T.O.C. - Obcecado por você. escrita por Hamal, Rosenrot


Capítulo 4
Faxina completa! - Extra


Notas iniciais do capítulo

Acharam que havia terminado? Só que não.

Aqui está um extra, com uma faxina bem mais pesada.

espero que gostem do "brinde" hahah beijos

ps: capa desenhada pela minha parceira/coautora/monamu/xuxu Rosenrot



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Já era fim de tarde quando o Santo de Áries enfim retornou ao lar.

Enquanto subia as escadas rumo ao Sexto Templo, massageava com as mãos ásperas o pescoço dolorido pelo trabalho árduo na forja.

Excepcionalmente naquele dia Mu não havia ido trabalhar com Camus no setor administrativo do Santuário, já que tinha sido requisitado para preparar as novas armaduras de treino que seriam cedidas aos aprendizes recém-chegados.

Foi um dia intenso de trabalho duro e pesado, em meio ao fogo, metal e carvão, de maneira que quando deu o expediente por encerrado o ariano estava tão suado e coberto de fuligem que se viu obrigado a tomar um banho, na Casa de Áries mesmo, antes de subir para Virgem. Não que o cheiro da forja ou o seu próprio cheiro de suor incomodasse Shaka, mas apenas porque não queria deixar uma trilha de sujeira no trajeto entre a entrada e o banheiro do casal que ficava no quarto, o que certamente lhe acarretaria uma bronca merecida.

Certamente o atraso no regresso ao lar iria valer a pena, já que limpo e cheiroso era só chegar e ir direto matar a saudades da família.

— Kiki? Lakshimi? — Mu chamou ao retirar os sapatos e adentrar a parte residencial do Templo de Virgem. Achava estranho os pequenos não o virem receber como de costume — Luz da minha vida, cheguei! — bradou quando chegou à sala.   

Não obtendo reposta o lemuriano olhou em volta, preocupado e curioso.

Realmente não sentia a aura dos filhos em casa.

Um tanto apreensivo rumou para o quarto do casal onde sentiu a aura de Shaka, mas assim que cruzou o batente da porta percebeu algo diferente no ambiente.

Um perfume suave de sândalo pairava no ar. As cortinas coralinas de tecido fino estavam fechadas sobre as janelas abertas e dançavam graciosas conforme a brisa lhes batia. Um sino de vento tilintava ao fundo, e detrás de um biombo de madeira com entalhes de arabescos e elefantes viu as mãos de Shaka a soltar os longos cabelos loiros que antes estavam presos em um coque.

Mu podia ver apenas o topo da cabeleira loira, mas nem de longe foi o marido que chamou sua atenção assim que entrou ali.

Sobre a cama havia uma grande bandeja de Inox, e dentro dela toda a sorte de produtos de limpeza, desde detergentes e limpa vidros a lustra móveis e removedor de gordura.

Havia também uma série de panos usados para cada tipo de serviço. Flanelas, estopas, pano de chão, e também uma par de luvas de borracha... Tudo organizado por cor e tamanho.

Mu franziu a testa, porém não se ateve aquilo por muito tempo.

Shaka era um homem maníaco por limpeza e organização, e onde ele estava pelo menos meia dúzia de panos, frascos de produtos e escovões estavam também.

— Luz da minha vida, onde estão nossos filhotes? — perguntou o ariano caminhando até o centro do quarto.

— Estão com Afrodite. — respondeu Virgem ainda detrás do biombo — Mais tarde subimos para busca-los.

Shaka então se revelou deixando o biombo para caminhar a passos lentos até o marido, o qual o olhava surpreso, pois diferente das túnicas habituais que usava em casa, o indiano estava vestido com uma calça social muito elegante de corte reto em tom cru, com vincos perfeitamente passados. Tinha um lenço em torno do pescoço e alguns colares de contas, ao estilo budista, além de vários anéis de ouro nos dedos.

— Aliás... — continuou o virginiano, agora enquanto corria as mãos pelos ombros fortes do lemuriano os apertando suavemente —... Pretendo busca-los beeem mais tarde! — sorriu malicioso, depois se inclinou para dar um beijo nos lábios do marido.

— Tarde é? — Mu respondeu, confuso e surpreso, enquanto retribuía as carícias do marido abraçando sua cintura para também lhe roubar um beijo — Nossa! Você está lindo!... Está se arrumando? Por que não me avisou que iríamos sair? Dê-me alguns minutos para eu me trocar.

— E quem disse que vamos sair? — disse Shaka ao beijar o pescoço do ariano — Não podemos sair. Há muito serviço aqui a ser feito. Não está vendo? — indicou a bandeja com os produtos de limpeza em cima da cama.

Mu olhou para o objeto sem entender nada, depois analisou o cenário à sua volta vendo tudo extremamente limpo e organizado, então voltou a olhar para o indiano, agora com uma expressão confusa em seu rosto.

— Eu... Eu não estou entendendo, Sha. Se vai limpar a casa, por que está vestido assim? Por que a decoração, os incensos? — perguntou.

Shaka acariciou a lateral do rosto de Mu colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, depois contornou-lhe os lábios úmidos com a ponta do dedo indicador.

— Eu estou vestido assim para você, não para sair. — mordiscou de leve o queixo do ariano enquanto seus olhos azuis hipnóticos divisam os verdes curiosos — Também separei uma peça de roupa para você vestir... Está atrás do biombo. Vá lá ver.

— Roupa para mim? — Mu deixou escapar um sorriso sensual e divertido — Está aprontando alguma, não é? — apertou o corpo do loiro contra o seu lhe dando um beijo suave no pescoço.

O lemuriano então se afastou e caminhou até o biombo. No trajeto olhou para Shaka e lhe deu uma piscadinha travessa. Quando entrou no espaço restrito procurou pela roupa a qual o indiano havia mencionado, mas ali, pendurado em um cabide de madeira, só havia um avental vermelho e um lenço que reconheceu na hora. Era o lenço que Shaka usava quando fazia faxina na casa.

Olhou com uma expressão séria para as peças e as pegou nas mãos as analisando. Era alguma brincadeira?

Um pouco irritado com todo aquele mistério, e também por perceber que Shaka fazia um jogo do qual ele não estava entendendo as regras, Mu saiu detrás do biombo trazendo as peças consigo nas mãos.

— Shaka. O que significa isso? — perguntou visivelmente aborrecido — Se for uma piada não estou achando graça nenhuma.

O Santo de Vigem aproximou-se dele, apanhou o lenço de suas mãos e o passou por detrás do pescoço do ariano. Com um puxão o fez inclinar-se para frente e lhe roubou outro beijo.

— Sabe por que não está achando graça, Mu? — sussurrou afastando minimamente os lábios dos dele — Porque não há graça nenhuma. — tomou a boca do ariano com outro beijo quente e intenso, para depois afastar-se novamente — Sabe, eu estava vendo aquele vídeo que você me deu de presente anos atrás, no dia do nosso aniversário de casamento.

Mu arregalou os olhos, surpreso.

— Pelos deuses! Onde o achou? Achei que tivesse jogado aquilo fora! —murmurou em choque. A face sendo tomada por uma vermelhidão intensa. Seu rosto queimava de vergonha ao se lembrar das cenas que gravou ao marido quando teve aquela ideia estapafúrdia — Shaka... Você me prometeu que ia esquecer esse filme. — disse completamente constrangido.

Segurando Mu pelos braços, Shaka o fez caminhar de costas até que batesse com os ombros na parede, então pressionou seu corpo contra o dele para que Áries pudesse sentir tanto seu calor quanto sua excitação.

— Eu fui um tolo em não perceber na época o quão sexy e desejável você está naquele filme, Mu. — cobriu os lábios ofegantes do lemuriano com os seus — Seu olhar... Os seus gestos... Oh céus, Mu!... Minha mente repete e repete aquelas cenas obcessivamente, e meu corpo... — sussurrou buscando a mão do lemuriano para depois coloca-la sobre seu pênis rijo, por cima do tecido fino da calça —... O meu corpo queima!

— Está brincando, não é? — disse o lemuriano um tanto surpreso, tanto pelas palavras do virginiano quanto por aquele ataque repentino, porém, mesmo surpreso sentia-se excitado com o ataque, e por isso correspondia às carícias fechando a mão ao redor da ereção de Shaka imprimindo força — Eu estava completamente ridículo... Prova disso foi a maneira como você riu.

— Sim, eu ri, mas porque eu não esperava algo tão... excêntrico. — falou o indiano aos suspiros, sentindo todo o corpo estremecer aos toques habilidosos do companheiro — Mas, depois não, Mu... Depois eu assisti novamente, sozinho e... Nossa, olha como eu fiquei!

— Hmm Sha-ka — Mu gemeu contra a boca do marido, fechando com mais força a mão em um aperto prazeroso — M-Mas você tem certeza de que quer isso? — questionou entre beijos enquanto massageava a ereção do esposo, que lhe atacava com voracidade — Depois de tudo, eu... Eu não sei se consigo fazer aquilo novamente, ainda mais pessoalmente... Pelos deuses, Luz da minha vida, sabe que sou tímido para essas coisas.

A mão de Shaka descia ávida pelo abdome viril do ariano até enfiar-se por debaixo da blusa de algodão que ele vestia e arranhar a pele alva. Depois sondou buliçosa a linha do cós da calça e apressada lhe abriu o botão já descendo o zíper.

— Nem se Shaka pedir? — Virgem sussurrou enquanto enfiava a mão dentro da cueca de Áries para lhe apertar levemente o membro já muito rijo.

— Hmm... — gemeu o ariano em resposta aquele toque tão ousado quanto delicioso — Isso já é apelação...

— Se necessário faço pior. Ficou tão bem com o avental no vídeo... Especialmente sem nada por baixo. — sussurrou o loiro enquanto marcava o pescoço alvo do lemuriano com beijos, lambidas e chupadas, a medida que intensificava a provocação — Vista ele de novo para mim, Mu. — pediu enquanto seus dedos pressionavam com delicioso vigor o membro turgido em sua mão.

Mu revirou os olhos e apertou os lábios na tentativa de conter o gemido alto que lhe brotava do fundo da garganta. Shaka jogava baixo consigo. Era incrível como o indiano conseguia tirar de si as mais inesperadas reações, além de sempre convence-lo a realizar todas suas fantasias.

Estava completamente envergonhado pelo filme, e a ideia de vestir aquele avental o aterrorizava, mas o marido o instigava, e estava mais do que claro a excitação do loiro.

Sua atuação ao vivo não teria como ser pior que a do filme, por isso, tomando coragem, e sem conseguir mais resistir àquela tentação loira que tanto lhe provocava, o ariano respirou fundo, e fazendo uso de sua telecinese ligou o aparelho de som que ficava ao lado da cama. Imediatamente o quarto foi tomado pelos acordes de uma batida sensual, já que sempre deixavam um CD com músicas românticas e eróticas dentro do aparelho no gatilho para momentos como aquele.

Antes que mudasse de ideia, em um movimento rápido e brusco, Mu segurou Shaka pelos cotovelos e inverteu suas posições. Agora era ele quem pressionava o indiano contra a parede e tomava sua boca com um beijo quente, sensual, até mesmo ansioso. Queria mostrar a Shaka o quanto ele mexia consigo, a ponto de fazê-lo ter aquelas ideias um tanto quanto excêntricas, como quando decidiu fazer o famigerado vídeo.

Shaka, em contrapartida, correu ambas as mãos pela cintura de Mu até tocar em suas nádegas e apertá-las com força, trazendo o quadril dele para mais junto do seu, pressionando suas ereções.

— Hmm, seu desejo é uma ordem. — sussurrou o lemuriano entre arquejos e gemidos roucos, finalmente enfrentando a timidez — Hoje eu vou cuidar direitinho da casa, e também de você!

Shaka sorriu safado, e Mu lhe mordeu o queixo o provocando, mas logo em seguida recuou um passo e se afastou, sob o olhar sempre atento do virginiano.

O Santo de Áries, então decidido a entrar naquele jogo de sedução deu inicio a um strip tease carregado de sensualidade, mas sempre sem perder o bom humor, sua melhor arma contra a vergonha que o tomava nesses momentos, o qual foi acompanhado minuciosamente pelos olhos sedentos de luxúria de Shaka, que mordendo os lábios acompanhava cada movimento sem sequer piscar.

Já nu, Mu se abaixou com lentidão e apanhou o avental que estava caído no chão, sem de fato acreditar que faria mesmo aquilo. De maneira sensual, passou a tira superior por cima do pescoço, puxou os longos cabelos lavanda para frente e virou-se de costas para Shaka, deixando o indiano completamente louco de tesão ao exibir suas nádegas firmes e branquinhas.

— Amarra para mim? — disse ao olhar por cima dos próprios ombros, encarando os olhos felinos do amado com os seus que exalavam volúpia.

Como uma fera que saliva ao observar a presa, Shaka correu os cobiçosos olhos azuis pelos ombros largos, as costas másculas e perfeitamente torneadas e o quadril estreito até alcançar as nádegas, então deu um passo à frente encostando seu corpo ao de Mu.

— Perfeito! — sussurrou Virgem, enquanto distribuindo beijos ofegantes de excitação pela nuca arrepiada de Áries dava um laço no avental medindo ponta com ponta.

Ao terminar Shaka deslizou as mãos pelas nádegas de Mu dando uma forte apalpada, e com uma leve mordida em seu ombro afastou-se uns poucos passos, até esbarrar com a penteadeira, onde se manteve encostado observando o ariano.

Mu então virou-se de frente para o indiano o encarando de forma arrebatadora, piscando os cílios longos lilases enquanto lhe sorria, o seduzindo, jogando com ele.

— Por onde devo começar? — perguntou o ariano, que por mais que tentasse disfarçar tinha a face corada — Chão? Móveis? Talvez os vidros das janelas...

Shaka sorriu malicioso, sentindo todo seu corpo estremecer, então olhou para o lado e passou lentamente o dedo indicador sobre a superfície de madeira da penteadeira, em seguida voltou a olhar para Mu e esticou o braço lhe mostrando o mesmo dedo que havia passado no móvel.

— Eu quero fazer amor com você aqui, sobre esta penteadeira, mas... veja como está empoeirada! Shaka odeia sujeira! — sorriu libidinoso.

— É mesmo! — Mu sorriu de volta, e só de imaginar o que faria com o marido em cima daquele móvel já sentia seu peito arder tomado por um calor repentino e a pele do corpo todo se arrepiar. Tinha adorado a proposta — Então vamos dar um jeito nisso, não é?

Sem perder mais tempo o lemuriano amarrou rapidamente o lenço na cabeça e os cabelos num rabo de cavalo, depois caminhou até a cama onde apanhou o par de luvas de borracha amarelo limão e as vestiu. Em seguida pegou de dentro da caixa deixada ali um borrifador e uma flanela limpa.

Devidamente equipado voltou até Shaka, na penteadeira, que acompanhava cada movimento seu com os olhos azuis vidrados, e quando chegou bem perto usou todo o peso de seu corpo para pressiona-lo contra o móvel, com força.

— Vou deixar essa penteadeira bem limpinha, sabe por quê? — Mu sussurrou rouco ao pé do ouvido do indiano enquanto passava os braços por trás de seu corpo e umedecia a flanela com a água do borrifador.

— Por quê? — Shaka perguntou beijando a lateral do rosto do ariano.

— Por que vou tirar toda sua roupa e deita-lo nu sobre ela. — outro sussurro rouco, e enquanto dizia Mu passava a flanela sobre a madeira executando movimentos lentos e circulares, fingindo tirar a hipotética sujeira acumulada — E essa sua pele tão delicada, cheirosa... Hmm... macia e branquinha não pode ficar em contato com o pó, não é, Luz da minha vida?

Shaka ofegou, sentindo o coração acelerar ainda mais ao ouvir aquelas palavra, ao passo que seu corpo todo tremia ao contato dos beijos que Mu lhe distribuía pelos ombros, pescoço e peito enquanto ainda passava a flanela dedicadamente sobre a madeira do móvel.

— Humm... Sim, não pode, aahh... — o loiro gemeu ao sentir a ereção firme do outro roçar na sua enquanto ele se remexia todo para fazer a “limpeza” — Isso, Mu, limpa bem...

Súbito, o calor que consumia o cavaleiro de Virgem por dentro beirou o insuportável, então Shaka apoiou ambas as mãos na peça de madeira e dando um impulso para cima sentou-se sobre o móvel abrindo as pernas e puxando Mu pela cintura para que se encaixasse no meio delas, depois beijou-o de forma apaixonada, afoita e extremamente sensual.

Mu retribuiu ao beijo com igual intensidade e desejo, e tão entregues eles estavam a seus instintos que logo o ariano soltou o borrifador e a flanela para num ímpeto voluptuoso varrer tudo que havia em cima da penteadeira com as mãos, jogando tudo no chão.

Com a mesma gana e pressa, de forma quase desesperada Mu agora arrancava as roupas de Shaka, as poucas roupas, já que o indiano vestia apenas uma calça, um lenço longo sobre os ombros e alguns colares de contas no pescoço.

— Eu acho que já está bem limpa, Sha. — disse o ariano enquanto arremessava para longe as peças recém-tiradas do marido.

— Sim! Já está perfeita! — o loiro ofegou, quase sem voz, emaranhado seus dedos nos cabelos lavanda para arranhar a nuca do amado.

Bastou aquela resposta para que Mu o segurasse com força pelo quadril e com um único movimento, rápido e preciso, o virasse de costas o obrigando a se debruçar sobre o móvel. Com uma das mãos o ariano afastou os cabelos loiros deixando as costas do indiano nuas, e com a outra levantou o avental que vestia até a cintura.

Sem retirar as luvas, Mu abriu a gaveta lateral da peça de madeira e de lá retirou uma bisnaga de lubrificante. Apressado despejou uma boa quantia sobre seu pênis e jogou a bisnaga no chão quase no mesmo instante em que afastava as nádegas de Virgem para dar início a penetração.

Tinha pressa, sentia-se excitado a um nível incontrolável, por isso, diferente de como quase sempre faziam, não preparou o marido para recebê-lo, tampouco esperou que ele se acostumasse, mas o penetrou de uma vez já dando inicio às estocadas vigorosas.

— Aaaah... Mu! — Shaka gemia sem nenhum pudor. Mu havia se debruçado sobre suas costas e segurava-lhe forte os punhos com as mãos cobertas pelas luvas de borracha, enquanto se arremetia feito um louco para dentro de seu corpo, o que lhe causava um frenesi lúbrico que o fazia remexer e empinar os quadris numa demonstração explícita de que queria mais.

O choque dos corpos só não era mais ruidoso que o do móvel de madeira a se chocar contra a parede, ambos produzindo um som cadenciado que se misturava à batida sensual da música que tocava embalando a ânsia dos amantes.

— Hmmm... Shaka... — Mu sussurrava beijando as costas do indiano e sentindo o leve sabor salgado do suor que delas já brotava invadir seus lábios. Tão excitado estava que não conseguia diminuir o ritmo das estocadas, imprimindo cada vez mais força e rapidez à penetração.

E todo esse desejo desenfreado e tresloucado de ambos logo atingiu seu ápice.

Poucos minutos depois Shaka já sentia seu corpo ser tomado por uma descarga elétrica tão intensa que parecia minar todas suas forças de uma só vez. Sentir Mu dentro de si lhe era tão prazeroso, e ainda mais daquela forma tão enérgica, que nem foi preciso se tocar para que experimentasse um orgasmo arrebatador.

Mu por sua vez, deixou-se levar pelo prazer indizível de sentir o orgasmo do amado e, sem tentar prolongar nada, pouco depois também gozou dentro dele, sentindo seu peito quente, como se pudesse explodir de paixão, tesão, delírio!

Debruçados sobre a penteadeira, ambos agora ofegantes e suados procuravam recuperar o fôlego. Mal se mexiam. Pouco a pouco Mu sentia o corpo abaixo do seu cada vez mais relaxado, a respiração cada vez mais amena, e agora também se permitia relaxar, soltando todo seu peso sobre o amado, não acreditando ainda que de fato fizera amor com o esposo vestido daquela maneira.

— Acho que nem naquela época em que fiz o vídeo eu pensei que faríamos algo desse tipo. — o ariano confessou rindo, quase sem voz — Foi bem ousado, e eu adorei! — disse enquanto beijava os ombros do virginiano.

Com um suspiro reparador, Mu fez menção em erguer o tronco para sair de cima de Shaka e retirar as luvas de borracha, mas súbito Virgem girou ligeiramente o corpo para o lado e agarrou seu pulso o impedindo e o deixando surpreso.

— Não! — disse em arroubo buscando os olhos de Mu — Não as tire ainda. Fique com elas.

Uma das pintinhas na testa do lemuriano se ergueu questionadora.

— Posso saber por quê? — Mu perguntou sorridente segurando no queixo de Shaka com o polegar e o indicador, o fazendo sentir a textura do látex contra sua pele quente — A penteadeira já está limpinha, Luz da minha vida.

O tom usado pelo lemuriano era um tanto sacana e irônico, já que na verdade o móvel estava uma verdadeira bagunça, com algumas gavetas abertas devido ao balanço frenético, molhada de suor e com todos os objetos espalhados pelo chão. Com cuidado saiu de dentro de Shaka, desceu o avental e o ajudou a se colocar de pé, ali a sua frente.

— A penteadeira sim, mas pelo visto você não passou pela cozinha. — disse o virginiano ainda meio ofegante, enquanto com as mãos mesmo ajeitava as mechas loiras do cabelo todo bagunçado.

— A cozinha? O que tem a cozinha? — Mu perguntou curioso, já temendo o pior.

Shaka então esgueirou-se para o lado e apanhou de um cabideiro um roupão de seda com o qual se vestiu. Depois beijou rapidamente os lábios de Mu encarando seus olhos verdes de modo travesso.

— Venha. — disse o loiro ao pegar na mão do marido e conduzi-lo para fora do quarto.

No caminho Mu seguia o marido aos tropeços, pois sabendo que ele planejara algo não conseguia conter o ímpeto de provoca-lo com beijos, mordidas e apertões.

Ao chegarem à cozinha o lemuriano foi novamente surpreendido por um ambiente todo erótico.

Velas aromatizadas estavam espalhadas pelo chão, e pétalas de flores salpicadas pelos moveis. Mas, um detalhe chamou mais a atenção de Mu que a decoração caprichada: Uma pilha de louça suja na pia.

Abraçado a Shaka por trás, enquanto o acariciava na barriga Mu riu um tanto sem jeito e surpreso novamente.

— Sacana! — sussurrou ao morder o lóbulo da orelha do marido — Acho que está se aproveitando de mim.

Shaka sorriu divertido.

Há tempos não se divertiam com aqueles jogos dos quais tanto gostavam. A correria do dia a dia, depois a vinda dos filhos limitaram um pouco as loucuras do casal, que passou a se adequar a nova rotina, mas não naquela noite.

Virando-se de frente para o ariano, Virgem passou os braços por seu pescoço, e andando de costas o puxou até a pia enquanto distribuía beijos por todo seu rosto.

— Quando você fez aquele vídeo mundano de pornografia de presente para mim, um dia pensou que iriamos encená-lo ao vivo? — perguntou o loiro.

— Não. Absolutamente não era essa a minha intensão. — Mu sorriu mordendo os lábios do marido, depois levou as mãos enluvadas até suas nádegas as apertando com força — Sinceramente, achei que aquele dia faríamos amor no tapete da sala e nada mais. Eu sou tímido. —sussurrou enquanto mordia e beijava o pescoço marcado do marido — Mas, você me deixa tão louco que eu faço coisas inimagináveis, Shaka, inclusive atuar em um vídeo mundano de pornografia e depois encena-lo ao vivo para meu virginiano lindo, sexy e fogoso. — a cada palavra dita um novo beijo quente arrepiava toda a pele do indiano — E eu atuo muito bem, quer ver?

— Se quero! — Shaka respondeu sorrindo.

Mu desceu os lábios pelo pescoço, beijando a pele alva enquanto abria ligeiramente o roupão do amado para descer até o torso e mordiscar de leve um dos mamilos, arrancando um gemido languido de Shaka. Depois, afastou-se e seguiu até a pia, posicionando-se ali enquanto trocava olhares com o loiro.

De costas para Shaka, com as nádegas firmes a mostra, agora Mu pingava detergente na bucha com extrema sensualidade, depois começou a esfregar um copo lentamente mordendo os lábios num misto de brincadeira e provocação.

— Olha, vou lavar até o fundinho do lado de fora... Para não juntar lodo! — disse quase num sussurro.

Não resistindo mais aquele ar brincalhão nato do marido, tampouco à sensualidade natural que exalava dele, fosse num jogar de cabelos, num olhar provocativo, ou até na remexida de quadril enquanto chacoalhava o copo sob o jato de água para enxagua-lo, Shaka caminhou até ele novamente colando seu corpo ao dele.

— Ah... sim! Mu atua muito bem! — disse o indiano metendo as mãos por debaixo do avental do lemuriano para manipular seu sexo — Hum... Inclusive, Shaka adora ver o Mu atuando! — agora sussurrava enquanto o masturbava lentamente e lhe lambia o lóbulo da orelha.

— Aaaah Shaka... Não faz isso comigo, ou eu... — interrompeu-se quando sentiu o pênis duro do virginiano contra suas nádegas.

Mu bem que tentou manter sua atenção focada na louça suja na pia, mas as mãos habilidosas de Virgem o bolinando tão deliciosamente por debaixo do avental, somadas à ereção úmida dele a lhe roçar as nádegas o levava ao limiar de seu juízo.

Limiar esse que foi rompido de vez quando Shaka mergulhou a língua dentro de sua orelha lhe causando um arrepio tão forte que deixou o copo escorregar de suas mãos.

— Ah! Shaka... Seu... Seu...

Mu não terminou a frase, tampouco a louça, pois no instante seguinte, louco de tesão novamente se virou de frente para Shaka e num arroubo de luxúria o pegou no colo, para total surpresa do loiro.

— Eu avisei para não me provocar.

Shaka sorriu, tão excitado quanto o amado, e quando menos esperava Mu o carregou apressado no colo até a mesa de jantar, jogou a fruteira no chão, arrancou a toalha usando sua telecinese e o deitou de costas sobre a madeira fria.

Ansioso por mergulhar nos prazeres que aquele corpo lhe proporcionava, Áries mordeu quase que desesperadamente a ponta do dedo de uma das luvas a puxando com a boca para retira-la. Terminou de despir Shaka do roupão de seda o abrindo por inteiro, e sem mais esperar segurou em seu pênis turgido o masturbando lentamente, delirante ao vê-lo se remexer sobre a mesa diante aquele toque.

Sem tirar os olhos do rosto corado e lascivo do virginiano, com seu olhar mais sacana Mu agora distribuía beijos pelo peito de Shaka, contornando os mamilos com a língua ora os sugando, ora os mordendo, até descer ao umbigo e com um último olhar provocante abrir a boca e abocanhar o sexo do amado.

Agora de olhos fechados o ariano iniciava um vai e vem constante, cadenciado, chupando a ereção deliciosa com vontade e desejo, lambendo a glande com movimentos rápidos de sua língua quente, apertando os lábios contra a carne absurdamente firme.  

Nada no mundo era mais excitante ao cavaleiro de Áries do que sentir o prazer e o tesão do marido pulsar dentro de sua boca, deslizar até sua garganta.

— Aaaaah... Mu!

Virgem gemia alto, sem se preocupar se estava sendo demasiadamente depravado. Mandou ao inferno os gemidos sempre abafados para entregar-se por inteiro aquele prazer sublime. Erguendo ligeiramente a cabeça olhou para baixo para ver seu próprio membro sumir dentro da boca do ariano, e nessas horas sentia um arrepio na espinha de tesão que lhe fazia tremer até os fios de cabelo.

Levou uma das mãos até a cabeça de Mu e segurou um punhado de cabelo junto do lenço que ele usava para forçar sua cabeça para baixo, então passou a movimentar o quadril como se estocasse a boca do lemuriano, só parando quando o ouviu engasgar, mas tão excitado ele ficava com isso que com mais alguns estímulos e sugadas fortes gozou novamente, derramando-se na garganta do amado e sentindo seu corpo quase entrar em colapso, tamanha a intensidade do orgasmo.

Extasiado com o que acabara de proporcionar ao indiano, Mu limpou o cantinho dos lábios com a língua e debruçou-se sobre ele, pousando a cabeça em seu peito para acompanhar o ritmo frenético de seu coração até que este se abrandasse.

— Você é delicioso. — sussurrou ao erguer a cabeça após alguns minutos ali e olhar para o rosto afogueado de Shaka, que ainda letárgico lhe sorriu de volta.

Mu então estendeu a mão sem a luva para o marido o ajudando a se sentar na mesa. Com extremo carinho ajeitou os cabelos bagunçados de Shaka e lhe deu um beijo no rosto ainda quente.

— Está todo suado. — disse afastando umas mechas da franja loira que estavam coladas na pele.

— Você também está. — Virgem rebateu retirando o lenço da cabeça de Mu para também ajeitar seus cabelos revoltos.

— Vem tomar um banho gostoso comigo. Posso esfregar você todinho... Com bucha e sabonete antibacteriano! — sussurrou, mas logo em seguida riu fazendo graça, também arrancando risos do virginiano.

— Assim fica impossível Shaka recusar! — Virgem respondeu pousando os lábios sobre os de Mu, experimentando aquela textura doce e macia com ternura enquanto o ariano lhe pegava pela cintura e o descia da mesa.

Seguiram juntos de mãos dadas pelo corredor até chegar à sala, então, para surpresa de Mu, Shaka deteve os passos parando no centro do cômodo.

— Espere! — disse puxando o lemuriano pela mão.

— Hm? O que foi? — Mu perguntou curioso.

— Olhe para sua esquerda. — ordenou o loiro num sussurro.

Mu fez conforme foi pedido, e não acreditou no que viu.

Estrategicamente posicionada sobre o tapete felpudo da sala havia uma mesa de passar roupas. Sobre ela havia um ferro de passar e uma pilha de roupas dobradas e organizadas por cor, prontas para serem passadas.

— Pelos deuses do Olimpo! — disse o ariano com os olhos arregalados e a boca aberta — É sério isso, Shaka? — olhava embasbacado para a pilha de roupas e o ferro, não sabendo que emoção sentir, perdido entre o riso e o espanto.

— Se é sério? — disse Virgem colando seu corpo ao do ariano, depois levou os braços às costas de Mu e desfez o laço do avental, sempre encarando os olhos verdes do amado — E Shaka alguma vez blefou?

Dito isso o loiro juntou os cabelos lavanda os erguendo minimamente apenas para poder puxar a alça do avental para cima e tira-la do pescoço de Mu, então com um único e ligeiro tranco arrancou a peça e a jogou sobre o sofá, deixando o ariano completamente nu.

— Não... Shaka nunca blefa! — Áries respondeu divertido, e instigado por mais aquele jogo segurou firme no quadril de Virgem o prendendo num abraço possessivo enquanto lhe mordiscava os lábios úmidos — Mas, eu achei que já tivesse faxinado bastante por hoje, sabe... A penteadeira... A louça...

— Três vezes. — Shaka gemeu na boca de Mu, delineando cada centímetro das costas torneadas do lemuriano com as pontas dos dedos.

— Hum? — Mu gemeu sentindo o calor entre os corpos colados crescer, estremecendo com os toques do amado.

— O numero “mágico”, lembra? — disse Shaka correndo uma das mãos até o sexo de Mu, o segurando firme e forte — Tudo tem que ser feito três vezes, até ficar perfeito!

Com uma piscadinha travessa para Áries, Virgem ajoelhou-se à sua frente sobre o tapete e com seus olhos azuis cravados aos verdes do amado lambeu toda a extensão de seu sexo antes de abocanha-lo.

***

Horas mais tarde, em Peixes.

Na sala do Templo de Peixes, o volume alto da televisão se misturava aos gritos e risadas infantis que ecoavam alto por todo ambiente.

Kiki e Lakshimi brincavam com Aegir e Marrie, o casal de gêmeos filhos de Camus e Afrodite fruto de uma barriga de aluguel, e que agora contavam com pouco mais de dois anos.

As quatro crianças corriam pelos corredores, pulavam sobre a mobília e rolavam pelo chão se divertindo, enquanto Afrodite se desesperava tentando, em vão, acalmá-los.

— Ei, massinha no tapete não, Kiki!... AEGIR, TIRA ISSO DA BOCA, MENINO! — gritou o sueco enquanto corria para acudir o filho que tentava engolir a cabeça de um dos dinossauros de Lakshimi — Deusa! Por que eu fui aceitar cuidar de mais duas crianças justo quando o Camy está fora em missão?

— Dindoooooo, o Agui comeu a dinossaula da Laki! — gritou a pequenina lemuriana, já aos prantos.

— Não comeu não, minha princesa... COSPE ISSO JÁ, MOLEQUE! — gritou novamente o sueco, que com um braço pegava a loirinha no colo pra consola-la e com outro dava uns tapinhas nas costas de Aegir, para fazê-lo cuspir o brinquedo.

— Eca! — disse Kiki assim que o menininho mais novo cuspiu o brinquedo sobre o tapete — Tá coberto de gosma mutante! Esse ai já era! — riu o lemuriano ruivinho, referindo-se a saliva que cobria o brinquedo, o que fez Lakishimi chorar ainda mais.

— EBA! Vamo entelá! — festejou Marrie batendo palminhas e dando pulinhos.

— Que isso, menina! Não vai enterrar ninguém. — Afrodite olhou para a filha de modo repreendedor — Eu heim, você as vezes me assusta!

— Nãooo! A Laki não vai deixá enterrá a Matilda! — gritou Lakishimi, que esperneou e gritou até conseguir descer do colo de Afrodite e correr até a cabeça de seu brinquedo para salvá-lo do funeral.

Com a peça em mãos, a pequena lemuriana a envolveu na barra da saia de bailarina e correu para o interior do Templo de Peixes.

— Ei! Lakishimi, não corre assim, volta aqui, menina! Pela deusaaaa! Eu vou enlouquecer! Já era para o Shaka ter aparecido. Aquele monge safado me paga! VOLTA AQUI LOIRUDINHAAAA.

E Afrodite ainda iria ralhar muito naquela noite, pois maníaco por limpeza como era, Shaka não daria folga a Mu até que o ariano tivesse  “faxinado” todo o Sexto Templo e depois de tanto esforço, “limpeza” e prazer, adormecesse esgotado em seus braços.

 

 

 

***

Grupo Mushakismo - Eu shippo mesmo

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Notas finais do capítulo

ÉANNN agora acabou de vez XD e com um gostinho dos gêmeos Aegir e Marrie que apareceram na fic "Não basta ser pai"

Realmente com o tempo as "manias" do loirão só pioraram mesmo, mas ainda bem que mu deu um duro danado nessa limpeza ein?...literalmente hahahah

beijos.



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