Broken Crowns escrita por Space Ace


Capítulo 10
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

E aí, beleza?
Então, eu terminei esse capítulo hoje, e quis postar o mais rápido possível para também avisar que eu não vou ter muito tempo para postar/escrever os próximos capítulos por causa dos estudos, então longos espaços de tempo entre um capítulo e outro vão ser bem comuns. Eu não planejo abandonar a história, então mesmo que apareça aquele aviso do lado de Broken Crowns, não percam a esperança de um novo capítulo!
Bem, é isso que eu queria dizer. Espero que gostem!



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O paladino e a princesa andaram silenciosamente pelos corredores. Allura andava na frente, guindo Keith. Não demorou muito para que eles chegassem a um cômodo desconhecido para Keith; ficava perto dos aposentos dos herdeiros, e ele não era autorizado a ir até lá.

Ele supôs que fosse o quarto de Allura, já que ela queria privacidade, e provavelmente não haveria lugar melhor do que seu quarto. Ela sabia que ninguém entraria ali sem permissão, então mesmo que estivesse desobedecendo uma regra e permitindo um galra entrar em seus aposentos, era melhor do que permanecer com as dúvidas em sua mente.

Allura suspirou, indicando as poltronas no canto do quarto, próximas à janela, para que ela e Keith se sentassem. Ele obedeceu em silêncio, curioso e meio ansioso. Se ela o havia chamado, era sério, não? Allura não era exatamente uma pessoa aberta aos galra. Eles fizeram coisas horríveis no passado, afinal. Ela não estava errada, mas era frustrante vê-la tratando-o com tanta frieza e indiferença.

— Por que me chamou, Vossa Alteza? — Ele perguntou. Lance havia dito que não queria que o paladino o chamasse por aqueles pronomes de tratamento frios e formais demais. Allura, por outro lado, com certeza não gostaria que ele se referisse a ela pelo primeiro nome.

— Os galras que capturamos na cidade... — Ela começou, a voz um pouco trêmula. — Um deles se apresentou como Ulaz. Disse que conhecia você e Shiro. Ele sabe sobre sua debandada, Keith. — Ela cruzou os braços.

— Claro que sabe. — Keith disse. — Ulaz também é um desertor. Ele ajudou Shiro em muitas situações, quando ainda fazia parte da guarda real. Nos ajudou a escapar de Doom e chegar aqui em segurança.

Allura engoliu em seco. — Ele disse que faz parte de uma organização antigovernamental chamada “Espada de Marmora”. — Ela disse. — De acordo com ele, a tal organização existe há anos e está lutando contra o reinado de Zarkon na surdina, o que é considerado severa traição. Você sabe algo sobre isso?

— Não. — Keith respondeu, sinceramente. — Tenho certeza de que Shiro também não sabe sobre a Espada de Marmora.

— Tem certeza? — Allura franziu o cenho. — Porque sua adaga parece muito com as armas encontradas com os prisioneiros.

Foi a vez de Keith franzir o cenho. Sua adaga? Como Allura sabia sobre sua adaga? Tudo bem, ele andava com ela o tempo todo, mas ele nunca a retirou da bainha. Ele olhou para ela, cuidadosamente coberta por bandagens para esconder o símbolo roxo em seu cabo. Ele voltou seu olhar para a princesa.

— Essa adaga pertenceu a minha mãe. — Ele disse. — É tudo o que eu sei.

As sobrancelhas de Allura se arquearam por um milésimo de segundo, surpresa com a revelação. A surpresa logo deu espaço para a dúvida. Estaria Keith realmente lhe contando a verdade?

Os dois caem em um silêncio tenso, que é quebrado alguns minutos depois por um suspiro escapando dos lábios de Allura.

— Eles nos disseram que o exército galra planeja atacar nosso castelo. — Ela disse, escondendo o rosto em suas mãos. Estava cansada e estressada. — Meu pai e Sir Holt interrogaram os galras e eles falaram tudo. Não entendo porque correram.

— Talvez não quisessem ser jogados no calabouço e serem interrogados por um rei ameaçador e desesperado. — Keith murmurou. Allura lançou para ele um olhar gélido, mas ele não se arrependia. — Você tem que entender que Ulaz não é um... desertor tradicional. Ele e a tal Espada de Marmora são uma organização que trabalha na surdina. Eles não podiam ser descobertos. Talvez eles estivessem me procurando; procurando Shiro, também. Tinham que ter certeza de que eles não seriam expostos.

Allura assentiu, pensativa. — Meu pai não acredita neles. — Ela disse. — Eu quero saber o que, você acha. Os galras têm o que precisam para atacar o castelo e a cidade?

Keith não precisou pensar. — Têm. — Ele disse. — E se vocês não posicionarem guardas nas fronteiras da cidade e nos arredores do castelo, é bem capaz que eles cumpram seu plano, seja lá qual for. Aliás, Ulaz nunca mentiria. Ele se arriscou vindo até aqui, e não seria por nada. Ele é impulsivo, mas não é insano.

Allura assentiu. — Foi o que eu pensei. — Ela disse, num murmúrio. — Eu não acredito que desobedeci a ordens diretas. — Ela suspirou, escondendo o rosto em suas mãos, afundando na poltrona.

Keith franziu o cenho, sem entender. A princesa viu o olhar confuso do paladino por entre os dedos, e explicou:

— Meu pai nos contou, quero dizer, contou a mim, Leo e Bianca sobre o interrogatório. Ele manteve essas informações secretas para Lance porque ele sabia que ele acreditaria no que os prisioneiros diziam e contaria para você e para Shiro. — Ela segurou a ponte do nariz. Parecia ter uma dor de cabeça. — Nos disse claramente que não deveríamos contar a ninguém, e ainda assim eu acabei contando para uma das pessoas que definitivamente não deveria saber sobre isso.

Keith a encarou por alguns segundos. — Você fez a coisa certa, Allura. — Ele disse. Ela olhou para ele, surpresa. — Não há nada de errado em proteger a quem você ama. Às vezes, temos que desobedecer.

Ela suspirou. — Honestamente, eu não vejo como minhas ações vão nos ajudar. Meu pai não acredita no que eles disseram, e se você disser qualquer coisa, ele vai saber que um de nós abriu a boca. — Ela disse. — Eu não sei como fortificar nossas defesas para esse ataque sem que meu pai perceba.

— Eu e Shiro vamos pensar em algo. — Keith disse, se levantando. — É curioso como você me procurou para falar exatamente sobre o que eu queria conversar.

— Grandes mentes pensam igual. — Allura disse, se levantando também. Os dois ficam parados, encarando um ao outro por alguns segundos, até que Keith decide que aquilo é constrangedor demais, até para ele. A princesa, porém, o surpreende, envolvendo os ombros do paladino com seus braços e puxando-o para um abraço. Keith fica sem saber como reagir nos primeiros egundos, mas a abraça de volta, sem entender muito bem o que estava acontecendo. — Obrigada, Keith.

Ela logo separou o abraço, com o rosto meio corado. — Você... pode ir agora. Obrigada por escutar.

— Obrigado por me contar. — Ele disse, fazendo uma reverência logo depois e saindo do quarto. Aquela conversa acendeu mais dúvidas na mente de Keith: Por que nunca havia ouvido sobre a Espada de Marmora? Sua adaga era uma das armas deles? O que sua mãe tinha a ver com aquilo tudo? Ulaz estava acompanhado por mais duas pessoas, ainda que preferisse trabalhar sozinho. Aquilo certamente era estranho. Uma coisa não parecia certa: porque três soldados para entregar uma mensagem? Ninguém em seu juízo perfeito mandaria três de seus homens para uma tarefa tão simples, e conhecendo Ulaz, ele não aceitaria companhia se fosse só isso. Os galras nas masmorras certamente estavam escondendo informações importantes do rei, e Keith tinha o dever de descobrir toda a verdade.

Ele poderia lidar com suas dúvidas pessoais depois que aquilo tudo estivesse resolvido.

× ֍ × ֎ ×

Shiro estava bem ocupado com as preparações para o aniversário de Lady Isabella. Coran ficara estático quando descobrira que Shiro tinha um certo talento para decoração, e o bombardeou com perguntas sobre os eventos reais de Doom. Inicialmente, Shiro não estava muito à vontade falando sobre aqueles eventos horríveis onde a realeza se enfartava com a comida que o povo só sonhava em comer, mas quando tentou puxar sua indignação e raiva para o fundo de sua mente e se concentrou somente nos trajes, nas flores, nas cortinas e outros aspectos do salão, ficou mais fácil para ele.

Trabalhar na organização do evento fez com que ele visse os príncipes com mais frequência. Leo e Lance queriam que tudo fosse perfeito para a pequena Isabella, e por isso ajudavam nas preparações. Era estranho ver dois príncipes trabalhando, mas Shiro decidiu simplesmente aceitar o fato de que todos em Altea eram meio estranhos, principalmente a família real.

Leo era, surpreendentemente, ainda mais aberto que Lance. Ele havia sido um soldado, também, e sabia que desertar não é algo que se decide da noite para o dia. Havia o sentimento do patriotismo e da lealdade envolvidos, além do juramento que os soldados fazem ao se juntar à guarda real. Shiro suspeitava que ele também não se importava muito, já que os galras eram inimigos dos alteanos.

Ainda assim, era reconfortante ver que o príncipe não tinha receios deixando com que Shiro organizasse a festa de sua filha e brincasse com ela. Aquele era um voto imenso de confiança que Bianca e Alfor certamente ainda não havia concedido a ele e a Keith.

O trabalho na decoração o distraía de coisas que ele não queria lembrar, também. Estava servindo como uma espécie de terapia para ele, levando sua mente para longe de assuntos como a guerra, seu passado e os galras que ainda estavam nos calabouços. Claro, aqueles pensamentos surgiam vez ou outra em sua mente durante o dia, mas era só ocupar-se que eles iam embora.

Sua aproximação dos príncipes, porém, mostrava o quanto o relacionamento deles era estranho e tenso. Era como se Leo tivesse certas inseguranças ou rancores em relação a Lance e não confiasse tanto no julgamento do irmão mais novo, o que era muito estranho, já que o mais velho mostrava confiança em Shiro, um ex-soldado inimigo a quem ele mal conhecia.

O paladino entrou em seu quarto, com os pensamentos ocupados pela tentação de questionar um dos irmãos sobre o assunto, mas essa vontade logo foi jogada para o fundo de sua mente por dois motivos. O primeiro era que eles dificilmente se abririam sobre assuntos de família com Shiro, e o segundo era que Keith sentava-se em sua cama, esperando-o ansiosamente.

Quando o mais velho fechou a porta atrás de si, o outro tratou-se de levantar-se.

— Shiro. — Ele disse, a voz tensa e as mãos cerradas em punhos. Suas sobrancelhas estavam franzidas e seus lábios machucados, provavelmente por serem mordidos em excesso durante a espera do menor. Shiro sorriu para o amigo, cumprimentando-o, mas Keith não sorriu de volta. Na verdade, ele parecia incapaz de sorrir naquele momento. — Há um ataque iminente ao castelo.

O sorriso desapareceu da cara de Shiro, dando lugar a uma careta de cenho franzido e lábios comprimidos em desprazer e preocupação. Logo quando ele pensava que tudo ia bem, o universo se decidia em prová-lo do contrário.


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Notas finais do capítulo

Um outro aviso: eu provavelmente vou postar essa história no Social Spirit também, já que o Nyah anda meio paradão (ou será que só eu acho isso?). Eu estou com outras fics em andamento (que ainda não estão postadas, nem serão num futuro muito breve), mas saibam que esta é a prioridade. Eu anoto cada ideia que eu tenho para a história, e não escrevo mais por causa de falta de tempo ou por bloqueios. Eu espero que vocês não desistam de acompanhar a história, já que saber que as pessoas leem o que eu escrevo e ler seus comentários faz dos meus dias muito mais felizes!
Valeu por ler até aqui, se é que você leu.



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