The Special Gift escrita por


Capítulo 1
Oneshot - Um presente especial.


Notas iniciais do capítulo

aproveitando que ainda é maio - mês das mães, nos 45 segundos do segundo tempo, taí uma oneshot mais do que fofíssima para vocês.

Espero que vocês gostem e comentem, comentem o que mais gostaram, porque essa história é uma das minhas favoritas da vida. ❤



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“Kurt, sou eu.
Eu não consigo encontrá-la em lugar nenhum…
Nós havíamos acabado de chegar da escolinha,
eu a deixei sozinha apenas por um minuto... 
Eu perdi a nossa filha, Kurt...  
A Lilly sumiu.”  

Isso não podia estar acontecendo, pensou Jane pela milésima vez ao finalizar a mensagem de voz e se deixar escorregar pela parede, liberando o choro que vinha tentando segurar. Sentada no chão, abraçando os joelhos e apertando firme o celular, tudo o que ela mais desejava, era acordar desse pesadelo horrível.

Isso não podia estar acontecendo.

Lilly estava brincando na brinquedoteca como sempre; Jane desceu apenas por alguns instantes para terminar o jantar e quando voltou para vê-la, ela já não estava mais lá.

Cada armário, baú e lugares onde caberia uma criança de quase 4 anos, já havia sido revirado e nada. Não havia nada fora do lugar. Não havia qualquer sinal de invasão. Nada. Nenhum rastro. Não é possível, isso não está acontecendo…

O celular vibrando em sua mão a faz respirar fundo e limpar inutilmente as lágrimas que escorriam pelo seu rosto antes de atender a ligação do marido.

− Kurt. − atende Jane reprimindo um soluço. −  Ela sumiu, Kurt, a culpa é minha, eu desci por 5 minutos, ela estava brincando e...

− Jane, a culpa não é sua, meu amor. − diz ele firmemente. − Calma, respira. − pede Kurt tentando manter a calma ao ouvir a voz de choro da esposa. Seu sofrimento parecia até suportável se comparado à sentir na voz de Jane a dor que ela tentava reprimir. Conhecendo-a como ele conhecia, ele sabia que ela estava tentando ser forte em uma tentativa de não apavorá-lo, mas que por dentro ela estava desesperada. − Nós vamos encontrá-la, vai ficar tudo bem meu amor.

− Eu já procurei em todos os lugares possíveis aqui em casa, alertei a portaria pelo interfone e p-pedi as imagens de todas as câmeras de segurança, Kurt... − a voz de Jane falha e do outro lado da linha, Kurt aperta tão forte a caneta que estava segurando que ela estala.

− Algum sinal nenhum de arrombamento ou algo fora do lugar? − pergunta ele, em seguida ouve o “não” abafado de Jane contra o celular. Isso não estava acontecendo. − Eu vou falar com a NYPD, deixar um alerta com o team e estou indo pra aí.

− Kurt.  − murmura Jane respirando fundo em busca de toda a força que tinha. − Nós vamos encontrá-la.

− Nós vamos encontrá-la. − repete ele. − Vai dar tudo certo, meu amor.

Fechando os olhos e engolindo em seco, Kurt finaliza a ligação e sai do FBI rumo à sua casa, tentando afastar qualquer pensamento ruim.

Jane desliga o celular e respira fundo. Uma, duas, três, dez vezes, até sentir o pânico e o desespero dar lugar à força. Kurt estava vindo, a polícia já estava avisada. Nós vamos encontrá-la.

Sem conseguir ficar parada, Jane se levanta, seca as lágrimas e vai para a porta principal. Assim que a abre, quase tropeça em algo no hall do apartamento.

Uma mala. Ela olha em volta procurando sinal de que algum dos vizinhos havia colocado ou esquecido algo ali fora, mas ao olhar mais atentamente percebe que não é qualquer mala. É uma das malas das suas viagem.

Na parte de fora, há um pedaço de papel rasgado, colado com fita adesiva e em uma caligrafia infantil e muito conhecida por Jane está escrito: "Para Mamãe"

Jane se abaixa e com cuidado abre a mala que na verdade já estava aberta.

− LILLY! − exclama ela ao se deparar com a filha encolhidinha lá dentro, adormecida. − Filha, acorda! Lilly!

Jane verifica a respiração e o pulso dela, analisando por alguns instantes os batimentos cardíacos da filha e o fôlego que estava prendendo se torna um suspiro ao ver que estava tudo bem. Ela está bem. Jane faz carinho em seu rostinho até que a garotinha acorda.

Mamãe? − diz sonolenta, piscando os olhinhos por causa da claridade.

− Oi meu amorzinho... − Jane diz tirando algumas mechas de cabelo do rosto da filha. − O que você estava fazendo dentro dessa mala?

− Eu-eu dormi? − pergunta Lilly esfregando os olhos com as mãozinhas. Ela está emburrada e parece um pouco chateada consigo mesma.

− Acho que sim. − responde Jane. − Mas você ainda não me disse o que estava fazendo dentro dessa mala.

Jane ajuda a filha a sair da mala e a puxa para o seu colo, querendo senti-la perto de si para ter certeza de que ela está realmente ali e bem.

− Era pra você ter me achado. − Lilly olha para a mala e depois para a porta. − Mas acho que esqueci de tocar a campainha.

− Como assim, meu amor? − questiona Jane sem entender o que a filha quis dizer.

− Eu queria ser o seu presente. − diz a menina abrindo um sorriso e mostrando os dentinhos de leite.

− Presente? − pergunta Jane. − Mas o meu aniversário já passou, meu amorzinho.

− Não. Outro presente. O presente especial, mamãe. − responde Lilly como se estivesse dizendo a coisa mais óbvia do mundo enquanto Jane continuava confusa.

− Filha, eu não estou entendendo. Explica para a mamãe. − pede Jane colocando atrás da orelha os cabelinhos pretos e bagunçados da filha.

O presente, mamãe. − repete Lilly. − Da história do papai. Ele contou que um dia ele recebeu um presente muito especial que veio em uma mala e tinha o nome dele.

E foi então que Jane entendeu: o presente especial que Kurt recebera, era ela, Jane, e Lilly estava reproduzindo isso. Foi preciso um enorme esforço para ela conseguir conter a emoção e não desabar no choro, porém algumas lágrimas teimosas insistiram em cair.

− E foi por isso que você entrou na mala e colocou uma etiqueta escrito “para mamãe”? − indaga Jane com um enorme sorriso.

Sim! − exclama Lilly subitamente empolgada. − Já que o papai já teve um presente especial, eu queria ser o seu presente especial, mamãe.

E basta essa última frase para fazer todo o autocontrole que Jane havia reunido, desmoronar e fazer as lágrimas escorrerem livremente pelo seu rosto. Sentindo como se seu coração fosse explodir de felicidade, Jane sorri dando um beijo estalado na bochecha da filha.

− Não chora, mamãe. − diz a pequena se esticando para limpar as lágrimas de Jane. − Você gostou do presente especial?

− Eu adorei, meu amor. − Jane abraça Lilly, que retribui apertando os bracinhos ao redor do pescoço da mãe. − Foi o melhor presente que a mamãe já ganhou.

As duas permanecem abraçadas até que o som do elevador soa e Kurt sai mal esperando as portas se abrirem.

− PAPAI! − grita a pequena se soltando da mãe e indo correndo para os braços do pai assim que o vê.

− Minha princesa! − Kurt se abaixa abrindo os braços e a pegando no colo, sentindo nesse abraço, toda a tensão se dissolver.  − Você está bem?

Tô. − responde Lilly. − O que você ta fazendo aqui? Mamãe disse que hoje você ia chegar tarde e eu já estaria dormindo.

Kurt nota a mala e olha para Jane, ainda sentada no chão, secando algumas lágrimas sem fazer questão de esconder o enorme sorriso que preenchia seu rosto e seu coração. Jane apenas sorri balançando a cabeça em resposta ao olhar curioso de Kurt.

− É que o papai estava com muuuuuita saudade de você e da mamãe. − responde ele ainda sem entender a situação, mas enchendo-a de beijos, grato por estar tudo bem.

Eu também tava com saudade. − diz Lilly com as mãozinhas na barba dele e em seguida se agarrando ao seu pescoço. − Muita.

Jane se levanta e vai de encontro aos dois.

− A gente estava te esperando para ir para a cama, papai. − Jane sorri se aproximando dando um beijo no marido e fazendo carinho no cabelo da filha.

− O que aconteceu, onde ela estava? − sussurra Kurt analisando Jane, ainda preocupado.

− Você não vai acreditar o que ela fez. − responde Jane rindo levemente e limpando algumas lágrimas que ainda insistiam em escorrer por seu rosto. − Ela me deu um presente. − Jane olha para a mala que segurava e sorri.

− Presente? − indaga Kurt confuso.

− Conta história hoje, papai? − pede Lilly em meio a um bocejo, deitando a cabecinha no ombro do pai.

− Conto quantas você quiser, meu amor. − responde Kurt aninhando-a em seu colo. − Até você dormir.

− Mas é pra dormir mesmo, viu? − Jane finge censurar a filha.

−  Eu não quero dormir. − diz a garotinha. − Quero ficar acordada ouvindo as histórias do papai.

− Tudo bem então, como você quiser. − diz Jane sorrindo, sabendo que pelo sono que ela está, não passará da segunda página da história. Ela mexe nos cabelinhos dela e lhe dá um beijo na bochecha e tocando ponta do dedo na ponta do narizinho dela. − Boa noite minha coisinha linda.

Kurt sorri e se inclina para dar um beijo em Jane. Lilly se coloca no meio, brincando com os dois como sempre faz quando eles se beijam com ela no colo.

Os três riem e por um instante apenas curtem esse momento, antes de Kurt subir para o quartinho de Lilly com ela no colo, brincando o caminho todo e fazendo-a dar tchau para a mãe.

Do pé da escada, Jane observa Kurt brincar com a filha que ri alto em resposta às cócegas que o pai faz nela. Um riso inocente irradiando felicidade. Lilly, que desde que nasceu, é o presente mais especial que ela e Kurt poderiam ter ganhado.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?

Espero que sim, espero que tenham soltado vários "aaawn" porque eu soltei vários enquanto escrevia. ❤

e ah, alguém gostaria de um extra, talvez? ~falei e corri~
Comentem!



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