Nossas noites maravilhosas juntos, cada segundos delas parecem ter sido esquecidas por você, agora, quando nos olhamos tudo parece mais vazio do que deveria ser.     É como se não tivesse restado absolutamente nada dentro de você.

Eridan estava encarando Sollux com uma expressão seria, enquanto o tal se arrumava e falava sobre algumas bobagens que o Ampora sinceramente não ouvia. Sua mente tava longe de mais se recordando de quando os dois se amavam pelas noites, pelas manhãs ou pelas tardes.

Ele pode ter dado um pequeno sorriso sincero em meios aos seus pensamentos, já que era simplesmente maravilhoso recorda-se de como suas mãos se encaixavam bem, o quanto os aqueles lábios pareciam gostosos quando tocavam os seus e o quanto os xingamentos amargos se tornavam divertidos.

Contudo eram memórias dolorosas pra o momento, agora eles fingiam ser só amigos, terem sido só amigos por todo esse tempo. Antes era apenas para ocultar algo que talvez não fosse facilmente aceito, mas agora era pelo bem dela... Os dois pareciam ter um romance de verdade, afinal... Sollux fazia questão de demonstrar toda sua felicidade de estar com Feferi.

O Captor estava realmente feliz e estonteante com ela, de uma forma que o outro nunca havia visto antes, então? Por que estragar isso? Tudo entre eles que havia sido... Não era mais.

Você realmente não se lembra das vezes que eu falei que te amava? Aquilo nunca importou pra você? Aquilo não era mentira... Eu te amava... Eu te amo.

Os olhos violetas se guiavam ao sorriso radiante que Sollux dava, era realmente como o Sol em sua frente, mas aquilo fazia a dor ser ainda pior, o maior via ali o quão egoísta era... Não, não que ele não quisesse ver o menor sorrindo, mas queria que aquilo fosse para si.

Parecia pedir muito ser amado de verdade? Que tudo aquilo não tivesse sido um mero passatempo? Talvez fosse, Eridan sentia uma vontade forte de chorar, mas ele erguia o olhar e sorria para o outro, não ia estragar a felicidade dele, mesmo que seu peito por dentro esteve rachando o ultimo pedaço de sua doce esperança. 

— Vamos? – Chamou o mais novo para que eles seguissem até o encontro com a Peixes.

— Ah, claro. – O Ampora só concordou e os dois foram para o carro.

Por favor, me diz que isso é uma brincadeira de mau gosto... Diz-me que isso e só um pesadelo... Por favor, eu só não quero você vá.

Eles entraram no carro e a falta de humor de Eridan fazia tudo ali ser um perfeito silencio uma viagem longa, uma dor maior ainda.

Sua mente implorava para que ele explodisse os limites de velocidade enquanto seu coração pedia a todo o momento para atrasar o máximo possível, era tudo que ele precisava, de tempo... Talvez o tempo fizesse doer bem menos.

Eridan deveria parar de mentir para si mesmo, ele sabia que mesmo que demorasse dois, três, quatro ou seja lá quantas horas se passarem... Nunca ia doer menos. Mesmo depois de meses, anos talvez aquilo não passasse assim tão fácil.

— Ei, ED. Ela tá ali, estaciona. – o Captor alertava-o, o despertando do transe de seus pensamentos longos.

Então é verdade? Então, você realmente vai embora? O que eu fiz de errado? Eu prometo... Eu prometo tentar consertar. Eu prometo que vou mudar... Eu juro, por favor, não...

Eridan finalmente parava carro em uma vaga e deixava o outro sair, talvez fosse melhor ele ficar ali não é? O que os olhos não veem o coração não sente, certo?

— Hm? Cara,vem logo, a gente vai comer ai tu aproveita para ir junto. – Sollux convidava o outro de forma inocente, obviamente não sabia o quanto aquilo rasgava ainda mais o interior de seu amigo.

—Ah, claro. – Ele saiu de forma preguiçosa, mas era isso não era? Ele ia ter que enfrentar tudo dentro de si.

Talvez isso fosse bom, enfrentar, superar do que ficar fugindo não é? Não podia doer mais do que já doía, podia? Isso é pouco provável. Não é...?

Então, eles foram andando até a Peixes, um pouco de coragem era o suficiente para dar de cara com as possíveis cenas que ele poderia ver?! Ele sinceramente tinha tanto medo que poderia ir ao banheiro naquele instante.

Ele só não queria ver aquilo tudo acontecendo. Tudo tava tão confuso que a única certeza que ele tinha na mente era aquela. Eridan só não queria ver o quão felizes eles estavam juntos, o quão felizes estavam sem ele.

Mas foi exatamente isso que ele viu... Feferi correr na direção dos dois super animada, radiante, alegre para abraçar o Captor, em seguida aquele longo beijo de amor.

Tudo pareceu um vão preto na frente Eridan, sua cabeça parecia que ia explodir, se sentia tonto, enjoado, alarmado, em pânico.

Me perdoa... Tudo que eu queria era você, comigo, para sempre. Eu simplesmente não consigo mais. Eu só não sei mais porquê.

Quando finalmente o casal se separou a Peixes olhou em direção ao maior e via que este não estava mais ali, ela ficava levemente assustada com tal fato.

Era realmente covarde que no primeiro segundo, Eridan havia corrido para chorar. Chorar com  toda força que tinha em seu peito, ele havia se trancado no carro, afundado sua face no volante e começado a desabar, ou estava terminando?

Era importante o tão fundo que havia chegado? Seu coração tava tão arrebentado, seu corpo tão doido, sua voz lhe fugia da garganta tão rápido quanto o fôlego de seus pulmões. Suas lagrimas eram intensas além de ásperas e ardidas.

Ele resolveu sair dali o mais rápido que podia, ligou o carro, manobrou e correu para casa, para continuar seu choro de dor e perda, sem perder o pouco que lhe restava de sua dignidade.

Desculpa fef... Não consigo deixar de amar.