Troublesome Life escrita por Wichita25


Capítulo 10
Recém Chegados


Notas iniciais do capítulo

One Piece tá fazendo 20 anos hoje! Que coisa heim? E pensar que depois de tanto tempo continua tão bom quanto no começo… Que vontade de ler tudo de novo e de novo S2
E como comemoração mais um capítulo dessa budega kkkkkkkk Boa leitura!
Só para lembrar que a idade que tem no início do capítulo é a idade de Luffy. Ace e Sabo são 3 anos mais velhos.



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—--- 7 anos e meio -----

“Vamos lá, Luffy, você tem que se concentrar mais. Vão ser três desta vez. Pronto? ” Perguntou Jozu para o menino de borracha, que concordou com a cabeça “Um, dois três e.... JÁ! ” Lançou os três discos no ar em direção ao garoto, que esticou um dos braços para trás

“Gomu Gomu no... PISTOL! ” Jogou o punho para frente atingindo o primeiro disco em cheio, o fazendo quebrar. Rapidamente repetiu o movimento, mas não acertou o meio do segundo disco, fazendo com que só fosse desviado. Não conseguiu fazer com que o braço voltasse a tempo de atingir o terceiro, então desviou do disco abaixando. O objeto passou raspando pelo seu chapéu e foi para fora do navio, caindo no mar “Essa foi por pouco” falou o menino levantando

“Pelo menos dessa vez você não foi atingido, mas ainda não está bom” Resmungou Jozu. Izou que estava do lado dele concordou

“Você melhorou sua mira, mas não consegue manter ela depois do primeiro golpe... Isso é um problema, vamos ter que melhorar isso” Falou o crossdresser e Luffy concordou com a cabeça. O garoto era bem focado quando o assunto era o seu treinamento.

“Pelo menos ele não está mais se batendo como fazia no início” Riu Thatch, causando risadas em Haruta que estava ao seu lado. Os dois estavam observando o treinamento e dando sugestões. O garoto mostrou a língua para eles.

Todos ficaram surpresos e empolgados quando descobriram os novos poderes de Luffy e logo começaram a pensar em como treinar o garoto. Nos primeiros dias Luffy tinha muita dificuldade de controlar seus membros de borracha e era comum que nocauteasse a si mesmo depois de um golpe. Então o foco inicial foi melhorar sua mira e o controle de seus poderes.

Faziam 6 meses e Luffy tinha melhorado bastante. Tinha pegado o jeito com os braços e agora podia controlar o quanto eles esticavam, então não tinha mais o problema que eles batessem nas paredes e depois atingisse a si mesmo. Também aprendeu a como se movimentar de modo que os punhos não o atinjam na volta. Sua mira tinha melhorado um pouco, mas ainda era bem ruim. Por isso Izou começou a dar aulas de tiro para que menino praticasse sua mira e depois aplicar nos seus punhos. Estava funcionando, mas era um progresso lento.

“Já está quase na hora do lanche, que tal parar agora para descansar? Aposto que já terminaram de preparar os sanduíches que eu pedi” Falou Thatch e isso fez com os olhos da criança brilhassem. Luffy saiu correndo antes que alguém pudesse pará-lo.

“COMIDA!!!!” E entrou para dentro do barco em direção ao refeitório. Jozu e Izou olharam para o cozinheiro com uma sobrancelha levantada cada. Obviamente não iam terminar a sessão de treino ainda.

“Vocês pegam muito pesado com o menino! “ Disse o cozinheiro para os dois “Ele só tem 7 anos. Precisa descansar e brincar mais e treinar de menos”

“Bem, o que você sugere façamos? Algo que não tenhamos tentado antes? ” Perguntou Izou cruzando os braços

O menino ficava entediado com frequência no navio, não havia muito o que uma criança pudesse fazer em uma embarcação em alto mar. As brincadeiras que podia jogar sozinho não o entretém tanto quanto antigamente e dificilmente havia alguém que não estivesse ocupado para brincar com ele. Isso fazia o menino ficar chateado e começar a se meter em confusão, terminando normalmente caindo no mar ou preso em algum lugar e tendo que esperar alguém vir ao seu resgate.

Pesca tinha sido a solução por um tempo. Luffy conseguia ficar horas em silêncio sentado pescando e olhando para o oceano. Os comandantes tinham a teoria que eram os instintos de caça do menino que faziam ele se concentrar totalmente em qualquer atividade que envolvia conseguir comida, e se ficar em silêncio e parado atraia mais peixes, então ele ficaria assim até conseguir. O problema era que estavam na Grand Line e a quantidade de peixes gigantes e reis dos mares era absurda. Já tinham perdido as contas de quantas vezes o garoto foi puxado para fora do barco por não soltar a vara quando pegava um rei do mar. Desde então a pesca só era permitida nos blues, e eles às vezes passavam quase um ano sem visitar um.

O treino veio como a solução. Era uma válvula de escape para a sua hiperatividade e não deixava ele se meter em muitos problemas. Os comandantes criaram um cronograma de treino, que envolvia luta corpo-a-corpo, tiro e mira, luta com bastão e treino de agilidade e fuga. Sabiam que o garoto ia provavelmente acabar usando só combate desarmado no futuro, principalmente por causa das habilidades de sua akuma no mi, mas continuavam ensinando ele a usar o bastão, já que não era forte o suficiente para se defender só com os punhos.

Marco tentou adicionar aulas como navegação e matemática nesses horários também, mas o menino fugia dessas aulas como um usuário de akuma no mi fugia do mar.  Apesar disso o comandante da primeira divisão continuava insistindo e arrastando Luffy para as lições. De acordo com ele “Nem todos os problemas podem ser resolvidos batendo neles” (e de acordo com Luffy “Você só não está batendo o suficiente”)

“Luffy precisa de amigos da idade dele, crianças! Vocês não percebem o quanto ele fica chateado quando vai embora das ilhas? ” Outra verdade. Luffy sempre fazia amizades nas ilhas que passavam. Era um garoto sorridente e conseguia se  enturmar fácil com as crianças das ilhas que paravam. E ele ficava chateado quando ia embora e deixava os novos amigos para trás, mas tentava disfarçar.

“Sabemos disso, mas não podemos sequestrar e encher o navio de crianças só para Luffy ter amigos. Não temos o que fazer” falou Haruta com pesar. Não tinham tantas opções. Thatch suspirou e foi para o refeitório. Ia passar um tempo com seu irmãozinho, fazer com que ele aproveite a infância.

Teve uma ideia e um sorriso maligno apareceu no seu rosto quanto fez um desvio de seu caminho e foi até um dos depósitos. Isso poderia funcionar

—-----/-----

Ace nunca acreditou muito em uma força superior bondosa. Sua mãe deu a vida pela a dele, ele era chamado de cria de demônio por todos que sabiam sobre a sua origem (e até por aqueles que não sabiam), foi jogado por um avô adotivo abusivo no meio da floresta para ser cuidado por bandidos da montanha e quase morreu incontáveis vezes antes de chegar aos 10 anos. Na verdade, o fato de estar vivo até agora contrariava todas as expectativas.

Mas mesmo não acreditando em nenhum deus, estava rezando para qualquer um que mandasse alguma ajuda para ele e seu amigo Sabo... bem, se Sabo ainda estivesse vivo.

Seu avô de merda tinha aparecido uma tarde na cabana dos bandidos. Era comum que ele aparecesse de vez em nunca para ver como os meninos estavam e bater neles com seu punho do amor. Geralmente ele ia embora no mesmo dia e não ia dar sinal de vida pelos próximos meses. Só que dessa vez foi diferente.

Ace e Sabo foram arrastados contra a sua vontade para o navio da marinha. Tentaram lutar e fugir, mas isso só fazia o velho dar risadas. Mal tiveram tempo de se despedir de Makino antes de serem jogados no navio da marinha e zarparem.

“Droga, seu velho de merda! Eu já disse que não vou ser marinheiro, vou ser pirata! ” Gritou Ace se soltando do avô e indo para a borda do barco, só para perceber que já estavam longe demais para ele voltar nadando. Mesmo assim pensou seriamente em tentar, mesmo sabendo da existência de um rei dos mares por ali. Antes que conseguisse fazer qualquer coisa levou um punho do amor na cabeça

“Meu moleque imprestável! Tenha mais respeito com o seu avô, maldito! E infelizmente, não estou levando vocês para serem marinheiros” jogou Sabo, que ainda estava sendo segurado pelo casaco, no lado de Ace. O menino deu um rolamento e caiu de costas no chão

“Não? E então o que é tudo isso? ” Perguntou o menino com sardas com desconfiança. Não gostava como as coisas estavam indo. Garp suspirou.

“Um superior meu descobriu da sua existência, Ace, e está te procurando agora” os olhos de Ace ficaram mais escuros. Droga, tudo isso era por culpa dele, pensou enquanto apertava os punhos. Sabo olhou para o amigo preocupado, sabia o quanto o menino odiava o pai e seu sangue maldito. “Então estou levando vocês para um conhecido meu cuidar de vocês dois. Ele já cuida de meu outro neto, Luffy, e aceitou cuidar de vocês também. ”

Ace já sabia da existência que o velho tinha um outro neto. Ele deixou isso escapar uma vez depois de acabar com o treinamento dos dois e disse que seu outro neto conseguia escapar por mais tempo que Ace e Sabo, mesmo sendo mais jovem. Ace achou estranho isso, mas resolveu deixar isso para lá e não ligou. A vida do velho não era da importância dele.

“E quem disse que nós queríamos ir, seu velho de merda? ”

“Eu disse, pirralho! Agora, não podemos desperdiçar esse tempo de viagem daqui até o nosso destino, não é? ” Perguntou enquanto se aproximava dos garotos, que começaram a suar frio “Vamos começar o treinamento”

E agora Ace estava escondido num dos depósitos do barco, rezando como se a sua vida dependesse disso e segurando um cano que tinha achado lá. Sabia que não tinha chance nenhuma contra o seu avô, mas não ia morrer sem lutar. Ele e Sabo tinham se separado a algumas horas e não sabia o que havia acontecido com o loiro.

Talvez eu avô não o encontrasse ali.... Isso, era um bom esconderijo e era um depósito de comida, assim não morreria de fome até a próxima ilha, onde poderia fugir. Esperaria até anoitecer e iria buscar Sabo e os dois poderiam se esconder ali. Era um bom plano. Estava tão imerso em pensamentos que não percebeu o homem se aproximando até que sua sombra estivesse em cima dele e fosse tarde demais

“Te achei! Você foi melhor que o seu amigo, encontrei ele a meia hora atrás, mas vocês dois tem muito a melhorar” Garp riu enquanto pegava o menino pela gola da camiseta e o arrastava para fora “Certo, de volta para o treinamento! ”

Agora Ace tinha certeza que Deus estava morto... Se não estava o menino teria que ter uma conversa bem séria com ele sobre isso logo, logo.

—---/----

O dia estava calmo no Moby Dick....

“THATCH! LUFFY! VOLTEM AQUI SEUS DOIS MALDITOS!   

Ops.... Não tão calmo assim

Barba Branca pensou isso quando viu a porta que dava para o convés se abrir e duas figuras muito conhecidas saírem correndo de lá e se esconder atrás de alguns barris de água. Logo depois passou pela porta vários membros da nona divisão, incluindo seu comandante Blenheim, que pareciam muito irritados. O capitão suspeitava que era por causa das penas que os cobriam da cabeça aos pés. Todos que estavam no convés começaram a segurar as risadas, o que deixou Blenheim mais irritado ainda.

“ONDE ESTÃO AQUELAS DUAS PESTES? ” Alguns dos tripulantes olharam para onde Thatch e Luffy estavam escondidos e isso foi o bastante para que o comandante da nona divisão descobrisse seu esconderijo. Puxou sua espada e cortou o barril, fazendo com que os dois que estavam atrás dele fossem descobertos. O cozinheiro foi rápido em lançar a criança em direção ao inimigo e correr

“FOI IDEIA DELE! ” E disparou para o outro lado do barco, sendo seguido pelos outros tripulantes cobertos de pena de deixarem o menino de borracha com o comandante furioso. O menino deu seu olhar de cachorrinho que caiu da mudança

“Blenh, me desculpe…” O comandante olhou para a criança com uma cara irritada até dar um suspiro. Ele sempre reclamava que mimam demais a criança e estava prestes a fazer isso de novo

“Está tudo bem, sei que a culpa é daquele idiota, mas não faça mais isso ok? ” Falou enquanto bagunçava o cabelo do menino “Já chega Thatch pregando peças em todo mundo, você não devia seguir seu mal exemplo” o menino fez beicinho mas concordou. “E você vai ajudar a limpar os nossos quartos, estão cheios de penas agora” O menino gemeu chateado e tentou fugir, mas foi pego pelo colarinho da camisa

“Thatch é uma péssima influência para ele, Yoi” falou Marco do lado do capitão. Preferiu não interferir dessa vez, Luffy tinha que aprender a aguentar as consequências de seus atos. “Mas tem razão... Luffy não devia treinar tanto nessa idade, Yoi”

“Gurararara bem, isso é bem conveniente” Riu o capitão

“O que? Como assim, Yoi? ”

“Recebi uma ligação do avô de Luffy a uns dias atrás... Parece que ele vai chegar daqui umas semanas e vai trazer uns convidados para nós”

“Garp? Mas não é muito cedo? Não faz nem 2 meses que ele veio visitar Luffy a última vez... e que convidados são esses, Yoi”

Barba Branca deu um sorriso e começou a contar sobre a ligação do vice-almirante. No início tinha ficado na dúvida em realmente aceitar o pedido do velho marinheiro, mas parecia que as coisas poderiam dar certo...

—---/----

“Eles estão mortos? ” Perguntou um dos soldados da marinha, olhando para os dois meninos que estavam jogados no chão do convés.

“Eu acho que não.... Se bem que nunca vi ninguém aguentar tanto tempo contra Vice-almirante Garp antes” respondeu outro soldado. As duas pobres crianças tinham aguentado 3 semanas de tudo que o inferno podia oferecer. Garp acordava eles antes do sol nascer (dando socos), fazia com que eles limpassem o navio (dando socos) e depois eles tinham que enfrentar seu treinamento (e mais socos). Quando os meninos tinham chance eles se escondiam, mas Garp conseguia achar-los de uma hora ou outra.

Tinham acabado de passar por uma sessão de treinamento mais pesada que o normal. Parecia que estavam chegando ao seu destino e conforme a proximidade o vice-almirante ficava mais irritado. O primeiro soldado foi até os dois garotos e cutucou o loiro, sabendo que era o menos agressivo deles. Por um segundo o garoto de cartola ficou parado e o soldado ficou realmente preocupado, mas então o menino começou a mexer a mão lentamente

“Ele... foi embora? ” Murmurou baixinho

“Sim, ele foi se preparar. Faltam só algumas horas para chegar no local de encontro...” olhou para o loiro que começou a se sentar devagar e olhar em volta para ter certeza que o homem falava a verdade. Então começou a cutucar o outro garoto, que só gemeu em resposta

“Vamos lá Ace... Temos que ir conseguir alguma coisa para comer antes que ele volte”

“Não vamos conseguir Sabo, vamos morrer! ”

“Mais algumas horas e vamos estar longe dele e então vamos começar a planejar nossa fuga. Vamos” levantou o amigo e foram escondidos até a cozinha. Assim que chegaram lá e viram que estava vazia atacaram a geladeira com vontade, não sabendo quanto tempo ficariam sem comer no lugar que fossem deixados

“Onde será que o velho vai nos deixar? ” Perguntou Sabo entre uma mordida e outra

“Provavelmente com algum ex-marinheiro idiota que vai tentar nos forçar a entrar para a marinha. Ou talvez ele nos abandone numa ilha com um maluco homicida” falou Ace com a boca cheia “Não importa, vamos fugir de qualquer jeito”

“E vamos fazer o que depois? Voltar para Dawn? Nosso tesouro ainda está lá”

“Duvido muito que esteja lá até voltarmos, aquele idiota do Bluejam pode ter achado o tesouro já... Não vale a pena, vamos ter que começar tudo de novo em algum lugar” Engoliu a última parte da comida e levantou “Vamos ser piratas, Sabo, custe o que custar”

“Sim” Concordou o menino loiro. Assim que ouviram barulhos de passos os dois começaram a correr “Temos que nos esconder até chegarmos lá. Não acho que posso aguentar outra rodada do punho do amor” um tremor passou pelos dois só de lembrar

—---/----

“Me deixe ver”

“Calma, eu ainda não consegui ver nada”

“Isso porque você é um baixinho, sai da frente”

“Você não é mais alto do que eu”

“Sou sim”

“São só dois centímetros”

“Ainda sou mais alto”

“Cala a boca, Ace, acho que vi alguma coisa...” Falou Sabo olhando pela abertura da porta. Sabiam que estavam chegando porque os soldados estavam entrando em posição de sentido, mas não queriam se mostrar ainda por causa de Garp. “Acho que é um outro navio... Não consigo ver uma bandeira, mas não é um navio da marinha”

“Deixa eu ver”

“Não empurra”

“Eu não estou empurrando, você que está! ”

“Cala a boca seu...” Antes que pudesse terminar a porta foi aberta e os dois caíram para frente. Olharam para cima e viram Garp com um sorriso no rosto. Isso fez com que os dois meninos começarem a suar frio.

“Bwarararara vejo que estão prontos para ir! ” Pegou os dois pelo o colarinho e os ergueu até que os olhos das crianças ficassem da mesma altura que os dele. “Agora prestem atenção! Essa era a minha única opção, mas não significa que eu goste dela. Na verdade, sou totalmente contra tudo o que vai acontecer a partir de agora, mas não posso fazer nada ” soltou os meninos que caíram de bunda no chão por não estarem esperando “ Yosh! Vamos lá”

Ace e Sabo que entreolharam com dúvida. O que aquilo queria dizer? Assim que olharam para o outro barco onde viveriam a partir de agora seus queixos caíram. Era um navio pirata! E não era um navio pequeno que nem os que eles viam de vez em quando passando perto de Dawn. Era gigantesco! Não conseguiram ver a bandeira ainda, mas não importava. Os dois meninos começaram a ficar empolgados, mas tentaram disfarçar.

“Lembrem-se rapazes” Começou Garp ignorando propositalmente o entusiasmo dos meninos “Piratas não são confiáveis. Não baixem a guarda de jeito nenhum” Se virou para o navio e gritou “Permissão para embarcar? ”

“Concedida! ” Veio uma voz forte veio em resposta e os três entraram. Logo os dois garotos estavam olhando para tudo com curiosidade e receio. Era piratas afinal de contas, não podiam relaxar.

“Ace” sussurrou baixinho Sabo para o amigo “É um tritão ali! Eu só li sobre eles, nunca vi um antes...”

“Se acalma, não vamos baixar a guarda ainda...” Ace sussurrou de volta, olhando apreensivo para as armas que os piratas carregavam. Assim que viram o capitão os dois meninos congelaram e seus queixos caíram mais do que antes. Aquele era...

“Barba Branca! Obrigado por nos receber e por aceitar o meu pedido! ”

“Gurararara” riu o capitão e deu uma boa olhada nos meninos “Você já me pediu para cuidar de um pirralho, mais dois não vão ser problemas”

Ace não sabia o que pensar ou fazer. Ali estava o homem mais forte do mundo, o único que pode lutar de igual para igual com os Reis dos Piratas! E ali estava ele, o filho do seu maior inimigo, a criança que nunca devia ter existido. Se Barba Branca descobrisse quem ele era ia o matar na hora, e provavelmente mataria Sabo também! Toda a empolgação que tinha tido por ser um navio pirata caiu por terra e foi substituído por terror. O que aquele velho de merda estava pensando em colocá-lo nesse barco? Precisava sair dali o mais rápido possível!

“Então pirralhos, eu sou Barba Branca, capitão desse navio. E vocês? ” Olhou curioso para as duas crianças. O loiro tomou a frente, parecia mais empolgado que seu amigo e suas roupas eram curiosas. Pareciam que tinham pertencido a um nobre, mas estavam sujas e esfarrapadas.

“Meu nome é Sabo e esse é Ace, muito prazer! ” Disse apontando para o amigo de cabelos negros. Ele usava roupas mais comuns, uma regata e uma bermuda, e o capitão conseguia ver sardas em suas bochechas de onde estava. Mas o que chamou mais a atenção de Barba Branca para Ace eram seus olhos. Eram olhos que carregavam muita escuridão para uma criança de 10 anos! Eram olhos de alguém que odiava muito a todos... ou a si mesmo. E esses olhos olhavam para ele com terror e medo, mesmo que o menino não mostrasse essas reações. Ficou curioso em saber o porquê de ter causado tal medo no menino, mas ia deixar isso para mais tarde

“Gurararara Bem-vindos ao Moby Dick meus filhos” falou e percebeu que Ace ficou tenso no fim da frase, para logo relaxar um pouco. Curioso...

“Hey Barba Branca, onde está meu neto? Não o vi até agora”

“Que estranho, era para ele estar aqui, nós o chamamos...” Seu raciocínio foi cortado por um barulho de uma porta abrindo com força e Luffy correndo como se a sua vida dependesse disso. Correu em direção ao capitão e para a surpresa de Ace e Sabo, abraçou uma das pernas do Yonko.

Os dois meninos de 10 anos estavam chocados! O garoto com um chapéu de palha tinha corrido em direção do homem mais forte do mundo e o abraçado como se não fosse nada! Ou esse menino era muito forte ou não tinha noção nenhuma. Sabo apostava na segunda opção.

“Eu juro que não é minha culpa! ” Gritou o menino enquanto se escondia atrás das pernas no capitão. Logo dois outros piratas totalmente cobertos de farinha apareceram pela porta. E pareciam bem irritados e olhavam para o menino como se quisessem o esganar “Eu queria fazer um bolo para o vovô, mas eu acabei derrubando o saco de farinha da prateleira alta... Desculpa”

Por um tempo todo a embarcação ficou em silêncio e Sabo e Ace pensaram que o menino estava realmente encrencado. Até que toda a tripulação, incluindo o capitão, começaram a gargalhar. Até mesmo os piratas cobertos de farinha começaram a rir e não pareciam mais bravos.

“Esse é o nosso garoto”

“Como você faz essas coisas?”

“Mas é um bobão”

“EU NÃO SOU BOBÃO!” Gritou o menino para o tripulante que falou isso, causando mais risadas. Agora que viu que não estava mais em apuros abriu um sorriso e olhou em volta, seus olhos pousando em Garp “Vovô!” e partiu em direção do homem

“Esse moleque é completamente pirado” pensaram Ace e Sabo juntos enquanto viam o menino se aproximar do seu triste fim. Assim que Garp preparou seu punho do amor e o arremessou contra o garoto de palha, ele parou e pareceu esperar o golpe vir. Assim que o punho estava perto o suficiente, Luffy desviou para o lado o evitando, e se agarrou no braço do avô. Assim que Garp levantou o braço para tentar se soltar, o menino pulou para o pescoço do marinheiro, o abraçando.

“Vovô! Você chegou! Oyaji me falou hoje que você vinha e trazia uma surpresa! Né, Né, o que é?” começou a falar rápido enquanto abraçava o mais velho, que começou a rir

“Bwararara vejo que está melhorando pirralho! Muito bem!” bagunçou o cabelo do menino que deu um sorriso brilhante em resposta

“Claro que está, nós que o treinamos!” se gabou Thatch, recebendo palavras de concordância dos outros tripulantes e uma careta de Garp, que resolveu o ignorar

“Quero que conheça duas pessoas que vão morar com você a partir de hoje” Disse colocando o menino no chão “Esses são Ace e Sabo”

Luffy olhou para os dois que o encaravam de volta e sorriu mais ainda, se é que isso fosse possível. Ace estava confuso. Aquele garoto era um pirata? Quer dizer, ele parecia ser habilidoso, já que tinha conseguido escapar de um punho do amor tão fácil, mas ao mesmo tempo parecia uma criança bobona e alegre normal, não um pirata.

“Oi, meu nome é Luffy! Prazer em conhecer vocês! Quantos anos vocês tem? Vocês querem brincar comigo? Seu chapéu é engraçado, posso pegar?”

“Calma, deixe eles respirarem, Yoi” um dos tripulantes se aproximou “Vamos deixar eles se acomodarem antes, ok Yoi?” Luffy concordou “Sou Marco, comandante da primeira divisão. Qualquer coisa é só pedir para mim, Yoi”

“Bem, já vou indo, tenho coisas para fazer e piratas para capturar. Volto daqui uns meses para ver como estão! Não estraguem demais eles com essas ideias piratas, Barba Branca!”

“Gurarara não prometo nada, Garp”

E assim o navio da marinha partiu, para o alívio e preocupação dos novos tripulantes do Moby Dick

—---/----

“Esse vai ser o quarto de vocês. Desculpa, mas não temos um quarto para cada um agora, talvez mais pra frente tenhamos um disponível, Yoi” disse Marco apontando para o quarto e puxando a chave para abrir a porta

“Não tem problemas, nós estamos acostumados a dormir juntos” falou Sabo. Ace ainda não havia falado nenhuma palavra até agora, mas Marco achou que era nervosismo e deixou o menino quieto em paz. Assim que abriu a porta os dois entraram e olharam em volta. Era um quarto simples, duas camas, uma em cada canto, duas escrivaninhas e um armário. O primeiro comandante não entendeu porque o menino sardento parecia tão surpreso.

“Sabo” falou a primeira vez “É uma cama”

“Sim, eu sei o que é uma cama”

“É a primeira vez que eu tenho uma cama…” Murmurou o menino enquanto olhava para o móvel. Marco ficou surpreso, ele nunca tinha tido uma cama? Onde esse menino vivia?

“O meu quarto é o da frente e o do Luffy é o que fica ao lado. Caso precisem de cobertores e toalhas podem pedir para alguem que vão levar vocês nos depósitos. A roupa suja é recolhida dia sim dia não. Podem colocar suas coisas nesse armário e temos alguns depósitos vazios lá em baixo caso precisem de um espaço maior, Yoi” Explicou tudo para os dois e parou ao perceber um detalhe “Onde estão suas coisas? Garp não esqueceu de entregar, não é?” Sabo fez não com a cabeça

“Não temos nada… O velho nos levou de casa sem dar tempo de pegarmos nossas coisas, mas não tínhamos muito mesmo” Marco olhou abismado para os dois. O que aquele velho senil estava pensando? Arrastando os dois assim sem nada…

“Bem, vamos dar um jeito nisso, yoi. Vou procurar alguma roupa que sirva em vocês para os próximos dias e quando chegarmos na próxima ilha vamos comprar algo, Yoi”

“Não precisamos de sua ajuda, abacaxi, nós podemos nos virar sozinhos! Não precisamos da suas caridade” Falou Ace com raiva. Se Marco ficou surpreso com aquela reação não demonstrou

“Não é caridade, somos responsáveis por vocês agora e não vamos deixar os dois usando a mesma roupa para sempre, Yoi.” Olhou para os dois esperando que eles falassem alguma coisa, mas parecia que eles não tinham nada a acrescentar. “Vou mostrar para vocês onde ficam os banheiros. Vocês podem ir tomando banho enquanto eu procuro roupas que sirvam, Yoi”

—--/---

Finalmente tinham deixados eles sozinhos. Marco tinha mostrado pra eles o banheiro mais próximo do quarto, que era o banheiro que os comandantes usavam, e foi ir buscar as mudas de roupa. Os meninos começaram a tomar banho e conversar entre si

“Precisamos ir embora daqui o mais rápido possível! ” Ace falou com nervosismo enquanto esfregava o shampoo na cabeça.

“Ahhh? Por que? Vamos finalmente ser piratas! Podemos ficar com eles até sermos velhos o suficiente para termos a nossa própria tripulação. Além disso podemos aprender algumas coisas aqui, como navegação!” Sabo sempre foi um rato de livros, adorava aprender coisas relacionadas a pirataria. Só de pensar seus olhos brilhavam

“O capitão era inimigo… daquele cara” falou cerrando os punhos com força “Se eles descobrirem vão matar nós dois na hora, não podemos correr esse risco”

“Oh” a animação do loiro acabou, sendo substituída pelo olhar que sempre dava para o amigo quando ele começava a falar do pai “Ele não tem como saber disso. Só nós dois e o velho sabem sobre isso. E talvez ele nem ligue”

“Como ele não pode ligar para isso, Sabo? Eu sou filho daquele maldito Rei dos Piratas! O seu maior inimigo! Não importa o que eu diga, ele vai me matar no momento que suspeitar…”

“Você é filho do Rei dos Piratas? Que legal! Como ele é?”

Ace e Sabo congelaram por alguns segundos e viraram lentamente para o dono da voz. Luffy estava na porta segurando uma pilha de toalhas e roupas. Tinha um sorriso idiota no rosto e parecia empolgado com a novidade.

“Sabo”

“Sim, Ace?”

“Vamos matar ele”

“Yosh”

“O QUE??”


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Notas finais do capítulo

Ace, meu querido e amado filho…. Você precisa aprender a fechar a sua boca grande.
Meus personagens favoritos de One Piece são e sempre serão os três irmãos (e o Law também, mas ele fica em quarto lugar) … Eu chorei tanto por causa de Ace que meu pai achou que eu tinha terminado com o meu namorado na época (foi engraçado quando ele chegou lá em casa e meu pai olhou surpreso “Vocês não tinham terminado? Droga…” e tomou mais um gole de cerveja kkkkkkk). Eu não consigo assistir a guerra dos melhores nem o flashback do Luffy inteiro por causa desses dois, começou a me emocionar demais. Quando Sabo apareceu em Dressrosa eu gritei tanto de emoção que a minha mãe entrou correndo no meu quarto com um chinelo na mão achando que era uma aranha kkkkkk E se tem um figurino que eu gosto em One Piece é a roupa do Sabo. Aquele visual de “Sou um cavaleiro pirata pronto para chutar a sua bunda” me deixa apaixonada, junto com a roupa da Koala então S2S2S2
Comentários e críticas são sempre bem vindos! Bjsss



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