Na Casa da Mãe Joana escrita por Yuna Aikawa


Capítulo 4
Verde e amarelo




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                Agora em empolguei de falar sobre o Brasil! Isso mesmo, vamos falar de expressões comuns – que muitos desconhecem, por incrível que pareça.

                Talvez seja melhor começar com “feito nas coxas” – como os professores amam essa expressão para se referir aos trabalhos dos alunos. Como muitos devem saber, a expressão foi criada na época de escravidão.

                Os escravos doentes ou impedidos de alguma forma de trabalharem eram mandados para as banquetas. Ali eles eram responsáveis por moldar barro quente em suas coxas, afim de fazer telhas.

                Claro que isso daria caquinha, né? Cada escravo, além de ter coxas finas ou musculosas demais, tinha a coxa de um tamanho e formato diferente dos demais, ou seja, as telhas saiam desiguais. Então, quando montavam o telhado e ficava aquela nhaca de torto, parecia que havia sido feito de qualquer jeito – eis que surge a famosa expressão.

                Em contra partida, ainda falando em telhas e telhados, já ouviu falar daquele Zé ninguém sem eira nem beira? Pois bem, antigamente se dizia que as áreas calçadas – ou de terra – onde se batiam, secavam e limpavam cereais e legumes (ou onde guardavam cana-de-açúcar) eram as eiras – ou seja, fonte de dinheiro na época.

                Por outro lado, beira era o nome que se dava ao beiral do telhado – coisa que apenas os riquinhos tinham. As beiras serviam para proteger a casa da chuva e para enfeitar a mesma – ou seja, frescurite.

                Então, uma pessoa sem fontes financeiras – tanto naquela época quando agora – era uma pessoa sem eira nem beira. Simples assim.

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