Glory and Gore escrita por MB, lulyluigia


Capítulo 10
Terceiro Ano




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Foi no terceiro ano dos garotos que finalmente conseguiram se transformar em animagos. Passaram o Natal juntos, em Hogwarts, e após meses aprendendo a teoria, conseguiram grandes avanços.

A princípio, apenas orelhas negras brotaram em Sirius e Éboni – nele, pareciam mais de um cachorro, enquanto na dela, as de um gato – e chifres de cervo na cabeça de James, o que resultou em infinitas piadas de Six, Remus e Bonnie. Winny se engasgou com uma pena que surgiu em sua garganta no mesmo momento em que seus olhos se tornaram amarelos, mas voltaram para a cor normal quando ela tossiu a pena e a jogou na janela, só por raiva. Um rabo de rato apareceu em Peter, que ficou decepcionado com sua forma animaga.

Um dia depois do Natal, eles haviam combinado de se encontrar na sala da Profª Minerva, onde praticavam quando estava vazia.

No momento em que Peter rodava atrás de si, querendo ver seu rabo de rato, Edwina entrou na sala.

— Rabicho sexy, Peter. – ela comentou, olhando para o garoto de um jeito estranho.

— Tá aí um bom apelido. – Remus disse, sentado na mesa da Professora enquanto observava Sirius passar os dedos nas orelhas de cachorro em sua cabeça, que eram facilmente camufladas por conta do tom do cabelo dele. – Assim não sou o único com um meio estranho.

— Aluado é bom! – James se defendeu.

— Meio estranho. – Lupin repetiu e Lily entrou na sala no momento em que James fizera chifres aparecerem em sua cabeça sem querer

— Que pontas são essas na cabeça do Potter? – a ruiva questionou, caminhando até Winny que tentava achar algum feitiço para tirar o rabicho de Peter, já que ele não conseguia sozinho.

Os Marotos se olharam sorrindo. Agora faltavam apelidos apenas para Sirius, Edwina e Éboni.

Depois do jantar daquele dia, os garotos decidiram dar uma volta nos jardins. James levava sua capa com muito cuidado.

Por algum motivo, Sirius resolveu praticar animagia sem a supervisão de um adulto – o que era mais recorrente do que deveria ser. Os outros estavam muita mais à frente do Black, e não viram quando ele ficou extremamente animado ao olhar para baixo e não ver seus pés, mas sim patas. Tentou chamar os amigos, mas tudo o que saiu de sua boca foi um latido alto.

— Sirius! Puta mer...! – James correu até o cachorro, que corria atrás do próprio rabo

Six estava na forma de um grande cachorro preto, com a pelagem comprida, como seus cabelos quando estava na forma humana. O Black começou a correr em volta dos amigos, que riam animados.

As garotas se ajoelharam na grama para agradar o cachorro, esquecendo que era Sirius por um momento. Quando o cachorro levantou as patas da frente, ficando sentado, se desequilibrou e caiu, se apoiando nas mãos de Bonnie, que segurou uma das patas dele e analisou-a.

— Está estranha. – disse e o cachorro soltou um grunhido mal humorado. – É macia demais para uma pata de cachorro.

— Ah, Bonnie, larga de implicar com o cãozinho! – Winny falou com uma voz estranha, como se falasse com um bebê. – Meu Merlin, como Sirius pode ficar tão fofo?

O cachorro balançou o rabo animado e latiu feliz, fazendo Edwina o agradar mais, passando as mãos pela pelagem dele e Sirius aproveitou para voltar para sua forma humana quando Winny segurava o rosto de Six, com o nariz encostado no dele.

— Idiota. – Win murmurou e empurrou Sirius, que quase caiu na grama, porém Remus o segurou e o ajudou a levantar.

— Sempre soube que gostava de mim e que preferia cachorros do que gatos. – Sirius riu e lançou um olhar maldoso e brincalhão ao mesmo tempo para Bonnie, que apenas revirou os olhos e riu.

— Como conseguiu, Snuffles? – James perguntou.

 Snuffles? – Sirius arregalou os olhos e negou com a cabeça, parando ao lado de Edwina, que ria do nome. – Não vamos me chamar de Snuffles!

— De onde esse nome, James? – Peter perguntou, ignorando os protestos de Sirius.

— Tinha um cachorro com esse nome quando era menor. – o garoto arrumou os óculos, sorrindo.

Os bruxos estavam em uma rodinha perto do lago e já estava totalmente escuro. Éboni, que estava entre Remus e Lily deu um passo à frente e segurou a mão de Sirius.

— Por que suas patas ficaram macias se sua mão é assim?! – exclamou, largando a mão esquerda de Sirius, que encostou levemente na de Winny. Sirius aproveitou para entrelaçar seu dedo indicador no dela.

Lily riu com a indignação de Bonnie.

— Está chocada, Bon?

— Vocês não seguraram a pata dele! – ela riu também e se explicou. – Pareciam almofadas de tão macias.

— Me ajude com a transformação, Almofadinhas. – Winny pediu, brincando com os cabelos dele com a mão livre. Edwina era a única pessoa que Sirius deixava mexer em seu precioso cabelo.

— Ajudo. – ele sorriu orgulhoso. – Bonnie, passa a noite no dormitório da Grifinória. Hoje ninguém dorme enquanto não conseguir!

— Motivacional... – Peter murmurou.

Perto da lareira do salão comunal enfeitado de vermelho, James brincava com Sirius, ambos em suas formas animagas. Logo um gato preto juntou-se ao cervo e ao cachorro. Winny suspirou quando viu Bonnie se transformar perfeitamente.

— Sou meio inútil. – ela murmurou para si mesma, mas Lily ouviu.

A ruiva estava ao lado dela, sentada em um dos sofás, enquanto Lupin tentava ajudar Peter.

— Vamos, repasse tudo o que você sabe sobre isso, Win! – Lily a motivou. – Só está nervosa.

Winny assentiu e respirou fundo. Pegou o livro que a Profª McGonagall a emprestara e releu parte do capítulo sobre as primeiras transformações. Após alguns minutos, Winny ouviu Lily rindo, animada. A garota tentou movimentar os braços, mas começou a voar. Ela passou por um espelho e viu seu reflexo: uma coruja branca com algumas penas marrom de olhos redondos e amarelos.

A coruja estava sentada em um chifre do cervo e o gato deitado em cima do cachorro quando todos comemoraram quando Peter finalmente conseguiu se transformar em sua forma completa: um rato cinza.

Foi nesse ano que Sirius, James e Edwina entraram para o time de quadribol da Grifinória. Potter jogava como artilheiro e capitão, Black como um batedor e capitão também – mesmo que ninguém soubesse, James apenas o contou um dia que agora existiam dois capitães – e Draper como outra batedora – James tentou fazê-la uma terceira capitã, mas a garota recusou.

Six se aproximou muito mais de Winny em um final de semana, depois de um jogo amistoso entre Grifinória e Lufa-Lufa, quando ele recebeu uma carta aberta de uma coruja marrom. O Black estava no vestiário com James, que tagarelava sobre o cabelo de Lily.

— É de minha mãe para Régulos... Por que a coruja me entrou, então? – ele estranhou e leu a carta rapidamente, percebendo que foi o irmão que encaminhara a ele.

Antes que James pudesse responder algo, Sirius enfiou o pergaminho no bolso e correu até o salão comunal. Só voltou a conversar com alguém de madrugada, quando andou até a porta do dormitório feminino, lentamente.

Sirius não sabia porque fazia isso, mas abriu a porta do dormitório cuidadosamente. Percebeu que todas dormiam e se virou para voltar para o salão comunal.

— Black? – parou quando ouviu um sussurro cansado vindo da cama que ele lembrava ser de Edwina.

— Ah, oi, Draper. – sussurrou de volta, deixando apenas um feixe de luz entrar no quarto. Via a silhueta da garota já sentada na cama, enrolada em um dos cobertores que usava e seu cabelo, como sempre, estava bagunçado e armado. Sirius sorriu com aquela imagem.

— O que faz aqui? – ela quis saber.

— Não consigo dormir... Queria conversar, mas os garotos estão dormindo feito estátuas.

— Bom, já estou acordada de qualquer jeito. – continuando com o tom extremamente baixo, Edwina se levantou, procurou as pantufas e andou até a porta, com o cobertor vermelho escuro em suas costas, como se fosse uma capa.

Os dois desceram em silêncio até o salão, onde três amigos do sexto ano conversavam felizes e sorriram para Winny e Sirius quando chegaram. Os garotos murmuraram um “oi” e sentaram-se em um grande sofá, à frente da lareira, que tinha um fogo baixo.

— Está tudo bem, Six? – Edwina questionou depois de oferecer para dividirem o cobertor e Sirius aceitar.

— Tudo. E você?

— Vamos, Sirius! Você invadiu o dormitório das garotas para jogar papo fora? – Edwina encarou o fundo dos olhos do Black, que não percebeu um pequeno sorriso amigável se formando em seus lábios.

— É só... Minha família. – ele confessou, olhando para baixo.

— O que eles fizeram dessa vez?

— Nada de novo, Win. – o garoto passou os dedos pelo tecido do edredom, fitando o rosto de Edwina em seguida. – Mas às vezes cansa demais como Régulos é mimado, só por... Por ser aquele babaca!

Winny olhou para baixo por alguns segundos.

— Eles lhe enviaram uma carta? Sua família? – a garota supôs e Sirius negou com a cabeça.

— Mandaram para Régulos. – contou e sentiu sua voz embargar. Não sou um bebê chorão, pensou, repreendendo-se. – Minha mãe disse como estava orgulhosa que seu filho estava com tão ótimos resultados em Hogwarts e ganhando muitos pontos para a Sonserina. – Edwina franziu as sobrancelhas, não entendendo o porquê da frustração de Sirius, que se dizia feliz por não falar com a família. Dizia não querer ser como eles. – Ela escreveu, que seu único filho que estava em Hogwarts não poderia lhe dar mais orgulho.

Segurando as lágrimas, Sirius aceitou o abraço de Edwina, que se aproximou do garoto rapidamente, fazendo-o apoiar o rosto em seu ombro. Ela passava os dedos pelos cabelos negros de Sirius, e engoliu em seco, sem saber o que falar.

— Eu não deveria estar triste, não é, Winny? – ele murmurou, passando os braços pela cintura da garota, abraçando-a com força. – Já estou acostumado com isso...

— Sirius... – foi a única coisa que a Draper conseguiu falar. – Não se culpe por estar mal... É sua mãe, afinal.

Ele negou com a cabeça, ainda com os dedos entrelaçados ao redor do corpo dela. Winny apoiou a cabeça na dele, percebendo como ele apertava cada vez mais o abraço. A garota percebeu que ele quase nunca desabafava com alguém e que se esperasse mais um pouco, iria explodir.

— Não, Win! – ele se afastou e murmurou, limpando rapidamente o rosto, se xingando por saber que seus olhos estavam muito provavelmente vermelhos. – Ela não é minha mãe... Ainda vou sair daquela casa, o mais rápido possível!

— Se isso for o melhor pra você... – Edwina colocou o cabelo para trás da orelha e sorriu docemente para o garoto a sua frente, que retribuiu. Estavam de pernas cruzadas e apenas seus joelhos se encostavam.

Os dois alunos de 13 anos ficaram se olhando por alguns minutos, sorrindo de forma quase imperceptível. Foi Edwina que quebrou o contato visual, quando encarou o fogo da lareia.

— Não dorme bem? – Sirius perguntou após um tempo, franzindo as sobrancelhas.

— Que? – Winny pareceu confusa.

— Suas olheiras. Estão cada dia mais escuras... – se Edwina não conhecesse o garoto, pensaria que ele estava preocupado.

— Ah... – ela passou os dedos em baixo dos olhos, como se fosse tirar a mancha de suas olheiras. – Posso dormir por mais de doze horas e ainda assim acordo cansada. Não acho que descanso muito.

— Você tem um cérebro pertencente à Corvinal. – ele sorriu, lembrando-se da conversa que tiveram alguns dias antes de embarcarem no Expresso de Hogwarts.

— E o coração dos dois definitivamente são dos leões. – um dos quadros, uma adolescente com um vestido rosa vitoriano comentou, acabando de acordar de um sono pesado.

Ambos sorriam um pouco sem graça, sem saber exatamente o que ela queria dizer com isso.

Os três amigos do sexto ano subiram as escadas silenciosamente, deixando Sirius e Edwina sozinhos na sala. Sirius se aproximou de Win e puxou o cobertor até seu pescoço, assim como ela. Bocejando, ele apoiou a cabeça no ombro da garota e sentiu as pálpebras pesarem.

— Uma coruja, ahn? – Sirius murmurou, sorrindo de canto de boca.

— Pois é, Snuffles. É o símbolo da inteligência, sabia? – ela respondeu se aconchegando mais no cobertor e deitou a cabeça na dele. Sirius riu levemente e logo Win estava de olhos fechados, dormindo profundamente.

— Boa noite, Win. – ele sussurrou antes de se deixar vencer pelo sono.

Os dois só acordaram na manhã seguinte quando James, Lily e Remus riam junto com mais alguns alunos da Grifinória. Edwina mal abrira os olhos quando andou rapidamente para seu dormitório, segurando o cobertor, extremamente corada. Já Sirius continuou jogado no sofá.

— Pelo menos fiz algo, não é, Aluado? – O Black se levantou, encarando Remus. – Como vai Éboni?

James apenas fez um “uuh” e saiu do dormitório, seguindo Lily.

Remus corou, e, animado, saiu da sala comunal da Grifinória, sabendo que a primeira aula do dia seria com a turma da Lufa-Lufa.

Edwina passou o terceiro ano com cada vez mais pesadelos e estudando mais sobre Papus. Bonnie, cada vez mais confusa pela sua admiração em excesso por certas garotas, tentava se distrair com tudo. As transformações de Remus eram cada vez melhores, e era até divertido passar essas noites com os amigos. Quando Lupin já estava como um lobo, eles adoravam brincar de pega-pega com Winny, que voava alto para desafiá-los. James irritava Lily sempre que podia, quando na verdade tudo o que tentava fazer era conquistá-la. E Sirius percebera o efeito que tinha sobre as garotas e começava a aproveitar isso.

O quarto ano passou normalmente, porém o quinto foi o com tempos mais difíceis, que tiveram início com a morte da irmã de Bonnie, e do Sr. e da Sra. Draper.


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