Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 3
Imprinting




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Meu coração deu um salto olímpico quando ouvi um barulho de moto do lado de fora. Quem será que era? Leah ou Seth?
Houve uma tentativa falha de abrir a porta, e depois duas batidas nela.
— Eu abro. – falei me levantando imediatamente. Eu estava morta de fome, pois as comidas que ofereciam no avião não eram lá as melhores, mas resolvi fazer isso para criar uma boa impressão. Na realidade, eu sou extremamente preguiçosa.
No caminho, peguei a chave da porta que estava no chaveiro e fui em direção a porta. A destranquei e abri. Fiquei positivamente surpresa quando vi um garoto alto e musculoso. As batidas do meu coração ficaram frenéticas. Deus, como ele é lindo!
Uma coisa que me incomodou, era que ele me olhava fixamente. Parecendo estar em algum transe. Encarar ainda era considerado falta de educação, não era? Eu pensava que sim.
— Hmm, oi? – balancei a mão em frente ao seu rosto, temendo ele ter entrado em algum tipo de colapso. – Você está bem?
— E-estou. – ele gaguejou. Achei uma graça. – Como você se chama?
— Lavine. Acho que Charlie já falou de mim para você, certo? – perguntei, tentando descontrair.
— Certo. Já falou. – ele confirmou, e sorriu torto. O sorriso mais lindo que eu já vira em todo o mundo.
— Não vai entrar? – falei, dando um passo para o lado, para lhe dar espaço de entrar. – A chuva não está com uma cara muito boa.
Ele riu de minha piada e entrou. Não disse?
Dei uma olhada lá fora antes de fechar a porta.
— Não vejo uma chuva dessas desde sempre. – comentei dando uma última olhada na quase tempestade.
Terminei de falar e trancar a porta, e me virei. Fiquei constrangida quando o peguei me olhando. Seus olhos pareciam me olhar com admiração e amor. Isso bem deixou bem confusa, e fez com que o meu coração batesse rápido em meu peito.
— O que foi? – perguntei, tentando me livrar de seu olhar. Eu não sabia que havia um alface no meu dente, ou eu melei a cara com o óleo do frango, ou sei lá. Não era nada comum os garotos me olharem assim sem ter algum interesse, tipo eu fazer o dever de casa deles, ou apenas para beijar quando não tem mais ninguém. Mas é claro que eu nunca caia.
Ele apenas balançou a cabeça. Colocou a mochila no chão ao lado do sofá, e foi para a cozinha.
— Boa tarde, filho. – Sue falou.
— Oi, mãe. – ele falou. – Oi, Charlie.
Ele apenas levantou a cabeça num cumprimento, pois estava com comida na boca. Me sentei na cadeira e continuei a comer.
— Minha comida preferida. – ouvi Seth falar. – Macarrão!
Nesse momento, fiquei furiosa de não ter percebido que tinha macarrão.
— De novo na detenção, Seth? – Sue perguntou, num tom repreensivo.
— Foi ele quem começou. – ele começou a se defender. – De novo, para variar. Jensen Collie não me deixa em paz.
— Arrumou outra briga? – Sue continuou.
— Sim. – ele respondeu, se sentando ao meu lado. – Mas desta vez quebrei o nariz dele. Juro que foi sem querer. – ele explicou rapidamente ao receber um olhar repreensivo da mãe.
— Ninguém dá um soco em alguém sem querer. – me intrometi, tentando fazer piada.
Dei um sorriso torto quando ele me olhou, e ele sorriu. Parecendo não perceber.
— Vou pensar no seu castigo, mocinho. – Sue falou, e Seth resmungou baixinho.
Depois Sue foi tomar banho e Charlie foi trabalhar. Restou apenas Seth e eu. Eu estava no sofá, assistindo um episódio de Friends.
Senti alguém entrando na sala e vi ser Seth sem camisa. Nossa, como ele é lindo. Braços fortes, barriga definida, peito malhado... uau!
Desviei os olhos antes que eu começasse a babar.
— Você não está com frio? – perguntei, quando ele se sentou ao meu lado. Colocou o pé em cima do sofá, em frente de onde estava sentado.
— Me acostumei com esse clima. – ele deu de ombros.
Depois disso, ficou bem difícil me concentrar na televisão. Seu braço estava a centímetros do meu, e era estranho como parecia extremamente quente. Será que estava com febre?
Me estiquei para tirar a bota e ficar apenas com a minha meia, e tirei o casaco. Me encolhi como uma bola no sofá. Nem estava tão frio, mas o bastante para me arrepiar.
— Está com frio? – perguntou, suavemente.
Balancei a cabeça, negando.
— Preguiça. – falei simplesmente, e ele riu. – Estou cansada de estar cansada, porque estar cansada é cansativo.
Ele riu mais ainda.
— Você é engraçada. – ele falou, ainda entre risos.
— Não acho não. – falei e por impulso, me encostei ao sofá. E acidentalmente nossos braços se tocaram.
Fiquei assustada com o quão ele estava quente.
— Seth, meu Deus! – falei preocupada, me virando para ele a tempo de vê-lo engolir em seco, parecendo nervoso. – Você está pegando fogo. – exclamei, colocando a palma em sua testa.
— Ou você quem está gelada. – ele falou, parecendo tentar se esquivar.
— Eu acabei de tirar um casaco quente, como eu posso estar gelada? – falei, indignada. O pescoço estava do mesmo jeito, fervendo. Acho que daria para fritar um ovo em sua pele. – Vou ligar para um médico.
Falei e me virei para o telefone na mesinha ao lado do sofá. Isso não era normal! Uma pessoa com essa temperatura devia estar morta.
— Não é preciso. – ele falou, e imediatamente senti uma mão bem quente por cima da minha, me impedindo de tirar o telefone do gancho. Além de ainda continuar assustada, fiquei nervosa. Tentei ignorar o leve choque que passou pelo meu corpo ao contato de nossas peles. Eu sentia sua respiração raspando no meu pescoço, me fazendo querer ele, mesmo eu o conhecendo a menos de doze horas.
— Você tem certeza? – perguntei, sem virar a cabeça. Eu tenho certeza onde daria se eu a virasse.
— Absoluta. – falou, mas a sua mão continuava ali. Parecia que queria ter certeza de que eu não faria nenhuma ligação.
Respirei fundo e assenti. Lentamente, sua mão foi saindo de perto da minha, e ele se sentou novamente. O olhei me indireitando, mas ele encarou a televisão. Isso era muito estranho. Como ele poderia ser tão quente? Ele devia estar morto. Sei lá, parecia uns 43 ou 44 graus.
— Você está se sentindo bem? – voltei a perguntar, novamente com a mão em sua testa.
— Eu estou bem. – ele segurou minha mão e a tirou de sua testa, porém não a soltou. Isso me deixou nervosa. Eu acho que começaria a soar, mesmo com o frio que estava. – Sério, nada de preocupações.
— Mas... – comecei, porém ele tocou meu lábio com o dedo, e eu perdi o fio da meada. Sem saber o que fazer, olhei por dois segundos para o seu dedo, que agora se afastava lentamente, e depois voltei a olhar em seus lindos olhos castanhos escuros.
Sua mão com qual ele tocou minha boca, agora segurava meu rosto suavemente. Começou a se inclinar, e eu fiquei parada, sem saber o que fazer. Droga! Nesse momento, eu desejei ser experiente em beijos, pois passaria o maior mico. Mas eu não sabia se retribuiria, pois eu estava muito nervosa. Meu corpo amoleceu um pouco, minhas mãos começaram a tremer, e comecei a sentir um extremo calor involuntário. Agora fiquei em dúvida se era do meu próprio corpo, ou do dele.
Bem, isso tudo iria atrapalhar.
Um pigarro fez com que a gente se separasse. Se eu não me engano, a voz parecia divertida... ou feliz.
— Estou indo dormir. – Sue falou, tentando esboçar um sorriso. – A chuva está mais forte, e já limpei a casa, e quem quiser comer mais, a comida está na geladeira. Boa noite, crianças.
— Boa noite. – falamos em coro. Fiquei confusa quando ela disse “Boa noite”. Olhei no relógio da televisão, e vi que eram nove e meia. Quando eu assisto a seriados, eu me perco completamente do tempo.
— Eu acho que vou fazer algo para comer. – falei me levantando e indo para a cozinha.
Foi um pouco difícil caminhar, pois minhas pernas estavam bambas. Nunca pensei que um garoto pudesse me olhar desse jeito, com tanto desejo no olhar.
Desviei desses pensamentos e varri a cozinha a procura do leite condensado. Parei quando vi três caixinhas pequenas e amarelas em cima do armário. Lá no topo. Coloquei o óculos em cima da bancada.
— Porcaria. – xinguei baixo, e arrastei a cadeita até ela estar de frente pro armário. Subi e me estiquei. Droga. Muito alto. Fiquei na ponta dos pés, e me apoiei na porta, e com a outra eu tentava pegá-lo. Mas para que colocar ali? Fiz mais algum esforço e eu estava quase lá... mas quando eu menos esperava, minha meia traiçoeira fez meu pé escorregar para o lado, e eu perdi o equilíbrio.
Franzi os lábios, evitando um grito – para não acordar a Sue – enquanto eu me sentia indo para o chão. Pensei em tantas possibilidades de eu morrer ali com o pescoço quebrado, ou bater a cabeça e ter traumatismo craneano, ou podia apenas torcer meu braço ou quebrá-lo. Mas me surpreendi quando caí em algo macio e quente: os braços de Seth.
A gente estava de repente tão próximo, que eu sentia sua respiração quente e leve batendo no meu rosto. Nossos olhos conectados tão profundamente, que parecia ser possível ver sua alma. Nossos narizes, não faltavam muito para roçarem. E eu sabia que eu havia corado violentamente.
Suas mãos queimavam na parte nua na minha cintura que tocavam, pois quando ele foi me segurar, minha blusa se levantou um pouco. Minhas mãos estavam num meio soco em seu peito e sua clavícula. Caramba, eu adorei a sensação de seu corpo perigosamente perto do meu.
— Está me seguindo? – brinquei, tentando quase desesperada não ficar nervosa.
— Não. – ele riu. – Eu também fiquei com fome.
— Hã, obrigada. – agradeci por ele ter evitado que eu caísse, controlando minha vontade de beijá-lo. Nunca senti isso por nenhum garoto.
Ele sorriu sem mostrar os dentes, enquanto arrancava delicadamente suas mãos de mim.
— Pretendia se matar? – ele perguntou sério, mas num tom de brincadeira.
— Eu só queria fazer brigadeiro. – falei, encolhendo os ombros. Ótimo. Agora eu ficaria com fama de desastrada.
— Que tal se eu tentasse te ensinar a nova matéria de química? – ele sugeriu. – Quero dizer, é bem difícil, e acho que eu sei um pouco.
— Claro. – aceitei. – Você está em que ano?
— No último. – ele admitiu, e fiquei decepcionada.
— De qualquer jeito, eu aceito a sua ajuda. – falei, arrancando um sorriso maravilhoso de seus lábios.
Fomos para o quarto dele, e ele começou a me ensinar. Uma vez ou outra, quando eu tentava solucionar o que ele me arrumava, eu o pegava me olhando. Não um simples olhar, mas como uma pessoa não consegue desviar de uma passagem linda.
Logo Charlie chegou, e devo dizer que não ficou muito satisfeito de ver Seth em meu quarto, em minha cama, quase colado em mim por estar corringindo o que eu escrevia. E eu estupidamente gaguejei um "boa noite", o que o fez estreitar os olhos antes de me responder. Eu jurava que sua mão tinha ido por instinto para o lugar em sua cintura onde fica a arma, que não estava mais lá, já que devia tê-la guardado. E disse "não durmam tarde, crianças" antes de ir para o quarto.
Eu fiquei pensando se Leah ainda morasse aqui. Talvez não fosse a coisa mais fácil do mundo dividir o quarto com ela.
Mas não me importei muito. Apenas me troquei e fui para cama dormir quando Seth me deu um beijo de boa noite na testa e se foi.
Amanhã começaria um longo dia chato de aula. Iupi!


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