Anthony’s POV

John andava meio estranho desde que Olga havia voltado. Não ficava mais tanto perto de mim, e muito menos de Adam, o que era ainda mais estranho da parte dele. Não lia mais nada, ou pelo menos eu não via...

Olga por outro lado, estava fazendo de tudo para ficar em meu campo de vista. Me abraçava, e frequentemente tentava me beijar. Irritante.

Eu precisava de qualquer maneira limpar minha mente, e me focar no mais importante! Olga havia aparecido em momento não muito agradável...Não mesmo. Como é que eu a levaria junto comigo para visitar Anna?

Sai da cripta, e Olga me olhou com olhos tristes. Comecei a andar, e observar as plantas que lutavam ela vida naquele chão já meio seco. Aquilo já havia sido tão bonito...

Em meio a pouca luz, vi um papel branco. A letra do papel era bonita, e só fui reparar depois que o bilhete estava justamente logo abaixo de minha lápide. Se meu coração batesse, ele com certeza estaria batendo muito rápido, da mesma forma como o de Anna quando John estava perto...Aliás...A letra era de Anna.

Um galho fez um barulho e quando olhei para atrás, uma linda vampira loira estava ali. Coloquei o papel no meu bolso, mas Olga era rápida e havia visto.

-O que tem ai?- Ela colocou a mão dentro de meu bolso, e eu a afastei.

-Nada que diz respeito a você.- Fui seco.

-Me mostra!- Ela começou a gritar.Escandalosa como sempre.

-Para de gritar criatura estúpida!- Tapei a boca dela

-Mostra...AGORA!

Não podia correr o risco de meus pais ouvirem. Somente destapei a boca dela, e comecei a dizer o que estava escrito.

-Bom...Isso é de Anna...Ela esta dizendo para eu não me esquecer da promessa...E que vai passar uns dias na casa de...- Não terminei, pois Olga com um movimento rápido tirou o papel de minha mãe e começou a ler.

-“... E por favor, avise seus irmãos...Com amor, Anna.” – Sua face foi de brava, para muito brava.- “Com...amor?”- Ter Olga com raiva não era exatamente o que uma pessoas normal iria querer. Ela nervosa ou sentindo ódio de você era algo terrível.

Duas únicas palavras vagavam pela minha mente...”Com amor”. O que ela tinha dito com aquilo? Era só para parecer agradável, ou aquilo escondia algo a mais...?

-B-bem...Olga, não sei se posso lhe contar. – Não podia arriscar a vida de Anna dessa forma.

- Pouco me importa! Quem é Anna!?

Contei para ela tudo sobre Anna. Desde o dia em que havia a conhecido, até agora. Enquanto  contava, as caretas de Olga iam de mal a pior. Pobre Anna...já havia conquistado a inimizade de Olga antes mesmo de a conhecer...Mas é claro, que para não deixar tudo pior, não falei em momento nenhum, sobre eu poder estar amando Anna...

-Entendeu tudo Olga?

- Claro, claro. Você e seus irmãos pouparam a vida de uma humana, e ficaram amigos dela?! – Uma coisa que Olga havia aprendido com os pais, era que humanos eram somente comida e que não mereciam viver. Parece que eles não se lembram que um dia foram humanos.

-Ela é diferente!

-Como assim diferente?! – Ela começa a gritar mais uma vez.

-Ela gosta de nós, e é muito gentil. Tenho certeza que nunca contara nada sobre nós para ninguém. – Eu havia começado a confiar em Anna, confiar de verdade.

-Seus pais sabem?- Ela arqueou uma das sobrancelhas e isso não era um bom sinal.

-Não.- Respondi seco.

-Ótimo, porque vão saber. – Ela se virou, eu a segurei puxando para mais perto de mim.

-Você não seria capaz...

-Ah, eu seria sim. – E ela realmente seria. Olga era capaz de tudo.

-O que eu tenho que fazer?

-Fazer para que?- Como era cínica.

-Ora Olga! Não se faça de besta! O que você quer para que não falar sobre a Anna?

- Seja meu namorado, coisa que você já praticamente é.

- Humf. – bufei- De todas as possíveis coisas, é isso o que você quer?!

-É isso sim. E não me importa se ama outra, eu quero você para mim.

-Ótimo. – Contra minha vontade, aceitei.

Olga veio até mim, e me beijou mais uma vez. Não sabia o que sentia quando ela fazia isso. A afastei, e ela me abraçou. Ela nunca havia sido daquela forma com ninguém, e muito menos comigo. Fingia ser gentil e amável com meus pais e minha tia, mas isso era só para não levar a culpa em nenhuma situação.

-Agora Anthony...Vá chamar seus irmãos, porque temos que ir visitar Anna.

-Ei! Achei que você não fosse se meter com Anna.

- Anthony....o trato era eu não contar aos seus pais...certo?- Ah que droga! Olha sempre tinha uma carta na manga – Não me lembro de você ter dito que eu não a podia conhecer.

Ela se virou e sentou-se em um tumulo qualquer. Se eu tivesse que definir Olga com uma única palavra, essa séria : Perigosa. O que ela iria falar com Anna? “ Olá, meu nome é Olga e eu sou a mais nova namorada de Anthony”? Minhas chances estariam completamente acabadas. Eu iria ter que arrumar uma boa desculpa

Andei na direção oposta a que minha “namorada” se encontrava, e fui chamar Adam e John. Passei pela passagem da cripta e lá na parede estava riscado “ A+A’...”Anthony + Anna”....Eu não havia feito aquilo. Adam olhou para mim e me deu um sorriso. Em outros tempos eu teria lhe dado uma bela surra por ter feito a quilo, mas agora...

- Esta com problemas com Olga.

- Descobriu isso agora gênio? Vamos...Temos de ver a Anna.- Meus irmãos com um sorriso estampado no rosto, balançaram a cabeça, concordando.

Fomos todos em silencio até a casa de Anna. Olga não desgrudou  de meu braço, até mesmo quando fomos entrar pela janela.  Anna estava com uma aparência tão...leve. Os cabelos negros caiam sobre a pele branca de forma linda. Ela nos deu um grande sorriso. Quando correu para abraçar Adam ( Humf) , Olga se colocou em sua frente. Anna teria caído no chão, se John não a segurasse.

-Olá Anna! – Olha disse com uma voz fina.

-Ah...O-olá...- Ela me olhou como se perguntasse quem era a garota de cabelos loiros.

- Anna, essa é Olga...

- E eu sou a namorada dele. – Ela deu um sorriso cínico para Anna, e me jogou um beijo.

Como pelos céus, eu vou explicar para Anna?! O que eu vou falar?! Que gosto muito dela, mas que estou namorando com outra...? Ótimo, agora John já tem praticamente ela nas mãos...