Um quarto para dois escrita por isisrenata


Capítulo 2
Conversas


Notas iniciais do capítulo

nosso casal andou mais alguns passos nessa relação. será que vem coisa boa por aí? fiquei muito feliz de escrever esse capítulo :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/733326/chapter/2

O despertador avisou que era hora de acordar. Molly rapidamente o desligou e olhou a sua volta já concluindo suas suposições que Sherlock não dormiu na cama que ela havia arrumado. Levantou-se e arrumou-se para o trabalho, afinal seu cotidiano teria que se manter o mesmo para não levantar qualquer suspeita. Depois de devidamente arrumada, Molly desceu para seu café da manhã e encontrou sua sala aos avessos. Sherlock estava sentado em volta de muitos papeis, com anotações em varias cores além de duas xícaras perdidas no chão. A legista observava a concentração de Sherlock ao ler tudo aquilo e sentiu certo charme na maneira que o detetive segurava sua caneta com a boca.
— Não conseguiu dormir? – ela tentou pegar alguns papeis e Sherlock a impediu.
— Não desorganize meu raciocínio, Molly – disse ele, segurando suas anotações como uma leoa ciumenta.
— Vejo que você já tomou seu café da manhã, ou devo dizer chá da madrugada? – ela apontava as xícaras espalhadas.
— Você disse que eu poderia me servir do que quisesse e precisava manter minha mente trabalhando. Mycroft me enviou alguns dados e estive montando algumas informações importantes sobre Moriarty – explicou olhando para sua bagunça.
— Você terá tempo para fazer isso quando for embora, por que não aproveita e descansa? – ela sorria gentilmente
— Você quer mesmo me convencer de fazer o que você pede não é, Dra Hooper? – brincou sorrindo de volta para ela. Molly sentiu suas bochechas queimarem.
— Só quero que deixe para pensar nisso tudo depois, quer dizer, você ficará muito tempo fora não é? – Molly jogou essa pergunta na esperança de ouvir o contrario, porém ele concordou.
— Sim – respondeu, agora dessa vez sem sorriso. Molly murchou como balão furado.
— Bem, então agora que concordamos em algo, posso trabalhar em paz. – disse ela tentando colocar novamente o clima de riso no local.
— Tem chá na cozinha, caso queira tomar antes de ir. Eu calculei uma quantidade que fosse para mim e para você – Sherlock disse, voltando aos seus papeis. Molly ficou surpresa com essa atitude, não com o fato dele fazer o próprio chá, mas pela gentileza de adicionar uma quantidade a mais para ela.
— Sherlock Holmes fazendo coisas para outra pessoa sem segundas intenções? – cutucou Molly.
— Talvez eu queira algo de você mais tarde – Ele pronunciou a frase de uma maneira que a perna de Molly tremeu. “Que filho da mãe!” pensou a legista. Ele não perde tempo de usar os sentimentos dela em favor dele.
— Talvez seja preciso mais do que chá – Molly empinou o nariz e deu as costas para ele. – Nos vemos mais tarde Sr. Holmes. Sherlock não respondeu, havia já voltado sua total atenção as anotações e planos.

xxxxxxxxxxxxxxx---------------------------------------------------------xxxxxxxxxxxxxxxx

O hospital estava relativamente calmo. Molly trabalhou um pouco com a mente em seu flat, imaginando o que Sherlock faria nele dentro de 8h sozinho. Poderia destruir não somente sua sala, como seus outros cômodos. Oh não! Seu pensamento fixou na ideia de Sherlock bagunçando seu quarto e podendo mexer em sua privacidade. O que será que ele pensaria dela? Passada algumas horas seu celular vibrou.
“ Seu gato está me atrapalhando, vou jogá-lo na rua” SH
Molly simplesmente bufou em imaginar como ele achava o gato era igual a um objeto simples que se joga fora.
Vou ignorar o que disse, e lembrá-lo que David precisa ser alimentado 3 vezes ao dia, ok?” MH
“Vamos almoçar? Tenho algumas suposições e seria útil uma outra mente” – SH
Molly sentia o coração pular com convites como esse, mas deveria agir com cautela quanto a isso. Sherlock fazia convites no sentido de trocar conversas, não havia intenções românticas em seus encontros.
Sherlock, não acho uma boa ideia você sair do flat. Nos falamos a noite, ok?” MH

Não houve mais mensagens após isso. Molly se questionou se Sherlock havia ficado magoado, mas o detetive não é de envolver sentimentos. Pode ser que ele concordou com a opinião dela e conversariam quando chegasse do expediente.

xxxxxxxxxxxxxxxxxx---------------------------------------------------------------xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Ao chegar a seu flat, Molly ficou realmente feliz em ver que o detetive arrumou sua pequena bagunça de papeis em um canto na sala. Era até bonito de ver a mente dele exposta em suposições e colocadas na parede, era como ver o próprio Sherlock em pequenas anotações. Oh céus, como ela era loucamente apaixonada por ele. Tudo que ele fazia a encantava e isso a deixava vulnerável em sua própria morada. Ela não o viu no andar de baixo e concluiu que ele deveria estar novamente em seu jardim. Olhou rapidamente seu reflexo em um espelho na sala e decidiu se arrumar um pouco. Maldita mente que sempre pensa que ela deve se arrumar para Sherlock Holmes. Subiu e foi diretamente para o quarto escolher algo e tomar um banho, mas ao abrir a porta teve uma visão ainda mais linda que os papeis na sala. Sherlock dormia em sua cama. Molly tentou fazer o mínimo de barulho possível, aquela visão abriu um sorriso em seu rosto que parecia que tinha colocado cola em sua boca. Simplesmente não conseguia parar de sorrir. Sabia que teria algumas situações incomuns com o detetive, mas isso era como um presente de aniversário ou natal. Ele estava coberto da cintura para baixo e usava uma blusa comum sem mangas. Foi muito engraçado e ao mesmo tempo lindo, ver Sherlock sem as roupas sociais. Molly esqueceu o que havia pensado em fazer, quis apenas admirar aquele homem sem sua atitude rude ou até aproveitadora. Relutando com sua felicidade daquele momento, ela pegou algumas roupas e foi silenciosamente para o banho, torcendo para ele continuar dormindo, pois queria ter mais tempo com aquela visão. Quando estava pronta, Molly retornou ao seu quarto, mas para sua tristeza Sherlock havia acordado. Sua cama estava vazia e arrumada.
— Boa noite, Molly – Sherlock a cumprimentou enquanto ela ia ao encontro dele na sala.
— Boa noite, me desculpe por te acordar. Molly reparou que o detetive havia trocado de roupa.
— Eu cai no sono sem perceber, sua cama foi a culpada – Sherlock sentiu um aroma agradável e doce que vinha da legista, percebeu que essa era a primeira vez que estava vendo Molly de maneira mais caseira e confortável. Ela estava usando shorts jeans e uma blusinha de manga 3/4. Essa atitude tirou o peso de seriedade que a legista sempre teve com suas roupas de trabalho e isso fez o detetive sorrir.
— Sobre o que queria conversar? – disse ela se sentando no sofá.
— Quero sua opinião sobre um pensamento que tive ao observar as atitudes de Moriarty – Sherlock caminhou até suas anotações.  - Venha cá – ele a chamou e esticou sua mão. Molly aceitou sua provocação e foi até ele. Os dois olharam por alguns minutos para o pequeno mapa de anotações até Sherlock quebrar novamente o silêncio.
— Moriarty tem fixação sobre minha pessoa e...- ele parou de falar ao perceber que Molly entendeu suas intenções.
— Oh, então você acha que Moriarty e eu temos sentimentos parecidos? – ela o olhou seriamente.
— Não é isso... – ele tentou explicar. – Preciso de alguém que não use somente a mente, mas também o coração. Molly, Moriarty usa de sentimentos e quer destruir os que se envolvem comigo, ele vai me derrotar se eu não aprender a entender sobre isso.
— Sherlock...sentimentos não são lógicos, não posso simplesmente te explicar sobre, como uma conta de química.
— Sentimentos são química, Molly – disse olhando para a legista. – Não matematicamente, mas eles são pura química. Não é isso que dizem sobre casais? Que eles precisam ter química?
Molly sentiu o coração apertar, como falar de sentimentos com Sherlock sabendo de tudo que sentia por ele?
— Não sei se conseguiremos conversar sobre isso, Sherlock – disse ela voltando para o sofá.
— Só você pode me ajudar nisso, Molly – revelou o detetive parado ainda no mesmo local.
— Vem cá – chamou a legista, esticando sua mão igual o detetive havia feito. Sherlock aceitou o convite e esperou estar preparado para adentrar no mundo de sentimentos de Molly Hooper.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

vem drama aí honeys! get ready :D e até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um quarto para dois" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.