Capítulo 17 - Gigante gentil

Num reflexo, Severus se encolheu, protegendo a cabeça, mas sem desviar o olhar do gigante à sua frente. Bom, talvez não fosse um gigante, mas era um homem enorme, com uma cabeleira respeitável que parecia se fundir à imensa barba que ia até a metade do peito.

O homenzarrão parecia meio animalesco, com peles cobrindo seu corpo. O casaco e as calças pareciam ser de couro ou de camurça. Os olhos pequenos e negros encararam Severus com curiosidade.

- Por favor, não me mate! - pediu Severus.

A voz profunda tinha um ar divertido:

- Eu não mato ninguém. Especialmente alguém bonito como você.

Severus ficou intrigado com a resposta. Mas antes que pudesse responder, o gigante estendeu a mão:

- Venha, deixe-me ajudá-lo a levantar-se. Meu nome é Hagrid. E você deve ser Severus, não?

- Como sabe? - Severus pegou a mão estendida.

- Dumbledore me pediu que o encontrasse. Ele ficou preocupado com você. A Floresta é cheia de perigos. E uma criatura estonteante como você é ainda mais apetitosa.

Severus pôs-se de pé e puxou sua mão da dele, com irritação:

- Olhe, não precisa me ridicularizar.

Então Hagrid usou a mão para puxar Severus contra si e garantir, num tom mais baixo e insinuante:

- Não é nenhuma brincadeira. Você é uma criatura de uma beleza ímpar. Pena que você está prometido para aquele tal de príncipe...

Os olhos pretos pareciam queimar com um desejo explícito. Severus arregalou os próprios olhos diante da intensidade e da franqueza, ainda que gentil. Eles estavam bem próximos, e Severus sentiu a força do homenzarrão, mas estranhamente havia essa sensação de delicadeza e cuidado. Era palpável que Hagrid considerava Severus algo frágil, que deveria ser tratado com o máximo de suavidade e dedicação, como um objeto precioso.

Severus não pôde evitar ficar rubro. O homenzarrão aproximou os lábios da mão magra e beijou-a, dizendo:

- Você é adorável. Se algum dia aquele príncipe o magoar, você pode me procurar.

Severus abaixou a cabeça, ainda mais envergonhado:

- Obrigado.

Hagrid pôs a palma de sua manopla no rosto de Severus:

- Agora vamos, minha belezura. Prometi a Dumbledore que o entregaria são e salvo.

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- Psiu, Draco!...

- O que você quer, Petigrew?

- Ainda quer correr atrás de Severus?

- O que está querendo dizer?

- Talvez eu possa ajudá-lo. A não ser que você tenha desistido dele.

- Ele não pode fazer isso comigo - espumava Draco. - Quem que ele pensa que é, para rejeitar um Malfoy? Ele devia estar orgulhoso de eu querer alguma coisa com aquela bunda seca! E Dumbledore, me rejeitando de sua preciosa Ordem!

- E que tal você dar o troco?

- Como assim? O que está planejando?

- O Lord das Trevas está planejando um ataque a esse lugar em breve. Quero saber de que lado você vai ficar quando isso acontecer.

Draco encarou o homem com cara de rato.

- E você, Pettigrew? Pensei que fosse homem de Dumbledore.

- O Lord tem armas que você não imagina, garoto. E então? Está dentro ou fora?

Os dois se encararam. Então o louro armou um sorriso maligno e pediu:

- Pode contar comigo.