Corações em Choque escrita por Koini


Capítulo 5
Até quando?


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais, plisss



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Mas continuamos querendo provar um para o outro quem pode mais.
Quem dá a ultima palavra.
Quem finge melhor.
E quem vai resistir por mais tempo...

~#~

Depois de me arrumar na companhia de Sakura, Ino e Hinata na casa da loira, ao som de uma boa e velha Britney, entramos no carro que Naruto deixara para nós – porque ele já estava lá – e partimos para a festa.

O som que vinha da casa de Temari era alto. Havia muitas pessoas do lado de fora, reconheci algumas do ensino médio, mas a maioria não sabia quem era. As batidas da música fazia parecer que tudo estava tremendo, e entramos naquele mar de gente a fim de encontrar Temari e um copo de bebida. A encontramos na sala que fora convertida em pista de dança, não se importando em recepcionar os convidados que chegavam aos montes; típica festa de faculdade.

— Ah, vocês chegaram! – gritou sob a musica alta, ela estava ofegante – Fiquem a vontade! Instalamos um bar ali no canto da sala, o cara faz tudo que você pedir, só ir lá! – continuou, apontando o balcão de bar adicionado à sala. Quando voltamos o olhar para continuar a falar com ela, Temari já havia sumido.

A única que restara ao meu lado era Sakura, uma vez que Ino e Hinata foram atrás de seus namorados que jogavam Beer Pong na varanda. Dei de ombros e gritei para a rosada que ia no barzinho instalado, e ela me acompanhou. Peguei um copo de whisky puro e Sakura preferiu uma cerveja, que era a bebida mais leve disponível. Nos perdemos no meio das pessoas que dançavam, a batida da música me anestesiando gradativamente. E tudo bem, eu precisava disso, há tempos não ia numa boa festa. Estava solteira, e aquela era a oportunidade de beber e esquecer todos os problemas que tive desde a volta para Konoha.

Meu copo se esvaziava e se enchia novamente, nem percebi o quanto eu estava bebendo nem o quanto estava ficando alterada com o tempo passando. Beijei uns dois caras na pista de dança, não me lembro o rosto de nenhum deles e nem me preocupei. Eu só queria esquecer a insistência do meu coração em doer, em querer me botar para procurar o cara e passar a noite toda com ele. Esquecer tudo, começar de novo. Não era justo comigo.

O DJ começou a mixar uma música de que eu me lembrava muito bem, do ensino fundamental. Me entreguei na pista de dança, cantando e dançando como se realmente não houvesse pendências para lidar no dia de amanhã.

~#~

Deviam ser quase cinco da manhã. A casa da Temari começava a ficar vazia, em alguns cantos tinha algum bêbado dormindo de qualquer jeito, mas a maioria dos que restaram era nossa turma de sempre.

Eu estava no sofá da sala, completamente cansado. Havia bebido muito, mas talvez meu corpo já fosse acostumado com muito álcool, pois não estava ruim. Não como Sasuke. Vi Sakura-chan se aproximando com ele apoiado em seu ombro direito, e podia jurar que ele estava verde tamanho era seu enjoo.

— Neji-kun, pode me ajudar levar ele pra cima?

Assenti sem dizer nada e fui até eles, parados de frente para a escada que levaria aos quartos. A casa dos Sabaku era mesmo muito grande, constatei. Passei o braço esquerdo de Sasuke sobre meus ombros e junto de Sakura o levamos escada acima. A Haruno apontou o quarto de Gaara, no qual havia uma suíte onde ela colocou Sasuke numa banheira de água morna.

Fiquei sentado na cama do meu amigo ruivo - que estava sabe-se Deus onde – de frente para a porta aberta da suíte. Não sabia se seria de muita ajuda no momento, mas fiquei em silêncio fazendo companhia para Sakura. Sasuke estava praticamente dormindo enquanto ela jogava água em seu rosto.

— Droga Sasuke, já disse que você está passando dos limites. – disse, tendo como resposta um resmungo do moreno.

— Você se importa mesmo com ele. – afirmei – E que bom que ele pode contar com você.

— Tenten me disse a mesma coisa. – respondeu Sakura – Mas ela não conseguiu entender o por que me preocupo com ele, mesmo depois de termos terminado. Você consegue não é, Neji?

— Bom, eu... Acho que sim. – confirmei, sem saber se estava certo em minha resposta.

— Entende sim. Porque faria a mesma coisa por ela.

Não respondi nada, quem cala consente. Ela estava certa, eu faria aquilo por Tenten mesmo que ela me insultasse e me batesse. Porque amar é fazer algo em benefício de alguém, mesmo que essa pessoa não goste de você.

Sakura pegou uma toalha e secou os cabelos de Sasuke. Ele ainda estava vestido e por isso estava encharcado e seria difícil secá-lo. Decidi sair de cena. Desci as escadas, a sala agora estava em silêncio. Chouji dormia em uma das poltronas, Naruto e Hinata juntos num sofá. Fui para a piscina, onde tirei os sapatos e puxei um pouco a barra da calça para ficar com os pés na água.

O céu começava a ficar alaranjado quando notei um corpo desajeitado sobre uma das cadeiras de sol, e forçando um pouco os olhos, notei que era Tenten. Ela não tinha muita noção de limites e poderia estar mal, por isso engoli meu orgulho para checar se ela estava bem. Me aproximei com cautela, pensando no torcicolo que ela provavelmente sentiria ao acordar. Seu sono era tão pesado quanto seu corpo, e pegando-a nos braços pude sentir cheiro de álcool e fumaça de baseado.

Entrei no casarão novamente, ignorando a perturbação que me trazia pensar em Tenten usando drogas. Tentava me convencer de que era só uma noite, talvez não o fizesse sempre. Subi as escadas para os quartos novamente, dessa vez me dirigindo ao dos pais dos Sabaku. Eles não estavam presentes graças à uma viagem, Temari não se importaria de emprestar por apenas algumas horas.

Coloquei-a com cuidado sobre a cama espaçosa, ajeitando seu corpo e me sentando ao seu lado por um tempo. Mesmo que bêbada e um pouco suja, Tenten estava ainda mais linda do que eu me lembrava. Seus traços haviam amadurecido, a franja lhe caia muito bem, preservando seu ar de menina travessa. Dormindo ela parecia um anjo, sequer dava para imaginar que se abrisse os olhos me xingaria até a terceira geração. Naquele momento pude perceber o quanto sentia sua falta, e o quanto eu a queria de volta. Mas como tê-la de volta?

Decidi que era melhor sair e deixá-la sozinha, com certeza Tenten não gostaria nada de acordar e me ver ao seu lado. Diria para as meninas tomarem conta dela, era o mais sensato a se fazer. Porém, antes de me levantar, um de seus braços me envolveram pelo peito, me puxando para perto para que ela pudesse se aninhar em mim. Seu nariz tocou a curva de meu pescoço, causando-me um arrepio suave, me deixando estagnado e sem saber o que fazer. Era agora que ela acordaria e a briga com certeza iria começar.

— Neji? – perguntou baixo, a voz arrastada.

— Sou eu, Ten. – respondi cauteloso, pronto a me levantar antes que ela pudesse me dar um bofetão.

Mas não foi o que aconteceu. A mão que estava por cima do meu peito subiu lentamente para a minha nuca, onde ela sempre me fazia cafuné. Senti como se pisasse em ovos, ainda desconfiado. Ela não havia aberto os olhos, provavelmente estava num estado entre sono leve e vigília, sob efeito de alguma das coisas que usou, e eu não ousei sair dali. Já que iríamos brigar de qualquer forma, que fosse mais tarde então.

— Eu amo esse seu perfume... – sussurrou – E eu amo você.

Nós poderíamos sentar e resolver tudo como adultos sensatos e maduros. Mas nada era tão simples assim com Tenten, e eu compreendia. Não havia sido justo com ela, e aquele certamente não era o momento para uma DR. Em algum ponto, um de nós daria o braço a torcer (talvez eu já tivesse dado), e então conseguiríamos nos entender. Porque ali, olhando para Tenten, eu sabia que era ela quem eu queria.

— Eu também te amo, Tenten.

Me permiti fechar os olhos e descansar também, apenas apreciando o breve momento de tê-la tranquila em meus braços.

~#~

Tenten relutava em abrir os olhos. A cabeça latejava como nunca e seu estômago dava voltas nauseantes. Fazia muito tempo desde que tomara um porre assim, ainda em Nova York. Lembrava-se da noite anterior por memórias fragmentadas, mas aparentemente não havia feito nenhuma besteira. Aparentemente.

Aquele perfume que sentia parecia a estar perseguindo, será que todos os homens de Konoha resolveram usar o mesmo perfume do seu ex-namorado? Com certeza estava na cama de alguém e sentia-se totalmente sem coragem de abrir os olhos para descobrir quem, mas era a hora, e puta que pariu.

Não conseguiu conter o grito que saiu de sua boca ao ver o cara ali, dormindo como um anjo, abraçando ela feito um ursinho. Por reflexo, o empurrara com braços e pernas, sem medir direito a força que usava, o que acabou fazendo com que ele caísse da cama.

— Porra, Tenten! – exclamou ele, levantando-se – Precisava disso?

— Você se aproveitou de mim porque eu tava bêbada, porque eu com certeza não dormiria com você! – gritou, antes que ele pudesse falar qualquer coisa - Que tipo de homem nojento é você, Neji?

— Tenten, você tá maluca? Eu nunca faria isso, com ninguém! E olha pra você, está vestida, não aconteceu nada! – disparou ele, em sua defesa – E foi você quem me abraçou e falou que me amava! – é claro que o Hyuuga não perderia essa oportunidade.

— E-eu nunca diria isso, seu sujo, baixo! – gritou ela, tacando os travesseiros da cama contra ele, furiosa por lembrar-se que realmente tinha dito aquilo, mas não admitiria, afinal, estava bêbada – Com certeza estava mais torto que eu e sonhou com isso!

— Tenten, pare de ser infantil, que droga!

A Mitsaji levantou-se da cama transtornada, pronta a ir embora, mas não sem antes dar seu recado:

— Escuta, eu tenho certeza absoluta que não falaria uma asneira dessa! – exclamou, apontando o indicador na direção dele - Não sei como vim parar nessa droga de quarto, mas não venha atrás de mim, e esqueça seja lá o que for que aconteceu aqui! – Tenten dizia, tentando convencer a si mesma. Não, ela não seria a que daria o braço torcer, por nada nesse mundo!

Neji começava a perder a paciência. Porque era tão difícil convencer aquela mulher a ter um diálogo sensato?

— Tudo bem, é claro que eu não iria atrás de uma mulher que ainda se comporta como uma garota boba do ensino médio! – retrucou, abaixando o dedo dela que lhe acusava.

— Ótimo! – gritou, abandonando a tensão que se formava na curta distância que os separava. Será que não dava pra discutir sem sentir vontade de beijá-lo, inferno? - Passar bem, Hyuuga!

— Passar bem, criança!

E a porta fechara-se num estrondo, separando-os mais uma vez. Até quando a brincadeira de gato e rato continuaria era uma incógnita, enquanto os dois não se cansassem de competir sobre quem fingiria mais que não sente nada. Quem resistirá por mais tempo?


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Notas finais do capítulo

Olá! Depois de muito tempo, eu finalmente postei o "desfecho" dessa história.Obrigada por quem acompanhou, leu, se interessou e comentou! Para mim foi uma história muito gostosa de escrever, pensei em continuar e colocar mais detalhes, mas não tenho certeza quanto à isso devido ao tempo que tenho. Enfim!
Muito obrigada!



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