O copo de whisky na minha frente refletia toda minha desgraça, eu havia a deixado ir e agora me via como um ser humano miserável, como não percebi que ela era a minha luz durante todo aquele tempo? Minha dor era justa e eu merecia aquilo, não fui capaz de dar o valor que ela merecia e agora me encontro nesse apartamento escuro e vazio, o mesmo apartamento que dividimos durante dois anos e agora parecia zombar de mim, eu não soube aprecia-la quando era seu homem.

Isabella foi minha namorada de adolescência, o amor que não vai pra frente e eu internalizei isso, tínhamos 18 anos quando nos conhecemos e ainda era viva a lembrança de vê-la correndo pela faculdade e aquela pele branca com os longos cabelos castanho chamaram minha intenção imediatamente, eu a queria e assim iniciou uma relação que durou 7 anos, até que ela não aguentou mais.

No dia que ela se foi levando apenas uma mala com pouco comparado o que havia em seu closet, eu ri com a certeza que ela não passaria uma semana fora de casa, mas logo sete dias se passaram e depois trinta dias, sessenta, cento e vinte, trezentos e sessenta, um ano havia se passado desde que ouvi sua voz pela última vez, desde que a toquei pela última vez, desde que fui seu homem pela última vez. Mesmo com as oito mil seiscentos e quarenta horas que se passaram desde que deixamos de ser um casal, eu nunca consegui superar que a perdi por única e exclusivamente culpa minha! No início a ideia de ser solteiro depois de tanto tempo me atraiu e eu entreguei-me as loucuras das festas e álcool, só que toda noite quando adentrava o apartamento e não sentia seu cheiro, eu desabava e assim foi até o dia que me entreguei exclusivamente ao trabalho, pelo menos isso eu fazia direito.

— Bebendo a essa hora? – Alice, minha irmã e melhor amiga dela adentrou meu apartamento torcendo o nariz para as cortinas fechadas, por que mesmo deixei a chave que era de Isabella com ela?

— Alice, hoje é meu dia de folga do hospital, me deixe em paz – resmunguei dando um gole na minha bebida e sentindo o álcool descer rasgando minha garganta, só assim para eu sentir algo.

— Edward, você não pode viver assim – ralhou fazendo sinal para o meu estado – Papai e mamãe sentem sua falta – comentou suavemente e finalmente ergui o rosto para encara-la e vi pena em seus olhos.

— Não espere que eu vá visita-los e seja obrigado a ouvir como perdi uma mulher maravilhosa – minha voz era repleta de frieza e havia um certo desespero interno pra não demonstrar como me doía dizer isso. – Prefiro ficar sozinho à aguentar todos vocês falando isso – alfinetei-a e ela suspirou pesado.

— Edward, nós somos amigos de vocês dois, é inevitável que acabemos comentando sobre ela – minha irmã pegou minhas mãos e olhou em meus olhos – Saia conosco essa noite, Emmett sente sua falta – mencionou meu insano cunhado e não pude deixar de dar um melancólico sorriso ao lembrar do monstro de infantilidade.

— Quem irá? – questionei considerando por um momento a ideia.

— Rosalie e Damon e Jasper e Maria – comentou animada vendo que eu considerava a ideia. – Você irá! Estou indo embora para não caber recusa – exclamou correndo para a porta e me mandando um beijo e eu apenas balancei a cabeça para minha irmã caçula.

Sair de casa sem ser para trabalhar seria uma novidade para mim, aquela não era minha realidade a um bom par de meses e me ver diante daquele espelho de barba feita, blusa polo preta e calça jeans também preta, era irreconhecível até mesmo para mim, há quantos meses eu não tirava minha barba? Talvez, dentro de mim, em algum lugar bem fundo havia uma pequena gota de esperança que ela estivesse lá, como será que ela estava? Teria ganho muitos casos no trabalho? Balancei a cabeça suavemente tentando esquecer isso, esqueça a Isabella, ela já te esqueceu.

— Não acredito que Edward Cullen está aqui – Emmett exclamou quando adentrei o bar e eu apenas acenei com a cabeça – Bom te ver, irmão – murmurou quando me deu um abraço junto de um aperto de mão.

— Também é bom te ver, andou injetando bomba? – ironizei ao ver como meu cunhado havia crescido nos últimos meses.

— Até parece que não me conhece – estufou o peito – Só academia – mostrou o músculo e rolei os olhos.

— Estou muito feliz de te ver aqui – Alice sorriu me encarando com os olhos brilhando, só falta ela chorar agora— Os outros já estão chegando, senta.

Rosalie, Damon, Jasper e Maria completavam o nosso grupo de amigos da época da faculdade, sempre estávamos juntos e a sexta feira era o nosso dia da semana, todos nos reuníamos no mesmo bar que íamos durante a faculdade para conversar e beber um pouco, mas isso acabou quando Isabella e eu deixamos de ser um casal, pelo menos para mim acabou, porque os outros continuaram suas vidas e continuavam a se encontrar pelo que Alice me contava.

— Edward Cullen? – Rosalie exclamou abismada com Damon ao seu lado – Que saudade cabeção – levantei-me e ela imediatamente me puxou para os seus braços.

— Também senti sua falta loira – Rosalie foi o mais próximo que tive de uma “melhor amiga” e vê-la depois de tantos meses, era... reconfortante – Damon, pelo que vejo conseguiu seu primogênito – brinquei com meu amigo vendo a barriga não muito grande que Rosalie ostentava.

— A prática leva a perfeição – Damon deu seu sorriso sarcástico e eu apenas bati em seu ombro.

Não demorou muito para que Jasper e Maria chegassem e ao mesmo tempo que havia uma sensação de conforto em vê-los depois de tanto tempo, algo faltava e eu sabia exatamente o que era, faltava ela ao meu lado, todos faziam suas piadas e eu me mantinha aéreo, a dor dentro do meu peito era dilacerante, aquele momento só reforçava a falta em que ela fazia na minha vida e mostrava como ela era meu complemento, éramos Edward e Bella, o casal que todos imaginavam casando e agora eu sou um mero idiota que fica bêbado toda noite pensando no amor que perdeu.

— Alice, meu vestido para o noivado da Bella não fecha mais – Rosalie comentou de repente e minha atenção voltou imediatamente para aquela conversa.

— Noivado de quem? – questionei com a voz baixa rezando para ter ouvido.

— Edward... – Jasper começou mas não sabia o que dizer.

— Noivado de quem? – repeti o questionamento um pouco mais alto e todos na mesa me olhavam com pesar em seus olhos, eu já sabia a resposta, mas precisava da confirmação.

— Ela conheceu alguém – Maria resumiu e a faca entrou de vez dilacerando qualquer coisa que estivesse em seu caminho, mas seu foco era meu coração e ela atingiu.

Não consegui dizer nada, apenas levantei-me sem rumo, alguns gritos ao fundo capturavam levemente minha atenção, mas não o suficiente para me fazer desistir de ir embora, eu precisava sair dali, precisava deixar as lágrimas caírem, precisava deixar a dor me consumir, aquela dor que já havia ficado branda com o passar dos meses, parecia que agora dominava cada partícula do meu corpo e me puxava para um buraco, eu havia a perdido e de vez.

Quando sai do bar, olhei para os lados em busca de um táxi, agradeci por não ter vindo dirigido, não teria condições de levar o carro para casa, passei a mão nos cabelos e fechei os olhos para tentar recuperar qualquer senso que eu tivesse, mas nada me preparava para o que eu veria quando abrisse os olhos. Bem na minha frente estava Isabella, um ano lhe fez tão bem, seu vestido preto justo marcava suas curvas e seu cabelo estava... curto, era a primeira vez que a via assim e ela estava mais que maravilhosa, o seu sorriso era radiante, quantas vezes acordei com esse sorriso, mas ele não era para mim e sim para o cara moreno ao seu lado e senti a minha mão formigar de vontade de soca-lo e imediatamente meu olhar foi para sua mão que ostentava um brilhante anel de diamantes e quando ergui o olhar, ela me olhava e  havia surpresa em seus olhos e um sorriso triste apossou-se dos seus lábios e como o bom covarde que sou, virei o rosto e sai caminhando pelas geladas ruas de Seattle.

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Ela ia casar! Já havia se passado uma semana desde aquela fatídica noite e eu não conseguia tirar aquela imagem e essa informação da minha cabeça, foi como se toda aquela situação confirmasse que realmente havia a perdido, Alice tentou me ligar inúmeras vezes, mas me recusei atende-la, eu precisava passar um tempo sozinho com meus pensamentos, aproveitei que havia algumas folgas acumuladas no hospital e agora ficava o dia inteiro dentro daquele apartamento tocando piano e lembrando de cada momento que vivemos juntos ali.

Cada canto que eu fixava o meu olhar, era possível ver a cena que vivemos juntos com clareza, era como se eu fosse o espectador da minha vida com ela, mas isso me quebrava cada vez mais por dentro e para compensar eu bebia cada vez mais, o álcool era meu amigo naquele momento, a sua ardência no meu organismo era o que ainda me permitia sentir algo. A última nota da música que compus para ela muitos anos atrás soou no piano e eu bati nas teclas, tentando extravasar toda a dor que eu sentia, mas aquilo não era o suficiente, peguei o copo de vidro com whisky, que refletia todo o meu deplorável, e arremessei na porta.

— Por quê? – gritei – Por que eu deixei você ir? – murmurei com as lágrimas já em meu rosto.

— Edward? – Rosalie apareceu na sala de piano e parecia assustada com a cena.

— Como você entrou aqui? – questionei secando brutamente as lágrimas.

— Alice me deu a chave – balançou a peça de metal e eu apenas balancei a cabeça.

— Diga o que tenha para dizer e vá embora – resmunguei voltando para o piano e encarando-o sem ação, não me importava de como tratava a Rosalie, minha dor era grande demais para me preocupar com isso.

— Bella te viu naquele dia – comentou sem se importar com minha grosseria e se sentando ao meu lado no banco do piano.

— Também a vi, esfregando toda sua felicidade na cara do mundo – zombei – Qual o ponto disso? – questionei.

— Ela me fez um pedido – confessou olhando em meus olhos – Que eu te entregasse isso – estendeu uma carta para minha com a perfeita caligrafia de Isabella escrita no envelope com meu nome.

— Se eu não quiser ler? – questionei rudemente.

— Você deve pelo menos isso a ela – afirmou dura e já se levantando para sair – Bella sofreu muito, pelo menos leia o que ela tem a dizer – e com essas palavras, ela me deixou sozinho e em seguida ouvi a porta do apartamento bater.

A carta parecia pesar trinta quilos na minha mão e eu me questionava se era capaz de lê-la sem desabar, a realidade é que ela me assustava, não conseguia pensar em alguma palavra que Isabella poderia querer me dizer que não fosse xingamentos pelo merda que fui durante nosso relacionamento, de como perdi as oportunidades de sermos felizes, porque eu achava que era apenas um namoro adolescente que a qualquer momento acabaria... e realmente acabou. Suspirei pesado e rasguei o envelope sentindo meu coração disparar e lá estava sua perfeita caligrafia.

Olá Edward,

Quanto tempo desde a última vez que conversamos, o que houve com você? Aquele dia no bar você parecia tão perdido, esse não é o Edward que eu conheci e após conversar pela primeira vez com Alice sobre você, descobri que largou toda sua família e amigos, Edward, eles não têm culpa que não deu certo para nós, eles te amam!

Se te conheço bem, você está ainda se perguntando por que estou escrevendo para você, como sabe sempre amei escrever à mão e o que venho te pedir tem um significado enorme para mim e que esse desejo só se fortaleceu ao vê-lo naquele bar. Toque para mim, Cullen! Deixe eu explicar, quando nos conhecemos, antes mesmo de acontecer um “nós” fomos amigos e você me prometeu uma coisa, lembra?

“Eu prometo Swan que tocarei no seu casamento”

Devido ao nosso passado, não acho que o meu casamento seja um local apropriado para você tocar, mas toque no meu noivado, eu preciso por uma última vez ver sua concentração tocando algo ou seu sorriso quando todos te aplaudem e se me permite pedir mais, escreva algo!

Estarei te esperando no dia 20 de agosto, ás 19hrs00min na casa de campo dos meus pais, vá... Por favor.

Beijos,

Isabella Swan;

As lágrimas corriam em meu rosto vendo sua caligrafia e lendo todas suas palavras para mim, seria muito masoquismo da minha parte de aceitar seu pedido, mas na minha falta de condição de raciocinar naquele momento, peguei algumas folhas de partitura e comecei a tocar suavemente as teclas, aquela era minha última chance de contato com ela e eu não me importava quantas pessoas estariam lá, eu precisava falar exatamente o que eu sentia dentro de mim depois de tanto tempo.

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Já era quase 20hrs00min quando adentrei a propriedade dos Swan, meu coração parecia que iria explodir a qualquer momento, entreguei a chave do carro para o manobrista que se encontrava na porta e segurei aquela partitura com toda a força que eu tinha naquele momento, aquela foi a subida de escada mais longa da minha vida, parecia que cada passo que eu dava era meu caminho para forca e talvez fosse.

Quando adentrei o longo salão perfeitamente decorado com flores brancas e rosas estavam todos que algum dia torceram por mim e Isabella, mas eu não me sentia traído ou coisa do tipo, eu havia nos colocado nessa situação, eu com as minhas estúpidas ações a entreguei para um novo homem, meus pais me olharam surpreso da mesa que estavam e caminhei calmamente até lá sentindo todos os olhares queimarem sobre as minhas costas.

— Filho, o que faz aqui? – Esme questionou após me abraçar.

— Cumprindo uma promessa para a Bella – expliquei e antes que ela pudesse dizer alguma coisa, fixei meu olhar para uma pessoa atrás dela que vinha caminhando em minha direção.

Bella usava uma blusa azul escura colada em seu corpo com uma saia branca que iniciava em sua cintura, deixando-a mais perfeita que nunca, sempre amei o contraste do azul com sua pele¸ seu curto cabelo castanho estava ondulado e ela vinha em minha direção ostentando um lindo sorriso, eu sabia que todos no salão nos olhavam e eu não podia me importar menos com eles naquele momento.

— Você veio – ela murmurou me abraçando pelo pescoço.

A sensação de tocar sua pele depois de tanto tempo era algo que eu não poderia descrever, como eu esperei por esse momento, mas não naquelas circunstâncias, não com seu noivo em algum lugar do salão, não com ela se preparando para contrair matrimônio com alguém que não era eu, mas tentei desligar todos esses fatos por um milésimo de segundos, eu só queria aproveitá-la!

— Nunca deixo de pagar uma promessa Swan – relembrei a maneira que a chamava quando éramos apenas amigos e eu sentia o nó em minha garganta.

— Muito obrigada – sorriu de canto com lágrimas em seus olhos. – Venha, vou lhe mostrar o piano – puxou-me até o longo piano de cauda que se encontrava no meio do salão e sorriu me encorajando para que eu sentasse.

Para prolongar o momento, decidi que não tocaria minha composição de início, eu precisava ficar vendo-a por mais algum tempo e depois que as primeiras letras saíssem de minha boca, eu teria que ir embora assim que a finalizasse, então busquei em minha mente algo e lembrei da canção que compus para ela, assim que ela entrou em minha vida.

— Boa noite – cumprimentei a todos já me posicionando no banco – Bella é uma pessoa que conheço desde os meus 18 anos e nessa noite tão importante vou tocar duas músicas que compus para ela, a primeira, escrevi quando ainda estávamos na faculdade, foi a primeira de muitas canções que escrevi para ela – expliquei a todo momento olhando-a e agora ela já estava abraçada com o moreno, que descobri chamar Jacob, mas ainda me direcionava um belo sorriso e isso já era suficiente.

A canção estava tão fixada na minha mente que tocá-la exigia quase nada da minha concentração, então permiti-me ficar analisando Bella enquanto cantava e as lágrimas preenchiam seu rosto, mas seu sorriso ainda estava lá, e eu me segurava para não deixar as minhas lágrimas caírem, aquele era nosso momento depois de tanto tempo e ela sabia disso. Depois de finalizar a música e todos aplaudirem, puxei o ar com dificuldade e me preparei para minha última declaração.

— Quando éramos dois colegas de faculdade – iniciei a explicação sobre minha nova composição – Eu fiz uma promessa para a Bella e recentemente ela me cobrou – sorri torto para ela que retribuiu – Eu tocaria em seu noivado – mudei a promessa para não termos que nos explicar e ela acenou em agradecimento – E bom, cá estou eu para cumprir essa promessa – brinquei e todos riram.

Comecei a melodia suavemente, que já era pesada e entregava que aquela não era uma música fácil de ouvir, quanto mais a introdução chegava ao fim, mais meu coração disparava e eu sabia que não havia mais como, eu precisava começar a cantar.

— A mesma cama, mas ela parece um pouco maior agora — a vi puxar o ar, mas eu já havia começado e não poderia parar.

Nossa canção no rádio, mas ela não soa como antes
Quando nossos amigos falam sobre você, tudo que isso me faz é me deixar mal
Porque meu coração se parte um pouco quando ouço seu nome
E tudo soa como, uh, uh, uh, uh, uh

A dor de ouvir seu nome novamente naquela noite com nossos amigos tomou meu coração enquanto eu cantava aquele início, era como se tudo voltasse para a minha mente e junto toda a dor que eu senti compondo aquela letra, mas era a única maneira de expressar para ela como eu sentia muito por ter feito tudo aquilo com ela.

Hmm, jovem demais, tolo demais para perceber
Que eu deveria ter lhe comprado flores e segurado sua mão
Deveria ter lhe dado as minhas horas quando eu tive a chance
Ter levado você a todas as festas, porque tudo o que queria fazer era dançar
Agora minha garota está dançando, mas está dançando com um outro homem

Bella e eu estávamos correndo para que eu chegássemos a tempo da festa de casamento da Rosalie e do Damon e eu só conseguia pensar em como estava com raiva da demora que ela levou para ficar pronta, em momento algum me preocupei em elogiá-la mesmo ela estando maravilhosa naquele vestido azul escuro que era justo em todas as partes certas.

— Desculpa – murmurou quando já estávamos entrando na festa.

— Esquece Isabella – resmunguei usando seu nome e a vi bufar.

A festa corria maravilhosamente, Rosalie e Damons esbanjavam alegria, todos nossos amigos já haviam sumido para ir dançar e eu me concentrava na bebida na minha frente, era muito mais interessante que perder meu tempo no meio de tanta gente, mas naquele dia não percebi como os olhos da Bella brilhavam olhando para os casais na pista de dança.

— Vamos dançar? – questionou de repente.

— Bella, eu estou cansado, o dia foi cheio no hospital, pode ir sozinha, ficarei aqui – argumentei e a vi levantar com uma expressão derrotada no rosto, ali eu já estava nos levando para o fim.

Meu orgulho, meu ego, minhas necessidades e meu jeito egoísta

Fizeram uma mulher boa e forte como você sair da minha vida
Agora eu nunca, nunca conseguirei limpar a confusao que eu fiz
E isso me assombra toda vez em que fecho meus olhos
Tudo isso soa como, uh, uh, uh, uh, uh

— Eu cansei Edward – Bella gritou no meio da nossa discussão sobre o por que eu ainda não havia a pedido em casamento.

— Cansou dessa briga? Ótimo, porque isso é tudo muito estúpido – afirmei já voltando minha atenção para alguns prontuários que trouxe para casa para analisar melhor.

— Não Edward, cansei disso – fez sinal para nós – Cansei do que somos – afirmou e foi para o quarto, bufei sabendo que era apenas estupidez dela.

Voltei minha atenção para os casos e não dei a importância que eu deveria ter dado para o barulho das portas do closet fechando, após algum par de horas, ela apareceu com o rosto inchado ainda com umas lágrimas escorrendo e carregando uma mala preta, não era nada muito grande e imaginei que ela iria para casa de Rosalie, Alice ou Maria para espairecer da nossa briga.

— Estou indo embora – afirmou e eu apenas ergui a sobrancelha. – E é para valer dessa vez – completou e eu apenas dei de ombros imaginando que ela não aguentaria ficar muito tempo fora de casa.

— Tchau – foi tudo que eu disse, esperando que ela voltasse logo, mas ela nunca voltou.

Embora isso doa, eu serei o primeiro a dizer que eu estava errado
Oh, eu sei que provavelmente estou muito atrasado
Para tentar me desculpar pelos meus erros
Mas eu só quero que você saiba
Espero que ele lhe compre flores e que segure sua mão

Finalizei a canção olhando diretamente em seus olhos e ignorando completamente a cara fechada do seu noivo, quando a última nota soou, levantei sem esperar qualquer comentário, qualquer repressão e segui porta fora daquele lugar, eu só queria chegar em casa e me isolar do mundo, como tenho feito no último ano. Não olhei para Isabella, não olhei para os meus pais, não olhei para meus amigos, apenas segui em frente.

—x-

30 de agosto, hoje era o dia do casamento da Bella e apesar de ter recebido o infame convite pelo correio, não me dei o trabalho de me arrumar para ir, eu não suportaria vê-la começando a vida com outro homem. Ninguém veio me procurar depois de sua festa de noivado, nem mesmo Alice e eu imaginei que estavam todos irritados demais comigo para isso, mas eu fiz o que foi preciso.

A televisão parecia ainda mais estúpida naquela tarde, eu conseguia fechar os olhos e vê-la falando seus votos com Jacob e indo embora definitivamente, mas não havia nada que eu poderia fazer, me recusava a arruinar seu casamento, eu já havia estragado coisa demais em sua vida, mas infelizmente eu demorei demais para perceber isso, se eu tivesse a pedido em casamento nesse momento poderíamos estar em casa, juntos e talvez até mesmo com um bebê, mas eu não fiz isso quando fui seu homem. Entreguei-me ao sono sem perceber em que momento, mas fui despertado pela campainha tocando freneticamente, levantei xingando a pessoa do outro lado e abri a porta abruptamente.

E lá estava ela, Bella estava ofegante na minha porta trajando um lindo vestido de noiva justo no seu busto e que se abria da cintura para baixo, dando-a um ar de princesa, em sua cabeça havia um delicado ornamento com diamantes e seu cabelo curto estava enrolado assim como no dia do seu noivado, mas depois de admirá-la não consegui entender o que ela fazia ali e ela puxou o ar antes de começar a responder minha muda pergunta.

— Ele me compra flores e ele dança comigo, ele faz todas as minhas vontades e ele me trata como uma rainha todos os dias da minha vida – as lágrimas já se acumulavam em seus olhos e ela olhou para cima controlando-as – Ele é tudo que você não foi durante nossos 7 anos juntos, mas tem um detalhe que não me deixa casar com ele hoje – as lágrimas já caiam em seu lindo rosto e seu queixo tremia devido ao choro – Ele não é você!

— Bella – murmurei já me aproximando dela e ela quebrou a distância entre nós.

Aquele beijo foi tão esperado por mim durante esse tempo que estivemos separados, eu sentia minha alma de volta no meu corpo, e eu só apertava mais e mais contra meu corpo, deixando as minhas lágrimas se misturar com a dela, ela me escolheu, mesmo depois de tudo, ela me escolheu e eu não conseguia conter a alegria que estava dentro de mim, o mundo voltava a fazer sentido com ela em meus braços.

— Eu não tenho um anel aqui – comecei – Mas eu quero começar isso certo – puxei o ar e ajoelhei-me em sua frente vendo sua cara de surpresa – Eu perdi 7 anos não sendo o cara que você merecia que eu fosse e ainda assim, você está me dando uma segunda chance e quero que tudo seja certo dessa vez, por isso, Isabella Marie Swan, você aceita casar comigo? – questionei e ela me deu o mais lindo sorriso.

— Sim, sim, sim – gritou se jogando em meus braços e eu a apertei contra mim.

Agora tudo estava em seu devido lugar e eu serei o homem que ela merece para o resto de nossas vidas!