Zauber escrita por magalud


Capítulo 10
Capítulo 10 - Severus perturbado


Notas iniciais do capítulo

Mais dúvidas para Severus

OBS: Este é o décimo capítulo e ainda não cheguei à metade da fic.



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Capítulo 10 – Severus perturbado

Severus estava trancado no quarto designado para si, e nem tocara nas bandejas com frutas, bolos, doces e sucos. Estava perturbado. O tal príncipe era mesmo bonito e despertara algo dentro de Severus, algo que ele jamais tinha ousado se permitir sentir. Mas agora ele era prisioneiro. Provavelmente Dumbledore o torturaria, ou deixaria Draco fazê-lo. 

Mas os olhos verdes de Harry o hipnotizaram por completo, conquistaram-no. Severus estava perdido. Ele nunca tinha sentido isso antes. Sabia que não merecia sentir essas coisas, mas ele sentia mesmo assim. E mais ainda: queria proteger o príncipe da cólera de Dumbledore. Quando o velho descobrisse que ele era enviado do Lord Voldemort, ele estaria em apuros. 

Ou será que não? 

Dumbledore não ordenara castigo algum, ele até os colocara numa das torres mais altas do castelo. Na verdade, ele não agia como se Harry e Ron fossem invasores, mas convidados. Isso não combinava com o que ele sabia de Dumbledore. Pensando bem, nada do que ele sabia de Dumbledore parecia se confirmar. Até mesmo ele, Severus, tinha sido tratado como um convidado honrado – exceto pelos incidentes com Draco. 

Será que Draco estava agindo sozinho? Não. Um soldado como Draco não podia estar agindo sem conhecimento de seu senhor. 

Severus voltou ao balcão, o mesmo por onde havia escapado, com a ajuda de Ron. Estava inquieto, nervoso e confuso. Não sabia o que pensar. Olhou para baixo: o jardim era esplêndido, cheio de cores no dia ensolarado. Mas dentro de si, Severus sentia nuvens em seu coração. 

– Você parece preocupado.

Severus se assustou com a chegada de Dumbledore. Geralmente ele conseguia ouvir pessoas se aproximando por trás dele, mas aquele era um momento de grande perturbação, para ele ter se deixado surpreender daquele jeito. 

– Sim – confessou Severus. – Estou preocupado. 

Sentou-se numa poltroninha perto da sacada e indagou, tenso: – Você não deixará que maltratem Harry e Ron, deixará? Eles não têm culpa! Só vieram em meu auxílio. 

– Pode ficar tranqüilo. Nenhum deles será maltratado. Eles estão sendo tratados como convidados honrados. 

Severus alfinetou: 

– Eu também era um convidado de honra e fui tratado como um prisioneiro. 

– Eu esperava que Lord Voldemort lhe permitisse ter informações imparciais o suficiente para você tomar uma decisão, mas vejo que esperei demais. Foi por isso que fugiu? 

– Não. Posso fazer uma pergunta? 

– Claro. Pode fazer perguntas sempre que queira. 

– Você prometeu a minha mão a Draco? 

Dumbledore pareceu intrigado. 

– Não. Só disse que, se ele fosse bem sucedido no teste que eu iria lhe fazer, ele tinha a minha permissão para pedir sua mão. Só isso. Você o desejaria? 

– Por que você acha que eu estava tentando fugir? 

– Por que não me conta o motivo pelo qual estava fugindo? Dei ordens para que fosse bem tratado. Alguém me desobedeceu? 

Severus o encarou com atenção. Seria possível que Dumbledore não soubesse? Ele respondeu, com sinceridade: 

– Tentei escapar por causa de Draco. Ele ia me acorrentar. Ele me ameaçou. Ele se comportou como se eu tivesse sido oferecido a ele. Eu me senti usado. 

– Isso é verdade? Se eu chamar Draco, você confirmaria diante dele? 

Severus se enfureceu: 

– Não sei que tipo de pessoa pensa que eu sou, mas não costumo mentir abertamente. Nem sou criança, para não assumir minhas atitudes e palavras! 

Houve silêncio. Severus recobrou o fôlego e observou Dumbledore atentamente. Os olhos azuis do velho homem adquiriram um ar triste e magoado: 

– Eu lamento. Lamento pelo que passou, mais do que posso exprimir, na verdade. Eu me enganei com Draco. Qualquer um pode se enganar, eu não sou exceção. E acho que deve saber que eu fiz a Harry mesma proposta que fiz a Draco. Mas pelo que vi, ouso arriscar dizer que você estaria disposto a ouvir Harry, não? 

Um calor subiu pelo rosto do homem rígido. Severus ergueu uma sobrancelha e evitou olhar Dumbledore, dizendo, apenas: 

– Ele é um rapaz corajoso. Eu o ouviria com prazer, se ele quisesse ter a minha mão. 

O rosto de Dumbledore também se suavizou, e ele lembrou, em voz suave: 

– Sim, ele me parece nobre, gentil e corajoso. Sabe que ele era muito novo quando perdeu os pais? Teve uma infância difícil, o nobre Harry. É uma coisa que vocês têm em comum, Severus. 

– Ele parece ter sobrevivido bem. Não parece ter tido seqüelas da infância ruim. 

– Não é bem assim. Todos carregamos nossas dores, Severus, e Harry não é diferente nisso. Mas Harry é uma pessoa especial, sim. Ele tem uma profecia a cumprir. 

– Profecia? Realmente, parece ser uma pessoa especial. 

– Então gostará de saber que eu o convidei para os testes dos Mistérios da Luz. Você também será testado, se quiser. Mas preciso saber, Severus. Você quer voltar para Lord Voldemort? Não o censurarei, se quiser. 

– Eu... Eu... 

– Não se apresse a tomar uma decisão. Mas Harry percebe, como eu, a verdadeira natureza de Lord Voldemort. Ele é cruel, mentiroso e muito, muito perverso. Receio que ele não tenha as melhores intenções a seu respeito. E se você continuar com ele também se tornará mau, insensível e dominador. 

– O Lord me aceitou – redargüiu Severus, mas sem a convicção de antes. – Ele me abraçou e me acolheu. Ninguém mais me queria. 

– Isso não é verdade. Eu quero você, Severus. A meu lado. Como um filho querido. Mas suponho que preciso conquistar sua confiança. Que seja, então.  

O altivo Dumbledore se ergueu e continuou: 

– Lamento ter que me ausentar, mas tenho alguns outros afazeres. Após o jantar, porém, pretendo reunir-me no Salão Principal com os candidatos aos Mistérios da Luz. Espero vê-lo lá também. Até lá, gostaria de uma companhia? 

Severus negaceou com a cabeça, sem responder. Dumbledore apertou-lhe o ombro afetuosamente antes de sair. 


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Notas finais do capítulo

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Próximo capítulo: Um momento de decisão



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