Sweet Memories escrita por Tha Reis


Capítulo 1
Capítulo 1




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                   Austin

Quando eu era mais novo,eu queria odiar o Charlie. Eu falo sério.Ele era melhor em tudo. Ele tinha uma família simples mas tão incrível,ele tinha um pai que eu invejava. Notas altas,as garotas então…Mas eu nunca consegui.

O dia em que a Ally ia embora para a faculdade da Inglaterra.

—Você é um filho da puta egoísta,sabia disso?! -Eu ouvi o Charlie gritar,assim que bateu a porta da minha casa,e eu fechei os olhos.

—A Ally vai embora e você não faz nada?!

—Eu não mereço ficar com ela.-Eu disse, calmamente,sentindo minhas mãos tremerem.

—Austin,pelo o amor de Deus…Do que você está falando?- O menino disso incrédulo.

—Você sabe do que eu estou falando! - Gritei e ele me olhou. - Você sabe mais do que ninguém de tudo que já aconteceu nessa merda da minha vida.

—Sim,eu sei Austin! Eu sei mais do que ninguém! - Ele tentou gesticular como se eu fosse uma criança.

—Então!

—Exatamente por isso,que droga! - Ele gritou e ele logo respirou fundo,como se estivesse cansado. - Eu sei por tudo que você passou. Eu sei que seu pai era maluco,eu até mesmo sei que ele te derrubou da escada,e por isso você tem essa marca. Eu sei de todas as vezes que você se drogou,porque fui eu que te levei pra casa,fui eu que passou as madrugadas com você no hospital quando você tinha crises,eu sei mais do ninguém,Austin. É por isso...- Ele interrompeu a voz,com um soluço acompanhado de um choro. - Eu odeio te ver estragando a sua vida por causa disso. Você é meu melhor amigo,por favor.

Então,eu lembro dele sair pela porta,e eu lembro de pegar a faca da cozinha. Pra ser sincero,hoje,eu lembro apenas disso. É como se algo da minha cabeça tivesse apagado o que aconteceu naquele momento. Só sei que a Ally me encontrou desmaiado no meio da cozinha. O médico disse que a ansiedade e estresse foram demais,então eu simplesmente tive um surto e apaguei. Bem,a Ally foi atrás de mim,e eu agradeço a Deus todos os dias por isso.

Foi a partir daí que eu jurei que nunca mais sairia de perto dela.

                 Autora

Charlie chegou no hospital às pressas,ele podia sentir suas pernas trêmulas.

—Austin, é Austin Moon…- Ele disse pra enfermeira que percebeu seu nervosismo,e assim que ele chegou no quarto,ele encontrou Ally,sorrindo com as mãos entrelaçadas com a do Austin,enquanto ele estava deitado na cama do hospital,acordado.

—Puta merda. - Ele colocou a mão no peito e respirou fundo,sentindo vontade de chorar,por alívio. Ele apenas soube que Austin foi encontrando desmaiado com uma faca,e ele pensou o pior.

Ally se levantou,indo em direção a porta. - Ele está bem. - Ela sussurou - Eu vou colocar as malas em casa,fica aqui com ele,ok?!-Ela saiu e Charlie caminhou lentamente,sentado na cadeira ao lado da cama de hospital.

Austin imediatamente tinha lágrimas nos olhos.

— Sinto muito. - Ele disse,tentando limpar as lágrimas que escorriam,uma tentativa​ falava,já que a cada segundo descia outra. E assim,eles ficaram. Abraçados.

Lester e Mark olharam de longe,Lester abaixou a cabeça.

•••••••••

—Nos não somos mais dois moleques na ponte de NY fumando cigarros. - Austin disse,risonho e Charlie afirmou,olhando o pequeno lago.

—Claro que não. - Charlie disse,com o mesmo tom de voz. - Você agora é casado e tem um filho,e eu estou noivo. Quem diria…

—Você lembra... - Austin disse,ainda rindo,lembrando das palavras. - Que quando éramos crianças,nós fazíamos uma brincadeira? De nosso futuro. Nossa última foi que iríamos aprender a voar.

—Você iria voar quando seu pai chegasse em casa,e eu iria roubar dinheiro para meus pais,e quando os policiais chegassem,eu sairia voando.- Charlie completou,olhando sério para o céu nublado.

—Nos conseguimos,hum? Foi um longo caminho.

—Eu sempre soube que você conseguiria,sabe…Se tornar médico,casar… - Austin disse,seriamente. - Você sempre foi forte.

—Eu não tinha certeza que você iria conseguir. - Ele disse, sincero. - Naquele dia,em que você foi encontrado na sua casa,com a faca…Eu juro que eu pensei que você tinha tentado se matar,e conseguido.

—Posso te falar algo estranho?! - Austin disse,parecendo uma criança.

—Você falaria mesmo que eu disse não,então.

—Eu acho que vi minha mãe,quando eu tive o surto e fiquei desmaiado. Eu não lembrava na época,mas ultimamente é como se tivesse voltando... Eu não sei,parece loucura…

—Não é. Não é loucura. - Charlie disse,colocando a mão do ombro do amigo. Ele assentiu aliviado.

O menino loiro,que tinha o cabelo ondulado,igual ao da Ally chegou no banco onde os dois estavam,dando um abraço apertado no pai. Austin deu um beijo estalado no topo da cabeça do menino.

—Mamãe está te chamando. - Ele disse,passando a mão no cabelo. Austin levantou,deixando o menino sentado no colo do Charlie, que o encarou profundamente.

Ele colocou as duas mãos no rosto do garotinho,que ria. - Você é o Austin com o cabelo da Ally.

—Tio,quando é que você vai me da um primo?! - O menino disse,querendo rir e Charlie deu uma risada irônica.

—Eu tenho certeza que foi sua mãe que mandou perguntar isso. E como castigo.… - Charlie olhou travesso para o menino,que agora fazia cócegas.

            ••••••

—Você não pode mandar na minha vida! - Charlie ouviu gritos da sala,vindo da boca do garoto que agora era quase um homem. Era incrível que apenas aos 15 anos ele parecia tanto com o Austin.

—Eu não posso? Adivinha,eu posso. - Austin gritou mais alto e Charlie colocou a mão na boca,escutando.

A porta bateu,e passos furiosos vieram em direção a sala dos Moon's.

—Reunião familiar?! - Charlie disse, forçando um sorriso,enquanto Austin dava passos furiosos pela sala.

—Eu não quero brigar com ele. Mas ele precisa entender. Eu não quero ele andando com aquele garoto. - Ele repetiu.

—Você não acha que está exagerando? O garoto com quem ele anda, parece com você. - Charlie disse com seu humor ácido, e Austin sentou no sofá.

—Eu entendi sua piada,mas se você não entendeu,essa é minha preocupação. O garoto parece comigo. Charlie,com 15 anos,eu era um merda. Eu literalmente só falava merda,só fazia merda!

—Ei,eu era seu amigo. Ele não pode ser um Charlie pra ele?! - Charlie rebateu,apenas por rebater. Não que ele curtisse o menino (o tal amigo do Lukas,filho do Austin) mas ele estava sem nada pra fazer. Seu filho,Curtis,estava na escola. E sua esposa estava no trabalho.

—Eu só não confio nele. - Ele disse impaciente com Charlie. - Aliás, o que você está fazendo aqui? Não estava de plantão?!

—Pedi pra um dos residentes ficar no meu lugar.E você?!

—Não trabalho hoje. Eu esperava passar o dia com meu filho,mas agora ele está trancado com raiva de mim, então. - Ele disse ironicamente e Charlie riu.

—Você só briga com ele porque vocês são muito parecidos. E porque ele tem a teimosia da Ally. Daqui a uma hora ele vai no seu quarto te pedir desculpas e vocês começam a conversar sobre Star Wars.

Austin riu,deitando no sofá e e olhou para Charlie. - Sabe,eu tinha medo de ter um filho pelo o fato de que ele não teria um tio. Mas você é basicamente meu irmão.

—Eu sei,eu sempre te considerei da minha família, é estranho. - Charlie disse pensativo,e os dois ficaram assim. Apenas admirando o silêncio e contemplando presença um do outro,como faziam ainda crianças. E mesmo agora,ainda faziam

               ••••••

Não era um dia comum,mas Austin fez questão de deixar claro que estava bem. Evitou tudo,muito pior pois a Ally estava Paris,já que ela era professora da juilliard,e estava com seus alunos em um concerto. Lukas,seu filho,estava com a Ally porque queria conhecer a cidade. Oque dificultava mais. Seu pai havia morrido. Ele tinha um sensação estranha em relação a tudo isso.

A relação deles melhorou, obviamente,depois de tudo que ele havia melhorando. Mas o abuso mental feito nele quando criança ficou permanente.

Os dedos de Austin estavam visivelmente cortados,enquanto ele tentava escrever na máquina de escrever mais antiga dele. Havia sido seu pai que havia dado a ele,ainda criança.

—Austin?! Ah, você está aqui. - Charlie disse,chegando no escritório na casa do Austin,e o mesmo continuava a tentar escrever na máquina,cortando ainda mais seus dedos.

—Austin, o que você está fazendo?! - Charlie disse,chegando mais perto do menino.

—Estou tentando escrever,mas essa porcaria não colabora. - Austin disse, rangendo os dentes.

—Austin. - Charlie repetiu, e o barulho irritante da máquina continuava.

—Austin.

—Austin.

—AUSTIN! - Charlie gritou e o mesmo olhou para Austin,que estava com lágrimas nos olhos. — Está tudo bem. - Foi tudo que ele disse.

Ele ouviu os soluços do menino,e abriu os braços em direção a ele. E ambos ficaram abraçados,enquanto Charlie abraçava ele cada vez mais forte,como se isso fosse de alguma forma juntar a alma despedaçada dele. Porque era oque ele sempre fazia,e sempre iria fazer.


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