Inside You escrita por BeatrizPFT25


Capítulo 6
Voltando ao Normal


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Venho então trazer o último capitulo desta fic!
Até às notas finais
Boa Leitura!



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Bakugou e Todoroki estavam atrás do edifício onde tinham aulas. Todoroki estava curioso sobre a razão de Bakugou o ter chamado.

Provavelmente quer falar de alguma memória minha, pensou Todoroki. Mas ele não tinha aceitado ter ido com ele só por isso, queria esclarecer também algumas coisas, já que nas memórias de Midoriya existiam muitas cenas em que Bakugou estava a desprezar, agredir ou a insultar Midoriya, algo que não agradava, em absoluto, Todoroki.

Bakugou depois daquela noite teve certeza de muitas coisas, dentre elas que sabia que haviam coisas a serem resolvidas, e ele ia tentar não explodir nada e apenas falar sobre o assunto, primeiramente com Todoroki e depois com Midoriya, que seria o mais complicado, do ponto de vista de Bakugou.

— Não vou estar aqui a dar voltas, vou direto ao assunto, quanto mais rápido falarmos melhor. – Disse Bakugou com uma cara séria, encostado à parede do edifício com as mãos nos bolsos.

— Concordo, sobre o que queres falar então? – Perguntou Todoroki cruzando os braços.

— Quero que vás agradecer ao Deku. – Disse Bakugou, soando como uma ordem.

Todoroki arqueou uma sobrancelha antes de responder.

— Agradecer ao Midoriya? – Perguntou Todoroki para confirmar o que tinha ouvido.

— Não me faças repetir duas-caras! – Respondeu Bakugou ficando irritado elevando o tom de voz. – Eu vi as tuas memórias, desde dos treinos que tiveste com o teu pai, a queimadura que a tua mãe te fez até às lutas no festival, eu já sei tudo disso, e sei o quando o Deku mudou a tua forma de pensar e ver as coisas, ele fez-te duvidar das decisões que tinhas tomado e graças a isso ganhaste coragem para ires visitar a tua mãe ao hospital depois de tanto tempo, e por essa razão agora usas o teu lado esquerdo que tanto querias rejeitar, e isso tornou-te mais forte. – Todoroki encarava Bakugou sem saber o que dizer, não é que ele estivesse enganado, muito pelo contrário, mas ouvir aquelas palavras vindo do seu próprio corpo, apesar de a voz ser de Bakugou, parecia quase como se estivesse a falar com o seu subconsciente. – No meu sonho a tua voz irritante disse na minha cabeça “Midoriya obrigado”, mas nunca lhe agradeceste pessoalmente, apesar de quereres não o fazes, por isso estou a dizer para o fazeres! – Bakugou terminou de falar um resmungo e um suspiro.

— Eu já agradeci. – Respondeu Todoroki com calma olhando para o céu. – Esta manhã para ser exato. – E voltou a encarar Bakugou. – Não estava à espera de ter demorado tanto tempo, mas finalmente agradeci como deveriam… era só isso? – Perguntou.

Bakugou percebeu que Todoroki estava a dizer a verdade, também não tinha razões para mentir.

— Sim era. – Confirmou Bakugou desencostando-se da parede e virando-se de costas para Todoroki.

— Pois bem, mas eu tenho algo que também te quero perguntar. – Disse Todoroki sério fazendo Bakugou se virar novamente na sua direção. – Porque é que começaste a tratar tão mal o Midoriya depois de teres manifestado a tua peculiaridade?

Bakugou deduzia que Todoroki lhe ia fazer uma pergunta dentro daquele género e por isso só sorriu e respondeu com confiança na voz.

— Para o tornar mais forte. – Todoroki ia dizer algo mas Bakugou voltou a falar, interrompendo-o. – Somos rivais afinal. – Ao ouvir essas palavras Todoroki não disse mais nada e Bakugou foi embora, só por aquela resposta Todoroki percebeu que algo tinha mudado em Bakugou, e para melhor.

No mesmo momento noutro lugar da academia, Midoriya estava sentado num banco de jardim, como não sabia para onde Bakugou tinha ido decidiu ficar ali a relaxar nos últimos minutos da hora de almoço. Até que ouve uma voz chamá-lo.

— Deku. – Bakugou estava um pouco à sua frente e ia em sua direção, quando chegou perto de Midoriya sentou-se ao seu lado. – A hora de almoço está quase a acabar por isso não vou demorar. – Midoriya olhava para Bakugou, que não o encarava. – Viste as minhas memórias sobre ti não foi? – Perguntou encarando por fim Midoriya que rapidamente confirmou com a cabeça acompanhado de um som de confirmação.

Bakugou voltou a desviar os olhos e olhar para a frente.

— Não sabia que te sentias dessa forma Kacchan… Nunca percebi as tuas razões para fazeres o que fazias… Tu nunca me disseste e criaste um espaço entre nós que fazia com que fosse impossível de perguntar ou me aproximar de ti outra vez. – Explicou Midoriya, Bakugou já sabia disso, eram os sentimentos e pensamentos dele afinal. – Eu queria agradecer-te Kacchan… – Disse Midoriya fazendo Bakugou voltar a olhar para si. – Não concordo com a maneira como fizeste algumas coisas, mas no fundo só me querias proteger e não querias que me magoasse ao seguir o meu sonho de ser um herói sem ter uma peculiaridade… Obrigado Kacchan. – Agradeceu Midoriya sorrindo.

— Não quero que me agradeças! – Respondeu Bakugou gritando e levantando-se, ficando de costas para Midoriya. – Mas agora tens uma peculiaridade, e quando a controlares totalmente vais ficar mais forte… Já não precisas de proteção nem nada do género…

— Eu agora… posso ser um herói! – Disse Midoriya confiante, também se levantando.

Bakugou virou-se de frente para ele e sorriu, não um sorriso de desprezo ou que mostrasse raiva, mas sim um sorriso confiante e que demonstrava que ele estava satisfeito.

— Mas não importa quão forte fiques, eu vou ser o número 1! – Gritou Bakugou apontando para si com o pulgar.

— Eu não vou ficar para trás! – Respondeu Midoriya também a sorrir, não sabia exatamente o que tinha acontecido para Bakugou estar a agir assim, mas não importava realmente, isso tinha-o deixado feliz.

O som que sinalizava o final da hora de almoço fez os dois rapazes irem para a sala de aula, desta vez lado a lado sem qualquer problema.

— Kacchan… – Chamou Midoriya fazendo Bakugou olhar para ele. – Talvez não tenhas sido o meu herói mas foste uma inspiração para mim, e espero que tenhas conseguido realizar alguns dos teus desejos que estavam na carta, o bolo de chocolate da tua mãe era realmente bom se pudesse também o comia todos os dias… – Midoriya murmurou essa última parte com os dedos no queixo lembrando-se do nostálgico sabor.

— Deku… – Chamou Bakugou com leve irritação na voz, assim que Midoriya o encarou viu que ele estava muito irritado. – Tu… por acaso não abriste o cofre que eu tinha no meu quarto pois não? – Perguntou com um sorriso ameaçador.

Midoriya percebeu que não devia ter dito nada.

— Desculpa Kacchan. – Disse e começou a correr para a sala ouvindo um grito de Bakugou atrás de si.

— Eu vou matar-te Deku! – Esse grito só fez Midoriya perceber que parar de correr, não era uma opção.

Mais tarde, a meio das aulas práticas da tarde, os três que ainda não tinham voltado ao normal viam o treino dos colegas de longe, a cada dia ficavam mais frustrados.

— Eu vou procurar aquela rapariga e obrigá-la a acelerar a troca de corpos. – Disse Bakugou irritado. – Só estou a ficar para trás! – Refilou.

— Realmente já passou o tempo mínimo que ela disse, se calhar devíamos ir falar com ela. – Comentou Todoroki.

— Não estamos a fazer nada aqui mesmo, vou pedir ao Aizawa-sensei para deixar-nos ir. – Disse Midoriya levantando-se e indo de encontro ao professor.

Logo recebeu uma resposta afirmativa e os três foram procurar a rapariga, agora que sabiam qual era a turma dela era muito mais fácil. No entanto ao chegar lá a rapariga não estava presente, e isso nem era o mais estranho, ninguém da turma, nem sequer o professor responsável, sabia da existência de nenhuma Hikari, o que deixou o trio confuso.

— Como é que não sabem da existência de uma colega de turma?! – Refilou Bakugou.

— Não é que tenhas muita moral para falar disso. – Comentou Todoroki suspirando, ouvindo uma resposta em protesto que prontamente ignorou.

— Mas realmente é estranho… – Murmurou Midoriya pensativo.

As aulas práticas da tarde terminaram, e cada um foi para casa. Todoroki voltou a ler os cadernos de Midoriya com um sorriso no rosto, admirando novamente a pessoa que ele era. No caso de Midoriya já tinha conseguido fazer algo sozinho na cozinha, sem partir nada ou se cortar. E enquanto isso Bakugou voltava a responder a perguntas que a avó de Todoroki fazia.

Umas horas depois os três já estavam a dormir, a cada dia que passava sentiam-se mais cansados, apesar de não exercitarem o corpo fisicamente como faziam quando estavam nos seus corpos. E por estarem a dormir, novamente nenhum dos três se apercebeu do brilho amarelo que emitiram há meia-noite. O efeito da poção tinha-se desfeito.

Na manhã seguinte Midoriya abriu os olhos, sentou-se na cama e espreguiçou-se, bocejando. Esta noite não sonhei com nada, pensou Midoriya um pouco desiludido, levantando-se.

— Tenho de ir ter com o Todoroki-kun. – Murmurou e foi ai que percebeu que estava no seu quarto, as coisas de All Might presentes deixam isso mais que evidente. – Voltamos ao normal! – Afirmou correndo para a casa de banho para se ver ao espelho, era verdade, estava de novo no seu corpo. Animadamente preparou-se para ir para a academia.

Quando chegou lá viu os seus amigos reunidos no fundo da sala, ao repararem na sua presença logo foram falar com ele.

— Ei Midoriya já sabemos que voltaram ao normal. – Comentou Kirishima com um sorriso.

— Ainda bem Deku-kun fico muito feliz! – Disse Uraraka sorrindo.

— Ah, sim ainda bem que finalmente acabou. – Respondeu Midoriya também sorrindo.

Midoriya então olhou para o local onde antes todos estavam reunidos e viu Todoroki no seu lugar com o seu ar calmo de sempre.

— Todoroki-kun. – Chamou e foi ter com ele. – Parece que finalmente acabou. – Comentou.

— Sim. – Respondeu Todoroki um pouco desanimado.

— Não pareces muito feliz Todoroki-kun… – Observou Midoriya, preocupado.

— É que graças a termos trocado de corpos eu consegui conhecer-te melhor Midoriya… Sinto que o que nos aconteceu foi algo bom, apesar de não podermos treinar, mas agora acabou e já nem vamos andar juntos para a academia ou para casa. – Lamentou com um suspiro.

— Podemos sempre sair para ir fazer outras coisas! Os amigos podem sempre sair juntos fora da academia! – Sugeriu Midoriya com um sorriso fazendo Todoroki sorrir em resposta.

Nesse momento Bakugou abriu a porta da sala com o seu comportamento explosivo habitual.

— Oiçam bem! – Gritou chamando à atenção de todos. – Eu agora que voltei ao normal vou deixar claro que o avanço que tiveram nos treinos que não pude participar não vos vão valer de nada! Eu vou alcançá-lo e ultrapassá-los hoje mesmo! – Com esse comportamento todos sorriram, as coisas finalmente tinham voltado ao normal.

A porta foi aberta novamente e o Aizawa-sensei entrou, todos se sentaram, ele observou os seus alunos uns segundos e sorriu de lado.

— Vejo que voltaram ao normal. – Comentou. – É bom que trabalhem para compensar o tempo perdido.

— Sim! – Responderam os três com sorriso determinados.

Parece que graças a esta confusão toda esses três mudaram, parecem mais determinados que antes, como se tivessem resolvido problemas que os incomodavam há muito tempo, isso é bom, pensou Aizawa-sensei.

— Bem vamos começar a aula.

E assim começou um novo dia de aulas, já com tudo de volta ao normal, os três jovens estavam mais focados e determinados que nunca, prontos para continuarem a seguir os seus sonhos sem incómodos do passado.

Enquanto isso no escritório do diretor da U.A.

O diretor estava na sua cadeira, do outro lado da sua secretária, estava a dona da poção que tinha causado tantos problemas, ela sentou-se na cadeira à frente da do diretor e o mesmo serviu-lhe um chá e então o diretor começou a falar.

— E como foi Hikari-chan? – Perguntou observando a rapariga que agarrou a chávena agradecendo.

— Correu tudo bem, melhor do que estava à espera. – Confessou.

Hikari tirou então os óculos, a peruca que usava e os seus olhos mudaram de cor, agora tinha o seu cabelo natural loiro, ondulado e comprido à vista e os seus olhos verdes esmeralda brilharam feliz com o resultado que tivera.

— A poção para mudar de corpos não é só para experimentar as peculiaridades uns dos outros, é para viverem na pele uns dos outros, descobrir atrás das memórias uns dos outros o que realmente se passa no coração uns dos outros, é bem mais fácil compreender alguém sentirmos e virmos o que essa pessoa viveu. – Comentou pegando na sua chávena de chá e bebendo um pouco.

— Ainda bem, mas porque escolher aqueles três alunos em especial? Perguntou o diretor.

— Curiosidade. – Respondeu a loira depois de pensar um pouco, ela não tinha uma razão específica, simplesmente sentia que era o que devia fazer, sorriu ao lembrar-se das mudanças nos comportamentos que cada um tinha tido. Estava satisfeita.

O seu trabalho estava feito.


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Notas finais do capítulo

E assim dou por terminada esta fic!
Agradeço a todos os que acompanharam, favoritaram e comentaram!
Se quiserem sintam-se à vontade para ir ler as minhas one-shot de BNHA
Eu pretendo começar outra fic, um pouco mais longa, que se vai centrar em TodoDeku, se for do vosso interesse fiquem atentos às novidades!
Enquanto essa long-fic não for postada vou andar a postar algumas one-shot por aqui
Obrigada!
Até uma próxima!
Plus Ultra!



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