Vício escrita por CupcakeChoco


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Diva x Dante centric

Mistura uma escritora não muito normal com pesquisas malucas, música e insônia: dá nisso. É aquele tipo de coisa que você escreve bem aleatoriamente e as vezes sem nem entender.
Por algum motivo que ainda estou tentando descobrir, achei que combinava com a atual relação da Diva e do Dante (Entre o final da segunda e terceira temporada). Enton, pode ou não ter spoilers... Se bem que depende da interpretação, mas é bom avisar u.u



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Ela é como morfina, pequenas doses diárias inicialmente aliviam, entorpecem. Seus toques e  seu calor anestesiam seus sentidos.

Não há mais dor.

Nem vazio.

Não existe nada além do gosto dela que permanece em sua boca após beijá-la. É doce, puro e intenso. Por enquanto aquilo sacia sua necessidade. Acalma seus demônios internos.

Mas não dura.

Quando as dores retornam, a vontade é incontrolável, mas agora, não pode ter o suficiente. Nunca é o bastante. Precisa e anseia por mais, muito mais do que ela oferece. O gosto desaparece aos poucos e o desejo para experimentar mais uma única dose multiplica seu tormento. A abstinência começa a ocluir sua razão. 

Ela era uma droga e você estava viciado.

Seu nome escapa pelos lábios dela, a voz suave não tem emoção e expectativa. Ainda assim, esse gesto consegue aplacar a dor e a solidão que ela deixou e se recusa a preencher.

Você depende da sua morfina.

Ela sorri. Finge. Mente. Convence você que é uma luta dela. E novamente é empurrada para um caminho de sangue e lágrimas. Você sabe o que isso significa.

Há pesar. Mortes. Mais dores. Muito maiores.

Não faz sentido. Você percebe isso enquanto a olhava de longe.

Deveria ser seu

A doce morfina está com outro. Você vê seu rosto nele. É o nome do outro que ela chama. Inveja o quanto ele pode ter, algo que antes pertencia a si. Ironicamente ela lhe causa muita dor ao invés de amenizá-la.

Alimenta o vício com farsas, transforma a dor em um prazer pecaminoso.

Ela não se importa em feri-lo, tampouco viciá-lo. Ela gosta da dor. E ela deveria ser a cura. Não tinha salvação. Embora em seu íntimo fosse consciente de que estava condenado ao inferno.

O que deveria fazer?

Talvez ainda possa ter algo repousando no coração dela; um amor que parece não existir mais. Se ela ainda tiver um. Não deve existir um abismo para separá-los. O longo intervalo de tempo sem sua dose diária se torna insuportável. Quer novamente sentir o sabor anestésico que residia nos lábios dela. Aquele que ela não lhe dá mais. Seu beijo é calmante como morfina, emocionante e tóxico. Um pouco e seu coração estaria extasiado. Nada importava se ela não estivesse ali. Era sua morfina.

Como todo viciado, você não abre mão do seu vício.

Há palavras para serem ditas, mas o silêncio entre vocês é maior. O vazio cresce. E ela não faz questão de enchê-lo, por que seu único propósito é intensificar suas dores. Estar lúcido aumenta a ansiedade e isso o mata por dentro.

Algumas gotas serviriam para tirá-lo da miséria.

A dor do seu coração quebrado lhe obriga a procurar por mais da sua morfina. Sabia que com isso sua consciência embriagaria e os sentimentos tumultuados dentro de si minguariam. Ela não vê. Ou finge não ver. Está fora de alcance.

Por isso você precisa de morfina.

Há somente escuridão refletida nos olhos dela enquanto seus olhares se cruzam por um breve instante.

O amor dela é a sua morfina.

Ela está destruindo-o lentamente, não pode evitar. As dores o consomem e o vazio se instala quando o efeito passa. Resta ele e sua mente barulhenta.

O ódio dela é seu carma.

Seu corpo dói agora que ela se foi. Concedeu a você prazer, dor e resquícios de felicidade e tirou. Ela não está ali para suprir sua necessidade, não mais.

A dor da separação é o maior efeito colateral de se estar apaixonado.


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