de ameaça muito grande para a população – Ele explica. – Mas nosso equipamento foi basicamente “Desintegrado” e a equipe mais próxima está… Aí em Hivelton.

 – E suas outras 40 equipes? ...E O QUE ESTÁ FAZENDO COM O CELULAR DO MEU NAMORADO?! – A assistente perguntou com uma voz duvidosa e com muita raiva.

 – Sabe o que aconteceu com o equipamento? Então… Ah, e seu namorado... Soldado, pode me dizer se este cientista está vivo? – Essa última parte o comandante falou mais baixa, o soldado ao seu lado ouviu os batimentos cardíacos do cientista.

— Ele está vivo, com ferimentos espalhados pelo corpo e batimentos cardíacos extremamente lentos, ainda respirando. Só está desmaiado, mas precisamos de um resgate para sobreviventes. -–Fala o soldado olhando para o chefe.

— Vou enviar uma equipe o mais rápido possível, pode me dizer que monstro atacou?

— Não. – Ele disse dando um pequeno risinho de desgosto consigo mesmo. - É um monstro novo, por isso não tivemos informações precisas e corretas de como nos defender. E se você não me ajudar provavelmente não teremos nem chance.

 A assistente, percebendo a gravidade da situação, larga os papéis em cima de uma mesa e sai correndo do laboratório principal no subterrâneo de Hivelton. Um elevador á leva para o prédio principal dos laboratórios na superfície, duas construções muito altas rodeadas de janelas, interligadas pela sala de recepção que era maior que uma casa. A assistente dá um tchau rápido para a recepcionista que estava com o mesmo rosto de desanimada de sempre e sai correndo para onde Sônia poderia estar, abre a grande porta de vidro e vai para o estacionamento, gigante, porém extremamente vazio, com apenas três carros estacionados.

— Era só o que faltava cadê minhas chaves? - Fala a garota mexendo em todos os bolsos do seu jaleco. - Ok, vou fingir que não esqueci e vou pegar um ônibus para poluir menos. Pelo menos tenho uma desculpa.

Ela corre para o ponto de ônibus e pega o primeiro que passa, quase vazio, apenas uma senhora tricotando estava dentro dele. Ela olha em volta e começa a se direcionar para o fundo do ônibus, a cientista se senta em um dos bancos e aflita começa a mandar mensagens para Sonia: “Seguinte, temos um problema, me diz onde você está pq é urgente, escuta, me encontra no mercado, daqui á quinze minutos sem tempo pra explicar”.

  Sonia que estava conversando com Denny e sua irmã Stephannie, colocou seu celular no bolso e se levantou.

— Acabei de receber uma mensagem da minha ajudante, vou ter que ir encontrar ela no supermercado em quinze minutos, espero que encontrem o presente, até mais. - Fala Sonia acenando enquanto corria para a saída da loja, deixando Denny e Stephannie sozinhos, sem ideia do que dar de presente para aquele funcionário do supermercado que havia perdido suas pernas enquanto os salvava daquele Klocanaju.

— Aqui tem muita coisa, tem certeza que só uma visita não é o suficiente? - Pergunta Stephannie, aparentando estar cansada daquela situação e revirando os olhos.

— Precisamos dar um presente legal, o cara perdeu a capacidade de andar, talvez para sempre e a gente nem teve tempo de agradecer. – Fala o irmão pegando um boneco de um tiranossauro e o boneco de um leão. – Acho que tá um pouco obvio qual desses dois a gente vai escolher, né?

— Pois é, mas por que vamos dar um dinossauro pro cara? Ele já é adulto, que tal uma caixa de bombons?

— Tem que ser algo que não desapareça tão facilmente, ele não vai lembrar-se da gente tempos depois de comer uma caixa de bombons.

— Mas eu também não quero que ele se lembre de mim olhando para um dinossauro.

Denny queria morrer gargalhando agora mesmo, mas para não causar confusões, simplesmente fingiu pensar em outra solução. Acabou que levariam um balão, flores e o dinossauro, único item do qual Stephannie não concordou em levar, de jeito nenhum, os irmãos foram para o caixa pagar os produtos.

— É um presente? – Pergunta o caixa contando o preço de tudo numa calculadora.

— Sim. – Fala Stephannie pegando o dinheiro num de seus bolsos da calça jeans que utilizava.

— Então esperem um pouquinho, vou pegar o papel de presente, assim vai ser mais prático... – O caixa é interrompido enquanto se abaixava para pegar o papel em uma prateleira nos seus pés.

— Ei! Pode colocar o dinossauro naquela caixa? – Pergunta Denny apontando para uma caixa de madeira que pegava poeira em uma das prateleiras mais altas acima do caixa daquela loja, a mesma estava com outrs utensílios como fotos e estatuetas decorativas.

— Aquela caixa? – Pergunta o funcionário querendo confirmar.

— Sim, quem sabe desse jeito a Stephannie não fique insatisfeita com o presente “inútil”. – Fala Denny olhando torto para o dinossauro.

— Até que enfim vou tirá-la daí, ninguém comprava ela e fiquei com dó de jogar fora uma caixa tão bonitinha como essa, escutem... – O funcionário pega o dinossauro e coloca dentro da caixa. – Não precisam pagar, está me fazendo um favor, eu até já tinha esquecido o preço dessa coisa.

Os irmãos saíram um pouco surpreso com a situação, mas felizes com o que conseguiram, ficaram na entrada da loja, encarando a linda caixa.

— Saímos no lucro, e agora? Gostou do que vamos dar? – Pergunta Denny esperando uma resposta obvia.

— Sim, a caixa é ótima. – Responde Stephanny fazendo uma cara de “Era essa a resposta que tu querias?”.

Ambos fizeram uma pequena caminhada de dez minutos, passaram por uma linda rua cheia de árvores muito verdes que faziam muita sombra, incentivando os irmãos á fazerem uma caminhada mais rápida, enfrentando o gigantesco calor.

— Já estou com saudades do ar condicionado daquela loja. – Fala Stephannie esfregando um pequeno lenço na testa. – Se eu soubesse que estaria esse calor, colocava roupas mais adequadas.

— Eu não aguento mais, saímos por sete minutos e já estou desfalecendo no meio do caminho. – Fala Denny esfregando suas mãos no seu rosto.

— Estamos chegando ao hospital, lá tem ar condicionado e água gelada.

Chegando ao local, entram rapidamente e dão um suspiro imperceptível, aliviados por não terem de passar por aquele calor novamente, algumas pessoas estavam sentadas, esperando algum atendimento, os irmãos vão direto para o recepcionista que fazia algumas anotações á lápis.

— Olá, viemos fazer uma visita á um amigo... – Fala Stephannie se apoiando no balcão.

— Sim, claro, ponham suas identidades no balcão que eu vou fazer o crachá de vocês para que sua passagem seja permitida, os guardas irão revista-los após isso. – Fala o funcionário verificando e fazendo os crachás, após eles terem sido feitos, foram colocados na camisa de cada um. Os guardas da entrada revistaram seus itens e bolsos.

— O que tem dentro dessa caixa? – Pergunta um deles para Denny.

— Um dinossauro de brinquedo, pode revistar se quiser, aqui, ele possui mecanismos que fazem barulho de um rugido e... – Ele é interrompido pelo soldado que fecha a caixa.

— Tudo bem, não parece ser perigoso. Qual o nome do paciente que querem visitar?

— Só sabemos o quarto, é o 411! – Fala Stephannie guardando sua identidade no bolso.

— Nesse caso, por questões de segurança, iremos escolta-los até o quarto e perguntar para os médicos se podem entrar. – Fala um soldado levando os dois por meio dos corredores cheios de quartos, eles entraram em um elevador e foram para o quinto andar. Um médico tomava café perto de uma sala de cirurgias, os guardas perguntaram para ele sobre o paciente do quarto 411, após pegar sua ficha na outra recepção, viu que ele já estava liberado para visitas, porém, somente por 3 horas.

Após serem levados para o quarto no fim de um corredor no mesmo andar, os guardas voltaram para seus postos no primeiro andar, deixando os irmãos em frente a porta do quarto onde estava o funcionário. Eles entraram devagar e viram que o mesmo estava dormindo silenciosamente, era um cômodo pequeno, tinha um banheiro, uma pia ao lado da porta do banheiro e espaço para uma pequena TV, a cama ficava em frente á televisão, ao lado da cama estava uma janela com cortinas transparentes, a luz do sol dava um tom alaranjado ao quarto, tinha alguns equipamentos em torno do paciente, junto de uma pequena mesinha móvel com uma bandeja e metade de um sanduíche.

— Acordamos ele? – Pergunta Stephannie prendendo o balão na mesinha onde ficava a TV.

— O médico falou que ele estava liberado para visitas, não vim até aqui para ver ele dormir. – Fala Denny largando a caixa em cima de uma cadeira e indo direto ao funcionário para acordá-lo. – Acorda, cara, acorda.

O funcionário dá uns gemidos e abre um pouco os olhos, volta á fechá-los para coçar, agora sim, percebe que tem alguém no quarto. Ele faz uma cara de quem não sabia o que estava acontecendo, mas voltou á raciocinar e logo fez um comentário.

— Caraca, eu dormi MUITO bem, fazia tempo que eu não tinha uma noite de sono tão boa.

—... Mas já são três da tarde... – Fala Stephannie.

— Sério? Nossa, bem... Ah, eu lembro de vocês, são aqueles dois irmãos que estavam no supermercado quando eu perdi minhas pernas. - Responde o moço serrando um pouco os olhos.

— Falando nisso, sentimos muito por isso. – Fala Denny um pouco triste.

— Nah, vocês não tem culpa, não tinha como escapar daquela mordida. Eu posso lidar bem com isso, sempre existem as próteses e cadeiras de rodas, fora que já vi gente perder mais do que isso...

— As pernas?

— Até a vida... – Essa parte deixou os irmãos assustados, eles se olharam. – Mas saindo do lado mórbido, a gente nem sabe nossos nomes, quais são os seus?

— Eu sou Denny e essa é a Stephannie. – Fala Denny dando um sorriso. – A gente soube onde você estava por meio de uma amiga, ela tem bastantes informações sobre esse lugar, falando nisso, ainda tenho algumas perguntas sobre o porte de armas, principalmente...

— Isso é simples, aqui o porte é permitido para defesa própria, mas como vocês tentaram fugir e isso por aqui é um crime, irão precisar assinar alguns documentos para conseguirem outra arma novamente... Opa. Desculpa, meu nome é Cleyton.

— Como soube da nossa fuga? – Pergunta Stephannie, surpresa com a fala.

— As notícias correm rápidas e eu tenho um amigo que trabalha na polícia por aqui. Quase todo mundo sabe, precisam ficar antenados de tudo que acontece para se prevenirem de mortes por alguma sobrenaturalidade.

— Faz sentido, falando em amigos, por que ninguém veio lhe visitar?

— Ah, esse meu amigo já me fez uma visita, ele me deu uma caixa de bombons... – Essa parte fez Denny olhar com uma cara de riso para Stephannie que revirou os olhos. -... E de parentes? Tenho apenas minha mãe, mas ela já está velhinha e cansada, não queria a fazer vir até aqui, ela mora do outro lado da cidade e eu já mandei uma carta dizendo que estou bem do incidente, provavelmente vai estar me esperando com um suco de abacaxi quando eu sair daqui.

— Você sempre morou aqui? – Pergunta Denny se sentando em uma cadeira ao lado da cama de Cleyton.

— Desde que eu nasci.

— Uau... Pois bem, a gente te trouxe alguns presentes, para te fazer sentir melhor e tentar compensar o que você fez pela gente no supermercado. – Fala Stephannie pegando as flores e o balão escrito “Corra pelos seus sonhos”. – Eu juro que não sabia que isso estava escrito.

— Pff... Desculpa, não vou rir... – Fala Denny botando suas mãos na boca.

— HAHAHHAHAHAHAH!!! MEU DEUS, ADOREI, VOU CUIDAR DESSE BALÃO O MÁXIMO QUE EU PUDER!! – Cleyton dava gargalhadas fortíssimas, tanto que ele chegou a lacrimejar. Ele pega o balão, se recuperando das risadas e amarra-o na sua cama.

— Bom, pra não chegarmos ao humor negro, trouxemos essas flores. – Fala Denny colocando flores em um copo com água. Porém, o mesmo cai no chão junto das flores. – AAA!! Calma, deixa que eu limpo isso aqui, nunca gostei de copos de plásticos.

Enquanto Denny se abaixava, Stephannie foi até a cadeira onde colocaram a caixa e a pegou para entrega-la á Cleyton.

— Eu concordei em trazer a caixa, mas aviso que o que está dentro da caixa foi o meu irmão que escolheu. – Fala ela levando a caixa perto de sua cama, Stephannie abriu ela antes de entregar e um clarão de luz saiu de dentro, todos foram cegados, Denny que já havia limpado a água escorregou no chão úmido com o susto, a irmã foi jogada em algumas cadeiras e deixou a caixa cair no chão, Cleyton só teve tempo de colocar seus braços na frente do rosto.

Depois de todos recuperarem a visão, Denny se apoia na cama do funcionário que olhava atônito para o que havia em cima da caixa, ou melhor, o que saía dela.

— Você me deu um portal, Denny? – Pergunta Cleyton olhando para um portal redondo e com um tom de azul fortíssimo, ele aparentava sair de dentro da caixa, como se fosse um holograma, todo o quarto ficou num tom acinzentado com apenas o portal iluminando de forma fraca. Ele tinha mais ou menos um metro de altura e meio metro de comprimento.

— Claro que não... Mas se quiser, pode ficar com ele... AI, CARAMBA, STEPHANNIE!! – Grita Denny correndo até a irmã e ajudando ela a se recuperar do impacto nas cadeiras.

— Minhas costas tão tudo arrebentadas... – Fala Stephannie se levantando com dificuldade.

O portal começa a fazer um barulho agudo, seu brilho começa a ficar intenso e uma silhueta preta começa a sair dele, depois que ela sai totalmente, seu brilho diminui e podemos ver que o que havia saído: um homem muito alto, magro de pele clara. Usava um terno preto, uma gravata preta e uma cartola da mesma cor do terno, sapatos reluzentes (da cor preta) e uma espécie de cetro, tinha um bigode moustache e uma sobrancelha extremamente negra.

— Parece que o experimento funcionou... – Fala o homem de terno confiante e com uma voz calma enquanto olhava para os irmãos e para Cleyton. – Bem até de mais... Quem são vocês?

—... Como... – Denny não sabia o que questionar e gaguejava ao tentar pronunciar algo. – Nós que te perguntamos...

— Bom, para iniciar alguma conversa produtiva, terei de me pronunciar. Sou Sonebre, rei de Marlenia do Sul, agora poderão me dizer quem são? – Fala ele fazendo um gesto convidativo á falarem alguma coisa.

— Eu sou... Eu sou Denny, essa é minha irmã Stephannie e aquele deitado é... Cleyton. – Responde Denny ainda estranhando a situação, tendo dificuldade para falar algo ainda de olhos arregalados.

— Parecem assustados, algo de errado? – Pergunta Sonebre fazendo um olhar desconfiado.

— Bom, aparentemente sim, você saiu de um portal que saiu de uma caixa, não é normal ver um mafioso fazer isso. – Fala Denny levantando Stephannie.

— Mafioso? Não, eu sou um rei, já falei, estou aqui para... Negócios, muito importantes e tenho pelos meus cálculos... – O denominado por Denny, mafioso, pôs a mão no portal e retirou anotações em uma língua estranha e desconhecida para os humanos. – Tenho apenas 14 minutos para fazer o que vim fazer...

Ele dá um sorriso sádico e o portal muda de cor, o clima fica pesado, Sonebre vai até Denny e Stephannie.

— O que você...  – Antes de Stephannie poder dizer algo, o rei a interrompe.

— Foi muito bom conhecer vocês, talvez os humanos que restem conheçam a tecnologia dos portais interdimensionais, mas até lá, não terão a mínima chance, recomendo que vão para o planeta que suporte sua espécie mais próximo.

— Planeta de suporte?

— Idiotas, pelo visto são mais primitivos do que eu pensava. Vou para meu lado sádico, hora de se divertir... Pelo menos pra mim. – O Sonebre dá duas batidinhas de leve no chão com seu cetro, iluminando a sala com um verde claro, brilhante e misterioso. Cleyton lentamente bota o cobertor que usava sobre todo o seu corpo, com muito medo do que poderia vir.

— Que barulhos são esses? – Pergunta Denny dando um passo para trás, ouvindo latidos e rosnados vindos de dentro do portal.

— São minhas mascotes guerreiros, treinados para despedaçar suas vítimas violentamente... Mas não se preocupem, eles vão fazer isso tão rapidamente que nem vão perceber que morreram. – Após essa frase, um lobo um pouco maior que o normal, olhos azuis e pelugem cinza, saiu rosnando e latindo, mostrando seus dentes afiadíssimos e seu olhar sanguinário.

— MAS QUE PORRA!! – Grita Stephannie quase caindo no chão com o susto, o grande lobo parou do lado de Sonebre, esperando alguma ordem.

— O que está esperando? Não temos muito tempo. Pode despedaçar á vontade. – Fala o rei ajustando sua gravata para dentro de seu terno reluzente, o lobo corre atrás dos irmãos que abrem a porta e fogem para os gigantescos (e agora acinzentados) corredores do hospital, vários outros lobos sanguinários saíam do portal correndo enfurecidamente pelo prédio. – Enquanto isso verei se eles tem mais alguma informação para me mostrar... – Fala Sonebre entrando no portal lentamente.

— O quê eu faço? Estou mais encurralado que um exemplo que não consigo citar porque estou com muito medo. – Sussurra Cleyton para si mesmo, sem se mexer, apenas ouvindo o rosnado aterrorizante das criaturas que aparentavam dormir, acordar e devorar suas vítimas com muita raiva.

Denny e Stephannie corriam por um longo corredor cheio de quartos, acharam a recepção do quinto andar, próxima do elevador, eles apertaram o botão para abrir a porta, mas nada funcionava.

— POR QUE NÃO FUNCIONA?! – Grita Denny colocando suas duas mãos na cabeça em sinal de desespero.

— NÃO PERCEBEU?! TUDO Á NOSSA VOLTA LITERALMENTE PAROU, O CLIMA, AS PESSOAS, O MUNDO!! POR ISSO TUDO AQUI ESTÁ CINZA, SEM COR E SEM VIDA!! – Responde Stephannie, apontando para a recepcionista que havia travado enquanto andava para uma sala. – Vamos pela escada!

Os irmãos correm para outro corredor ao lado, que possuía escadas enormes para pacientes que precisassem subir com muito equipamento, enquanto eles desciam o mais rápido possível, puderam ouvir no andar acima Sonebre lendo alguns dados.

— O quê está fazendo aqui? - Sussurra Denny para Stephannie que mandou ele ficar quieto.

— Bla, bla, bla, energia dimensional necessária para manter o portal vivo até o equilíbrio se estabelecer, algo derivado dos Baziliontons, sistema solar permanecerá parado até a recarga que levará 14 minutos de acordo com os dados anteriores, tudo permanecerá sólido até contato direto com energia cósmica, etc. AFF, INFORMAÇÕES INÚTEIS, ISSO SÓ VAI FACILITAR MINHA CONQUISTA GLOBAL!! – Fala o rei amassando o papel e o jogando para trás. — Se existirem prédios mais bonitos que esse, talvez consiga criar uma sede neste planeta.

— Vamos lá. – Sussurra Stephannie puxando o irmão para a próxima escada, mas aproximadamente cinco lobos subiam lentamente, farejando os dois que tampam suas bocas ao mesmo tempo, se prevenindo de qualquer barulho que possa alertá-los.

Cleyton olhava os lobos saírem do portal e irem direto para a porta do seu quarto, lhe ignorando totalmente, já que sua cama estava atrás da entrada do portal. Ele estava impossibilitado de fazer qualquer coisa, além do medo absurdo que corria pelo seu sangue, pensou, pensou, pensou e por conta da pressão que aquelas criaturas exerciam sobre ele, pensou em usar a ideia que teria mais chances de executar.

­– Vamos lá, não tenho mais nada á perder. – Cleyton se joga de sua cama, caindo com seus braços perto da caixa e embaixo do portal. – Parece que o portal está saindo da caixa, talvez se eu fechá-la, ele some de vez. – Foi então que ele fechou a caixa bem na hora que um lobo estava atravessando o portal, metade do seu corpo caiu na frente da caixa enquanto a outra parte provavelmente estava em outra dimensão.

— ALGUÉM FECHOU O PORTAL!! – Grita Sonebre não sentindo mais a energia do portal. – VENHAM MEUS LOBOS, VAMOS RESOLVER ESSA SITUAÇÃO!!

Os lobos que aparentemente haviam encurralado os irmãos saíram correndo para outra direção por ordem do rei, ambos ficaram aliviados e pararam para pensar bem no que ouviram e deveriam fazer.

— Ouviu tudo? Só temos mais oito minutos e um caos gigantesco se estabelecerá na cidade, todos desprevenidos vão morrer, vai ser um massacre. – Fala Denny horrorizado.

— Mas tu ouviu? O portal se fechou, talvez... O CLEYTON, TALVEZ ELE TENHA FEITO ALGO PRA FECHAR O PORTAL!! – Falava Stephannie.

— O problema é que não podemos ir para o quarto, lá tá cheio de monstros... QUE VÃO DEVORAR O CLEYTON, BORA DISTRAIR ELES, ASSIM TEREMOS UMA CHANCE!! – Grita Denny correndo para o quinto andar novamente.

— POR ACASO VOCÊ É LOUCO?! – Grita Stephannie ainda na escada de baixo.

— É como você disse: Sou otimista... Até demais... – Responde Denny subindo as escadas.

— Pelo menos reconhece. – Zomba a irmã o seguindo.

Ambos pegaram itens que fizesse muito barulho, como máquinas de metal e alguns outros itens hospitalares fora de uso. Eles foram para a maior escada do prédio e jogaram tudo que tinham lá, obviamente fez um barulho estrondoso que atiçou os lobos que foram ver o que era, enfurecendo Sonebre.

— Só pode estar de brincadeira comigo... SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA COMIGO!! É SÉRIO?! – Ele entra no quarto de Cleyton e o vê segurando a caixa com todas as forças no chão enquanto se apoiava na cama. – VOCÊ!! DEVOLVE-ME ESSA CAIXA!!

— Não! – Responde Cleyton se encolhendo em volta da caixa, Sonebre vai até ele e tenta puxar a caixa de seus braços.

— Me dá!!

— NÃO!!

— Se não me der, eu vou te matar!

— VOCÊ IA ME MATAR DE QUALQUER JEITO, ARROMBADO!! – Grita Cleyton dando um soco no joelho do rei, que reage.

— AI, DESGRAÇADO!! – Xinga Sonebre que dá um golpe com seu cetro no rosto de Cleyton, fazendo-o soltar a caixa.

— Finalmente, os seres dessa dimensão não respeitam uma autoridade, é impressionante. - Abrindo a caixa, o portal se restaura e Sonebre chama por soldados, Cleyton rasteja para de baixo da cama, numa tentativa de se esconder das diversas criaturas que saíam do portal, cada uma mais assustadora que a outra.

Denny e Stephannie se separaram cada um correndo por salas e andares diferentes do hospital, o mais novo estava na recepção principal do prédio, ele saiu batendo fortemente nas portas que não se moviam por conta de todos aqueles dados que ele já não lembrava muito bem. Ele sai do prédio e vê o céu piscando cinza e a cidade no geral estava mais cinza e parada que o comum.

— Não mudou muito... – Denny olha para o lado e vê um soldado com um cassetete. – Ótimo, o que eu precisava.

Ele pega a arma e acima de sua cabeça ouve uma janela quebrando e seus cacos parados no ar, mas isso não era o mais surpreendente, do quinto andar, saltou um cavaleiro de armadura negra, seu corpo parecia ser feito de uma aura que deixava rastros de sombra por onde passava, seu cavalo era marrom, porém com uma aparência maquiavélica e olhos vermelhos. O cavaleiro iria acertar Denny com um bastão cheio de espinhos se o mesmo não tivesse saltado para trás com o susto, sem pensar muito, o garoto corre para dentro do Hospital, fugindo daquela criatura desconhecida que o perseguiu até as escadas onde Denny se pronunciou.

— Eu lembro que eu já vi você em um jogo, espera eu lembrar o nome e acabar com esse mafioso que eu já volto!! – O cavaleiro ficou sem entender e depois dessa, simplesmente desistiu de ir atrás do rapaz (Também porque seu cavalo ainda não subia escadas).

Stephannie andava perdida pelos corredores, para ela, eles haviam aumentado de tamanho e multiplicado não se sabe quantas vezes de quantidade, a mais velha olha para um lado, para o outro e vê o que parecia um palhaço com dentes assustadoramente afiados andando em um monociclo, o mesmo fazia malabarismo com algumas bolinhas pretas e em meio de risadas aterrorizantes, ele joga essas bolinhas em Stephannie que desvia após ver que elas causavam pequenas explosões. Desviou de mais algumas com dificuldade, corria no que parecia ser um corredor infinito, tentou fazer algo arriscado, chutou de volta umas das bombinhas que acertou o monociclo do palhaço, caído no chão, ele joga mais uma que pela demora em explodir, Stephannie aproveita e chuta a mesma na boca do palhaço que dava risadas intensas, ele se engasgou tanto que a bombinha explodiu sua cabeça.

— Estou me sentindo uma lenda, mas no momento não tenho tempo para me admirar. – Fala ela ao perceber que os corredores voltaram ao normal, mas com alguns lobos e monstros por ele, a irmã corre como nunca correu antes.

Denny passou despercebido pela maioria das criaturas, porém, alguns lobos e ogros correram atrás dele, o irmão arromba a porta do quarto de Cleyton e sem pensar muito derruba o Sonebre que não teve tempo de se surpreender.

— DENNY, PÕE FOGO NESSA CAIXA, IMEDIATAMENTE!! – Grita Cleyton debaixo da cama.

— EU NÃO TENHO NADA AQUI!!! – Responde Denny com muita adrenalina no corpo.

— TEM UMA ENFERMEIRA FUMANTE NO FIM DO CORREDOR, ELA PROVAVELMENTE TEM UM ISQUEIRO!!

Sonebre ia dar um golpe em Denny se Cleyton debaixo da cama não tivesse puxado seu pé para cair novamente, o irmão abre a porta e se depara com um ogro, usa o cassetete para tentar segurar o monstro batendo em seu olho. Stephannie aparece próxima do corredor onde estava a enfermeira fumante.

— STEPHANNIE, PEGA O ISQUEIRO DESSA ENFERMEIRA NO SEU LADO!! – Grita Denny usando a porta de escudo contra o ogro para a irmã que rapidamente vasculha os bolsos da fumante. Stephannie corre para o quarto de Cleyton, aproveitando que o ogro estava distraído com as dores em seu olho.

­– TENTA ACENDER!! – Grita Cleyton não deixando o Sonebre se levantar.

— TEMOS MENOS DE UM MINUTO!! – Alerta Stephannie com muito medo.

­– Acenda, por favor, isqueiro, eu nunca te pedi nada, acende só dessa vez. – Clamava Denny enquanto desesperadamente tentava acender o fogo e via a porta do quarto ser aberta por lobos e monstros, Sonebre ia acertar Cleyton com outro golpe de seu cetro, foi quando o isqueiro acendeu sendo jogado dentro da caixa que rapidamente pegou fogo por causa da energia liberada para formar o portal. — Boa! Consegui!

— Só pode estar brincando comigo... - Fala Sonebre com muita raiva de Denny que se levantava aliviado que nem percebeu o rei indo lhe dar um soco, mas antes do punho chegar no rosto do mais novo, ele começa a virar uma aura bizarra que é sugada para dentro do portal, levando Sonebre e todos os outros monstros da outra dimensão.

— DENNY!! ARREBENTA ESSE MAFIOSO NA PORRADA!! - Grita Stephannie chegando na porta, pensando que a treta já não tinha acabado. - APROVEITA QUE OS ANIMAIZINHOS VIRARAM FUMAÇA!

— NÃO, QUE TRAGÉDIA, COMO ISSO É POSSÍVEL?! SERES PRIMITIVOS NÃO DEVERIAM POSSUIR TAL CAPACIDADE, NEM PUDE USAR MEUS PODERES, MALDITO SEJA DENNY!! Só não digo que volto em breve porque odeio clichês, meus parabéns, ganhou de mim por agora. – Essa última parte Sonebre faz um gesto de despedida enquanto vira um vulto negro, como se estivesse derretendo, igual todos os seus capangas e mascotes sendo sugados pelo portal que se desmaterializava aos poucos, tudo começou a voltar para o portal, um barulho ensurdecedor começou a invadir os ouvidos de todos. Quando todas as anomalias foram sugadas de volta, um clarão fez o portal desaparecer e o mundo voltar á ter cores, vida e movimento.

Todos estavam respirando para recuperar o fôlego após tanta adrenalina e ação, porém, o fogo da caixa fez todos na sala se alertarem de quase botarem fogo em um hospital, infelizmente o alarme de incêndio tocou, rapidamente pegaram água e jogaram na caixa, apagando o fogo. Enquanto Stephanny colocava Cleyton de volta em sua cama antes de alguma enfermeira ver como estavam, Denny escondia a caixa queimada, bem na hora, uma enfermeira abriu a porta do quarto.

— Vocês estão bem?

— É, estamos sim! - Fala Cleyton disfarçando muito bem.

— Ah, que bom, é que aconteceu muitas coisas estranhas no último segundo, alarme de incêndio, equipamento jogado escada abaixo, que loucura.- Fala a mulher revirando os olhos.

— Sim, está tudo ótimo! – Fala Denny tomando um gole de água.

— Tudo bem, se cuidem, qualquer coisa pode chamar! – Após fechar a porta, Stephannie ficou pensando de forma bem explícita.

— Como o isqueiro funcionou se tudo estava paralisado?

— Talvez a energia já estava retornando para fazer o universo voltar á se mover... É a explicação mais lógica. – Responde Denny coçando os olhos.

— Energia? Do quê estão falando? – Pergunta Cleyton colocando uma mão na cabeça.

— Nada, nada, depois a gente te explica... Será que ainda dá pra recuperar o dinossauro? – Pergunta o mais novo olhando para a caixa.

— Sim, só está um pouquinho chamuscado nas bordas, vou dar uma lavadinha na pia do banheiro. – Fala Stephannie pegando o dinossauro de brinquedo e levando para o banheiro.

— Vocês me deram um dinossauro? – Pergunta Cleyton, muito calmo.

— Sim, ele dá rugidos e tudo mais. – Responde Denny se sentando em uma cadeira ao lado de Cleyton que sem reação agradece.

—... Valeu.

***

De noite, o hospital estava quieto, todos os pacientes dormiam e os médicos de plantão estavam á toa em suas salas. Nas maiores escadas do lugar, o cavaleiro de outra dimensão e seu cavalo encontram um papel jogado no chão e o abrem.

— Talvez essas informações sejam úteis... - Fala o cavaleiro para si mesmo enquanto guardava o papel e subia em seu cavalo, ambos desaparecendo nas sombras...


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Notas finais do capítulo

Informações que os humanos conhecem sobre o monstro que atacou a base até agora:

Origem: Desconhecida.
Primeiro avistamento: 16 de março de 2023, na Base de Experimentos de Hivelton.
Aparência: Um réptil de 90 metros de altura, idêntico ao Salaguiton na sua fisionomia, mas braços maiores e pernas mais grossas. Possuía dentes afiadíssimos, uma cauda afiada, duas barbatanas em cada lado de sua cabeça, possuía um couro espalhado pelo corpo em pedaços, sua pele tinha um tom azulado e escuro enquanto sua couraça possui um tom amarelo queimado.
Habilidades: Nado extremamente rápido e garras longas que cortam tudo em uma velocidade muito alta.
Fraquezas: Desconhecidas.
Como matar: Desconhecida.



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