Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 11
Mundo místico




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— Ela está assustada? – sussurrou Carlisle.
— Não. – Jasper respondeu, e me perguntei como ele sabia como eu me sinto. – Apenas em choque.
— Como você sabe, nós, vampiros, temos habilidades especiais. – Edward falou. – E sim, eu leio mentes.
Bem, isso era esquisito particularmente, para mim.
— Jasper sente e controla as emoções. – ele continuou, e assim que ele terminou a sua frase, uma onda estranha e que não era minha, de calma me invadiu. – Alice tem visões do futuro. Entretanto ele pode mudar, dependendo da decisão da pessoa.
Okey. Coisa demais. Primeiro: lobos existem. Segundo: vampiros também existem. Em que mundo vivemos? Com certeza não no que eu pensava.
— Espere um minuto. – falei, quando algo se raciocinou em minha mente. – Nessie é humana?
— Sou uma híbrida. – ela respondeu. – Mamãe me teve antes de se tornar vampira. Ela era humana quando me concebeu. E teve que ser salva assim que eu nasci.
— Salva de que? – perguntei, confusa.
— De mim. – ela sussurrou.
Tocou sua mão na minha, e quase engasguei ao ver imagens entrando em minha mente. Era Bella. Mas ela parecia... humana. Era claramente o parto de Nessie.
— Oh. – foi tudo o que saiu da minha boca. Engoli em seco antes de continuar. – Então, os Cullen são todos vampiros, e a Nessie é uma híbrida... meia vampira e meia humana, certo? – Seth assentiu, orgulhoso de eu ter chegado a essa conclusão. – Todos aqueles caras que nos encontramos na praia, são como nós? Eu digo... lobos?
— Sim. – ele respondeu. – Você está bem?
Assenti, apesar de uma leve tontura estar tomando conta da minha cabeça.
— Eu apenas preciso assimilar tudo isso. – respirei fundo.
— Já é previsível sua resposta, mas ainda tenho que perguntar. - Jacob dizia. - Vai querer ficar no meu bando, ou no bando de Sam?
Lhe lancei um olhar confuso. Já tinha visto Sam. Com essa história toda, até esqueci dele.
— Eu tenho escolha?
— Claro que tem, meu amor. - Seth afagou meu braço. - Pode ficar com Sam e os outros, se quiser.
O olhei, achando graça por ele pensar que eu escolheria ficar em qualquer lugar longe dele.
— Eu fico com você. - sussurrei, e beijei sua bochecha.
— Comigo, Seth não é o alfa. - Jacob revirou os olhos. Ri.
— Você me colocou no segundo no comando com Leah fora. - Seth o lembrou, fazendo o outro bufar.
— Estou com vocês, Jake.
— Parece que Jacob está se sentindo um pouco protetor com você, Lavine. - Edward riu, Jacob rolous os olhos novamente.
Gargalhei.
— Bem, Lavine. – Alice disse pela primeira vez desde que a conversa surgiu. – Sempre que você se transformar, e suas roupas se rasgarem acidentamente, conte comigo e com Nessie para pedir algo, caso seu estoque acabe.
— Como assim? – perguntei, extremamente confusa. Eu não podia acabar com as minhas roupas!
Renesmee riu, e eu me fiz acalmar com a sua risada. Talvez eu tivesse deixado escapar algo óbvio.
— Caso você exploda em loba, antes de tirar as suas roupas. – ela explicou.
Ela me tocou, mandando imagens de um Jacob humano explodindo em lobo e as roupas se transformando em pequenos pedaços de pano ao seu redor.
Imediatamente veio a minha cabeça o dia em que Seth me levou a clareira, e quando eu perguntei aonde ele iria, quando ele estava indo para as árvores, ele me explicou que precisava se despir antes de se transformar, ou suas roupas já eram.
Senti meu rosto corar quando me lembrei de que Edward estaria ouvindo tudo, inclusive de que insinuei sem querer Seth se despir na minha frente.
Eu o olhei, e ele me deu um sorriso caloroso. Sorri, aliviada.
Alice me ofecereu um pequeno aparelho, e vi ser meu celular – apenas nesse momento percebi que ele estava no bolso da minha calça jeans predileta, que fora rasgada – .Não sei se por coincidência ou não, ele vibrou e começou a tocar Happy Ending da Avril Lavigne. Era Sue.
— Coincidência. Alice não consegue olhar para o futuro quando um de vocês ou Ness está envolvido.
Assenti, atendendo.
— Alô? – falei, com o telefone grudado na orelha.
— Lavine, querida. Você vai demorar para voltar para casa? – ela perguntou, educada.
— Não sei... por quê?
— Você tem visita. – ela falou.
— Quem é? – perguntei, curiosa.
— Ele pediu para manter em segredo até você chegar. – ela falou, me deixando mais curiosa. Ainda mais pelo "ele". Seria Steven? Seth não ia ficar nem um pouco contente.
— Tudo bem. – falei. – Daqui a pouco estamos aí.
— Ok, querida. Tchau.
— Tchau.
E desliguei.
— Quem será que é? – perguntei ao Seth, curiosa.
Ele deu de ombros, no entanto parecia não gostar de a minha "surpresa" ser do sexo masculino.
— Tenho mais uma dúvida. – levantei a mão, como se tivesse em uma sala de aula.
Eles riram suavemente. Caramba. Tudo o que esses vampiros faziam, era repleto de perfeição.
— Pergunte o que quiser. – Carlisle falou.
— Na verdade, é um pouco mais que apenas uma. – me corrigi. – Como eu virei loba? Quero dizer, o que influenciou para que isso acontecesse? E por que não tenho mais que usar óculos? Minha audição está tão melhor, por quê?
Nem percebi, mas quando vi, tinha saído tudo correndo. Ele sorriu antes de dizer.
— Você virou loba por presença de algum vampiro por perto de você. – ele respondeu. – Não deve ter sido nós, pois mantemos residência permamente na região. Além de que demora mais. Você se lembra de ter visto alguma coisa estranha?
Revirei minha memória, e parei em uma importante.
— Eu me lembro de um dia antes de Charlie me trazer, eu saí um pouco do orfanato, para o jardim. Eu vi uma pessoa correndo... o mais correto seria voando pela floresta. Mas antes ela me mandou um olhar estranho... ameaçador. Ah, e vi mais uma vez quando estávamos saindo do aeroporto para Forks.
— Foi isso que a fez se transformar, Lavine. – Edward me comunicou. Assenti com a cabeça.
— E quanto a visão e audição, ficam tudo mais sensíveis e apurados quando você vira um lobisomem. – Carlisle continuou. Agora sim fazia sentido. Então eu nunca mais teria que usar óculos?
— Não precisa mais. – Edward falou, me deixando tão contente que eu poderia estar limpando a casa toda, cada centímetro dela, apenas de aliviada.
— Tem certeza de que está bem com isso? – Seth perguntou, com o seu braço ao redor da minha cintura.
Afirmei com a cabeça.
— Eu só acho que quando acordar amanhã, vou achar que tudo isso foi apenas um sonho. – falei, pensativa. – Mas vou me lembrar de que dias atrás, você me mostrou ser um lobo, e não foi coisa recente, e vou voltar a acreditar.
Ele riu, me abraçando.
Seria algo realmente grande para me acostumar. Virar loba!
E a pior de todas: cortar o cabelo!
Vi Edward rir com o meu pensamento.
— Bem, Lav, quando quiser cortar o cabelo, apareça a qualquer hora. – Alice se ofereceu. Eu senti uma leve desconfiança.
— Você sabe cortar cabelo? – perguntei, surpresa. E querendo garantir a sobrevivência dos meus. Edward riu mais com isso.
— Se dependesse desses dois lobos – ela apontou para Seth e Jake. – ficariam com o cabelo comprido para sempre.
— Tia Alice sabe fazer cortes lindos no cabelo. E vai te deixar linda. – Nessie falou, segurando a mão de Jake. Achei muito engraçado quando Edward os encarou mal humorado. E eles o ignoraram!
— É apenas me falar que tipo de corte que você gosta. – Alice continuou. – Não tenha pressa.
Eu amava meu cabelo grande. Eu tinha um pavor danado de cortá-lo.
— Podemos fazer isso agora. – falei, decidida. Para que esperar? Me torturar mais?
Seus olhos brilharam de excitação, e eu ri. Ela pegou minha mão e me puxou escada a cima. Percebi as garotas nos seguindo.
— Você tem o total direito de escolher que tipo de corte. Se quiser irregular, reto, channel...
— Eu quero irregular. – falei, respirando fundo. Chegamos em um quarto bem bonito.
— Como quiser. – ela falou. Me arrastou até uma cadeira em frente a uma penteadeira. Olhei meu reflexo, para os meus lindos e grandes cabelos que batiam quase na cintura. Sempre me acostumei a eles. A última vez em que o cortei bem curto, foi até o ombro, e eu tinha oito anos. E cortei mais recentemente, apenas fazendo um corte repicado. Mas, cara! Seria chato ter o cabelo pequeno novamente.
Uma lágrima escapou dos meus olhos. Eu sabia que tinha que cortar, pois eu não poderia andar como loba com o pelo comprido.
Tirei meus olhos do meu cabelo e observei Alice flutuando pelo quarto. Meu coração acelerou, de espanto, mas depois me lembrei de que vampiros têm essa super velocidade.
— Hey, relaxa. – Renesmee sussurrou, apertando de leve meu ombro. – Vai ficar linda.
Dei um meio sorriso, por ela tentar me confortar, e por não perceber pelo real motivo de eu ter ficado nervosa.
— Prontinho. – Alice estava atrás de mim em um segundo. – Feche os olhos, Lav. Quero que fique surpresa.
Só espero que seja uma surpresa positiva, pensei. Escutei uma risada no andar de baixo, e identifiquei a voz de Edward. Oops. Vampiro leitor de mentes.
— Se quiser se distrair, converse com Bella ou Nessie. – Alice falou, e percebi meu corpo tenso. Tratei de relaxá-lo.
— Quantos anos você tem, Nessie? – perguntei, ficando novamente nervosa quando ouvi o som da tesoura, e logo uma mão em meu cabelo.
— Eu faço quatro anos em setembro. – ela respondeu, e franzi o cenho, muito confusa.
— Você tem, tipo, algum surto de crescimento? – indaguei.
— A minha espécie cresce rápido desde pequeno, ou pequena, porém vai desacelerando, e para quando você tem a idade física, por volta de dezoito anos. Isso acontece aos seis anos, cronologicamente. Para mim faltam dois anos e alguns meses para eu ser completamente adulta.
Eu ouvia a excitação em sua voz.
— Pelo menos você tem sorte de seu pai te deixar namorar. – apontei. – Acho que se eu chegasse com um namorado em casa, meu pai o mataria.
Elas riram.
— Ele era muito do tipo protetor, ciumento e possessivo. – voltei a falar.
— Deve ser meu pai. – Nessie suspirou, e me lembrei do dia na praia que Edward mandou Nessie ir para a casa.
— Sim, nossos pais iriam se combinar muito. – falei, e senti meus olhos úmidos novamente.
— Sinto muito pela sua família. – ela falou, tentando ser prestativa.
Balancei a cabeça, querendo que ela parasse de falar deles.
— Prontinho, Lav. Abra seus olhos. – Alice falou, e a senti se afastar um passo para trás.
Abri e fiquei maravilhada. Não parecia eu. Parecia uma Lavine completamente diferente. Meu cabelo estava com um franjão na parte da frente, quase caindo sobre os olhos. Meus longos fios de cabelos, agora curtos, pousavam em minha clavícula. Não estava exatamente no ombro. Mas ficou tão lindo!
— Puxa, Alice. – falei, ainda sem acreditar no que ela fez no meu cabelo. – Ficou demais. Obrigada!
Me levantei, e a abracei. Prendi a respiração quando seu cheiro extremamente doce deu a sensação de queimação em meu nariz. Não queria magoá-la.
— Vamos, Seth precisa vê-la. – ela falou e veio por atrás de mim, e segurou meus ombros com suas duras e gélidas mãos. – Aposto como ele vai amá-la!
— Ele vai me achar uma estranha, isso sim. – comentei, enquanto desciamos os degraus abaixo.
Respirei fundo antes de adentrar a sala junto as outras. Como Alice queria que todos me vissem, ela fez com que eu fosse a primeira a aparecer. Já falei que detesto ser o centro das atenções?
Todos sorriram, aprovando. Seth sorriu... não só aprovando, mas também como se eu fosse uma linda flor que ele achou no meio de um deserto.
— Linda. – ele suspirou, e eu sorri, feliz, e ao mesmo tempo, constrangida.
Que namorado mais perfeito eu tenho!
— Alice fez um ótimo trabalho em você, querida. – Esme falou, com o seu tom carinhoso de sempre.
— Obrigada. – agradeci, com o sorriso no rosto.
— Seth, abra os olhos na escola, hein. – Emmett advertiu, me fazendo corar.
— Idiota. – resmunguei, ainda agradecida com todos os elogios que eu estava ganhando.
Todos riram mais uma vez. Não sei por que, mas desde quando apareci, Rosalie era a que menos falava comigo. E quando eu estava por perto, franzia o nariz, mesmo tentando ser discreta.
— Nós não somos os únicos que cheiram mal por aqui. – Edward falou, sorrindo torto ao ler o que eu pensava.
Cocei meu cabelo, nervosa.
— Pessoal, o almoço está pronto. – Esme falou, quebrando o clima ali.
— Nunca senti tanta fome na minha vida. – falei, e Seth riu.
— Coisa de lobo. – ele falou, e veio até mim para me acompanhar até a cozinha. Jake e Nessie foram os únicos que nos seguiram.
Eu acho que nunca comi tanto na minha vida. Acho não, tenho certeza!
— Vou virar uma baleia. – murmurei, quando acabei com o meu segundo copo de suco.
— Outra coisa de lobo. – Jacob falou, de boca cheia. – Pode comer o quanto quiser, seu corpo não vai mudar até você parar de se transformar, que é assim que começamos a envelhecer novamente.
— Então, se eu nunca parar, vou ficar eternamente jovem? – perguntei, começando a ficar feliz.
— Exatamente. – ele balançou a cabeça.
— E olhe isso: envelhecer era o meu maior medo. E agora eu envelheço apenas quando eu quiser, ou melhor, se eu quiser.
Seth riu e me deu um beijo na bochecha.
— Vamos, Seth? – sugeri. – Fiquei muito curiosa com quem pode ser minha visita.
Fui quase interrompida quando escutei passos lá fora. Eram apressados.
— Olá, Jared. Como vai? – ouvi Carlisle dizer.
— Bem. – respondeu, parecendo com pressa. – Preciso falar com Jake, ele está?
— Na cozinha. – Alice respondeu.
— Com licença. – ele falou, e ouvi seus passos virem até esse cômodo. – Jake, Paul e eu estávamos fazendo patrulha e sentimos novo. Diferente dos Cullen. Um deles dava para a casa de Charlie. Brady estava perto e falei para ele ir verificar.
Seth e Jake ficaram tensos de imediato.
— Nessie, preciso ir. – Jake falou, dando-lhe um selinho.
— Vamos para casa, Seth. – pedi mais uma vez começando a me assustar.
Nos despedimos nos Cullen, e Jake e Jared correram para a floresta. Montei na garupa de Seth, logo ele deu a partida. Não demorou para chegarmos em casa.
Senti o cheiro ruim de novo quando avistamos a casa.
— Seth, há lagum vampiro por aqui? – perguntei, assustada. Era mesmo perto da casa de Sue, será que fizeram algum mal a ela ou Charlie?
— Não sei. – ele falou, no mesmo instante em que estacionou.
Desci da sua moto, e me dirigi a casa.
— Espere. – ele falou, agarrando meu braço. – Não vou te deixar entrar!
— Seth, sua mãe está em casa! Podem estar lá também. – sibilei, tentando puxá-lo junto a mim.
— Eu vou. – ele falou, decidido.
— Nem pensar! – quase gritei, em desespero. – Eu vou também, e não se discute mais.
Ele estreitou os olhos, mas fez o que eu pedi. Porém tinha seu braço ao redor de minha cintura o tempo todo.
— Sue, chegamos. – anunciei, conforme passavamos pela porta da frente.
— Olá, crianças. – ela saiu da cozinha para vir até nós. – Lavine, querida, há uma visita para você. Parece que você o conhece.
— Conheço? – perguntei confusa, andando para a sala grudada ao Seth.
Quem poderia ser? Um garoto da escola? Dani querendo me pregar uma peça? Acho que não, pois o cheiro estava mais forte dentro de casa, então será que alguém virou vampiro?
Todas essas opções foram descartadas quando chegamos ao pequeno cômodo, e reconheci de imediato um rosto mais que conhecido.
— Jackson? – sussurrei, sem acreditar no que meus olhos viam.


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