O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 28
Capítulo 27: Um Guia Para O Caminho.


Notas iniciais do capítulo

Eu: E AE GENTE, OLHA SÓ QUEM VOLTOU?
Sweet Pea; Achei que fosse demorar mais (revirada de olhos)
Eu: Ixi, pra quê o péssimo humor?
Bruce Wayne (Vayne): Concordo com minha muié, onde já se viu deixar os telespectadores esperando para saber se Oliver está morto ou vivo (coisa que ele é o principal e até parece que vai morrer)
Eu: Cale-se, senão Oliver não será o único na beira da morte!
Sweet Pea: Toca no meu homem que eu te rasgo no meio!
Eu: *fico assustada com a posição felina de Sweet Pea* É então, pessoal, vamos voltar ao foco. Primeiro: A única coisa importante no GIF é a expressão de dor da atriz, que é a mesma expressão de dor da Felicity. Segundo: Não foi revisado a ortografia (coisa que nenhum capítulo até agora foi) (eu pretendo fazer isso quando acabar a história) (desculpem pelos erros e pelas brisas) (desde já agradeço)



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Mal sabe você, eu sei que você está machucada
Enquanto eu pareço dormir
Mal sabe você que todos os meus erros
Estão lentamente me afogando

Seis anos atrás:  

Eu acordo com um toque em meus cabelos. Ao abrir os olhos, minha visão é preenchida pelo rosto de Blue e isso faz com que meu corpo bruscamente recue para trás, até o máximo que a parede me permite. E meu coração se acelera.  

—Bom dia, Babydoll - Ele abre um sorriso que se outra pessoa fizesse um igual, eu diria que está sorrindo com afeto e bondade, mas, a pessoa ainda é Blue Jones, sendo assim, essas duas coisas nunca transparecerão dele. Sei que há algo a mais por detrás deste sorriso. - Tentei acordá-la da melhor maneira, mas não funciono. Te assustei? 

—Não - respondo, tentando acalmar todo o meu corpo que se agitou junto com meu coração. Terror. É isso que estou sentindo. Estou em um ninho de cobras e lobos. Não dá para dormir sem se preocupar com o que pode acontecer quando estou na minha hora mais vulnerável. - Você veio me acordar? Achei que o som da sirene servia para isso.  

—Sim, é claro que serve. Porém, eu quero ser um bom anfitrião - ele estica seus braços e me entrega uma muda de roupas. - Agora que fiz minha parte, tenho que ir.  

O observo se mover até a porta e minha mente decide colocar em pauta o que preciso fazer para obter as coisas para que o meu plano se realize. 

—Sr. Jones – chamo e vejo seu corpo se virar, seus olhos fixam-se em mim, intrigados e surpresos, pois nunca o chamo assim, não por vontade própria. - Você poderia me mostrar aonde fica seu escritório antes de eu começar os afazeres do dia? - Tento soar o mais inocente possível. 

—Por quê? - É claro que ele suspeitaria, mas, não o deixarei perceber minhas intenções.  

—No almoço, eu não me sento com ninguém, pois todas as meninas parecem não gostar de mim. Eu fico no almoço o tempo inteiro sozinha, nem a Madame gosta de mim. Você é o único neste lugar que me trata bem – abro um sorriso pequeno e falso, torcendo para que não veja a repulsa que sinto dentro de mim. - E então pensei que poderíamos almoçar juntos! - Exclamo, criando uma empolgação tão fingida que Blue não é o único que se surpreende. Até eu estou surpresa com a atuação que estou fazendo.  

—Você gosta da minha companhia? - Sua indagação sai perplexa. Eu apenas assinto, porque se abrisse a boca, não conseguiria mentir bem o suficiente. - Isso é novo para mim – ele me analisa, buscando algum vestígio de mentira.  

—Por favor - peço, deixando minha voz ainda mais aguda. Eu estou dando a ele exatamente o que quer: A mim. A minha inocência. Sempre fiquei afastada dele, sempre o odiei e nunca trocamos conversas que não fossem discussão. E isso o deixava furioso. 

—Certo, venha comigo – meu sorriso se abre ainda maior. Mas desta vez não é um falso. Estou sorrindo de verdade, pois estou conseguindo o que quero. Um passo de cada vez.  

Me levanto da cama, pego a muda de roupa e a levo comigo. Blue saiu primeiro do quarto, eu o segui logo atrás. Depois de atravessar alguns corredores, nós paramos em frente de uma sala, com porta aberta.  

—É aqui? - Indago e ele anui. Adentro mais a sala e começo a observa cada pedaço, buscando por algum mapa, ou qualquer coisa que indique como é a estrutura deste lugar. 

—Você deixa seu escritório bastante organizado – comento, enquanto passo a mão por alguns livros, apenas para esconder o real motivo de estar aqui. 

—Ele é organizado igual a esse lugar inteiro. Nada fica fora de ordem – Blue diz, com orgulho. - O que está achando do modo como trabalhamos? 

Meu maxilar fica rígido. Ele sabe que se essa pergunta fosse para a antiga eu, a qual odiava cada pedacinho disso, iria dizê-lo o quão horrível tudo é. No entanto, tenho que continuar com minha atuação. Apenas dou de ombros, ainda procurando por um papel.  

—Ele não é tão ruim. Nós recebemos comida e um lugar para dormir. Para mantermos isso, temos que pagar de alguma maneira, mesmo que signifique nos prostituir. Ao menos não somos obrigadas, temos uma opção.  Trabalhar desta maneira para ter uma moradia e alimento ou ir embora e morrer de fome ou frio – minto com precisão. E para minha felicidade, encontro o que procurava. Um rascunho de como é o lugar. Isso servirá.  

—Fico contente que esteja se adaptando bem em relação a isso – eu paro de encarar o papel e termino de olhar o lugar, coloco minha muda de roupa em sua mesa e me sento na cadeira onde Blue sempre deve se sentar. - O que pensa que está fazendo? - Sua pergunta sai irritada.  

—Sua cadeira roda! - Eu brinco e me giro na cadeira. Acabo soltando gargalhadas, mesmo que falsas, isso faz com que Blue simplesmente esqueça que sentei em seu lugar. - Deve ser simplesmente difícil comandar esse lugar e é por isso que precisa desta cadeira, para ao menos ter um pouco de diversão! - Paro de girar e me levanto da cadeira. Pego minhas roupas e fico em pé. - Me desculpe! Sei que não deveria ter feito isso, é que... - pauso por um instante, fingindo-me estar sem palavras – Não pude resistir – concluo e abaixo a cabeça, transparecendo estar envergonhada.   

—Não tem problema, Babydoll – ele pega em meu queixo e me faz olhá-lo. Me seguro ao máximo para não retirar sua mão de meu rosto e pular em seu pescoço para enforcá-lo. - Mas infelizmente, tenho assuntos para tratar – percebo em sua expressão que ele gostaria de poder ficar mais tempo comigo. - No almoço nós conversamos. 

—Claro, você é um homem cheio de trabalho – sorrio, sem mostrar os dentes. Eu começo a me afastar dele e para meu alivio, ele não insiste em mim. Quando estou na porta, viro-me para perguntar: - Você irá me assistir dançar novamente? - Coloco uma parte do meu cabelo atrás da orelha e desvio o olhar, como se estivesse tímida. 

—Não perderei por nada – com sua afirmação, saio de dentro do escritório.  

Apenas quando chego no banheiro e fecho a porta atrás de mim que consigo voltar a respirar normalmente. Até mesmo solto um suspiro de alivio. Consegui aguentar todos esses minutos ao lado de Blue sem deixar que a verdade escape de mim. 

Um barulho no banheiro chama minha atenção. Na minha frente está Blondie lavando a mão e olhando para mim através do espelho. Me aproximo dela, mas antes de começar a falar, confirmo se estamos a sós.  

—Sem ninguém? - Indago e ela assente. - Preciso que avise a Sweet Pea que encontrei o mapa que precisaremos ter. Está no escritório de Blue, em cima da mesa onde tem um abajur e vários papeis juntos. Quando ela ver, saberá que é o mapa. Fale para ela pegá-lo quando eu for dançar, pois Blue irá me ver, dando acesso livre ao seu escritório.  

—Então nós vamos realmente começar - um sorriso surge nos lábios dela e isso me deixa feliz. Eu vou salvar as meninas. Todas elas. - Vou te deixar se preparar e não se preocupe, não me esquecerei de avisá-la.  

Com o olhar, nós se despedimos e eu entro no chuveiro. Tomo um banho relaxante e tento conter minha ansiedade, afinal, não podemos cometer erros. Desligo a água e começo a me secar, não demoro para vestir minhas mesmas roupas. Uma saia xadrez preto e branco, uma mini blusa que fica mostrando parte da minha barriga. Acho essas roupas idiota, mas são o uniforme que me obrigam a usar.  

Vou até o camarim e procuro por Madame, para saber quais são minhas funções hoje. Quando a encontro, ela me olha com um olhar de desprezo e apenas me indica para limpar os quartos que acontecem as prostituições.  

Depois de duas horas limpando, sou chamada para o treinamento de dança. Meu coração palpita mais rápido. É agora que vamos realmente dar início a nossa liberdade.  

Quando chego no cômodo, muitas já estão dançando. Rocket e Blondie dançam juntas e sensualizam seus passos. Após poucos minutos, Sweet Pea começa a dançar sozinha. Passos lentos e, se ela fosse uma assassina, eu diria que são perigosos. Troco olhares disfarçadamente e finjo não as conhecê-las. Quando a música de Sweet para de tocar, ela sai de cena e a sequência continua, outras mulheres que não sei seus nomes (todas são novas neste lugar) começam a dançar. 

Vinte minutos se passaram e com isso, outra música começa a tocar. Reconheço seu toque, é a mesma que tocou ontem. A mesma que dancei. Com a cabeça, a Madame indica para mim começar a dançar. Não hesito em fazer.  

Antes de fechar meus olhos, avisto Blue chegar e vejo Sweet sair. Em seguida, fecho minhas pálpebras e me imagino novamente colocando fim a vida miserável de Blue. 

Doces sonhos são feitos disso 

Quem sou eu para discordar? 

Giro meu corpo no alto e quando retorno ao chão, caio de joelhos. 

Eu viajo o mundo e os sete mares 

Todo mundo está procurando alguma coisa 

Ainda no chão, começo a me rastejar. Em minha cabeça, eu acabo de ser derrubada por Blue, ele jogou minha espada para longe e estou tentando alcançá-la.  

Alguns deles querem te usar 

Alguns deles querem ser usados por você 

Quando consigo recuperar minha arma, me levantado rapidamente e isso o surpreende. Um sorriso perverso surge em seus lábios, mas não me deixo abalar. Corro rápido para perto dele e dou um mortal para frente, quando me posiciono, ergo minha espada e corto seu estomago.  

Alguns deles querem abusar de você 

Alguns deles querem ser abusados 

Sem piedade, enfio minha espada em sua cabeça e chuto seu corpo para longe.  

A música acaba, eu retorno a abrir meus olhos e observo todos aplaudirem para mim. De soslaio, vejo que Blue está novamente encantado. Mal sabe que estou projetando várias maneiras de acabar com sua existência.  

Procuro por Sweet Pea, mas não a encontro. Ao menos torço que tenha consigo roubar o mapa para que tenhamos uma noção de qual caminhar e escapar sem que haja erro.  

O treinamento acaba e o horário de almoço - meros trinta minutos - começam. Eu pego a comida que a Madame me entrega em um prato simples e decido comer rapidamente. Não vou almoçar com Blue, quero um momento de descanso para mim.  

Após o almoço, todas as meninas vão ao camarim e começam a se preparar. Conforme as horas passam, os homens chegam e escolhem suas companhias. Eu, como sempre, fico como manequim no meio do lugar, dançando e atiçando os clientes. Para minha felicidade, um deles manteve Blue ocupado, ambos estavam conversando e ficaram nisso a noite inteira.  

Quando acabamos o expediente, todo mundo foi para seus devidos quartos. E quando eu estava caminhando para o meu, senti um braço me segurar. 

—Babydoll – Blue me chama e, antes de virar o rosto em sua direção, xingo-o mentalmente. 

—Sim? - Finjo surpresa e desentendimento. 

—Não foi almoçar comigo. Por quê? - Sua indagação sai suspeita e ao mesmo tempo, chateada. Ele desejava que eu tivesse ido até seu escritório.  

—Porque a Madame pediu para mim comer rapidamente. Nesta noite, ela quis me deixar ainda mais arrumada – aponto para o meu rosto que está com mais maquiagem do que ontem. Até mesmo minhas roupas estão diferentes, cheias de brilho, mais curtas e menos tecidos.  

—Ainda mais bonita – ele silaba. E coloca uma meche do meu cabelo atrás de meu rosto. Esse ato me faz querer correr, mas eu me limito a desviar o olhar, como se fosse timidez, mas na realidade, é apenas uma maneira de me controlar. - Pode ir, precisa descansar. Amanhã nós conversamos – apenas anuo e saio sem olhá-lo.  

Sigo o caminho em silêncio até meu quarto. Fecho a porta atrás de mim e me sento no chão, encostada na porta. Suspiro profundamente. Estou cansada, mas é mentalmente. É difícil esconder o fato de que odeio Blue, pois quero gritar e cuspir em sua cara essas palavras.  

Me levanto do chão e retiro as minhas roupas. Visto a simples camisola que usamos para dormir e me deito na minha cama, porém, não para dormir e sim para aguardar as meninas. 

Acredito que depois de uma hora, escuto o som da minha porta sendo destrancada e aberta. Como um vulto, as meninas entram uma por uma no meu quarto.  

—Ninguém as viu? - Pergunto, apenas por preocupação da segurança delas. Todas negam. - E você, Sweet, conseguiu o mapa? - Faço a pergunta que estava engasgada em minha garganta desde que a vi no camarim se arrumando.  

—E por acaso já te decepcionei? - Ela inquira, com ignorância e um sorriso irônico. Puxa de dentro da sua camisola um papel. O mesmo que eu havia visto no escritório de Blue. - É claro que foi mais fácil encontrar com suas dicas. Demorei apenas um minuto para entrar e sair. Ninguém me viu e duvido que sentirão falta deste simples rascunho – eu anuo.  

—Então, o próximo passo é conseguirmos o isqueiro – abro um sorriso satisfeita com o nosso progresso. Rocket abraça Blondie e Sweet Pea apenas me entrega o papel que nos guiará para nossa liberdade.  

Atualmente:  

Dor.  

Esta palavra resume tudo que sinto em meu corpo e em minha alma.  

Meus olhos se abrem, arregalados e ardem pela iluminação do lugar. Demoro míseros segundos para perceber que não estou mais na empresa. 

Na realidade, estou deitada em uma cama. Movimento minhas pernas e as sinto doerem, mas não paro de movimentá-las. Em um instante, me vejo caída da cama.  

—O-Oliver – balbucio, com a voz tão fraca que ninguém poderia ouvir.   

Começo a me rastejar pelo chão, tentando chegar à porta e para procurar por Oliver. Preciso saber se ele está bem, saber se está vivo.  

Não! Ele não pode ter morrido. Ele é forte, um lutador. Não me abandonaria, não desistiria.  

A imagem dele caído no chão, com o sangue escorrendo de seu peito surge em minha mente. Meus olhos embaçam, lágrimas querem sair, mas não me permito chorar. Preciso encontrá-lo, confirmar por mim mesma que ele está vivo.  

A dor que sinto em meu corpo não se compara ao medo que sinto só em pensar de ter perdido Oliver. Não suportaria perdê-lo, principalmente porque sua morte seria minha culpa. 

Tento me levantar para chegar a maçaneta da porta, para abri-la. No entanto, antes mesmo que eu o faça, alguém a abre. Há minutos, eu não pensei onde poderia estar, não me importava. Mas agora, suspiro de alivio ao perceber que a pessoa em minha frente é Sweet Pea.  

—O que pensa que está fazendo? - Ela pergunta, irritada e preocupada ao mesmo tempo.  

—Onde está Oliver? - Indago, com a voz mais alta e forte que consigo reproduzir. - Ele está.... - não consigo concluir minha pergunta. Quais seriam as chances dele sair vivo de um tiro no peito? Pequenas. Minúsculas. Minhas esperanças se esmagam e meu peito dói.  

—Ele está no quarto ao lado. E está vivo, Babydoll – Sweet declara, se abaixando para me encarar nos olhos. - Você tem que voltar para a cama.  

—Não, eu não vou voltar – falo, com veemência.  

—Babydoll, você tem que descansar – Ela abre um sorriso complacente.  

—Faço isso depois que confirmar se ele está bem – meu maxilar fica rígido.  

—Mas isso não te ajudará em nada, você...  

—EU PRECISO VER OLIVER! - Vocifero, com desespero e angustiada. Os olhos castanhos dela me avaliam com pesar e tristeza.  

—Felicity, você poderá vê-lo depois que o médico a examinar novamente. Estou fazendo isso pelo seu bem. Deixe de ser teimosa!  

Eu apenas desvio o olhar. Não quero que ela sinta pena de mim. Isso não é justo. Eu a empurro para o lado e com todo o esforço, me levanto do chão. Sweet tenta entrar na minha frente, porém, isso não me impede de passar.  

—Você não pode vê-lo! – Ela diz, segurando meu braço. Seu toque faz meu corpo doer, mas não demonstro nenhum sinal de dor em minha expressão. Com força, puxo de volta meu braço e continuo andando. – Você não está me dando escolhas!  

—Eu irei ver Oliver! – Declaro, semicerrando meus olhos. – E você não irá me impedir!  

Ela suspira e eu a ignoro. Saio do quarto e me encontro em um corredor, o quarto está a metros de distância. Isso significa que Oliver está a poucos metros longe de mim. Tenho que o ver.   

—Babydoll, me desculpe – ouço Sweet dizer e eu me viro para encará-la. Ela está com um sedativo na mão e tenta aplicar em mim, mesmo eu estando lenta e machucada, consigo desviar e a forço bater sua mão na parede, com isso, a seringa cai no chão. Eu a pego e espirro o sedativo tudo para fora. – Tente me entender, Felicity! – A vejo se movimentar para me agarrar com seus braços, mas consigo me desviar antes de ser presa. Estou ficando cansada. Ela quer me cansar.  

Com uma dor agoniante, eu levanto minha perna e chuto sua barriga, a fazendo cair no chão. Não paro para pensar na dor que estou sentindo e simplesmente corro em direção a porta de Oliver.  

—Não faça isso! – Sweet Pea pede, com temor. Continuo a ignorar e abro a porta. 

Minha respiração fica desregular. Ando devagar em direção à cama em que Oliver se encontra desacordado. Há uma máquina do seu lado indicando seus batimentos cardíacos que estão lentos. E em seu rosto está uma máscara para que possa respirar. Ele está horrível.  

E ele está assim por minha causa.  

De repente, meus ossos fraquejam e eu caio no chão. Não faço menção em me levantar. Lágrimas surgem novamente em meus olhos e desta vez me permito a chorar.  

Sou um monstro. Eu destruo a todos que estão a minha volta. Se eles não morrem por minha culpa, eles têm outro tipo de fim. Quem está perto de mim sempre acaba sofrendo, não importa o quanto eu tente impedir que isso aconteça. 

Eu grito de raiva. Grito até meus pulmões pedirem por ar. Começo a arranhar meu rosto, com ódio de mim mesma.  

Minha vida é inútil. Eu deveria deixar de existir. Deveria ser a mim no lugar de Oliver. Isso é errado. Isso é injusto. Isso é cruel.  

Limpo meu rosto das lágrimas. Ninguém as quer. Elas não são importantes. Eu não sou digna de chorar por Oliver. Eu nunca fui digna para ele. Fui estúpida em pensar que merecia um pouco de seu amor. Que merecia ter um amor. 

Me levanto do chão, encaro a Oliver e sinto vontade de bater nele. Eu também o odeio.  

—Por quê? - Pergunto, gritando de ódio e desgosto. - Por que tentou me fazer acreditar que eu merecia um amor? Que eu poderia ser amada?  

Ele não se movimenta, ele não faz nada. Nem sequer deve estar me ouvindo.  

—Você me deu falsas esperanças! Você deu a mim algo que nunca quis ter. Algo que eu havia desisto, pois sabia que não era para mim. Algo que eu achava impossível e eu te odeio por isso! - Bato no espaço vazio de sua cama. Eu não consigo machucá-lo. Mesmo desejando muito. -  Eu nunca deveria ter vindo para Starling City. Eu nunca deveria ter lhe conhecido! - Desta vez, empurro uma cadeira que tem ao lado da cama. - Mas, Oliver, se você morrer, eu juro que nunca irei te perdoar. Eu juro que irei te odiar até o fim da minha vida miserável. Então, é melhor você continuar respirando e é melhor não desistir, porque eu quero que escute minhas palavras, quero que saiba o que você fez para mim. Quero que saiba como você é horrível para mim e como você.... como você... - Eu me debruço sobre seu corpo. Tento segurar minhas lágrimas, mas não consigo. Choro como chorei na morte de minha irmã. - Como você conseguiu me fazer amá-lo, mesmo eu achando que nunca seria capaz de amar alguém desta forma.  

Continuo debruçada sobre seu corpo. Meus olhos estão fechados e minha mente só consegue pensar em nossos momentos. Dos beijos que selamos e até de nossas discussões. Dos olhares que trocamos e os toques que tivemos.  

Naturalmente, uma lembrança de uma de nossas conversas surge em minhas memórias:  

—Oliver eu não sou facilmente conquista. Acho que o amor não é para mim, porque eu não consigo me apaixonar. 

— Você vai se apaixonar.  

— Como sabe?  

— Eu irei garantir que se apaixone por mim. 

Um sorriso triste surge em meus lábios. Ele sempre foi tão cheio de si. Não se parece com o homem que está deitado nesta cama, desacordado e cheio de tubos conectados em seu corpo.  

—Eu disse que não era para você vir aqui - ouço a voz de Sweet. Não me movo do lugar em que estou. - Eu estava tentando te proteger. Sabia que se visse Oliver desta forma, iria se culpar e se machucar ainda mais.  

—Mas você sabia que não teria como eu não me preocupar. E sim, a culpa é minha e isto está me machucando. Ambas nos conhecemos bem – Falo e paro de ficar debruçada em Oliver. Mas não me afasto de seu corpo, decido pegar em sua mão e a acaricio. Por incrível que pareça, ela não está fria, está quente como sempre foi. - Ele está vivo apenas por causa da máquina?  

—Não, Felicity. Ele está vivo porque ainda quer viver. Era para ele estar morto quando cheguei na empresa, mas isso não aconteceu, pois ele se manteve respirando e lutando.  

—Antes de eu desmaiar, ele havia parado de lutar, Sweet. Ele havia ficado inconsciente na minha frente. Eu achei que ele tivesse morrido naquela hora. Achei que tinha desistido de lutar.   

—Nós duas sabemos que Oliver não morreria desta forma. Para matá-lo, teria que ser três tiros no peito e um na cabeça, apenas para garantir – seu tom de voz é brincalhão e isso acaba me fazendo rir. - E Oliver Queen nunca desistirá de lutar.  

—Você tem razão. Este homem aqui é duro na queda! - Gargalho, sentindo-me aliviada e menos triste. Envolvo a mão dele na minha e aperto nossas mãos.  

—E você também é - Sweet comenta, ficando ao meu lado. - Por isso os dois se merecem – sei que ela não mente ao dizer e por isso faz meu coração se apertar. 

—Não sei se eu o mereço - declaro, buscando os olhos dela, pois neles eu sempre encontro as verdades que não admito a mim mesma. - Ele está assim por minha culpa. Ele quase morreu por minha culpa.  

—Sim. Oliver Queen quase morreu por sua causa. E acredite, ele morreria por você se assim fosse necessário.  

—Não. Você não está entendendo, Sweet! - Exclamo e solto a mão de Oliver. - Ele tinha uma vida incrível antes de me conhecer. Ele era um herói, tinha sua mãe e sua irmã, ambas seguras e vivas. Tinha Laurel, alguém que o completava perfeitamente. E então, eu cheguei e tudo ao redor dele se desmoronou. Perdeu seu melhor amigo, sua mãe fora presa e depois morta, se apaixonou por uma mulher quebrada e que mente na sua cara várias e várias vezes. Eu estou destruindo sua vida.  

Abruptamente, Sweet Pea pega em meus ombros e me força a virar para ela e olhá-la. Em seus olhos, há determinação e fúria.  

—Pare. Pare de se vitimizar. Pare de achar que tudo o que acontece de ruim é apenas e unicamente sua culpa. Acorda, Felicity! A vida não gira ao seu redor! - Suas palavras saem cheias de raiva. - Você poderia pelo menos uma vez em sua vida pensar que o que acontece, é porque simplesmente iria acontecer? Se você não tivesse conhecido Oliver, uma hora ou outra, ele perderia alguém que ama ou estaria na beira da vida. E quer saber o porquê que isso aconteceria isso com ele? Porque ele é um herói. Porque a vida é assim. Porque as pessoas morrem, pessoas sofrem, pessoas mentem e traem. Mas elas também vivem, amam, sorriem e podem ser felizes. Se tudo o que acontece no mundo for parar em suas costas, você não viverá, apenas sobreviverá.  

Ela pausa por um segundo e acaricia o meu rosto.  

— Não quero isso a você. Eu te conheço, Felicity. Te conheço melhor do que a si mesma. Sei seus demônios, seus medos e suas vontades de vida. E é por isso que preciso que olhe de outra forma para as coisas. Por favor – o tom de voz dela agora está calmo e carinhoso. A raiva que ela sentia era pelo fato de eu não querer o melhor para mim, de simplesmente achar que mereço ser infeliz e que não mereço nada de bom em minha vida.  

—Você é incrível, Sweet – eu sorrio e abraço ela. A aperto muito e deixo o calor de sua pele me aquecer. No entanto, paro de abraçá-la quando me lembro das outras coisas que também são importantes: - Bruce. Sammy. As pessoas da empresa. Como eles estão? - Inquiro, franzindo o cenho.  

—Bruce e Sammy estão bem. Eles estão aqui. Mas os funcionários, bem, acredito que é melhor nós irmos a outro lugar para conversarmos. Espere aqui – ela diz e sai do quarto. Fico contente em que Bruce e Sam estejam bem, mas do jeito que Sweet se referiu ao pessoal da empresa, sinto que não terei informações boas.  

Quando ela retorna, traz consigo uma cadeira de rodas e com a cabeça me indica para sentar. Eu dou uma última olhada para Oliver e tento ver se há alguma diferença. Mas infelizmente não há nada. Está do mesmo jeito que o encontrei ao entrar no quarto. Então, suspirando, me sento na cadeira e deixo Sweet me guiar para longe dele. Ele só precisa de mais tempo.  

—Eu chamei um médico pessoal para verificar se você está ok, depois disso, nós vamos realmente conversar – Sweet explica e eu concordo.  

Nós vamos até a sala da casa e avisto um senhor de idade, ele me cumprimenta e começa a fazer os procedimentos. Em menos de dez minutos, minhas pernas, meu tórax e minhas costas foram verificadas. Tudo estará bem em alguns dias. As pancadas que levei não danificaram nenhum órgão ou músculo. Não perdi nenhuma movimentação do meu corpo, sendo assim, ainda posso lutar para enfrentar Blue.  

—Agora que o médico já se foi, pode me dizer sobre o que houve com as pessoas da empresa? - Indago, quando o quase idoso vai embora da casa.  

—Sei que tentou salvá-las, Felicity, mas não foi possível. Quando eu cheguei à empresa, não havia ninguém. Eu retirei você, Sammy e Oliver de lá. Haviam apenas vocês. E foi sorte de Sam, pois ele tinha se escondido, senão Blue poderia ter o levado – ela deixa um ar de tristeza escapar por sua boca.  

—Quer dizer que as pessoas foram sequestradas? Como sabe disso? - Pergunto, não me sentindo surpresa por Blue ter outra vez mentindo. Sabia que ele não deixaria as pessoas da empresa sairem ilesas.  

—Eu peguei o nome de todos os funcionários que foram no dia.  Visitei cada um e nenhum deles estão em casa. Todos os carros ainda estavam na empresa. Só há um lugar para qual Blue os levaria.  

De repente, percebo algo e friso o cenho.  

—Para visitar cada funcionário iria levar tempo. Sweet, há quanto tempo desmaiei? - Inquiro, com temor da resposta. - Há quanto tempo Oliver está assim? 

—Já se passaram dois dias – sua resposta sai direta. Se eu tivesse em pé, iria cair no chão. Ainda bem que estou sentada.  

—Está dizendo que ele está em coma? - ela nega. - Se ele estivesse bem, era para ter acordado ontem. Sweet, há chances de ele não acordar?  

—As chances do que pode acontecer a Oliver está em uma balança igual. Tudo dependerá dele, Felicity. Da vontade dele. Agora você precisa se concentra no que você pode fazer, pois acredito que quando ele acordar, ao menos algo precisa estar em ordem, mesmo que seja uma mísera coisa.  

Eu ia abrir minha boca para respondê-la, dizer a ela que não conseguiria fazer nada, pois minha cabeça se preocupava exclusivamente com Oliver. No entanto, ao ver Bruce entrando na sala e de mãos dadas com Sammy, nao digo nada. 

—Fe! - O meu pequeno principe vem até mim. - Você não sabe o quanto asssustado fiquei ao te ver caída! - Ele me abraça, porém não aperta, porque sabe que pode acabar me machucando. - Já está melhor? 

—Sim. Eu estou – respondo, abrindo um sorriso ao ver que ele está sorrindo.  

—O garoto é corajoso, Felicity. Foi ele quem nos avisou sobre você e Oliver. Se não fosse por ele, não teríamos descoberto o que estava acontecendo na empresa – Bruce declara, sentando-se ao lado de Sweet. O rosto dele está cheio de roxões, mas não é nada que ele não tenha lidado.  

—Foi você quem salvou a mim e a Oliver? - Pergunto para Sam, surpresa com essa novidade. - Sempre soube que era o meu cavalheiro de armadura! - Passo minha mão por seus cabelos e os bagunço. Ele solta uma gostosa risada, fazendo minha mente relaxar um pouco.  

—Eu apenas me inspiro em você, Fe! Na sua coragem! - Sua resposta sai com orgulho e isso me obriga em puxá-lo para um outro abraço, mas desta vez eu o aperto, mantendo-o colado a mim. - Você não está me deixando respirar! - Sua exclamação faz todos nós gargalharmos.  

—Você realmente achou um tesouro, Felicity – Sweet diz, olhando para o pequeno. - Ei, Sammy, você pode ir na sala e pegar um copo d’água para ela? - Ele concorda e eu o deixo sair de meu abraço. O observo caminha até um outro corredor. - Nós temos que resolver alguns assuntos, Babydoll.  

—Assuntos? O que posso fazer por alguém sendo que mal consigo me aguentar em pé? - Questiono, não entendendo o fato da mudança abruptamente.  

—O seu time não sabe o que aconteceu com você e Oliver. Eles estão os procurando. Precisar informar a eles que estão seguros e bem. Sem contar está na hora de você e Oliver irem para a arque de vocês, pois a nossa casa não serve mais de proteção - Bruce conta, pegando na mão de Sweet. - Pinguim e Blue não sabem da minha identidade, mas sabem a de vocês. Todo mundo que você gosta está em perigo. Eu irei fingir que fui embora da cidade, conforme eles me mandaram ir. Apenas o Batman irá ficar – sua tática é boa, afinal, não haverá ninguém para usar contra Sweet.  

—Eu estou tentando encontrar a mulher que se auto intitula Eiggam, se já apareceu em outro lugar, mas nada dela. Só sabemos que ela é boa o suficiente para derrubar a você e Bruce – Sweet acrescenta.  

—Ela apenas nos venceu porque nossas fraquejas estavam expostas – alego a verdade. - Na próxima vez, ela perderá - me asseguro. - Ela não apareceu nenhuma outra vez? - Ambos negam. - Isso quer dizer que as coisas estão paradas? - Os dois assentem. - Não entendo como não conseguimos encontrar o local onde as mulheres estão sendo mantidas! - Bato em minha perna e a sinto doer, resultando em um gemido escapar de minha boca.  

—Esta é a terceira vez que Blue monta o mesmo negócio. Ele já está preparado para tudo o que pode acontecer. Só que desta vez as coisas estão diferentes, Babydoll – Sweet afirma, séria. - Nós não estamos sendo mantidas presas, nós estamos livres e com isso, vamos conseguir colocar um ponto final em tudo.  

—Desculpa a demora, Fe! - Ouvimos Sammy se desculpar ao retorna na sala com um copo d’água na mão e com a outra um gato. - É que eu vi esse gatinho na janela da cozinha e ele estava com cara de faminto!  

—Entregue para minha esta criaturinha e de água para Felicity – Sweet manda, com a voz calma e pegando para si o felino. Ela o acaricia e leva até Bruce. - Ele vai ser o nosso hospede, me fará companhia até que você volte para mim.  

—Você e seu amor por gato – Bruce beija a ponta do nariz de Sweet Pea e eu fico admirada como sempre com o carinho que ele tem com ela. Ambos são sortudos por se terem. Por se amarem.  

Pego o copo que Sammy me oferece e bebo toda a água. Não havia percebido que estava com tanta sede até beber.  

—Acho que está na hora de eu falar com o time – declaro para Bruce e Sweet – Irei ligar para Diggle, para que venha buscar a mim, Oliver e Sammy. Tem como preparar os equipamentos médicos de Oliver para serem movidos? 

—Sim – Bruce assente e se levanta.  

Enquanto ele estava arrumando as coisas para serem levadas juntamente com Oliver, a Sweet Pea me entregou um celular descartável, pois os aparelhos que eles sempre usavam podem estar sendo vigiados.  

Não demorou para Diggle me atender e me encher de perguntas quando ouviu minha voz. Eu o contei o mínimo que dava, pois as coisas não poderiam ser explicadas por telefone. Pedi que obtivesse um veículo de carga, pois seria necessária e passei o endereço de onde estávamos. Ele não questionou mais nada e quando acabei de dizer, nós nos despedimos. 

Quando se passou trinta minutos, um homem (faz parte do grupo de seguranças que há na casa) avisou que um veículo de carga havia pedido para entrar no portão. Com a confirmação de Sweet, a entrada de Diggle fora permitida.  

Em seguida, Bruce e o mesmo homem começaram a levar Oliver em uma maca para a van. Atrás deles, Sammy os segue segurando uma bolsa médica. 

Eu os sigo e apenas quando Oliver está bem colocado, peço para Sammy se despedir de Bruce e Sweet. Quando o termina de fazer, ele entra dentro do veículo. 

—Vocês tomarão cuidado? - Dou a eles um olhar inquisitivo.  

—Sim. Nós cuidamos um do outro – Bruce abraça Sweet e ela sorri como resposta. - E também cuidaremos de você. Lembre-se de mandar mensagens a cada uma hora. Nós também vamos fazer isso. Temos que nos manter a salvos.  

—Não se esqueça do que conversamos, Felicity – Sweet me avisa e eu assinto.  

Com um último olhar, me despeço de ambos. Entro no veículo, juntamente com Oliver e Sammy e em questão de segundos, as rodas começam a girar. 

Depois de meia hora, o veículo para e Diggle abre a porta. Ele sorri ao ver Sammy e eu, mas seu sorriso se desfaz ao olhar para Oliver. 

—Chame o pessoal para nos ajudar – peço a Digg, ele concorda e nos deixa. Com cuidado, começo a descer do veículo. - Sammy, você consegue pegar essa cadeira de rodas e colocá-la no chão? - Inquiro para o pequeno e ele concorda.  

—Duvida da minha capacidade, Fe? - Ele pergunta, semicerrando seus olhinhos.  

—Nunca duvidei e nunca duvidarei – sorrio, orgulhosa. O observo puxar a cadeira e depois descê-la do veículo, em seguida, me forço a se sentar nela, resultando na ardência de minhas pernas parar. 

—Felicity?! - Ouço a voz de Sara e viro o rosto para olhá-la. No mesmo momento, avisto Roy, Thea, Laurel e Diggle. - O que aconteceu com você? Onde está Oliver? 

Com a cabeça, inclino para o lado, direção do veículo. Os olhos dela passam de mim para dentro da parte de carga e quando vê Oliver deitado, ela se choca. O mesmo acontece com todos, no entanto, não demora para Thea começar a chorar. 

Diggle e Roy começam a levar Oliver para dentro da arque, Laurel está aconselhando Thea a se acalmar e Sara está pegando os aparelhos que serão necessários para manter Oliver estável.  

Eu começo a girar as rodas da minha cadeira de roda e chamo Sammy para vir comigo. Nós dois adentramos na arque e não demoro para ter a visão de meus computadores, dos uniformes e do espaço de treinamento.  

Meus olhos pousam no arco-e-flecha de Oliver e sinto um aperto no coração. Balanço a cabeça para retirar quaisquer pensamentos negativos que queriam vir a minha mente. Não posso me dar o luxo de chorar.  

Em cinco minutos, os meninos conseguiram arranjar um lugar para deixar Oliver e seus aparelhos médicos que vieram de acompanhamento. Os batimentos dele ainda estão lentos, como estava no veículo e na casa de Sweet. Mas o importante é que ainda estão batendo.  

—Agora pode nos contar o que houve, Felicity? - Diggle inquira, sério e preocupado. - Você e Oliver ficaram sumidos por dois dias! E de repente, surgem ambos feridos!  

—Blue Jones aconteceu – respondo, seca. -  Ele surgiu na empresa com muitos homens, cercou a mim e Oliver. Ele queria que Oliver entregasse sua empresa, se não o fizesse, todos os funcionários morreriam. Oliver a entregou, mas Blue não cumpriu sua promessa. Ele atirou em Oliver e sequestrou os funcionários.  

—E como você ganhou seus machucados? Caramba, Felicity, você está em uma cadeira de rodas! - Laurel exclama, com os olhos arregalados.  

—Pelo que parece, Blue tem um brinquedinho que usa máscara. Ela é uma mulher e veio em mim, acertou uma flecha enfenada em minha perna e depois enfiou uma estacada em cada perna. Eu estive inconsciente nos últimos dois dias. Acordei há poucas horas – pauso por um segundo. - Depois de eu desmaiar, Blue fora embora da empresa e ficamos apenas Eu, Oliver e Sammy. O meu príncipe ligou para Bruce e com isso, médicos particulares de Bruce vieram. Só por este motivo Oliver está respirando. Se Sam não estivesse conosco, Oliver teria morrido.  

—Nós tínhamos achado que vocês haviam sido sequestrados – Roy conta, frisando o cenho. - Tentamos olhar as câmeras, mas todas estavam apagadas. Vimos sangue e índice de lutas. Nem sequer cogitamos a ideia de que alguém tivesse ajudado vocês. Simplesmente acreditamos que tinham sido pegos.  

—Entendo - é a única coisa que consigo dizer. 

—O O.. Ollie, e...le, ele está em coma? Ele... Vai sobreviver? - Thea pergunta, com a voz falhada e entre os soluços que não consegue segurar.  

—Ele não está em coma, apenas cansado. Não se preocupe, seu irmão ainda tem muito o que viver – abro um sorriso acolhedor. Aparentemente, funciona, pois ela começa a controlar sua respiração.  

—E agora? O que vamos fazer enquanto Oliver se recupera? - Laurel indaga.  

—Vamos continuar – pronuncio, rodando minhas rodas da cadeira em direção ao computador. - Nós vamos continuar salvando a cidade. E quando Oliver estiver recuperado, ele verá que conseguimos manter tudo sobre controle.  

Todos concordam, todos acreditam que podemos manter as coisas controladas. Eles acreditam em mim. E não sei se isso será suficiente. 


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Notas finais do capítulo

Danki!



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