Que o Meu Coração Alcance Você escrita por teffy-chan


Capítulo 1
Capítulo Único - Ressoem, Nossos Corações


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Bem, eu não tenho muito o que dizer nessas notas... eu escrevi essa fic porque queria dar um final diferente para o Lag e para o Gauche. Eu terminei de ver o anime a pouco tempo e, sinceramente, não gostei nem um pouco do final. Eu acho que eles mereciam um final melhor, principalmente o Gauche, depois de tudo o que ele passou. E como eu sempre shippei esses dois mesmo, dei um jeito de incluir isso na fic, o que se encaixou incrivelmente bem na história, vocês vão ver!
Boa leitura^^



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Hoje Lag estava completando um ano desde que havia se tornado um Carteiro Abelha. E, por mais que desejasse estar comemorando essa ocasião tão importante para ele com seus amigos, lá estava ele, trabalhando, voltando de mais uma entrega. E, embora não tivesse conseguido tirar folga naquele dia, era curioso que tivesse ido fazer uma entrega justo naquele lugar. A carta que ele tinha entregado era para uma pessoa que morava em Blue Notes Blues, a terra natal de sua dingo, Niche, e também o lugar onde ele estava vivendo agora.

Gauche. Ele prometera que iria visitá-lo, mas já tinha se passado um ano desde que os dois se viram pela última vez. De todas as pessoas com quem Lag gostaria de comemorar essa data, Gauche era com certeza a principal delas. Quer dizer, é claro que ele adoraria passar esse dia com Sylvette (embora provavelmente teria que tomar aquela sopa horrível da garota), com Zazie, Connor e todos os outros Carteiros Abelha, mas seria maravilhoso poder ver Gauche naquele dia. Foi ele quem lhe inspirou a ser um Carteiro Abelha afinal, era graças a ele que Lag estava ali agora.

Mesmo que Gauche não se lembrasse mais de seus dias como Carteiro Abelha. Mesmo que tivesse mudado de nome. E que tivesse perdido seu "coração". É verdade que as pesquisas do doutor Thunderland estavam avançando e que em breve "aqueles que não se tornaram espíritos" poderiam recuperar seus "corações" graças às pesquisas dele, mas às vezes Lag tinha a impressão de que Gauche não queria mais voltar. Não sabia nem se ele queria recuperar seu "coração".

Lag não aguentava mais isso. Todos os dias pensava em Gauche, mesmo que por um momento, e não conseguia se livrar daquela agonia de não poder estar ao lado dele. Gauche tinha prometido que iria visitá-lo, mas não tinha dado nenhum sinal de vida durante todo esse tempo… e ainda disse que eram amigos antes de partir!

"Amigos". Sim, foi isso que ele disse para Lag antes de deixá-lo pela segunda vez. Mas ultimamente Lag tinha a impressão de que aquilo não era mais o suficiente para ele. Embora isso também não fizesse sentido. Se não queria ser amigo de Gauche, então queria ser o que? Ele provavelmente estava com tanta saudade que nem sabia mais o que estava pensando.

Aquilo era tão injusto. Lag tinha se tornado um Carteiro Abelha porque queria ser como ele, e veja só o que aconteceu! E ele estava tão perto agora… Niche tinha ido visitar sua irmã, argumentando que "não queria perder para ela", no que Lag concluiu que iria treinar para ficar mais forte (o que ele achava desnecessário, pois a menina já era absurdamente forte), então essa era a oportunidade perfeita. Já tinha feito sua entrega e terminado seu trabalho, e sabe-se lá quando Niche iria voltar, então tinha todo o tempo livre que quisesse para procurar por Gauche.

Depois de perguntar para algumas pessoas nas redondezas, um homem lhe informou sobre um pequeno grupo de pessoas que viviam mais afastadas da aldeia, perto do pé de uma montanha. Só podia ser eles. "Aqueles que não se tornaram espíritos". E, se fossem eles, Gauche estaria junto, com certeza. Seguindo o caminho indicado pelo homem, Lag chegou ao que parecia um amontoado de casas. Cerca de uma dúzia de cabanas foram construídas muito próximas uma das outras, embora estivessem em bom estado, para a surpresa do garoto. Todas pareciam desabitadas, exceto pela última. Um homem estava prestes a adentrá-la, carregando um balde em uma das mãos. Aparentemente tinha ido buscar água. Parou a meio
caminho da porta quando viu o garoto e seus olhos lilases se arregalaram levemente de surpresa.

— Lag Seeing?
— Gauche… Gauche! - ele não conseguiu conter as lágrimas que sempre escorriam em momentos de forte emoção e nem o impulso de correr até o mais velho. Se jogou em cima dele e o abraçou com força, fazendo com que Gauche derramasse o balde de água no chão - Eu senti saudade! Senti muita saudade…
— Não precisa chorar por causa disso - Gauche esboçou um leve sorriso, soltando-se do menor e adentrando a cabana. Lag o seguiu. - Não me diga que veio até aqui só porque estava com saudades?
— Na verdade eu precisei fazer uma entrega, mas, já que estava aqui, resolvi vim ver você… - Lag respondeu, olhando ao redor curioso. Era um lugar pequeno, porém aconchegante. Havia um sofá em um canto da sala e uma estante com alguns livros velhos no canto oposto. Na lareira, o fogo crepitava alegremente.
— Onde está sua dingo? - Gauche perguntou enquanto tirava as luvas, chamando a atenção do garoto - Imagino que não tenha vindo até Blue Notes Blues sozinho.
— Ah, não… a Niche foi visitar a irmã dela - Lag respondeu - E Roda e os outros, onde estão? Não os vi enquanto te procurava.
— Foram até a aldeia buscar mantimentos - o maior respondeu, sentando-se no tapete velho perto da lareira para se aquecer - Eu estava encarregado de trazer a água. Que você me fez derrubar, por sinal.
— Ah, me desculpe! Me desculpe! - Lag exclamou desajeitado - Vou agora mesmo buscar mais…
— Não precisa fazer isso. Eu mesmo pego depois, é o meu dever afinal - Gauche o interrompeu antes que o garoto saísse correndo, e Lag voltou a se sentar perto dele.
— Certo… - Lag não conseguiu evitar de esboçar um sorriso ao ouvir aquilo. Ainda se sentia culpado por ter derrubado a água, mas aquele tipo de frase era típica de Gauche. "Esse é o meu dever". Gauche sempre dizia isso quando era um Carteiro Abelha, mesmo que não se lembrasse mais disso. Parece que alguns hábitos não mudavam afinal.
— Por que está sorrindo?
— Ah, não é nada! - Lag apressou-se a dizer - E… como tem sido morar aqui?
— Um pouco difícil no começo. Os aldeões não gostavam "daqueles que não se tornaram espíritos" por causa de sua aparência - Gauche contou - Porém, com o tempo, passaram a pensar que, se forem amigáveis com eles, talvez assim recebam o perdão de Maka e ela volte a aparecer para eles e abençoá-los, como antes. Sinceramente, não acho que isso tenha alguma coisa a ver, mas está sendo de grande ajuda para nós.
— Suponho que sim - Lag riu.
— E você? O que tem feito durante esse tempo? - Gauche perguntou.
— Bem, o de sempre… entregando cartas, derrotando Insetos Blindados, você sabe.
— Na verdade não sei - o homem disse - Não me lembro de nada de quando era um Carteiro Abelha.
— Ah, é verdade - o sorriso de Lag murchou por um instante. E então se lembrou do motivo pelo qual queria tanto ver Gauche naquele dia - Ah, é mesmo! Hoje faz exatamente um ano desde que me tornei um Carteiro Abelha! Eu queria muito passar esse dia com você, Gauche.
— Comigo? Por que? - o maior piscou confuso - Fico feliz que você tenha completado um ano nesse ofício, mas você deveria estar comemorando com sua dingo e com seus colegas de trabalho, e não comigo.
— Claro que quero comemorar junto com eles, mas também quero que você esteja ao meu lado! - Lag exclamou - Eu decidi me tornar um Carteiro Abelha por sua causa afinal. Você foi a minha inspiração para que eu me tornasse um Carteiro Abelha. Desde que nos conhecemos, eu sempre te admirei tanto, sempre fiquei tão deslumbrando com você, sempre… te amei… - as palavras saíram antes que Lag pudesse contê-las.

Ele levou alguns instantes para perceber o que havia dito. Por que tinha falado aquilo? Ele não amava Gauche… amava? Minha nossa, era isso. Ele amava Gauche. Aquilo explicava tanta coisa… Lag não podia acreditar que só tinha percebido isso agora. E, logo após perceber isso, notou também havia se declarado antes mesmo de se dar conta de que estava apaixonado. Ele era provavelmente a primeira pessoa do mundo a fazer uma proeza dessas, e não em um bom sentido.

— O que foi que disse? - só então Lag notou que Gauche o encarava com os olhos vidrados e de queixo caído.
— Eu disse… disse que te amo - ele repetiu - Eu amo você, Gauche. Quero que fique ao meu lado. Por favor, volte para Yuusari Central comigo. Tenho certeza de que Sylvette e os outros também ficarão felizes em revê-lo.
— Eu já lhe disse antes. A pessoa chamada Gauche Suede não existe mais. Meu nome é Noir - o maior repetiu a frase que Lag tanto detestava ouvir - E você não me ama, Lag Seeing. Seus sentimentos parecem estar confusos, mas você ainda é muito jovem para entender o que é amor.
— Eu estou dizendo que te amo! - Lag exclamou, se apoiando nos joelhos para poder se aproximar dele - Durante seis anos da minha vida, tudo o que eu sonhei foi poder estar ao seu lado, mas você… você perdeu o seu "coração" e foi embora… e me deixou sozinho de novo - Lag sentiu lágrimas voltarem a brotar no canto dos olhos - Eu sei… sei que a culpa é minha. Foi tudo porque eu te pedi para procurar pela minha mãe. Você prometeu que iria procurá-la para mim, e a encontrou. E, como consequência, perdeu o seu "coração" e as suas memórias. Mas, mesmo assim, você trouxe uma carta dela para mim… entregou a sua última carta como o maravilhoso Carteiro Abelha que era.
— Eu realmente fiz isso? - Gauche perguntou em voz baixa depois de algum tempo em silêncio. Lag tinha voltado a chorar e Gauche realmente estava tentando se lembrar disso, sem sucesso - Você tinha me contado isso uma vez, antes de nos despedirmos um ano atrás. Eu pensei nisso várias vezes depois daquilo, mas não consigo me lembrar… sinto muito.
— Não. Eu é que sinto - Lag enxugou as lágrimas com as costas das mãos - Você perdeu seu "coração" por minha culpa. Se eu não tivesse feito um pedido tão egoísta…
— Não foi sua culpa, Lag Seeing - Gauche enxugou uma lágrima que começava a brotar no canto do olho do garoto.
— Volte comigo para Yuusari Central, por favor, Gauche - Lag pediu novamente, segurando a mão dele que ainda estava apoiada em seu rosto - O doutor Thunderland fez um grande progresso nas pesquisas dele, e parece que poderá recuperar os "corações" daqueles que não se tornaram espíritos muito em breve. Seus amigos poderão ter uma vida normal outra vez se vierem para Yuusari Central. Então, por favor… volte comigo. Não vou aguentar ficar longe de você, justo agora que percebi que te amo.
— Já disse que meu nome é Noir - o mais velho repetiu - Você havia dito que admirava Gauche Suede, certo? Talvez tenha apenas confundido admiração com amor…
— Não confundi nada! - Lag o interrompeu - Por que você não acredita que eu te amo de verdade?
— Lag Seeing… como pode ter tanta certeza de que me ama? Nós dois somos homens. E eu sou mais velho do que você - Gauche lembrou.
— Sim, mas… bem, e daí? Eu não posso escolher quem eu amo ou deixo de amar! - Lag exclamou, sem saber como argumentar - Eu só quero que você volte a viver junto comigo, com a Niche, a Sylvette e todos os outros, é pedir demais?
— Não, mas…
— Então por que você não pode fazer isso? Por que não pode simplesmente morar perto de mim? Eu não quero te perder de novo! - Em um impulso, Lag segurou o rosto de Gauche com as mãos pálidas e o beijou.

Era um beijo bastante desajeitado. O garoto estava simplesmente pressionando seus lábios contra os dele. Claramente nunca havia feito isso antes. E, embora não soubesse ao certo o que estava fazendo, foi o suficiente para fazer o rosto de Lag queimar mil vezes mais do que as chamas que crepitavam na lareira e aumentar a certeza de que amava aquele homem com todas as suas forças. Amava tudo em Gauche, e faria de tudo para levá-lo embora consigo.

Gauche tinha ficado paralisado com o choque por alguns instantes. Não imaginava que aquele garoto poderia ser tão atrevido. Ele levantou as mãos para afastar Lag mas, antes que o fizesse, sentiu uma forte dor de cabeça e uma queimação no peito. Imagens começaram a se formar diante de seus olhos. Sua irmã caçula, Sylvette, quando era criança, chorando quando ele lhe contou que iria para Akatsuki para ser uma Abelha Líder. Ele vestido como um Carteiro Abelha conversando com Aria Link na Colmeia. O doutor Thunderland conversando com ele e com… quem era aquela mulher? Ele não se lembrava dela… uma mulher usando jaleco, carregando flores. Ele tinha a impressão de que a conhecia, mas não conseguia lembrar seu nome. Uma mulher desfalecida na cama de sua antiga casa enquanto um bebê recém-nascido chorava. E lá estava ele. Lag Seeing. Mais jovem, viajando junto com ele, na primeira vez em que enfrentaram um Inseto Blindado juntos.

As imagens desapareceram no mesmo instante em que Lag se afastou dele. Gauche continuava de olhos arregalados, e Lag presumiu que fosse por causa do choque de ter sido beijado tão bruscamente.

— Desculpe - ele murmurou envergonhado - Quando vi já tinha feito, sinto muito - ele ergueu o olhos hesitante e viu que o maior encarava o nada, ignorando sua presença - Gauche… não me importa se você é Noir ou Gauche Suede, saiba que eu continuo gostando de você do mesmo jeito, então…
— Lag Seeing - Gauche interrompeu - Lembra quando você atirou aquela Bala Sincera em forma de carta em mim na tentativa de fazer com que eu recuperasse o meu "coração"?
— Hã? - Lag piscou, surpreso por ele tocar nesse assunto de repente - Sim, é claro que me lembro. Mas não funcionou…
— Tem razão, não funcionou. E acho que é porque você fez do jeito errado - Lag piscou confuso quando Gauche o encarou com uma seriedade anormal nos olhos lilases - Me deixe fazer isso mais uma vez. E, por favor, coloque todo o seu coração nisso.

Antes que Lag pudesse entender o que o maior queria dizer com aquilo, notou que agora era Gauche que o estava beijando.
"Ah. Então é assim que se faz".
Foi tudo o que Lag conseguiu pensar com clareza depois de entender a situação em que se encontrava. Percebeu como Gauche tinha encaixado seus lábios com os dele e os movia devagar e gentilmente, as mãos apoiadas em seus ombros magros. De todas as coisas que poderiam acontecer naquele dia, aquela era a última pela qual Lag esperava. Nem nos seus sonhos mais insanos (e olha que ele tinha muitos sonhos estranhos) poderia imaginar Gauche o beijando. Seu rosto voltou a esquentar ainda mais do que antes, se é que isso era possível, e seu coração batia tão forte que parecia que ia saltar pela boca.

Mas não tão forte quanto o de Gauche. Ele estava sendo o mais cuidadoso possível, mas era difícil, considerando a enorme enxurrada de memórias que invadia sua mente, ao mesmo tempo em que ele sentia uma pequena chama em seu coração, que há muito tempo estava oco e frio, se espalhar lentamente por todo o seu corpo, desde o dedo mindinho do pé até a última ponta do cabelo prateado. Mais e mais memórias surgiam diante dele, uma atrás da outra. Ele se lembrou do nome da mulher de jaleco que carregava flores. Era Mana Jones, uma assistente do doutor Thunderland. Lembrou-se de sua ex-dingo Roda, e do triste fim que a cadela teve ao se tornar um experimento de laboratório. E, como mais tarde, assumiu a forma de um ser humano, graças a fusão da mesma com outros animais e com uma humana que ele não conhecia, mas que também tinha "batizado" de Roda. Lembrou-se de quem era a mulher desvanecida na casa que vivia quando era criança e porque tinha dado aquele nome para sua irmã caçula. E se lembrou da primeira vez que viu o garoto que estava beijando agora.

Céus, é verdade. Ele estava beijando Lag. Estava tão entorpecido com todas essas lembranças, com seu coração pulsando novamente depois de tantos anos… ele precisava soltar o garoto. Mas ele não queria soltá-lo. Não mais por causa das lembranças, mas porque era Lag. Não queria parar de beijá-lo. Queria continuar assim com ele o máximo de tempo possível. Espere, isso não fazia sentido, fazia? Mas, por ser Lag, parecia fazer sentido.

Apesar de ainda estar confuso, Gauche optou por soltá-lo quando notou que Lag estava ficando com falta de ar. Depois dos instantes que o mais novo levou para se recompor, ele encostou sua testa na dele e disse:

— Lag Seeing. Você sabe porque eu dei o nome "Sylvette" para a minha irmã?
— Hein? - o garoto falou, ofegante - Não… não sei.
— Porque era o nome da minha mãe - Gauche contou - Ela morreu ao dar a luz a Sylvette. Então eu dei o nome dela para a minha irmã.
— Mas, Gauche. Você me disse que não se lembrava de nada sobre a sua mãe… - Lag interrompeu-se ao ver um sorriso se formar no rosto do maior - Não me diga que… a sua memória…
— … voltou - Gauche completou a frase dele. O homem recuou, sentando-se ereto, de frente para o mais jovem - Completamente. Eu havia me esquecido até do rosto da minha mãe, mas, parece que o nome dela permaneceu gravado na minha memória de alguma forma, então eu o dei para a minha irmã. Assim como eu dei o nome da minha dingo para a Roda depois de todos aqueles experimentos que fizeram com ela. Eu tinha me esquecido disso também.
— Então a sua ex-dingo, Roda… ela realmente…
— Ela não está morta - Gauche o interrompeu - Apenas mudou de forma. Agora assumiu uma forma humana. Mas Roda é e sempre será a minha dingo.
— Sim… tem razão - Lag assentiu. Aquela era uma bela maneira de se pensar, realmente.
— Sabe porque a sua Bala Sincera em forma de carta não funcionou daquela vez? - Gauche indagou e Lag balançou a cabeça - Foi porque você atirou em mim. Não é assim que se trata uma pessoa que você quer salvar. Alguém que você disse que ama. Não é atirando na pessoa que você vai recuperar o "coração" dela, mesmo que seja uma Bala Sincera. Se você quer salvar alguém, tem que demonstrar isso com afeto. Usando todo o seu "coração". Do jeito que você acabou de fazer - ele acariciou os cabelos prateados do mais novo - Não tinha percebido o quanto você era precioso para mim. O seu coração finalmente me alcançou. Você me salvou, Lag Seeing. Obrigado, de verdade.
— Gauche… - Lag atirou os braços ao redor do pescoço dele e o envolveu em um forte abraço. Estava tão feliz por Gauche ter finalmente recuperado seu "coração" que não pareceu compreender completamente o significado daquela frase - Você realmente se lembra de mim agora, não é, Gauche? Ah, desculpe… quero dizer, Noir.
— Acho que eu tenho um nome do meio agora - Gauche afastou os braços dele gentilmente para poder encará-lo - "Gauche Noir Suede". Eu não posso abandonar "aqueles que não se tornaram espíritos" afinal. Eles também são minha família.
— isso significa… que você não vai voltar para Yuusari Central comigo? - Lag indagou cabisbaixo.
— Eu disse que eles são minha família, mas não disse que eles não podem se cuidar sozinhos - Gauche respondeu - E eu também estou com saudade da Sylvette. É claro, se eu for para qualquer lugar longe daqui, Roda irá comigo, ela é minha dingo afinal, mas… se ainda me quiserem em Yuusari Central, acho que não tem problema eu ficar lá por um tempo.
— Sim! É claro que todos ficarão felizes em vê-lo! Todo mundo está com saudades de você, Gauche! - Lag mal podia acreditar no que estava ouvindo. Gauche realmente iria voltar para casa. Ele tinha recuperado suas memórias e seu "coração"… esse sim era o Gauche que Lag conhecia. Ele estava tão feliz que percebeu tardiamente que o homem tinha pego a garrafa térmica que estava em sua bolsa e agora começava a ingerir seu conteúdo - Ah! espere, Gauche! Não tome isso!
— Por que não? Eu perguntei se podia beber, mas como você não disse nada, interpretei como um "sim".
— Desculpe, eu não ouvi. Mas é melhor você não beber isso…
— Mas por que? - Gauche perguntou - Você me fez derramar toda a água que eu tinha trazido e agora eu não tenho como cozinhar nada para o jantar, e estou com fome. Se você tinha trazido sopa, poderia ter me falado antes - ele continuou bebendo da garrafa térmica.
— Sim, mas… foi a Sylvette quem cozinhou essa sopa… - Lag contou, temendo que o homem fosse sofrer de uma ânsia de vômito a qualquer momento.
— Ah! Isso explica porque está tão gostosa! - ele terminou tudo em um gole só. Se Lag ainda precisava de alguma confirmação, ali estava. Aquele sim era o verdadeiro Gauche, sem um pingo de paladar. O único ser humano capaz de achar a sopa nojenta de Sylvette deliciosa.


~*~ THE END ~*~


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Notas finais do capítulo

Olá de novo e obrigada por ter lido até o final!
Bom, se alguém estava esperando por uma coisa mais "caliente", eu peço desculpas com antecedência.. essa fic é pra ser mais focada no Gauche recuperando o "coração" dele e voltando a ser do jeito que era na época em que trabalhava como Carteiro Abelha, por isso tentei escrever uma coisa bem fofinha, a parte yaoi era mais um "brinde" mesmo (apesar de eu shippar muito esses dois XD). Mas o amor do Lag pelo Gauche foi o fator crucial para recuperar o "coração" dele, deveria ter tido isso no anime!
Mas, pois é, né, quando o autor estraga o final, a gente cria fanfic e conserta, elas existem pra isso XD
Eu espero que vocês tenham gostado dessa oneshot, pois eu amei escrevê-la ♥
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Kissus^^



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