Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo do Fred
Ois meninas. Que bom q estão aqui. Fico muito feliz em poder falar com todas sobre a Beth e o Fred.
Não tive muito tempo para revisão, por isso, por favor, me avisem os erros.



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FRED

Parei meu carro diante da casa de Beth. Desci passando as mãos pelos cabelos ainda úmidos. Segundos depois, antes que tivesse atingido os degraus de entrada a porta se abriu e alguém me sorriu. Apressei o passo saltando a distância que nos separava, e fui recebido com um beijo caloroso. Uma recepção totalmente diferente da anterior, quando Beth praticamente tentou me impedir de entrar em sua casa.

Ainda segurando minha mão ela me conduziu para dentro. Um homem alto, grisalho e que deduzi ser o namorado de Rebeca veio em meu encontro com um ar de sorriso.

Beth se recolheu levemente, e eu compreendi que estava certo. Aquele era o cara que ela não gostava. Mesmo assim nos apresentou:

— Charles, este é Fred, meu namorado.

Observei o rosto de Beth enquanto me apresentava tranquilamente para o padrasto. Mas a voz dele me obrigou a desviar o olhar.

— Frederic? - ele falou firme estendendo a mão que imediatamente apertei – Ouvi falar bem de você.

Tentei manter a cordialidade que usei com Rebeca.

— Também ouvi falar do senhor. - ao escutar isso ele lançou um olhar rápido para Beth. Talvez imaginando o que eu ouvira e logo emendou:

— Certamente.

— Como está Fred? - era Rebeca quem vinha em nosso encontro. - Melhor do resfriado?

— Totalmente recuperado. Obrigado pela ajuda...

Me pegando de surpresa, ela beijou meu rosto antes de continuar:

— Foi um prazer ajudar. Seus pais já voltaram?

Droga! Não queria falar em Madeleine e Fred naquele momento, mas, se ia mesmo assumir um namoro com Beth isso acabaria acontecendo. Fui sucinto:

— Madeleine está na Índia. Fred, na última vez que nos falamos estava na China.

O silêncio posterior a minha informação pareceu constrangedor para todos ou apenas para mim? E aquela sensação de que os três pares de olhos daquela sala me examinavam, seria real?

— Então... como estão as aulas de patinação? - ouvi Charles perguntar após alguns segundos. E agradeci pela alteração de assunto. Não queria falar mais do que Beth sabia sobre os Stoner e os Price antes de ser realmente direto com ela.

Não tive tempo para responder ao questionamento. Rebeca emendou no mesmo tema do namorado:

— Estou curiosa para saber como Liz está se saindo... - a voz de Rebeca surgiu animada me informando que Beth não fizera segredo de nossas aulas. O que me surpreendeu já que não a imaginava capaz de confessar abertamente algo que fizera contra a vontade.

— Está indo muito bem. - expliquei segurando a mão de Beth mais firmemente.

— Lizzie patinando? Há! Essa eu queria muito ver. - ouvi a voz de Héric ao pé da escada, e desta vez ele não estava sozinho, havia dois outros garotos com ele. Todos novatos, todos com a mesma expressão que o irmão de Beth fez na primeira vez que me viu na sala da casa deles.

— Você pode ir a uma das aulas. - Beth respondeu e eu sorri me afastando dela para aceitar o cumprimento de Héric que ainda cutucava a irmã:

— Eu não! Vou é ficar longe desse mico que você deve estar pagando...

Então os outros dois se aproximaram tímidos. Um deles eu conhecia, estava sempre no vestiário do time de futebol, recolhia toalhas e ajudava os jogadores. Tratei de cumprimentar a dupla também.

— Eu aceito. - o garoto de óculos soltou mostrando que tinha alguma intimidade com minha namorada - Só me dizer quando. Quero ver você tomar alguns tombos.

— Não seja intrometido Alex! O convite é exclusivo para o meu irmão. - ela largou de imediato e percebi que os dois trocaram uma careta confirmando a intimidade.

— Mas eu recuso! - Héric continuou: - Com certeza você tem caído muito!

— Ela não tem caído. - informei oferecendo uma meia verdade. Na realidade a última aula fora um pouco melhor do que a anterior, mas Beth precisava de tempo para tomar segurança.

Héric achou que poderia brincar comigo.

— Você não vai dizer nada contrário. É o namorado dela! - ele queria se mostrar para os amigos e os risos baixos que ouvi só colaboraram para essa ideia.

Aquela provocação precisava de uma boa resposta.

— Se você tivesse uma namorada faria a mesma coisa. - concordei e senti imediatamente a mão de Beth atingir meu braço. Olhei o rosto falsamente irritado dela e a puxei para perto. - Mas, por enquanto você está sozinho, e não sabe o que se é capaz de fazer para agradar uma garota. Portanto... vou desculpá-lo pelo cometário...

A risada ecoou pela sala, vinda de todos os lados. Percebi que Héric ficou vermelho e que os amigos dele logo deram jeito de provocá-lo. Com calma tratei de acalmar o irmão zangado, ele não estava pronto para quase ser ridicularizado diante dos amigos. Especialmente por mim.

— Vamos subir? - Beth falou assim que a agitação pela minha chegada se acalmou. Afirmei com a cabeça concordando. - Mamãe vamos para o meu quarto, se precisar de ajuda me chame.

Já estávamos no meio da escada quando ouvi a permissão de Rebeca e então Beth me perguntou:

— Trouxe o que você disse que traria?

Parei no penúltimo degrau. Beth também parou, me olhou entre zangada e incrédula. Compreendera imediatamente o que aquilo queria dizer. Seria difícil segurar aquela mentira por muito tempo. Pulei o espaço que nos separava e a abracei.

— Você não confia em mim? Claro que trouxe... - eu queria muito ver aquele quarto diferente.

— Onde está então? - ela perguntou me afastando ainda desconfiada.

Enfiei a mão no bolso da jaqueta e tirei um pacote pequeno.

— Só isso? - ela fez uma careta de desdém enquanto abria o envelope – Acho que ouvi falar em uma jaqueta, em medalhas... com certeza não tem uma medalhas e muito menos uma jaqueta neste pacotinho Frederic!

Eu ri e a beijei.

Ela retirou as fotografias do envelope e as revirou enquanto fazia expressões diferentes no processo.

— O resto está no carro... não sabia se você ia querer... - comentei fingindo brincadeira.

Ela ergueu os olhos verdes para mim, depois me mostrou uma foto falando:

— Gostei desta.

Aquela não era antiga, era do ano anterior, antes de um jogo, quando estávamos sentados no vestiário a espera do treinador, eu ainda não tinha me vestido, usava apenas a proteção que fica sob o uniforme e o garoto do jornal da escola tirou a foto, depois me deu.

— Também gosto. - confessei e ela sorriu me oferecendo as costas. - Vá buscar as outras coisas no carro. Não poderemos arrumar nada sem que eu saiba exatamente tudo o que você trouxe.

Suspirei perguntando se era necessário.

— Você não me disse que o meu quarto não representava o quarto da namorada de um jogador de hóquei? Então!? Vá logo!

Mulheres! Resmunguei mentalmente.

Deve ser por isso que meus amigos não tem namorada. Só ficantes. Disse a mim mesmo dando meia volta para atender ao pedido de Beth. Porém, antes de sair topei com Rebeca na sala, ela me encarou, sorriu e eu percebi que queria me dizer alguma coisa. Parei a espera de saber o que poderia ser.

— Liz me disse que vocês estão namorando... - ela foi direta. Eu gosto disso.

— Nós concordamos em parar com a brincadeira e namorar sério. - confessei - A senhora tem algo contra? - queria todas as informações.

Um rápido gesto em negativo me respondeu antes que ela falasse.

— Não... acho que essa foi a melhor decisão. Aquela brincadeira de vocês é que me parecia bastante ruim.

— Acho que para quase todos. - lembrei de Jéssica, e se alguém no meu grupo de amigos também soubesse diria a mesma coisa, especialmente porque eu não estava “aproveitando” como deveria. - Agora resta saber se vai dar certo.

— Só o tempo dirá. - ela me informou com a consciência de quem tem mais vivências do que eu. - Mas acredito que há boas chances de ser duradouro.

Era a primeira opinião positiva que ouvia a respeito e fiquei satisfeito que tivesse vindo de Rebeca.

— Vou pegar umas coisas no carro. - informei e ela concordou se acomodando no sofá antes de me avisar:

— Charles está cozinhando... espero que goste de comida leve e de vegetais.

— Como qualquer coisa. - não era bem verdade, estava tão habituado a comida pronta que já nem fazia muita diferença.

Quando voltei para o quarto, Beth estava sentada na cama com minhas fotos espalhadas sobre a colcha da cama. Larguei a mochila na cadeira e me aproximei dela.

— Estou separando, para saber onde cada uma vai ser colocada.

— E isso importa? - perguntei sem compreender muito bem a estética da coisa.

— Claro! - ela apontou uma das que estava mais perto das pernas dela – Esta vai ficar no meu espelho junto com aquela e aquela.

Em todas eu estava sozinho. Remexi no bolso da jaqueta e retirei um envelope menor largando-o na frente dela.

— O que é isto?

— Olhe...

— Fred...? - me lançou um olhar desconfiado.

— Não é brincadeira Beth... pode abrir...

Demonstrando receio ela abriu a aba e retirou a foto que eu imprimira em casa antes de seguir para a residência dela. Esperava que Beth tomasse um susto, que risse, que brincasse. Mas ela ficou calada olhando para a foto. Aquilo me surpreendeu.

— Lizzie... - chamei e ela finalmente me olhou. - Se você não quiser usar essa não tem...

— Eu vou usar sim. - ela falou baixo – Vou colocar aqui, se voltou para o criado mudo e encostou a foto no abajur. - e logo concluiu - Só preciso de um porta - retratos.

Olhei para a imagem de nós dois sorrindo para a câmera. A minha estava na mesa, não costumo dormir na cama, então o melhor lugar para ela é na mesinha, na frente do sofá.

— Preciso de fotos suas. - falei sério buscando um lugar livre perto dela para me sentar.

— Onde você vai colocar? - ela brincou – No lugar daquelas de carro e motos que você tem espalhadas pelas paredes. - lá vinha recriminação - Porque você não usa seu quarto.

Ignorei a ironia e continuei a falar empurrando as fotos para o lado.

— Acho que vou colocar no espelho do banheiro... assim posso olhar pra você de manhã antes e depois do banho.

— Lugar perfeito! - ela riu e saltou em minha direção, me inclinei para poder beijá-la melhor.

A arrumação do quarto durou quase uma hora. Não perguntei o que ela fez com as fotos de Rich. Apenas me dei por satisfeito em ver as minhas em praticamente todos os espaços que antes eram ocupados por Wood.

Quando finalmente concluímos o trabalho, a mãe de Beth nos chamou para o jantar. Quando Rebeca nos deixou a sós aproveitei para perguntar como ela estava se sentindo com a presença do padrasto em casa.

— Estou tentando me acostumar. - ela falou vestindo minha jaqueta.– A mudança dele chega em depois de amanhã. O que quer dizer que Charles ainda ficará por aqui por mais tempo.

— Ele parece ser um cara legal. - informei caminhando em direção a ela.

A expressão no rosto dela me dizia que a parte menina da mãe ainda não aceitara totalmente um “substituto” para o pai.

— Isso é o que todos dizem. Só que meu problema não é com ele, mas com o lugar que ele quer ocupar. - Beth me encarou apertando minha jaqueta contra o corpo dela.

Passei meus braços pela cintura dela ajustando o corpo, enrolado numa jaqueta que parecia gigantesca, junto ao meu.

— Mas ele não ocupará o lugar de ninguém além do próprio. Ele nunca será seu pai. As pessoas são únicas na nossa vida Beth.

As mãos de Beth largaram as laterais da jaqueta e seguraram meu rosto. Gosto quando ela faz isso, acaricia minha barba e afaga meus cabelos. Especialmente porque tenho a sensação que ela também gosta.

— Eu sei... de qualquer forma vou tentar agir de forma mais tranquila...

Me inclinei novamente para um beijo. Beth acariciou meu cabelo e ouvimos rebeca chamar novamente.

— Vamos logo antes que Rebeca se zangue conosco. - Liz me informou retirando a jaqueta antes de colocá-la no encosto da cadeira.

— Ela ficou bem aí. - brinquei dando uma rápida olhada no quarto. Rich se fora, em seu lugar havia algumas fotos minhas. Aquele foi o primeiro sinal de que Beth poderia realmente levar nosso namoro a sério.

O jantar foi tranquilo, regado a boa conversa, comida saborosa e algumas risadas. Charles era realmente bom cozinheiro além de um cara legal, boa gente. Inteligente. E pelo jeito gostava da mãe de Beth.

Quando me despedi já era bem tarde, Rebeca me recomendou cuidado. Charles garantiu que foi um prazer me conhecer. E Beth me acompanhou até o carro como da outra vez. Trocamos mais alguns beijos. Sugeri a ela irmos para o meu apartamento depois das aulas no dia seguinte. Seria o único momento possível, pois mais tarde o treino me ocuparia completamente até a noite. E não queria ficar tanto tempo sem vê-la.

— O que vamos fazer? - ela perguntou com ar zombeteiro.

— Assistir outro filme? Tocar guitarra? Passear? O que você quer fazer Beth.

— A gente vê amanhã... mas eu vou sim. - trocamos outro selinho – Você vem me buscar?

— Na hora de sempre. - informei e percebi a presença de Rebeca na porta a espera da filha. Era mesmo a hora de ir. Encerramos as despedidas e voltei para o meu apartamento lembrando que ainda havia um assunto que não discutira com Beth. E esse assunto dizia respeito aos meus pais.

*********************

No dia seguinte, cheguei cedo a frente da casa dela. Beth veio correndo em minha direção como sempre. Sentou ao meu lado e desta vez me presenteou com um beijo carinhoso.

Conversamos boa parte do trajeto. Ela tinha muitas coisas a fazer naquela manhã, mas especialmente precisava contar às amigas sobre a novidade da nossa relação. E eu só esperava que todas agissem de forma cordial. Uma opinião negativa poderia atrapalhar tudo.

Assim que chegamos a escola vi Gabriel e Morgana saindo do carro dele no estacionamento. Eles nos viram e pararam para nos esperar. Do outro lado vinha Jéssica. De certa forma era com ela que estava preocupado. Com o que ela diria a respeito de nossa decisão. Beth dava muita importância a opinião dela.

Descemos e nos encaminhamos a eles. A conversa seguiu normal mesmo com a presença carrancuda de Jess. Beth havia me dito que decidira manter uma conversa em separado com o trio para informar da decisão pois somente elas tinham conhecimento do nosso trato, o que deixava Gabriel de fora. E quando nos separamos para as aulas, vi ela seguir com o grupo em direção ao terceiro andar, tomei o rumo do final do corredor, para a última sala e no caminho topei com Rich. Ele me olhou como sempre.

Na verdade ultimamente ele dera para me encarar. Será que esperava por alguma coisa? Se esperava, por que não tomava a iniciativa e vinha falar? Muitas vezes quebrei a cuca pensando, mas continuo sem saber que merda esse cara tem contra mim. De tudo o que passou pela minha cuca, uma coisa sei, com certeza não é Beth. Ele já me encarava muito antes dessa história com ela começar. Só que agora piorou. Sem perceber o que fazia, parei diante dele. Nós nos encaramos por alguns segundos, o garoto que conversava com ele saiu de fininho. Talvez pressentindo problemas.

Wood se empertigou, ficando ereto. Tentando me encarar de frente. Mas havia algumas coisas em que Rich não conseguira me acompanhar, e uma delas era a altura, mais ou menos quinze centímetros nos separavam.

— Precisa de alguma coisa? - ele me perguntou.

— Pois faço a mesma pergunta. Você precisa de alguma coisa de mim Richard?

Ele cruzou os braços diante do peito.

— Não creio que você possa me ajudar em alguma coisa. - ouvi e quase soltei uma risada. Mas isso serviria como provocação e em respeito a Beth, isso seria algo que eu não faria.

— Não ofereci ajuda. Perguntei se precisa de algo...

Ele retraiu os lábios.

— De nada. - as palavras saíram curtas e baixas.

— Ok. Mas, já que parei aqui, - dei uma olhada para a sala quase vazia antes de continuar: – vou aproveitar para dizer que estou ciente de que você e Beth são amigos há bastante tempo e de que você tem procurado por ela. Só que agora ela é minha namorada e essa relação anterior não te dá o direito de tentar uma aproximação com segundas intenções...

— Ser o namorado dele não lhe dá o direito de...

Ele entendeu errado.

— Não estou bancando o namorado possessivo... não me importo que Beth tenha amigos. Mas eu sei o que “você” quer... você deu o fora nela porque estava com a Brenda e agora acha que pode voltar e que será como antes...

— O que havia ou há entre Lizzie e eu não pode ser apagado.

— Claro que não... especialmente a parte final do relacionamento de vocês... e um conselho final, é melhor pensar nos seus atos, a visão dela sobre você pode piorar... - me aproximei um pouco para que apenas ele pudesse ouvir - eu sei que você e Brenda ainda estão juntos.

Um par de olhos castanhos se fixaram nos meus. Estava certo novamente. Ele não terminara com Brenda, pedira um tempo apenas, e nesse tempo tentaria voltar com Beth. Ia fazer com a nova namorada o que fez com a antiga.

Me afastei em passos lentos. Não estava seguro se fizera a coisa certa. Mas aquela história estava presa na minha garganta desde que Beth e eu decidimos manter uma amizade. E agora, como namorado dela parecia pesar mais e mais. Rich precisava compreender que errara feio e que agir como se nada tivesse acontecido tornaria ainda pior a visão que Beth fazia dele.

Eu quero ficar com ela. Mas, não porque ela não tem opção. Jogar claro oferece a melhor chance de sair vencedor. Não importa que tipo de jogo você esteja jogando.


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Notas finais do capítulo

Um obrigada super especial a Juliana, a Jen, Beatriz, Rosas, Amanda, Isa, Gabi e Miss. adorei os reviews de vcs, de todas, as que colocaram pela primeira vez, as que já estão aqui acompanhando. BJOOOOOOOOOOOOO e até o próximo, com a Liz novamente e um jogo. Até lá.