Segredos Profundos. Romanogers History escrita por Lisa Rogers


Capítulo 9
Natalia Alianovna


Notas iniciais do capítulo

Foi muito difícil escrever um capitulo onde temos a pequena Natasha sofrendo. quis mostrar a Relação da Natasha com a Peggy de uma maneira bem complexa mesmo. Peggy é parte importante nessa historia, como vocês já puderam ver. O capitulo se passa em formato de um Flashback. Prestem muita atenção nos detalhes, ok?

Boa leitura!!!



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Flashback on

(Rússia, Local Desconhecido, Novembro de 1952)

— Você tem certeza, Peggy? Acho que não preciso te lembrar o que aconteceu na ultima vez que estivemos aqui  - Dum Dum ajeitou seu chapéu.

—Se você esta com medo deveria ter ficado em casa – Peggy engatilhou o cartucho na arma, observando a instalação a sua frente.

— Não estou com medo!

— Então pare de reclamar! – A agente se virou para o resto do comando – Ei! Por favor vocês poderiam ouvir a comandantes por um momento?

Todos os homens se reuniram em frente a mulher.

— Muito bem. – Peggy encaixou  arma no coldre e apertou a fivela do colete.- Quando entrarmos lá toda a atenção de vocês deve ser triplicada. Foram anos de estudo, anos  obsevando de longe e tentando entender como essa instalação funcionava. Não podemos cometer erros. E lembrem-se, estamos lidando com crianças....

— Demônios. – Dum Dum retrucou.

Peggy olhou ara o bigodudo e revirou os olhos.

—  Essas garotas foram treinadas para matar, mas não deixam de serem crianças. Nosso foco aqui é Ivan Petrovich, quero esse desgraçado pagando pelos seus crimes. Estamos entendidos?

— Sim comandante! – A união de vozes do comando se formou em alto e bom som.

A agente Carter abriu passagem para observar seus homens se espalhando pela área do complexo. Ela ficou mais atrás, acompanhada de Dum Dum e Morita, que se posicionaram ao lado dela. Peggy respirou fundo três vezes, contou mentalmente até ouvir um estouro.

A porta da Sala vermelha estava aberta. O combate começara.

Ela e os parceiros correram pelo chão branco coberto de neve, entrando no complexo de concreto que fedia a mofo. A sirene de alerta gritava e os soldados lutavam contra o exercito de homens armados a sua frente. Os olhos de Peggy estudaram rapidamente o local. Ela precisava achar Ivan antes que o mesmo fosse capaz de fugir. Era a única que tinha memorizado a possível planta do local.

— Vá Peggy, nós te daremos cobertura! – Morita gritou acima do som das balas que deixavam sua arma.

Peggy correu até uma das portas onde um grupo de homens acabara de sair armado para lutar contra os seus. Para a sua surpresa a porta tinha um mecanismo para se fechar assim que o ultimo soldado passasse por ela, sofisticado o bastante para não ser aberto tão facilmente. Peggy conseguiu se esquivar pela pequena fresta antes da porta se fechar completamente atrás de si. Sacou rapidamente a arma do coldre e a apanhou, pronta para atirar.

O corredor estava limpo. As luzes fracas e o ar gélido só deixavam o local ainda mais assustador. A agente caminhou em passos curtos, calculados e tentando manter o maior silencio que seus pés pudessem fazer. Os pelos de sua nuca estavam arrepiados. A todo o momento sentia que estava sendo observada, mas sempre que olhava para trás a única coisa que a seguia era os pingos de água que escorriam pela parede.

Assim que Peggy dobrou o corredor uma dor aguda atingiu sua barriga fazendo-a cair de joelhos no chão. Olhou para baixo e viu um pequeno disco de metal grudado em seu colete “Mas que diabos?”

 Se Peggy não estivesse usando o artefato criado por Howard o choque sem duvidas a teria derrubado.  Peggy olhou para frente e viu uma silhueta pequena na sombra de uma das luzes. “É uma delas. É uma das viúvas negras”.

 A garota permanece de cabeça baixa. Imóvel. Se Peggy não soubesse que era real, poderia facilmente ser confundida com uma boneca.

— Eu não quero lutar com você. – A agente se levantou com dificuldade, guardando a arma no coldre da cintura.

—É uma pena... Gosto de matar meus adversários com uma luta justa. Mas não reclamo quando eles me dão suas vidas de mãos beijadas. – A pequena garota levantou a cabeça e saiu das sombras.

 O cabelo ruivo na altura dos ombros.

Os olhos verdes penetrantes como de um lince.

Peggy sabia que a garota não poderia ter mais que doze anos. Era uma criança. Uma criança ensiada a matar.

A garota correu em sua direção. Peggy firmou os pés no chão e levantou o pulso, pronta para atacar.

Não adiantou.

A viúva passou por debaixo de mulher, acertando um soco no fim de sua coluna vertebral. Peggy cambaleou para frente, quase caindo novamente. Em questão de segundos a ruivinha estava em frente dela novamente. As pernas na altura de seu rosto. A agente espalmou as duas mãos no calcanhar da criança, puxando-o com força suficiente para derruba-la no chão.

Antes que o pequeno copo encontrasse o pavimento frio, a menina se apoiou em suas mãos, girando o corpo e acertando o rosto de Peggy com a outra perna.

Forte.

Eficaz.

Preciso.

Peggy foi ao chão sem ao menos ter exata ideia do que tinha acontecido. Passou a mão em seu coldre e a arma tinha sumido.

Click .

Ela olhou para cima e a sua arma estava apontada para sua cabeça, as pequenas mãos no gatilho. Pronta para atirar.

A agente levantou as mãos e suspirou.

— Não estique tanto os braços, o tiro não será certeiro se você estiver com os braços tão esticados. Se relaxar os cotovelos o recuo da arma será menor. Sei que eles não ensinam assim, mas acredite isso vai aperfeiçoar muito seu tiro. – Ela pode ver por um milésimo de segundo o rosto da garota ser tomado por ma expressão confusa e assustada.

—Cale a boca!

— Você sabe que eu poderia te desarmar de mil maneiras possíveis, não sabe? Mas eu não vou lutar contra uma criança.

— Eu não sou uma criança!!!

— Sim, você é. E você veio até aqui sabendo exatamente quem eu sou não veio? Você é a melhor da sua turma. Por isso eles mandaram você.

— Já disse para calar a boca. – A garota encostou o metal frio da arma na testa de Peggy.

— Tudo bem. Você pode me matar se quiser. Ou pode me ajudar a te tirar daqui – A agente olhou nos olhos da menina que piscou varias vezes, parecendo atordoada com o que ela havia dito.

Levou alguns segundos para que uma risada maléfica deixasse os pequenos lábios da viúva.

—Pelo que estudei você me parecia ser mais inteligente. – A garota olhou Carter com desdém evidente. – As aparências enganam.

— Se você estudou mesmo o meu arquivo, sabe que eu sou justa para fazer o certo. E sou certa em dizer que não é da minha natureza lutar contra uma criança.

—Já disse, eu não sou uma criança! –A ruiva afundou o cano da arma em sua pele. – Eu não sou nada... Ninguém... Sem lugar no mundo... – A frase saiu como um sussurro.

— Me ajude a sair daqui e eu posso provar que está errada.

— Ele matará a nós duas.

—Não se nós o pegarmos primeiro.

— Impossível.

— Você sabe que não é.

Peggy pode ver a menina fechar os olhos e balançar a cabeça várias vezes enquanto mantinha com firmeza a arma contra ela. Ela não sabia o que esperar não vindo de uma viúva negra. Apenas torcia para que o lado humano da pequena ainda tivesse sobrevivido.

E pela milésima vez, Peggy Carter estava certa.

A garota relaxou os braços e entregou a arma para ela, que pegou rapidamente, a colocando de volta na cintura. Peggy se levantou e olhou para a ruiva que mantinha as mãos fechadas e a cabeça baixa.

— Acho que não fomos devidamente apresentadas. - Ela estendeu a mão em direção a menina – Margaret  Carter , mas pode me chamar de Peggy.

A garota permaneceu de cabeça baixa.

—Tudo bem se não quiser dizer seu nome. Posso te chamar de ruivinha. – Peggy retirou a mão. – Vamos, temos que achar o bastardo que fez isso com você.

Carter começou a caminhar pelo corredor novamente. Ela sabia que com a ajuda da ruivinha poderia finalmente Pegar Ivan. Estava sedenta por esse momento desde a primeira vez que pisou na Sala Vermelha.

—Natalia

A voz da menina fez Peggy se virar encarando a garota poucos passos atrás dela.

— Meu nome é Natalia Alianovna Romanova. – A garota passou por Peggy rápida como um furacão. – Por aqui.

Peggy assentiu e começou a seguir a menina. Ela tinha memorizado a planta do local, mas Natalia vivia ali dentro e conhecia tudo melhor que ninguém.

Elas andaram por vários minutos, passando por portas secretas e corredores que Peggy tinha certeza que não havia visto no projeto do prédio “Tola, você achou mesmo que tudo seria fácil?” ela se repreendeu diversas vezes com o mesmo pensamento todas as vezes que tinha que passar por uma fenda totalmente apertada para se deparar com outro mar de corredores e portas.

Em certa parte do caminho elas caíram em um corredor iluminado, cheio de portas de ambos os lados. Natalia parou na ponta do corredor encostando na parede. Peggy repetiu o gesto.

—O que estamos fazendo? – Ela estreitou os olhos para a ruiva.

A garota, calada como todo o percurso até aqui, sacou da pequena bolsa presa na cintura mais dos pequenos discos. Os mesmos que tinha acertado Peggy.

—Três vindo da direta, quatro da esquerda. – Foi tudo que ela precisou dizer.

 Peggy sacou a arma, apontando para o corredor até então vazio.

— Não tem ninguém aqui, Natalia.

— Terá em três.... – Ela arremessou um dos discos na câmera que estavam bem em cima da cabeça delas – dois... – Ela posicionou os discos entre seus dedos. – Um...

Peggy ouviu as botas pesadas em atrito com o chão. Três guardas dobraram o corredor. Ela disparou um tiro, acertando em cheio um dele.

Natalia estava correndo em direção aos guardas distribuído chutes, socos e discos de choque contra os homens. Por um segundo, Peggy ficou petrificada no lugar. Ela não acreditou que uma criança da idade de Natalia podia lutar melhor que todo seu comando junto. A garota derrubou, sem o menor esforço,o  restante dos guardas que vieram.

— Ivan esta no laboratório, hoje é dia de formatura. Vamos, não vai demorar para que outros venham. – A garota dobrou o corredor, sendo seguida rapidamente por Peggy.

— Dia de formatura, o que quer dizer? – Peggy questionou Natalia, mas não obteve nenhuma resposta.

As duas pararam em frente a uma grande porta branca. Uma luz vermelha no topo alertava que algo estava acontecendo lá dentro e a entrada era proibida.

— Você só terá uma chance, ele não espera por isso, não de mim... – Ela olhou para o lado – Terá de ser precisa, Agente Carter.

— Eu não vou mata-lo, Natalia. Quero que ele pague pelos crimes que vem cometendo.

— Se não mata-lo ele a matará.

Dito isso a pequena viúva girou o trinco da porta, dando a Peggy a visão de uma espécie de sala cirúrgica.

Peggy se colocou para dentro da sala, sendo seguida por Natalia. As duas começaram a caminhar pelo quarto. Tudo estava quieto, ninguém parecia estar ali. A sala estava limpa, alguns matérias cirúrgicos devidamente enfileirados sobre uma bandeja de metal.

—Isso não era para estar acontecendo- Natalia disse mais baixo que seu tom de voz habitual.

Peggy chegou mais perto da bandeja para olhar de perto, quando um pequeno estalo se fez debaixo dos seus pés. Ela olhou pra a origem do pequeno barulho e sentiu todo o ar deixando seus pulmões. Olhou rapidamente para o lado e viu Natalia petrificada, os olhos estalados em seus pés.

—Você achou meso que poderia me enganar, pequena Natashia?

Uma voz baixa e pesada rasgou a sala. Peggy olhou para uma pequena porta atrás de Natalia. Um homem moreno, de bigodes grossos e cara carrancuda ficou atrás de menina. “Ivan Petrovich” Peggy matou a charada na hora.

—É realmente encantador ver você tentar, pequena. – Ele passou a mão pelos cabelos ruivos de Natalia. – Mas como sempre... Um fracasso. – Ivan virou o pequeno corpo da menina para si, espalmando a mão em seu rosto.

O som da do tapa rasgou o coração de Peggy. Ver a pequena menina sendo derrubada no chão partiu sua alma em mil pedaços. Ela queria atirar, queria atirar naquele ser desprezível, mas não podia... Ela não podia se quer mexer o braço, tudo poderia ir aos ares se fizesse isso. Ela viu Ivan abaixar-se, grudando os cabelos de Natalia entre os dedos e a obrigando a olha-lo. As lagrimas escorrendo pelos olhos verdes.

—Um nada... Você sabe que é um nada, Natashia. – Ele a levantou pelos cabelos, mantendo-a junto de si – Agente Carter espero que tenha gostado da minha mais nova aquisição. Essa mina é tão incrível... Desenvolvida para levar este prédio todo pelos ares... Se eu fosse você, não respiraria muito. – Ivan soltou um riso abafado. – Foi divertido, agente Carter.

— Eu vou matar você, seu bastardo! – Peggy viu pelo canto dos Ivan arrastar Natalia para fora. Viu Natalia se permanecer imóvel, como a boneca que pareceu na primeira vez que a viu. Viu a ultima lagrima cair de seus olhos, viu o ultimo olhar de Natalia para ela. Um olhar de dor, um olhar de derrota, de culpa.

Flashback off


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