Segredos Profundos. Romanogers History escrita por Lisa Rogers


Capítulo 1
Bad Dreams


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capitulo! Como disse, tudo bem detalhado e rico em detalhes! Quero que vocês imaginem as cenas como uma imensidão de detalhes, para se sentirem parte da historia.

Boa leitura! ♥



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Natasha Flashback

— NÁDIA! - eu gritava em meio a um mar sem fim de neve - NÁDIA, POR FAVOR! - A nevasca segava meus olhos. Já faziam dois dias que eu e mais dez garotas tínhamos sido deixadas no meio da floresta. “Vocês estão a duas semanas do forte, o suplemento esta com uma de vocês. Só uma pode voltar." A voz do grandalhão barbudo e com dentes amarelos soava constantemente em minha mente.

Minhas pernas estavam cansadas, minha garganta doía. Estava exausta, com fome e frio. Tropecei em um galho enterrado na neve e cai, a dor da neve em contato com a minha pele me fez chorar. 

— Pare com isso Natasha, você não foi treinada para chorar - Repetia isso para mim mesma tentando sufocar meu choro. - Pare já! - levantei com a pouca força que me restava. Eu precisava continuar, tinha que continuar procurando, não podia desistir. Não a esse ponto.

— LANA? NÁDIA? ALGUÉM! POR FA... - Antes que pudesse terminar a frase estava no chão novamente. Dessa vez não tinha tropeçado em nenhum galho, e sim sido atingida por um golpe no meio das costas. Minha primeira reação foi apoiar minhas mãos na neve e impulsionar minhas pernas ara trás, acertando um chute no peito de quem quer que fosse que tivesse me derrubado. 

Virei de frente pronta para começar a lutar e arregalei os olhos - Nádia! Desculpe, não imaginei que fosse você - Estendi minha mão para ajudar a garota loira que estava estirada no chão com a mão no peito. 

Nádia segurou minha mão e quando dei o impulso para ajuda-la a levantar, uma rasteira me atingiu e eu me encontrava no chão novamente.

— Fracote! Você vai morrer pelo seu coração, Romanoff, E farei questão de mata-la dessa forma - A garota estava em cima de mim, com uma faca encostada em meu pescoço, sentada em meus braços mobilizando-os - Pronta para morrer, ruiva sem graça? O que foi, vai chorar de novo? - Ela me olhava nos olhos com um sorriso sombrio.

— Nadia, pare, por favor! Vamos voltar para a casa, juntas! Todas! - eu me debatia e tentava me esquivar da faca cortante em contato com a pele meu pescoço.

— Cale a boca, já chega! - Ela serrou os punhos e acertou meu rosto com um soco em cheio - Você é um verme, Romanoff! Vai morrer como um! - ela segurou a faca com as duas mãos e apontou-a para meu peito. 

Eu tinha que fazer algo, não podia morrer assim, pelas mãos de alguém que eu jurava ser minha melhor amiga.

— Nádia pare! Você é minha melhor amiga! Eu confio em você! - Eu a encarava com os olhos estagnados para a faca a centímetros do meu coração.

— Esse é seu maior problema, Querida. Você confia demais. - Nádia levantou os braços e antes que ela pudesse abaixar para acertar o golpe fatal, eu levantei meu quadril, arremessando uma das pernas na altura do ombro de Nádia agarrando-a pelo pescoço, fazendo-a cair para trás. Me levantei rápido e a desarmei, cravando a faca em uma arvore ao nosso lado.

Uma série de golpes e chutes começou a ser travados entre nós. Nádia era maior e mais forte que eu, mas eu tinha a vantagem de ser mais rápida. Em um movimento de descuido, ela acertou um dos golpes em meu peito, me fazendo perder o ar. Cabalei para trás batendo na arvore onde a faca ainda continuava cravada. Em um milésimo de segundo, alcancei a arma e sem pensar arremessei contra ela.

Nádia parou bruscamente. Olhou para mim e levou a mão ao pescoço, caindo no chão logo em seguida. A neve não era mais branca. Era manchada de um vermelho Scarlet, manchada com o sangue dela. O sangue da primeira pessoa que eu matei.

Flashback off

— NÃO! – Acordei suada e com o coração palpitando. Sentei na cama rapidamente e olhei para o relógio. Eram 3H da manhã. Não fazia nem duas horas que eu havia pego no sono. Respirei profundamente e olhei para a janela do quarto. Eles tinham voltado. Os pesadelos tinham voltado com mais frequência depois do episódio na Torre de SHIELD “Você esta pronta para que o mundo veja quem você é?” A voz de Pierce ecoava em meus ouvidos como um zumbido.

Já havia passado 3 semanas, e a 3 semanas eu não sabia mais o significado de uma noite de sono.

Levantei da cama e sai do quarto sem me incomodar com o fato de estar usando apenas um top e uma calcinha. Eram Três horas da manha, ninguém mais estaria acordado a essa hora. Me arrastei até a cozinha e abri a geladeira. Fiquei parada ali encarando a luz fraca de cor amarela. Um, dois, Três minutos. Não sei ao certo quanto tempo permaneci naquela posição. Estava em um transe, relembrando repetidamente as palavras de Pierce em minha mente. Fui interrompida  por passos de alguém vindo em minha direção e parando atrás de mim.

Olhei para o reflexo de um vidro e vi uma sombra. Em automático girei meu corpo para a direita e levantei minha perna pronta para  acertar um chute no meio da cara do sujeito.

—Ei, calma! Natasha, calma! Sou eu! – Steve segurou minha perna – Calma, sou eu. – Ele me olhava com os olhos arregalados.

— Rogers, o que você faz aqui há essa hora? – puxei minha perna de leve de sua mão, fazendo-o solta-la. – Você quase me matou de susto.

— Não, acho quem quase morreu aqui, fui eu – Ele engoliu seco e me olhou de cima a baixo.

Pela luz fraca pude ver seu rosto ruborizando. Ele desviou o olhar e virou a cabeça para o lado.

— Então, O que faz aqui essa hora?

— Acho que fiz essa pergunta primeiro, Capitão – Fechei a porta da geladeira e liguei o interruptor das luzes da cozinha, pude ouvir um leve grunhido vindo da garganta de Steve. Ele parecia um tanto quanto desconfortável com a situação – Relaxe Rogers, até parece que nunca viu uma garota em trajes íntimos – Não pude disfarçar minha diversão com a expressão de Steve, ele deu um sorriso sem graça e cruzou os braços encostando na porta da geladeira

— Na verdade não. Eu nunca vi. Até agora. No caso. Eu.. – Ele começou a se atrapalhar com as palavras e olhar para os lados.

Soltei um sorriso de canto e me sentei em um dos bancos que ocupavam a frente da ilha principal, ficando de frente para ele. – Bom, existe uma primeira vez para tudo, certo? – Cruzei os braços em cima da ilha e o fitei. – Então?

— Então? – Perguntou confuso.

— O que faz na cozinha a essa hora?

— Ah – Ele franziu o cenho e esfregou um dos braços com as mão – Pesadelos... – o Silencio se instalou entre nós por alguns segundos enquanto Steve fitava o chão, voltando a olhar para mim logo em seguida – E você?

— O mesmo... – dei um leve sorriso e apoiei meu queixo em uma das mãos. – Buck?

— Sim... – Ele disse com pesar e respirou profundamente – E o seus?

A pergunta me pegou de surpresa. Encarei-o sem expressão enquanto ele me olhava com o cenho franzido. – Nada demais, apenas sonhos ruins. – Tentei disfarçar, rodando o banco para o lado e me levantando.

— Ah sim, entendo. – Ele me seguiu com os olhos até o armário de copos.

Steve era reservado, um clássico homem dos anos 40. Então entendia o incomodo do mesmo em me ver vestida assim. É fofo, na verdade. Mas eu não ligo realmente, Não sou do tipo que fica constrangida ou vitimiza coisas banais.

Abri o armário e peguei dois copos, deslizando-os pela ilha. Rodei pela mesma e parei ao lado dele Abrindo o armário e caçando uma garrafa de Bourbon escondida no fundo do móvel.

— Me acompanha? – Disse abrindo a garrafa e despejando um pouco em um dos copos.

— Bourbon? As Três da manha? – Steve fez uma careta me olhando.

— Ué, porque não? - despejei um pouco da bebida no copo a sua frente.

— Bom... Pessoas normais acordam de madrugada e tomam um copo de leite – Ele fez uma expressão pensativa encarando a garrafa em cima da pedra.

— Rogers, nós somos os vingadores. Podemos ser tudo, menos normais – levantei o copo fazendo menção a um brinde.

Steve deu de ombros concordando com a afirmação, pegou o copo e bateu levemente no meu.

— Aos sonhos ruins – Eu disse antes de virar o copo em um gole. A bebida forte desceu queimando minha garganta. Bati o copo na pedra e o olhei.

— E pessoas normais não têm... Sei lá... 3.000 anos.

Steve repetiu meu gesto e me olhou incrédulo.

— Nem cicatrizes que as deixam horríveis de biquíni. – Ele disse com um sorriso olhando para minha cicatriz na cintura.

Tombei a cabeça para o lado e soltei um riso abafado – Touchê – fiz uma leve reverencia com os braços me dando por vencida. Agarrei a garrafa em uma mão e o copo em outra – Você vem?

— Onde?

— Hora capitão, vamos matar uns dinossauros no Everest!

Steve ficou me olhando por alguns segundos, confuso.

— Para a beira da piscina. Esta uma noite quente e tenho certeza que nenhum de nós vai conseguir dormir tão cedo. Talvez isso nos ajude um pouco – Disse chacoalhando a garrafa em minha mão e saindo pela porta da varanda em seguida.

Olhei para trás e o vi me acompanhando. A varanda dava para um grande campo verde e uma piscina gigantesca. A noite estava quente, a lua Cheia e as estrelas no céu brilhavam como pequenos diamantes. Me sentei a beira da piscina colocando meus pés para dentro. As luzes no fundo faziam um balanço incrível na água conforme eu mexia meus pés. Era um bom passatempo. Steve se sentou ao meu lado repetindo meu ato.

— A água não esta fria – ele mexeu os pés, molhando a barra da calça de moletom.

— Sim, esta boa – Coloquei mais duas doses nos copos e entreguei um a ele.

— Você sabe que minha tolerância para bebidas é bem alta, certo? – ele pegou o copo da minha mão e deu um gole pequeno, fazendo careta.

—Você sabe que a minha também, certo? – Repeti as palavras dele imitando sua voz

— Você é irritante, Romanoff – Ele revirou os olhos tomando o resto da bebida em seu copo.

— Eu sei – Tomei o ultimo gole do meu copo e me deitei no chão olhando para o céu.

Steve me olhou de canto de olho e em seguida olhou para baixo, fitando o copo vazio em sua mão.

— Se você estiver incomodado, Rogers, pode ir embora – Suspirei e tirei um dos pés da água, o apoiando na borda da piscina.

— Não estou – Disse quase como uma tosse e se deitou ao meu lado – Só não estou acostumado, sabe?

Ri baixinho e balancei a cabeça, ficando em silencio em seguida. Ficamos em silencio por um bom tempo, apenas observando as estrelas.

Era engraçado, mas não me sentia desconfortável perto do Capitão. Ele fazia com que eu me sentisse a vontade, como se nos conhecêssemos há décadas. Não sabia se era porque ele entendia minhas lutas internas e passava por muitas, assim como eu. Ou se era porque confiava nele o suficiente para não me sentir insegura. “Esse é seu maior problema, Querida. Você confia demais.” A frase de Nádia tomou meu pensamento escurecendo minha mente.  Tremi. Depois do que aconteceu naquela floresta, jurei nunca mais confiar em ninguém. Não podia ser diferente agora. Podia? Era diferente agora?

— Uma das coisas que mais senti falta foi de observar o céu a noite.

A voz de Steve atingiu meus pensamentos me fazendo voltar para aquele momento.

— Ah, é bonito não? – me ajeitei e tirei o outro pé da água, apoiando os dois na beira da piscina.

— Na verdade, para mim o céu a noite é como uma prisão - Ele deu uma longa pausa e continuou – É como se todos os meus piores pesadelos pudessem permanecer em um lugar onde não possam me incomodar, pelo menos por um tempo, entre as estrelas, na escuridão. – Disse pensativo, apoiando um dos braços por baixo da cabeça.

— É uma boa definição sobre o céu, capitão.

— É a definição que eu mais gosto.

E realmente era uma ótima definição. Olhando para aquele céu, sentia que nenhum dos meus pesadelos pudessem me atormentar. Eles estavam presos em meio as estrelas.

Me sentei e observei a água. Era convidativa e eu não tinha nada a perder. Me levantei e espreguicei. Steve se sentou e ficou me observando, enquanto enchia o copo com mais Bourbon.

— Tchauzinho, Rogers. – Olhei para o lado e antes que Steve pudesse dizer qualquer coisa, mergulhei na piscina deixando-o com cara de paisagem me observando. Fui até o fundo e voltei, emergindo para a superfície ficando de frente para ele. – O que foi?

— Você é louca. Sabe disso, certo? – Ele me olhava perplexo, como se não acreditasse no que eu acabara de fazer.

— Você que é certinho de mais – revirei os olhos e ri.

Steve ficou me olhando por alguns segundos, virou o resto do Bourbon que estava em seu copo e se levantou.

— Eu sou o Capitão América, Romanoff – Dito isso, ele fez uma reverencia e pulou na piscina em seguida, jogando uma enorme quantidade de água em mim.

— MAS QUE MERDA, ROGERS – Disse passando a mão pelo meu cabelo bagunçado pela agua.

— Olha o linguajar, Natasha – Riu, balançando a cabeça de um lado para o outro espirrando mais água em mim.

— PARE, VOCÊ PARECE UM CACHORRO QUE ACABOU DE SAIR DO BANHO – fiz uma onda com a mão jogando uma grande quantidade de água em seu rosto.

Steve começou a tossir sem parar.

— Droga, você esta bem? – Nadei para mais perto dele – Eu não quero ser responsável por matar o cachorro da América afogado – Fiz uma careta e parei para observa-lo.

— O que foi que disse? – A expressão dele estava séria

— O que?

— Cachorro da América? Romanoof, você acabou de deixar o cachorro com raiva!

Antes que eu pudesse falar ou fazer qualquer coisa, Steve me pegou pela cintura e me levantou, me arremessando na água poucos metros a frente dele. Com o arremesso, fui até o fundo e voltei rapidamente, abrindo os olhos e olhando para ele, que ria sem parar. Meu coração estava acelerado, não costumava ser pega de surpresa como naquele momento. Fiquei em silencio por alguns segundos e então comecei a gargalhar junto. Nadei para mais perto.

— De novo! – Disse animada.

Acho que eu precisava de uma descarga de adrenalina desse tipo. Não adrenalina de batalha, mas adrenalina boa, do tipo que me desse emoção, que me fizesse rir como estar em uma montanha russa.

— Certo, vamos fazer diferente dessa vez. Aqui – Steve juntou as duas mãos de baixo d’água – Suba com um dos pés e segure nos meus ombros.

Apoiei um dos pés na mão de Steve e segurei em seus ombros.

— No já, eu vou te impulsionar para cima, ok? – Ele disse com um sorriso travesso no rosto

Balancei a cabeça em afirmativo. Meu coração parecia que ia saltar pela boca

— 1... 2... 3...- Ele abaixou um pouco mais na água – Já!

Em uma fração de segundos eu estava no ar! Aproveitei a altura e dei um mortal de costas, mergulhando na piscina em seguida.

— Isso é muito legal – Eu ria como uma criança que tinha descoberto como andar de bicicleta.

Steve tirou a camiseta molhada e jogou para a borda da piscina, nadando para perto de mim em seguida.

— Consigo ouvir seu coração disparado daqui, Nat – Ele me olhou sorrindo, passando a mão pelos cabelos molhados.

— Sim! – Eu ri e o olhei. Nos encaramos por alguns segundos com um sorriso no rosto – Obrigada, eu precisava disso – Me aproximei dele e segurei seu ombro, dando um leve beijo em sua bochecha.

— Eu é que agradeço por fazer da minha madrugada de pesadelos algo bom, no fim das contas – Ele segurou minha mão e beijou meus dedos.

Um leve arrepio percorreu minha espinha... Espera, o que? Porque estou assim? Chega, vamos pra cama, Natasha. Parece que o Bourboun está fazendo efeito sobre você.

Soltei minha mão da dele e sorri de canto, nadando até a escada da piscina. Sai da água e torci meu cabelo, olhei para trás e o vi me olhando confuso.

— Boa noite, Capitão.

— Já vai? – ele nadou para mais próximo de mim, se apoiando em uma das escadas.

— Logo o sol vai nascer, temos que tentar descansar um pouco. – Antes que ele pudesse falar, sai andando para dentro de casa. A um passo de entrar, me virei novamente para olha-lo – Ei Steve, de um tempo para si mesmo. E para o Buck também. Você não é a pior companhia do mundo quando está relaxado. – Dei um sorriso e entrei correndo para meu quarto, deixando para trás um Steve confuso e pensativo.


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Notas finais do capítulo

Ufa! hahah
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