Cry in my heart escrita por cry


Capítulo 5
Eu não o mereço!


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!!!
Se ainda estiverem por aí espero que gostem.
Por favor comentem e deixem sugestões...
Boa Leitura



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—Ele vai embora. Não sei quando, nem pra onde mas ele vai. Eu o conheço o suficiente para saber que ele faria isso por mim! EU NÃO POSSO DEIXAR EFFIE!

— Calma querida, eu sei que vai dar tudo certo. Peeta ama você, tenho certeza que você vai dar um jeito de convencê-lo a ficar.

— Mas e se eu não conseguir? Eu nunca fui boa com palavras, isso é trabalho dele. E eu nunca fui muito carinhosa, você acha que ele vai conseguir perceber assim? Você acha que ele vai acreditar? Eu sei que faz muito tempo, mas eu já o usei antes na arena. Ele acreditou em mim e eu o magoei. Se ele pensar que estou tentando manipulá-lo para não ficar sozinha? Ele pode achar que só estou com medo de...

— Calma querida. Peeta nunca pensaria isso de você. Só seja você mesma e faça o que você achar que é certo. Seja você mesma, tente. Ao menos tente mostra-lo o que você sente.

—Tudo bem. Obrigada Effie. Por tudo.

São apenas 5:00 da manhã. Quando acordei Peeta não estava mais ao meu lado e eu pensei seriamente na possibilidade de ele ter ido embora. É impressionante como ele consegue me deixar tranquila, mesmo quando posso perde-lo de vez. Me lembro então da última coisa que ele me disse. Ele prometeu me deixar segura e a única coisa que eu posso fazer é tentar convencê-lo de que ir embora não vai ser de grande ajuda pra mim.

Quando não consigo mais aguentar meus pensamentos me atormentando começo a traçar um plano. Vou mostrar o que sinto, talvez seja o suficiente para convencê-lo a ficar. Se for recíproco é claro. Depois que voltamos da capital eu não consigo dizer o que ele sente por mim. Ás vezes tenho certeza de que é o mesmo Peeta, aquele que me amava, que vinha me trazer pães e conversar comigo todas as manhas. Mas quando tenho meus pesadelos e ele nunca vem me ver tenho certeza que ele não se sente mais da mesma forma, embora se preocupe comigo.

—Ele veio te ver ontem – digo a mim mesma tentando criar coragem para encará-lo, porém, quando chego à cozinha ela está tão silenciosa quando na noite anterior, sem o cheiro de pão recém assado. Ele não veio.

Pânico toma conta de meu corpo. Se ele já foi não há nada que eu possa fazer. Saio correndo e em menos de um minuto chego à sua casa. Bato levemente. Depois mais forte. Nada

—Peeta? Você está aí?

Nenhuma resposta

Decido girar a maçaneta e está aberta. Quando entro o lugar, sempre acolhedor com a presença dele, está sombrio e silencioso, como se Peeta não entrasse ali a dias.

Vou até o seu quarto. Vazio. Sua cama está feita. Nenhum sinal que ele tenha voltado pra casa depois de ontem.

Alívio percorre meu corpo quando abro seu closet e suas roupas estão ali. Ele não foi embora. Ainda. Só então me lembro da hora. Ainda é muito cedo. Ele pode ter ido comprar algo para preparar os pães ou estar na casa do Haymitch. Desço as escadas a fim de procura-lo quando ouço um barulho na porta.

Peeta. Ele está me encarando confuso como se perguntasse o que estaria fazendo na sua casa tão cedo. E na sua ausência aliás.

— Oi – Sinto meu rosto quente quando tento me explicar – desculpe por ter entrado. Eu chamei e você não respondia, então...

— Tudo bem – e seu sorriso é deslumbrante – Só fui dar uma volta. Está tudo bem?

— Eu estou bem. Só queria pedir sua ajuda. Eu acordei e você não estava lá então vim ver.... se estava...tudo bem. – a cada palavra seu sorriso crescia mais, e devo admitir que estava me deixando nervosa – desculpe de novo...por ter entrado sem permissão.

— É muito bom saber que você sentiu minha falta... – É isso. Minha oportunidade de falar o quanto senti. Mas ele é mais rápido – eu invado sua casa o tempo inteiro. Ontem mesmo... – Ele para de repente e percebo que ele lembrou da nossa conversa. Seu sorriso some.

— Eu estou indo então. Te vejo mais tarde. - E estou tentada a correr porta a fora, mas me contenho me aproximando dele, quando estou perto o suficiente me apoio levemente em seu braço e beijo seu rosto. Ele treme levemente com o contato mas logo se recupera e sorri.

— Até mais.

Novamente sinto meu rosto pegando fogo. Por ter sido pega na sua casa. E por ter que inventar algo agora que justificasse minha ida até lá.

Ainda não faço ideia do que dizer quando ele entra na minha casa. Ele sabe que minha desculpa anterior era justamente isso. Uma desculpa.

—Peeta!

—Olá. De novo. Vim ver pra que você precisava de ajuda. – e seu sorriso me traz uma ideia.

— É que...eu sei que essas coisas precisam de talento...e ... eu queria...

—Katniss – ele me interrompe – Você está nervosa – e se aproxima mais de mim até tocar minha mão com a sua – me fala. O que você precisa que faça?

— Me ensina...a....a...pintar.

Ele me olha surpreso por um instante.

— Você está tão nervosa porque quer aprender a pintar?

Apenas afirmo com a cabeça.

— Bom...não é algo que eu tenha certeza que possa ensinar – Ele parece tão confuso que me dá vontade de rir. – por que agora?

— Eu vejo como você fica quando está pintando. Tão concentrado que parece esquecer do mundo. Se foca só naquilo que está pintando que...eu queria saber a sensação.

— Assim tudo bem. Podemos começar agora se quiser. O que você gostaria de desenhar.

—Você.

Ele parece impressionado agora. Seus olhos estão arregalados em um misto de surpresa e desconfiança.

— E porque você gostaria de me pintar?

— Tenho que ter um motivo? Você tem feito pra mim mais do que qualquer pessoa teria feito. E você é meu amigo. E eu amo você.

Pronto. Agora não tinha volta. Foi meio imprudente jogar essa informação sobre ele mas, parece estar tranquilo.

— Eu nunca pensei que você admitiria que ama seus amigos. Mas então está tudo bem. Vamos à pintura.

Ele entendeu errado. A única vez em que por impulso admito que o amo e ele pensa que é como um amigo. Ele acha que o amo como se fosse um amigo!

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Mesmo depois da sua falha impressão a respeito dos meus sentimentos e da minha decepção por causa disso, temos uma manhã divertida. Ele não me ensina a pintá-lo mas, depois de algumas versões extremamente distorcidas do pôr do sol nós desistimos.

—Peeta, para com isso. Você está me sujando inteira! - grito gargalhando enquanto ele insiste em pintar meu rosto de laranja.

Jogo um pote inteiro de tinta azul na sua roupa, o que só o faz correr ainda mais rápido para me alcançar e é então que acontece. Eu escorrego na tinta que estava no chão da sala. Fecho meus olhos me preparando para o impacto quando sinto braços ao meu redor.

Peeta me puxa pra ele, tão próximo que mal consigo respirar. Suas mãos sujas de tinta passeiam por meu rosto.

—A cor mais linda, refletindo o brilho do pôr do sol....no rosto da garota mais linda – ele parece estar hipnotizado. Assim como eu.

Ele se aproxima ainda mais fazendo nossas testas de tocarem. Estamos tão próximos que posso sentir sua respiração quente em meu rosto. Suas mãos ainda em meu rosto nos aproxima mais, seus lábios estão a poucos centímetros dos meus então fecho meus olhos à espera do seu beijo. Mas ele não vem. Abro meus olhos novamente confusa, mas seus olhos estão fechados e ele sorri. É um sorriso tão sereno, puro, tão carinhoso que derrete meu coração, me fazendo rir junto. Então ele abaixa o rosto, passando seu nariz do meu pescoço até minha orelha, onde deixa um beijo leve. É tão delicado e ao mesmo tempo tão intenso que me faz estremecer em um arrepio na base da minha coluna. Sinto um frio na barriga à medida que ele se aproxima mais e seus lábios encostam nos meus.

Se uma vez eu achei seus beijos carinhosos demais...verdadeiros demais, esse me desarmou de uma forma que eu não poderia fazer outra coisa além de retribuir. E aproveitar. Suas mãos fazem carinho no meu cabelo tão suavemente que eu me sinto preciosa. E eu sinto meu coração perder uma batida quando me dou conta. Peeta me ama. Ele faria de tudo por mim. Essa certeza me atinge fazendo meus olhos marejarem enquanto seguro seu rosto, traçando seus contornos e o fazendo se aproximar mais. Uma de suas mãos desce até minha cintura, apertando e colando nossos corpos, sua boca se abre me dando mais espaço, me entregando o controle. Estamos completamente entregues quando seu corpo fica tenso. Ele se afasta de mim com a respiração acelerada, ainda de olhos fechados.

—Sai por favor! – Ele me suplica e há tanta dor em sua voz que minha única reação é abraça-lo.

—Por favor vai embora Katniss. – ele repete, mas suas mãos não me soltam. Ele só me aperta mais em seus braços.

—Katniss! - e então me empurra. Não o suficiente para me machucar, mas a surpresa de sua reação me faz perder o equilíbrio e eu caio em cima dos potes de tinta espalhados pelo chão. Só ao ouvir o barulho ele abre seus olhos e eu posso ver suas pupilas dilatadas.

—Peeta não... – tento me aproximar para abraça-lo mas ele se afasta. Está tão assustado...

—Me desculpe. Eu não queria te machucar! – Seus olhos estão cheios de lágrimas e ele vira, ficando de costas pra mim segurando alguma coisa firmemente. – Vai embora!

—Não vou deixar você

—VAI EMBORA! – ele grita me assustando. Quando vê o terror em meus olhos tenta suavizar seu tom - Me desculpa. Mas você tem que ir embora. Ante que eu te machuque.

Agora posso ver. O objeto que está em sua mão é um pote de tinta. Está quebrado e a força com que ele o aperta está fazendo a ponta afiada cortar sua mão. Ele está tentando se controlar por mim!

Quando vê que não saio do lugar ele corre, ficando tão distante de mim quanto permite a parede e eu só consigo olhá-lo em choque.

Eu não o mereço.


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