O Vale de Hivelton escrita por Dauri


Capítulo 3
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo demorou, mas espero que tenha ficado bom, espero que gostem :D



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Denny sente muita dor, tanta que acabou desmaiando noite passada, já era por volta de sete horas da manhã, quando ele sai do meio de diversos escombros e poeira, ele geme baixinho por conta das dores, mas consegue ficar em pé, totalmente sujo de cinzas se apoiando no pedaço de metal ao seu lado, tenta seguir em frente.

— Vamos lá Denny, dores foram feitas para serem enfrentadas. – Fala ele para si mesmo, se levantando com dificuldade, ao olhar para frente, vê o corpo do monstro gigante que os atacou ontem derrubado no chão, seu corpo ocupava toda a espessura da rua que dava para a usina, ele tomou um susto, mas logo se acalmou ao ver que a criatura não se mexia, seu rosto e crânio estavam completamente destruídos, a criatura sendo de pedra, fez parecer aquilo um monte de entulhos. Como aquele plano maluco de Denny foi efetivo: Mesmo após o ataque dos caças, as mãos da criatura ainda estavam entrelaçadas com os fios da rede elétrica. – Não se se fico orgulhoso, assustado, triste, brabo... Não tenho reação pra isso...

O garoto olhava para tudo, o fogo havia parado, porém, sinais de destruição ficaram por toda a parte, corpos de algumas pessoas podiam ser vistos por entre os escombros dos prédios, sangue manchando paredes e muita fumaça, já via alguns caminhões recolhendo os escombros ao longe. Em meio a tudo isso, ele anda lentamente e com dificuldade até onde achasse alguém vivo, novamente com seus pensamentos perdidos, não sabia o que dizer, precisava pensar em outra coisa, além de se preocupar com a irmã.

— Está calor... Está muito calor... E o estranho é: Deve ser muito cedo, o céu está cheio de nuvens acinzentadas quase transparentes e nessa região devia estar nevando desde que chegamos. - Mas neve foi a única coisa que não viram, isso e diversas outras coisas intrigavam Denny que sem notar, dá de encontro com a entrada do refúgio, um pouco suja por conta dos diversos destroços de prédios que conseguiram chegar até a porta, com seu braço machucado e uma perna doendo muito, ele dá duas batidinhas na grande porta de ferro. – Olá? Tem alguém aí?

De dentro do refúgio, o prefeito de Hivelton conversava muito com o general e os seus soldados.

— Vocês tem certeza que apenas duzentas pessoas morreram neste ataque e que todos estão salvos aqui? – Pergunta o prefeito lendo diversas anotações e limpando sua testa suja de suor com um paninho branco.

— Total certeza senhor, quarenta e três dos mortos eram civis. – Dizia o soldado mostrando ter total certeza da situação, até que vem um estagiário correndo pelo longo estabelecimento até chegar no general e no prefeito.

— Com licença, senhores... – Ele recupera o fôlego e assim consegue falar. – Tem um civil na porta do refúgio, parece ferido.

— Sério? Todos os civis estão aqui? – Pergunta o prefeito de forma irônica ao soldado que fez essa afirmação. – Façam a revista nele, vai que ele é um Umbrape ou qualquer outra coisa e não sabemos.

Denny esperava sentado no chão, em frente ao portão do refúgio, esperando uma resposta ou qualquer sinal de vida, até que o mesmo percebe um barulho de algo mecânico na ponta da porta, é quando uma espécie de luz amarela sai de um projetor e ilumina Denny, ele se assusta um pouco, mas quando a luz indica que ele não é uma criatura ou algo do gênero, a porta do refúgio se abre, Denny entra o mais rápido possível, na entrada, ele vê um longo corredor com diversas entradas nas paredes, cinco soldados chegam para sua escolta e revista.

— Me responda, onde o senhor estava? – Pergunta um dos soldados com um bloquinho de anotações e uma caneta, enquanto o resto ficava atrás e na frente de Denny com suas armas prontas para atirar. – Está ferido?

— Eu acordei na usina elétrica e acho que torci meu pulso e arranhei bastante minha perna. – Fala Denny meio baixinho e fraco.

— Tudo bem, CHAMEM A EQUIPE MÉDICA OITO!! – Grita o soldado com o bloquinho, mandando o resto ajudar Denny a chegar em uma porta de ferro que foi aberta com um código de barras de um cartão que um dos soldados tinha. Lá dentro, estava praticamente toda a população de Hivelton numa gigantesca sala de metal de tamanho imensurável com um telão do tamanho de uma das paredes no fundo, cada um ajudando o outro, era um gigantesco sistema de refúgio que existia ali em baixo, diversas pessoas de jaleco que Denny pensava serem médicos, chegam com uma maca para leva-lo para uma espécie de enfermaria, enquanto levado, perguntavam sobre seu nome, e que tipos de sintomas ele tinha.

— Denny Gauthier? Ah, você é parente de Stephannie Gauthier? – Pergunta o médico enquanto levavam Denny para algum quarto.

— Sim, sou eu.

— Você precisará se recuperar dessa perna, ela está sangrando muito, acho que posso deixa-los no mesmo quarto. – Diz o doutor que faz sinal para os enfermeiros levarem a maca de Denny para o quarto dezesseis. Após fazerem isso, outros médicos apareceram e começaram a cuidar do sangramento de sua perna, junto do seu pulso torcido, passou-se alguns minutos, Denny estava de um lado do quarto, ao lado de sua cama, tinha uma cortina branca, que provavelmente impedia Stephannie ver Denny e vice-versa.

— Hey... Tem alguém do outro lado da cortina? – Pergunta Denny virando sua cabeça para a cortina.

— ...Denny? – Diz uma voz igual a de Stephannie do outro lado.

— STEPHANN... Ai, que dor de cabeça... – Fala Denny perdendo sua animação, mas voltando a ficar feliz por Stephannie estar viva. – Eu, por alguns momentos, pensei que tinha sido esmagada por aquele espinho gigante.

— E eu achei que aquele monstro tinha te pego, te devorado, eu sei lá... Mas fico feliz que esteja vivo e bem.

— Bem eu não estou, torci meu pulso e minha perna está toda ferrada, tá sangrando muito.

— Está melhor do que eu, torci minha perna e bati muito forte com minha cabeça numa pedra.

— Minha nossa... Olha, me desculpa.

— Desculpa pelo o quê?

— Por ter feito essa maldita viagem, a gente só se ferrou desde que chegou aqui, não vai dar para viver nesse lugar se a cada dia aparecer um monstro novo com novas maneiras diferentes de nos matar, assim não vai dar

— Denny, calma...

— Eu não vou me acalmar, vou sair deste lugar, nem que eu tenha que quebrar leis nacionais, federais, continentais, etc. Temos o direito de viver uma vida agradável sem ter de ficar presos num poço de mortes onde somos inferiores a todas as criaturas sobrenaturais deste lugar.

— Ok, tome uma atitude, mas não vá ficar maluco com aquele...

— PLANO DE FUGA, BOA IDEIA STEPHANNIE!! – Fala Denny abrindo um grande sorriso.

— ...É... Isso aí, era exatamente o que eu queria que você NÃO PENSASSE!! Você se lembra da maioria dos detalhes do sistema de segurança desse lugar?

— E você se lembra que esse mesmo sistema foi atacado e destruído por um monstro?

— Oh, estou entendendo aonde quer chegar. – Fala Stephannie ficando pensativa.

— Vamos nos aproveitar que os caras estão reconstruindo o "sistema obviamente infalível" e dar o fora daqui.

— Até que não é má ideia... Não, esquece, é uma péssima ideia, os soldados daqui destroçaram aquele “Sala não sei o quê”, imagina o que fariam se descobrissem noss... Seu plano. - Comenta Stephannie revirando os olhos, tentando recusar totalmente o plano.

— E se não descobrirem?

— E se descobrirem?

— Você é pessimista demais, tem que olhar o lado positivo da coisa.

— E você é otimista demais, tem que analisar o lado negativo da coisa para que o lado positivo funcione. – Fala Stephannie encerrando a discussão e pegando seu celular. - ...Espera, será que podemos mandar mensagens para alguém nos ajudar? Temos internet.

— Pelo visto você não lembra, mas a Sonia falou que nossos dispositivos compatíveis a internet estão agora ligados permanentemente em um sistema de redes privada de Hivelton controlada por satélite, não podemos ter contato com o mundo exterior, mas pelo menos podemos ver alguns vídeos no Youtube.

— Oh...

Tudo ficou em silêncio, ambos os irmãos não sabiam o que conversar, tinham muitas dúvidas sobre o local, mas Sonia não estava ali para responde-las e perguntar um para o outro não ajudaria em quase nada. O que restava, era esperar ordens dos médicos para voltarem para suas casas, isso se ainda estiverem no lugar.

— Falando na Sonia, tu sabe como ela está? – Pergunta Denny.

— Eu perguntei por ela pouco depois que eu acordei da batida na pedra, ela sofreu diversos aranhões pelo corpo, mas não se feriu como eu, provavelmente já voltou ao trabalho.

Ficaram por algumas horas ali, as vezes conversavam sobre coisas de irmãos, seus gostos, novidades que viam pela internet, as vezes os médicos apareciam e tomavam conta de alguns de seus ferimentos, suas técnicas de enfermagem eram realmente eficientes, Denny já não sentia mais dor e Stephannie com uma anestesia, pôde mexer sua perna torcida com muita facilidade, apesar de ainda ter que usar muletas para que não houvesse risco de outro ferimento surgir a partir desse, era quase onze horas da manhã, e os dois estavam dormindo um pouco, não conseguiram dormir direito nas últimas duas noites, e tudo por causa dos monstros que os atacaram, mas Stephannie acorda ao ouvir alguém batendo na porta de seu quarto.

— Pode entrar. – Diz ela meio sonolenta.

— Oi, tudo bem? – Diz Sonia entrando no quarto com um bloquinho de anotações. – Aqui está dizendo que já estão liberados, a anestesia da Stephannie vai durar por umas cinco horas, ela terá de voltar aqui para pegar mais, ou no hospital de Hivelton, tanto faz.

— Oh, obrigado Sonia. – Fala Denny se levantando e pegando uma espécie de panfleto.

— Alguém me alcança a minha muleta, tá ali encostada no balcão. – Fala Stephannie sentando em sua cama e apontando para a muleta.

— Deixa comigo. – Fala Sonia que rapidamente pega a muleta e entrega. – 60% dos danos causados naquela destruição já foram reparados, podem voltar para suas casas.

— Mas... Mas já?! Como?! – Pergunta Denny, vendo seu plano ir por água abaixo.

— Vou resumir, usamos um tipo de concreto não disponível do mercado, ele é uma espécie biológica de organismo que se regenera aos poucos no formato que desejarmos se controlarmos corretamente, assim, os prédios se constroem, facilitando o trabalho dos nossos engenheiros. Se quiserem mais informações, temos nosso site oficial, já devem saber, identificações de um site comum com Hivelton como palavra chave.

Surpresos com a explicação, Denny e Stephannie saem de seu quarto, seguindo para uma outra porta, que os levou para um longo corredor gigante com diversas portas de ferro em suas paredes, e de longe, puderam ver a principal entrada do refúgio aberta com algumas sete pessoas saindo, a luz do sol estava muito forte e ao saírem da área que o ar condicionado fazia efeito, perceberam o calor anormal naquela região, além de não ser parte daquela época do ano, não fazia sentido, Denny rapidamente tirou uma blusa de lã  que estava usando, mal perceberam e o suor já escorria pelas suas testas.

— Alguém me diz... POR QUÊ ESSE CALOR?! – Grita Stephannie.

— Também quero saber, isso não é normal. – Fala Denny fazendo vento em sua cara com a mão.

— Essa não é a única coisa que me surpreende, olha, os prédios destruídos em frente ao refúgio já estão inteiros e os entulhos já foram recolhidos, a técnica que eles usam é impecável. - Stephannie olha para o irmão pensando no que ele faria para prosseguir com o plano.

— Por quê será que não trazem essa invenção ao mundo?

— Talvez seja por causa de toda aquela política de não terem contato com o mundo exterior, logo, precisam ocultar qualquer pista que essa cidade existe, pensa, se alguém pesquisasse todas as fontes em sequência de onde tal invenção surgiu, de alguma forma assimilaria a tal lugar.

— Isso me faz pensar naquele cara que me mostrou fotos da cidade, são iguaizinhas as originais, mas como ele conseguiu? Ele saiu daqui, existe algum truque para sair daqui... - Eles começaram a caminhar lentamente pelas ruas a fim de chegar em sua casa.

— Pois é, mas acho que não poderemos executar algum truque com a gente ferido assim, preciso me recuperar da minha perna.

— Acho que nosso apartamento já está consertado, faz o seguinte, pega um táxi que eu vou comprar algumas guloseimas para a gente assistir filmes a tarde inteira. – Fala Denny dando tapinhas nas costas de Stephannie.

— Tudo bem, acho que é uma boa. - Responde a irmã um pouco desanimada.

Denny começa a andar para longe de Stephannie, ele virou a esquina, observando, teve certeza que sua irmã foi para casa, e com seu otimismo junto de suas ideias mirabolantes, parte para a criação do plano de fuga de Hivelton.

— Isso é tão patético... — Fala um dos funcionários que observava as câmeras de Hivelton e focava na atitude de Denny ao ver a irmã se distanciando. — Esses novatos não conseguem ser discretos, é impressionante.

 

— Vamos lá, vejamos. – Diz Denny lendo anotações no seu bloco de notas do celular. – Muito bem, vou precisar de equipamento de alpinismo.

Ele corre pelas ruas, passando pelas câmeras das quais ele tomaria conta mais tarde, enquanto ia fazer as compras de seus materiais, Sonia, do outro lado da cidade, fazia um teste com a equipe de cientistas de Hivelton, ela estava em cima de um prédio junto de seu telescópio, uma maleta e um pequeno laser verde conectado ao aparelho observador, ela olhava o céu tampado por nuvens cinza quase transparentes.

— Hum... Talvez se eu direcionar o laser para um ponto mais fraco, quem sabe eu... – Seus pensamentos são interrompidos por seu celular que começou a receber um telefonema, ela atendeu a chamada, era o general. – Eae general... Não, ainda não encontrei uma explicação para essas nuvens, sabemos que precisamos da luz do sol para abastecer os painéis, estou tentando resolver o mais rápido possível, vou terminar meu experimento daqui uns dez minutos... Tudo bem, vou dar um jeito, por enquanto, deixe os painéis absorvendo o máximo de luz que conseguir, temos que aproveitar o fato das nuvens ainda estarem transparentes, pois tem chances da situação piorar, ah, deixei seus biscoitos no segundo armário do canto inferior direito. Ok, tchau.

Sonia encerra a chamada e continua observando as nuvens acima de uma pequena parte da floresta nos pés de uma das cinco montanhas, ela pega um walkie talkie e dá o aviso.

— Preparem o laser nível dois, veremos como essas nuvens vão reagir. – Fala a cientista dando um largo e animado sorriso enquanto prestava atenção extrema ao seu telescópio. – Ao meu sinal, quando ativarem, terão cinco segundos exatos para ficarem dez metros longe da máquina, se não, irão morrer queimados... Ative a concentração de energia, quando eu disser “vai”...3...2...1... VAI!!!

Cinco segundos após Sonia ter dado o sinal, um grosso laser verde sai do meio de várias árvores, e numa velocidade absurda atinge as nuvens, mas de forma bizarra, elas refletem o laser, e o mesmo vai em direção a uma das montanhas, causando uma gigantesca explosão, que fez diversos pássaros saírem voando da região, Sonia ficou os observando com uma cara estranha, como se o que tivesse visto fosse a coisa mais bizarra do mundo, mas acordou de seus pensamentos quando lhe chamaram.

— ...Sonia... O quê aconteceu? – Pergunta um dos soldados pelo walkie talkie.

— Acredite, também estou surpresa, não é natural, como se algo nessa cidade fosse... Mas tudo bem, vou relatar isso ao general, chamem os bombeiros para apagar o fogo, está na hora do almoço. – Fala Sonia recolhendo seu telescópio e pegando o elevador do terraço, enquanto estava indo para o primeiro andar do prédio, ela recebe outro telefonema, era Stephannie. – Oi, algum problema?

— Oi, tu vai almoçar agora, né? – Pergunta Stephannie do outro lado da linha.

— Sim, um ótimo sushi com empanado, quer alguma coisa?

— Poderia passar no mercado falar com o Denny? Ele foi comprar guloseimas, mas até agora não voltou.

 Mas é claro, estava mesmo precisando falar com ele, deixa comigo. – Fala Sonia encerrando a chamada e saindo do prédio, ela começa a caminhar pelas ruas até o supermercado, chegou lá em cinco minutos, ia entrar no estabelecimento quando viu Denny correndo pela rua com um carrinho de compras cheio de equipamentos, ela obviamente suspeitou e ficou observando o que aquele cara estava fazendo, ele pega seu celular e um mapa da cidade, dá algumas olhadas e volta a fazer sua rota com o carrinho de compras. - ...Ele está muito suspeito, tenho que avisar Stephannie e o general que esse cara está planejando alguma coisa... Mas antes vou comprar meu almoço, um empanado me ajudará a pensar melhor.

Denny mal sabia que estava sendo observado por Sonia, assim, continuou suas diversas compras, equipamentos de alpinismo, armamentos, armadilhas para diversos animais, roupas de camuflagem, remédios genéricos, parecia que ele estava se preparando para uma aventura extremamente perigosa no monte Everest. Mas na verdade, era apenas uma simples fuga daquela cidade.

— Parado aí, amigo. - Fala um soldado parando na frente do carrinho de compras de Denny, cheio de equipamentos. — O quê pensa que vai fazer com esses apetrechos?

— Bem, somos novos aqui e depois do último ataque, achei melhor comprar algumas muitas armas para nos protegermos. - Responde o rapaz confiante de seus argumentos.

— Sim, mas precisam de tantas?

— Pra ter uma noção, fomos atacados três vezes desde que chegamos, e isso faz apenas dois dias... Quase dois dias.

— Ah, entendo sua preocupação, mas qual seria a utilidade dessa roupa e camuflagem e os equipamentos de alpinismo? — Pergunta o soldado olhando mais atentamente o conteúdo do carrinho.

— Isso? A roupa de camuflagem é para... Para... Para um amigo, fiz amizade com um soldado ferido no refúgio, ele precisaria de uma roupa de camuflagem para uma futura missão mas não teria tempo de comprar com as pernas quebradas.

— Hum... Claro, lembro dele, o Tommy, aquele cara nunca consegue desviar do problema, o equipamento de alpinismo deve ser para a mesma coisa, já que a missão será na parte mais perigosa da montanha, entendi, tenha um bom dia. — Responde o soldado saindo de cena. 

— Me safei por... - Denny é novamente interrompido pelo soldado, lhe dando um susto.

— Se precisar, aqui um manual, as armas em Hivelton tem seu uso 75% facilitado pelo governo canadense. - Fala o guarda pondo um manual de mais ou menos quinze folhas no carrinho.

— Muito obrigado. - Denny se esgueira rapidinho e sai dali de uma vez.

Passaram-se quarenta e cinco minutos quando Sonia acabou de almoçar e foi procurar por Denny, mas a cidade era enorme e tinham diversas lojas, coisa que não desanimou Sonia, que começou a correr de forma moderada e discreta, olhando em todos os becos, lojas, terraços de prédios, isso obviamente iria demorar, mas ela só tinha compromisso daqui a três horas, então nada com o que se preocupar. Enquanto Sonia fazia isso, Denny ia o mais rápido possível comprar diversos itens para seu plano dar certo, ele poderia até ser gentil, mas estava arquitetando o plano de uma maneira que Stephannie não poderia negar participar.

— Vamos ver, só faltam as pulseirinhas de borracha para ter estilo e assim estaremos prontos. – Fala Denny entrando em uma loja e retornando dez segundos depois. – Estamos prontos.

Ele corre rapidamente para seu prédio, coisa que levou por volta de meia hora, chegando apenas na metade do caminho, ele já estava cansado, ofegante e um pouco perdido, até mesmo com mapa.

— Hey, quer alguma ajuda? – Fala um faxineiro, aparentemente idoso, com um bigode branco e grosso que tampava sua boca, usava um uniforme azul claro e um chapéu com a letra "H" escrita. Ele varria folhas para fora da calçada.

— Sim, pode me dizer onde eu estou? Sou novo aqui e acho que me perdi. – Fala Denny mostrando o mapa para ele.

— Ah, sim, onde quer chegar?

— Aqui, nessa zona.  – Fala Denny colocando seu dedo no mapa.

— Tem uma caneta? Eu vou marcar uma rota para você não se perder. – O faxineiro pega uma caneta emprestada, enquanto isso, Denny observa a incrível paisagem que se encontrava atrás dele e de altas grades com espinhos em cima. – Oh, pelo visto ficou impressionado, sim, este é o principal e mais bonito parque de Hivelton, pode fazer piqueniques aqui a qualquer hora, Golf só é autorizado nas quintas a partir do meio-dia.

— É lindo, árvores altas e brilhantes, bancos corretamente posicionados, este lugar é tudo de bom... – Coisa que fez Denny repensar seu plano de fuga, ele sempre foi fácil de ser convencido, até quando não queria. – Bem, não vou desistir, obrigado pela rota, meu chapa!

— Sem problemas, estou disposto á ajudar.

Denny pega seu carrinho de compras e começa a andar até sua casa, coisa que levaria mais meia hora, seus pensamentos focavam em duas coisas: Fugir de Hivelton e com alguma força mágica da natureza desconhecida, convencer Stephannie de participar desse plano.

***

— ONDE ESSE MOLEQUE SE METEU?! – Grita Sonia, que já estava ficando nervosa por tê-lo perdido de vista.

— Moleque? O cara já não tem, tipo, vinte e três anos? – Fala um dos soldados que fazia uma revisão na área, do qual estava ouvindo a situação de Sonia.

— Ai, esses aí ainda vão me meter em encrenca, acredita que o mais novo é suspeito de ser a principal causa da morte do último Salaguiton que nos atacou? – Fala Sonia com um rosto surpreso e meio sarcástico.

— Mas... Como?

— Ao examinar o corpo daquele monstro, foram descoberto cinco munições de armas na região ocular, a última que atingiu ele nessa parte, veio de uma arma que aquele garoto estava segurando de acordo com a perícia.

— É, realmente apavorante, os caras não conseguiram nem dormir direito por duas noites seguidas.

— Mal chegaram, e não provaram um por cento do que essa cidade pode trazer de monstruosidades, um Umbrape e um Salaguiton nunca foram problemas tão grandes.

— Mas ainda são problemas, e precisamos exterminá-los... Ou descobrir a fonte disso tudo.

— Estamos tentando fazer isso já faz mais de cinquenta anos, e não sabemos o porquê dessa área, especificamente essa área no mundo todo os atrai para cá.

— Adoro mistérios. — Responde o soldado dando um leve sorriso. — Mas por que esse garoto seria um problema pra você?

— Eu sou a guia... Deles. - Fala Sonia se decepcionando com a última palavra, não pensava que os dois fariam tal coisa na primeira vez que trabalhasse sendo guia.

— É, realmente isso é um problema, o general iria ficar com bastante raiva se algo assim acontecesse debaixo de seu nariz.

— Você quer ajudar ou botar mais pressão? - Responde ela com um pouco de raiva.

— Foi mal, não deveria nem estar opinando, vou voltar ao serviço. — O soldado retorna á patrulha das ruas.

Sonia deixa a área, frustrada por não encontrar Denny, pensou em dar uma olhada nas câmeras de segurança da cidade, mas isso apenas lhe atrasaria para o compromisso, olhando para o céu acinzentado, foi despertada dos seus pensamentos que focavam na resolução desse problema por muitos pássaros negros e rápidos que sobrevoavam toda a cidade em diferentes pontos. Uma ventania de força razoável começa a tomar conta do clima.

— Mas por que tem tantos pássaros por aqui? ...Tenho que avisar ao general, resolvemos o problema do Denny depois. – Fala Sonia pegando seu telefone enquanto rapidamente ia para os laboratórios. Ela suspeitava de algo no mínimo perigoso.

Eram quase quatro horas da tarde, quando Denny chega em frente a porta de seu apartamento com o carrinho de compras.

— Vou já ir entrando no clima. – Fala ele pondo uma roupa de camuflagem e pegando uma Uzi, é quando ele arromba a porta e já chega gritando. – UHU,E AÍ, STEPHANNIE?!

— AI CARAMBA, MORRE!! – Grita ela jogando um copo de plástico na cabeça de Denny.

— AI, PRA QUE ISSO?! – Grita ele pondo as duas mãos na cabeça, deixando a arma cair e retirando parte da camuflagem que cobria seu rosto. – Sou eu.

Stephannie atira outro copo de plástico na cabeça de Denny.

— Seu idiota!! – Grita Stephannie frustrada cruzando os braços.

— AI, PRA QUE DE NOVO ISSO?!

— VOCÊ NÃO TROUXE GULOSEIMAS, MAS TROUXE TROCENTAS TONELADAS DE EQUIPAMENTO MILITAR!! ME EXPLICA O QUE SIGNIFICA ISSO!! – Grita ela, enfurecida.

— Desculpa, é que aqui eles vendem como shampoo, além do mais, precisaríamos de equipamento para executar o plano.

— Por favor, não me diga que você quer mesmo armar um plano de fuga dessa cidade... — Fala Stephannie colocando uma de suas mãos no rosto como se estivesse surpresa.

— Tá bom, não digo. – Fala Denny indo para a cozinha pegar as informações que escreveram na noite passada.

— Cara, esse plano é maluquice, nunca vai funcionar, eles são uma cidade inteira e nós somos apenas dois civis.

— Com equipamento o suficiente para se defender, nos prender nessa cidade é um abuso, vamos morrer aqui uma hora ou outra. E se você não vai fazer parte do plano, eu faço sozinho...

Stephannie ficou sentida com isso, não queria deixar o irmão na mão, mas também não queria fazer uma loucura dessas, estava incerta sobre o que realmente queria e não queria, um conflito que durou apenas quinze segundos até ela ter noção do que estava realmente acontecendo.

— Eu... Vou com você... Mas só se não tivermos que matar ninguém. – Fala ela um pouco receosa.

— Não vamos matar ninguém, eu juro, mas olha só, eu não esqueci os detalhes, comprei um remédio genérico para você esquecer dessa dor enquanto fazemos o plano. – Fala Denny pegando uma pequena sacola.

Agora Stephannie tinha um pouco de fé nesse plano, realmente o doido do irmão havia pensando em quase tudo, eles se armaram fortemente, cada um pegou duas armas de fogo, duas armas brancas, equipamentos para diversas situações, caso tivessem que cavar, escalar, qualquer situação perigosa e que necessitasse desses instrumentos, com suas camuflagens de diversos tipos, conseguiram se arrumar em uma hora e meia, o primeiro passo do plano consistia em desativar todas as câmeras no local, qualquer uma que pudesse indicar movimento feito por eles seria arriscado, o segundo passo, consistia, em segredo, tomar posse de uma das pequenas casinhas onde ficam em cada uma, um guarda nas fronteiras de Hivelton na sua troca de turno, o terceiro passo seria, Stephannie roubaria um carro próximo, assim, no quarto passo, eles sairiam calmamente quando os sensores de movimento estivessem desativados a partir da posse de uma das casinhas.

— Qualquer coisa ou dúvida que tiver, usa esse manuel, aqui as armas tem seu uso facilitadas. — Fala Denny.

Tinham quinze minutos para todo o processo, rapidamente aproveitaram que estava escurecendo mais cedo por conta das nuvens cinza que ficavam mais grossas e negras a cada segundo, o pôr do sol era refletido num amarelo brilhoso por conta da transparência das nuvens, seguiram com o plano, disfarçados de arbusto, seguiram por uma rota com bastante árvores e natureza, pelo caminho, faziam uso de silenciadores para darem um tiro nas câmeras das quais monitoravam a área onde roubariam o carro, os disparos eram mais precisos por causa de pedestais onde posicionavam as armas, tirando, lógico a mira. Stephannie dava maior parte dos tiros deitada, pois sua perna, mesmo com anestesia, doía bastante.

— General, temos um problema, estamos perdendo parte dos sinais das câmeras da zona L1. – Fala o monitorador mexendo em alguns arquivos das câmeras para ver se voltavam a funcionar. O general olhou para as câmeras ainda ativas com cautela, ele não caía fácil em nenhuma armadilha.

Agora, faltando sete minutos para a troca de turno dos militares, Stephannie foi na área sem câmeras, e disfarçada de arbusto, quebrou o vidro de um carro, entrando nele, para o alarme não ficar ativado por tanto tempo, ela pegou a chave no porta-luvas e desativando o alarme, ligou o carro e o escondeu entre árvores, ela ficou ali para quando Denny desse o sinal, ela acelerasse o máximo possível e saíssem daquele local.

Denny preparou uma armadilha para os dois militares, estava bem na hora da troca de turnos, quando um militar saiu da casinha e começou a correr para longe da área, enquanto o outro ia passando pelo outro na troca de turno, nesses exatos seis segundos, ambos foram pegos por cordas escondidas no gramado que ficava a fronteira, pendurados em uma árvore acabaram deixando suas armas caírem, Denny, disfarçado de arbusto, sai de trás de uma delas e sem que os dois percebam, ele dá dois golpes com o cabo de sua arma para que os dois desmaiassem.

—É bom tomar na cabeça, né? Fiquem aí até acordarem. – Denny entrou na casinha, estava decifrando como usar o sistema.

— Mas o quê está acontecendo? Por quê o soldado naquela área não responde? – Pergunta o general aos funcionários do refúgio.

— Eu tenho uma teoria... – Fala Sonia entrando na sala de monitoramento.

Denny ia conseguir, iam terminar o plano, estava quase decifrando o sistema, iam finalmente sair dali...

— Haha, muito fácil, agora é só dar o sinal para Stephannie... - Se não tivesse sentido o cano de uma arma tocando sua nuca.

— Achou mesmo que ia sair do maior sistema de defesa do mundo? – Falava o general com a arma apontada na cabeça de Denny. – Levante as mãos.

— Mas e...

— Já pegamos sua irmã, ela estava com sua perna doendo muito, o medicamento genérico que você ofereceu, anulou o efeito da anestesia, ela vai para o hospital. – Fala Sonia, sem reação.

— E você, vai para a prisão. – Fala o general, comandando Denny para dentro de um carro militar.

Denny ficou muito triste, fez Stephannie ficar mal, fez ele ficar mal indo para a prisão, estava sendo levado para a delegacia, a última coisa que pensou que poderia acontecer em sua vida, ao chegarem lá, retiram todas as suas armas, e o largam numa cela, vazia, com apenas uma “cama” de pedra e uma pequena janelinha com grades, clássica de filmes, ficou lá, largado na “cama” de pedra, sem reação, sem nada, Sonia estava sentada com uma cadeira na frente da cela.

— Por quê fez isso? – Pergunta ela.

— Não é obvio? Essa cidade é mortal, não quero morrer aqui. – Fala Denny, ainda sem reação e fitando o teto do lugar.

— ...

Enquanto isso, na cidade, estava quase anoitecendo, quando uma revoada de pássaros começa a voar em conjunto, fazendo um show nos céus de Hivelton, ao mesmo tempo, as nuvens que estão acima do vale por mais de uma semana, começam a ameaçar tempestade, o sol não aparecia mais, e partes brilhavam em azul, indicando trovões, mas os pássaros não se assustavam, voavam em mais sincronia e beleza, até cercarem todo o vale e se separarem entre os prédios e casas, foi quando o alarme ativou, o alarme de que algo de errado estava acontecendo, logo, a voz afirmou o que estava acontecendo.

— ATENÇÃO TODOS, ATENÇÃO TODOS, ESTAMOS SOFRENDO ATAQUE NÍVEL 1 DE WALLARS, FIQUEM EM CASA, TRANQUEM TODAS AS JANELAS E PORTAS!! REPITO, TRANQUEM JANELAS E PORTAS!!

Pessoas que estavam na rua não tiveram chance, foram atacadas por diversos Wallars, pássaros um pouco maiores do que corvos, com penas largas e suas habilidades elétricas, eletrocutavam e mordiam pessoas com intenção de devorá-las, faziam isso uma vez a cada cinco anos, claro, existiam as excessões, não poupavam vidas e faziam um barulho estridente de doer os ouvidos.

— MEU DEUS DO CÉU!! – Grita Sonia se levantando da cadeira enquanto ouvia pessoas morrendo fora da delegacia, ela pegou a Uzi de Denny e com uma cara séria, avisou. – Não saia daqui, ou você terá problemas.

— ESPERA, NÃO ME DEIXA AQUI!! – Grita Denny correndo até as grades, mas o pedido foi recusado por Sonia que já havia saído da delegacia. – Eu tô ferrado...

O apocalipse começou, pessoas correndo por toda a parte, desesperadas, os Wallar estavam mais fortes que antes, puderam quebrar telhados e entrar na casa dos outros, pessoas gritavam desesperadamente, em poucos minutos, muitos estavam mortos, Sonia matava o que conseguia com a Uzi, mas nunca era o suficiente, se reproduziam numa velocidade incrível quando fugiam para as florestas, foi quando maior parte das pessoas nas ruas estavam mortas, ocorreu o segundo aviso, e alguns Wallar começaram a se reunir em pequenos grupos.

— ALERTA, ALERTA, ATAQUE DE WALLARS NÍVEL 2 INICIANDO, REPITO, ATAQUE DE WALLARS NÍVEL 2 INICIANDO, SE POSSÍVEL, VÃO PARA O REFÚGIO!!!

Os wallars, com sua sincronia, se agruparam, formando uma criatura de mais ou menos quatro metros cada grupo, eles conseguiam se movimentar de forma idêntica a Umbrapes, mas o problema, é que eram um monte de pássaros com poderes elétricos, matavam os sobreviventes do ataque nível 1 com golpes poderosos, conseguiam provocar raios, socos elétricos, os militares chegavam para o ataque, mas os pássaros iam de frente em seus pequenos grupos, afinal, uma arma de fogo não era o suficiente para matar o grupo de pássaros antes que chegassem nas pessoas.

Stephannie estava no hospital, várias enfermeiras ajudavam os pacientes a fugir, foi quando, ela, deitada na maca, esperando ser levada, recebe uma chamada, ela atendeu, era Sonia, que se escondeu em um arbusto.

— STEPHANNIE DO CÉU, PRECISO MUITO DA TUA AJUDA, OS WALLARS TEM UM PONTO FRACO, SUA ELETRICIDADE FUNCIONA COMO UMA MÁQUINA, SE MOLHAR, ELA QUEIMA, PEGUE UMA MANGUEIRA USADA PARA INCÊNDIOS DO HOSPITAL, SUBA NO TERRAÇO COM ELA E JOGUE ÁGUA NA PRIMEIRA CRIATURA BIZARRA QUE APARECER!!!

— Os bombeiros não podem fazer isso? – Pergunta Stephannie, começando a se levantar de sua maca.

— Todo o corpo de bombeiros está em chamas!

— Oh, tudo bem, vou tentar. – Fala Stephannie se levantando com dificuldade, mas sem sentir dor por causa da anestesia. Ela abriu o compartimento onde estava a mangueira, e ligou seu registro, ela correu como pôde para o terraço do hospital.

A mesma destruição causada por Salaguiton estava ocorrendo, até que chegou o último aviso.

— ALERTA TOTAL, ALERTA TOTAL, ATAQUE DE WALLARS NÍVEL 3!!

— SAI, SOCORRO, ALGUÉM ME AJUDA!! – Dizia Denny que dentro da cela, lutava contra um wallar filhote, dando chutes com seu tênis que tinha material borrachudo, mas o filhote ficou hipnotizado pouco após o último alerta, ele saiu voando da cela junto de diversos outros Wallars que foram se reunindo num grupo gigantesco de Wallars, um tornado incrível de pássaros eletrizantes, típico espetáculo de circo, porém, quando estava completo, formaram uma criatura gigante parecida com a fisionomia humana, porém, feita de pássaros. E lá estava, um monstro de quarenta e cinco metros de altura completamente elétrico, pronto para esmagar qualquer ameaça. – Eu não vou morrer aqui!!

Denny se prepara para arrombar a entrada das grades, porém, a mesma não estava trancada, fazendo ele tropeçar após sair da cela.

— ...Depois penso sobre isso. – Fala ele pegando um lança-mísseis. – Tá pesado, mas vamos lá!!

— PRECISO LEVAR ESSA DESGRAÇA PRO HOSPITAL!! – Grita Sonia, chamando a atenção da gigantesca criatura com sua Uzi, diversos tiros foram disparados, mas o monstro dava relevância para os militares com mais armamento e explosões. — DROGA!!

O Wallar andava rapidamente até o agrupamento de militares que não paravam de disparar, alguns dos pássaros morriam, mas eram muitos para matarem rapidamente, o monstro para na frente da linha de soldados e levanta seu braço, o mesmo aparenta sugar a eletricidade dos raios formados pela tempestade bem próxima de ocorrer. 

— ...Merda... - Fala um dos militares no meio do silêncio, o Wallar apontou seu braço carregado de uma força elétrica gigantesca prestes a disparar contra o exército, a criatura dá um sorriso sádico antes de ser atingido no braço por uma explosão, fazendo a descarga elétrica acertar um prédio já evacuado, o mesmo desapareceu totalmente com a explosão.

— NÃO PAREM DE ATIRAR!! - Grita um piloto no seu jato, ele havia dado o tiro que acerto o braço do monstro e dava esse aviso para os soldados em chão por meio do seu rádio.

Todos afirmaram e voltaram á atirar, o Wallar se enfureceu, ele olhou para os militares com extremo ódio e correu para cima dos mesmos. Num gigantesco pulo ele reforçou um soco de potência gigantesca que varreu os militares e alguns prédios da área. Sonia teve uma ideia, pegou cinco granadas de um dos soldados mortos ao seu lado e começou a jogar no bicho.

— EI, DESGRAÇA AMBULANTE, VEM CÁ!! - Tudo isso ajudou o monstro a aumentar sua raiva, ele começou a andar rapidamente até Sonia que saiu correndo muito, como nunca havia corrido antes, alguns soldados próximos perceberam o plano e correram ajudá-la, eles davam tiros e corriam para onde quisessem levar o monstro. — LÁ ESTÁ!!

Antes de Sonia comemorar a chegada ao hospital, o monstro dá um soco no chão, causando uma explosão que derrubou todos na entrada do estabelecimento.

Stephannie estava no terraço, pronta para ligar quando a criatura passasse, porém, antes de qualquer ação, o monstro dá um encontrão no prédio, que ao tremer derruba a garota, que machuca sua perna torcida, sem conseguir se levantar, ela se arrasta até a mangueira e tenta mirar ela no gigantesco grupo de Wallars, Sonia não tinha mais armamento, iria morrer eletrocutada e provavelmente esmagada, os caças lançavam diversos mísseis, a maioria atravessava o corpo do Wallar gigante, pois era feito de diversos pássaros com ótimas habilidades de desviar.

Stephannie não conseguiu ligar a mangueira, estava fraca, todos iriam morrer, isso se, os Wallars estavam num nível de poder muito alto, sua eletricidade interferiu nas “sólidas” nuvens que cercavam Hivelton, isso acabou deixando o gigantesco grupo de monstrinhos um pouco imóveis, e tudo isso, ocasionou uma chuva fraca, mas suficiente para desestabilizar sua forma física, os Wallar começaram a gritar desesperados, seu gigantesco corpo se remoía antes de cair morto.

— EU VOU ACABAR COM ELES, EU VOU EXTERMINAR TODO... – Grita Denny correndo com seu lança-mísseis até o grupo de Wallars, que já estavam mortos ou ainda morrendo por conta da chuva, o chão estava coberto de vários passarinhos se remoendo. Sonia deitou novamente no chão, ainda se recuperando da tensão do momento. – Ah, vocês já acabaram... Com eles... E tals... Eu volto pra prisão...? Ou fico aqui?...Nah, eu vou... Chamar ajuda, espera aí, já volto!!

O garoto sai correndo para o grupo de militares mais próximo chamar ajuda...


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Notas finais do capítulo

Informações que os humanos conhecem sobre os Wallars até agora.

Origem: Desconhecida.
Primeiro avistamento: zona L4 de Hivelton em 1999
Tempo de vida: 4 anos cada um.
Aparência: idêntico a um corvo, porém, seus olhos são azuis, penas são mais largas e são um pouco maiores que corvos normais.
Habilidades: Eletricidade criada a partir de seus corpos, em um ataque nível 1, eles saem para se alimentar, em um ataque nível 2, eles se reúnem em diversos grupos, sua sincronia pode formar um corpo idêntico a umbrapes, porém um pouco mais humano e formado por pássaros. Em um ataque nível 3, todas os Wallar se reúnem numa única forma, uma forma física idêntica a um corpo humano, porém, sem detalhes.
Fraquezas: qualquer contato com água no estado líquido.
Como matar: Jogando água em seu corpo e fazendo uso de armas de fogo ou armas brancas.

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