Obscuro escrita por Helena Lourenço


Capítulo 13
Capitulo XII - Veneno


Notas iniciais do capítulo

Os capítulos do Alec vão ficar menos frequentes a partir de agora, e vocês vão entender o motivo no decorrer da historia :)



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Capitulo XII
Veneno

 

**Alec**

 

  — O quê aconteceu com você? Por que está todo sujo de sangue? — Jane indagou quando Renesmee e eu cruzamos as portas escuras do Castelo. Minha irmã estava parada perto da recepção, seus olhos vermelhos brilhavam na noite escura e sua sobrancelha estava levemente franzida. Seus lábios reprimiram-se um no outro.

 — Matei um humano. Não me liguei muito se estava sendo cuidadoso.

Dei de ombro, tentando passar por minha irmã até a porta que levaria-nos até o corredor da Sala dos Tronos, mas ela não permitiu.

— Você jamais se suja, até quando está sendo descuidado. Alec, você não só matou o humano, não foi?

 Renesmee estremeceu ao meu lado e eu coloquei meus braços em volta de seus ombros, puxando a mais para mim enquanto encarava os olhos de Jane.

— Ele estava azucrinando Renesmee. O que esperava que eu fizesse?

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Desde quando você é do tipo ciumento?

— Desde quando você se importa?

 Um lampejo de surpresa e diversão brilhou em seus olhos sangue e ela sorriu levemente. Um segundo depois, minha cabeça parecia estar sendo perfurada por centenas de agulhas, lentamente... E eu reprimi um grito. Durou menos de um segundo, mas foi o suficiente para me distrair.

— Isso foi injusto. — falei, encarando Jane com raiva.  — Da próxima vez, avise quando quiser brincar e eu lhe levo para a floresta.

Peguei o braço de Renesmee e levei-nos para a Sala dos Tronos. Demetri já estava lá, o que não era uma surpresa, e ele abriu as grandes portas.

Somente Aro estava lá, e ele sorriu um pouco quando entramos.

— Boas ou más noticias?

Aro parecia tão... Abatido.

— Boas, suponho. — Renesmee se aproximou, e deixou que ele tocasse em sua mão. Um minuto depois, ela retornou ao meu lado.

— Que inconveniente com o humano Andrew — ele disse com um sorriso — Mas a visita deu certo, porém. Fico satisfeito. — ele suspirou — Alec será que podemos conversar? A sós?

Renesmee me deu um beijo na bochecha e saiu.

Ele suspirou.

— Você sempre foi meu favorito. — ele disse — Você e Jane. De todos, são os que eu mais me importo. Tive vocês como meus filhos, mesmo que vocês não soubessem, porém. Sulpicia, há, minha doce Sulpicia, ela também. — sorri um pouco, e ele prosseguiu: — E, com essa guerra eminente, temo pela vida de todos nós, mas principalmente a de vocês três.

 Ele tomou um gole de sangue, em uma taça que estava em uma mesa ao lado dos tronos, como se tomasse coragem. O que era ridículo, Aro era a personificação da coragem.

— Não entendo, mestre...

Ele balançou a cabeça.

— Claro que não. Serei mais explicito: quero que você, e Jane, e Renesmee e a filha de vocês vão embora. E que leve Sulpicia também. Se vamos entrar em Guerra, uma não qual eu tenho certeza que não vamos sobreviver, quero que ela, e vocês, estejam seguros.

 Fiquei alguns segundos paralisado, absorvendo o peso das palavras de Aro. Ele queria que eu fugisse? Mesmo quando ele sabia que era por minha causa, principalmente, que Caleb queria a queda dos Volturi?

— Aro... Eu não posso...

— Não estou pedindo, Alec. Essa é uma ordem.

Engoli em seco.

— Desculpe mestre. Mas estou inclinado a bancar o filho desobediente. — ele tentou falar algo, mas eu fui mais rápido: — Você salvou minha vida, e a de Jane, quando formos jogados naquela fogueira. Você permitiu que eu trouxesse Renesmee e Anne quando pedi, lhe devo muito, Aro. Não vou deixar esse Castelo, nem os Volturi. E se eu morrer, bem, morro sabendo que fiz meu trabalho. 

 Aro sorriu.

— Não esperava nada menos de você — ele voltou ao seu trono — Apenas... Prometa que se algo me acontecer nessa guerra, mantenha Sulpicia sã, e bem. Segura.

Fiz uma reverencia e deixei a Sala dos Tronos.

Encontrei com uma Anne agitada perto da biblioteca.

— O que aconteceu?

  Ela me olhou em desespero antes de indicar a biblioteca com a cabeça. Uni as sobrancelhas e entrei na sala parcialmente clara. E, meus olhos foram diretamente para Elain... Caída no chão, imóvel. Os olhos arregalados e a boca seca.

 — Mas o que...

— Eu estava pensando em uma forma de testar o veneno que desenvolvi quando ela entrou aqui. Começamos a conversar e ficamos nessa por um tempo. Eu me virei por um segundo para pegar um livro na estante e quando olhei de novo ela estava com a taça onde o veneno estava nas mãos... E ela bebeu até a ultima gota.

 Ela recomeçou a andar de um lado para o outro na biblioteca, roendo as unhas. Eu entendia o desespero dela, Elain era a irmã querida de Elliot, a única pessoa que ele realmente se importava... E agora ela estava morta?Isso não vai acabar bem, nada bem.

Segurei os ombros de Anne e a mantive parada.

— Pelo menos sabemos que o veneno funciona.

  Ela soltou um gemido desesperado e se jogou em meus braços. A mantive ali, por um tempo, até que mandei que ela voltasse para casa e levasse Renesmee com ela. A situação ia ficar feia no Castelo e eu sabia que ela não gostava dessas coisas.

 Andei apressadamente até o quarto de Jane, onde descobri que deveria bater antes de entrar. Arrastei-a e Demetri para a biblioteca, onde ambos ficaram estáticos.

— O que aconteceu aqui? — ela perguntou, surpresa. Eu raramente via Jane surpresa de algo.

— Anne desenvolveu um veneno eficiente. — falei e ela me encarou.

— Anne deu o veneno para ela? Ela ficou doida? Elliot vai matar todos nesse Castelo!

— Não, Anne não teve culpa. Elain bebeu por conta própria, claro, sem saber que aquilo era um veneno.

Demetri passou a mão pelo rosto.

— Elliot vai ficar furioso.

 Jane e eu assentimos, uma vez, antes de sairmos em direção a Aro, mas foi Keir quem encontramos. Ele uniu as sobrancelhas para nós e colocou as mãos nas costas.

Assim como Anne, ele sabia quando alguém estava mentindo. Ou escondendo algo.

— O que aconteceu?

Eu já estava irritado com tantas vezes que ouvi aquela frase.

— Elain está morta. — joguei a bomba de uma vez, vendo mudar seu foco para meu rosto. A expressão de Keir não mudou quando ele assentiu. — Não vai dizer nada?

— Elain era um peso no clã — ele falou — Elliot era obcecado pela irmã, e isso influenciava em suas escolhas. Ele vai querer matar vocês, na melhor das hipóteses. Na pior, ele vai se juntar a Caleb.

 Suspirei, e Jane pareceu chegar a mesma conclusão que eu: se já com os australianos aqui ainda estávamos em desvantagem, sem eles estávamos mortos.

— Por sorte, vou ajudar vocês.

 Olhei para Keir e ele parecia calmo, seus olhos se encontraram com os meus e ele sorriu.

— Nós, Auster, nomeamos lideres a cada cem anos. — ele começou a explicar — Elliot governou por trezentos, isso é mais do que qualquer um ficou no poder. Isso por que todos o temiam. Sou sucessor dele, e tenho o apoio de 98 por cento do clã. Quando ele descobrir sobre a irmã, eu contarei pessoalmente, eu o mato e assumo a liderança. Continuarei apoiando a causa de vocês, porém.

— Por quê?

Seus olhos escarlates pousaram em Jane.

— Também tenho contas a pagar com Caleb Meliorn. E, diferente de Elliot, eu tenho total interesse em que vocês ganhem. — ele voltou-se para mim, novamente. — Acho que aqui se inicia uma aliança, não é mesmo, Alec Volturi?

Ele estendeu sua mão e eu a encarei.

— Sim. O começo de uma nova aliança.

  Apertei sua mão.


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Notas finais do capítulo

:)