Hetalia Worldwide! escrita por Anikenkai


Capítulo 3
Ultimo trimestre de 2017


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal. Antes de mais nada, gostaria de explicar algo e ir diretamente ao ponto. Esta fic é algo sério, portanto era algo que precisava ser atualizado mensalmente (a idéia era essa) por conta das informações aqui. Porém, preciso interromper-la, pois estou em PERÍODO DE ESTUDOS, o que é prioridade, e não as fics. Espero que compreendam.

Pretendo voltar com esta, e as demais fics para o final de 2018. Se tiver tempo, por isso me desculpem. Qualquer coisa, entrem em contato comigo.

Um beijão, e obrigada por lerem até aqui!

— Anikenkai.



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Noite de trovoadas, frio e chuva pavorosa. O vento úmido e gelado atravessava as cortinas do seu quarto com janelas abertas, mostrando o assustador clima de tempestade do lado de fora, enquanto ele continuava a se debater na cama, totalmente assustado. Eram nesses momentos que dormir era uma missão impossível. 

Japão se recordava bem de um certo ditado popular: "um soldado só tem pesadelos quando se arrepende do que fez na guerra". Melhor frase não explicaria melhor o estado que o nipônico estava naquele momento; fervendo de febre, terrívelmente suado e com os olhos tão fechados que rasgaria suas pálpebras. Os dedos fincavam nos lençóis e ele gemia, atortuado em seus sonhos nas quais nunca conseguiria se livrar totalmente. 

 Qual era a iminência de uma nova guerra eclodir? Ninguém sabia realmente. Mas todos eles sabiam do que haviam acontecido nas guerras anteriores. As mortes, as vidas arrancadas, as dores, o sabor da lama e sangue nas trincheiras, o odor fétido dos corpos em decomposição. Tudo misturado em uma onde de horror seguida de finalmente dourados anos de paz que se seguiram quando tudo finalmente acabou, pra o alívio dos ferimentos como os que Japão tinha. Então, as ameaças de uma nova guerra… recordar tudo de novo… reviver tudo aquilo de novo... era demais para ele.

 Nem tudo é como se parece ser, e sempre vai existir um outro lado da história. Rússia nem sempre foi um herói e que venceu os nazistas sozinho como muitos acham, e Japão não fora um pobre coitado durante as guerras quando foi atacado pelas bombas nucleares. Não, ele fora um dos vilões. Um dois piores vilões que havia surgido.

 Uma breve história de como tudo começou:

 Quando a Segunda Guerra começou, muitos tiraram proveito em cima de algo. Por causa da ganância de muitos países que se diziam líderes, milhares morreram. Então quando a crise havia chegado no seu auge no território europeu, França, Inglaterra e Alemanha tentaram entrar em vários acordos diplomáticos. Inglaterra - sob o pesado olhar de seriedade e vontade absurdo de tudo acabar de vez por trás de sua máscara - e França enviaram suas propostas, mas o Alemanha havia recusado todas. Seu caráter obscuro de dominação dos mais fracos estava o levando à loucura, mas mesmo assim contra-propôs novas propostas. Mas o casal europeu não aceitavam suas idéias. 

Alemanha então - achando-se o dono de toda Europa, invadiu a jovem Tchescolosvaquia e em seguida, capturou a Polônia. As duas moças foram obrigada à se renderem, sobre o domínio do sombrio Alemão e seu líder assassino. Este então foi o estopim para a Segunda Guerra começar. Mas Alemanha não fora o único vilão da história. 

No extremo leste asiático, Japão (que na época sempre trajava um uniforme militar diferente do atual, azul bem escuro, e tinha os longos cabelos negros totalmente soltos) se aproveitou para começar seus planos perversos expansionistas, que resultou na morte de milhares. Já em 1905, o nipônico tomou e invadiu a Coréia, que não teve como escapar e temeu reagir, tornando-se sua escrava. E em 1937 ele delirado foi mais além: invadira as terras da China. As tropas japonesas foram responsáveis por um assassinato em massa que foi conhecido como o Massacre de Nanquim, e foi um dos muitos crimes do antigo assassino Japão. 

Sua sede de expandir não se limitou aí, tendo tomado sua maior rival pessoal como só sua, ele queria mais: todas as outras. E enquanto os europeus duelavam, o nipônico invadiu Singapura, Tailândia e os moços ainda Filipinas, Malásia, Burma e dentre outros. Todos em sua soberania controle, escravizando todos, alimentando sua sede. 

E em suas mãos ele possuía a morte de mais de seis milhões durante a segunda Guerra.

Depois do desespero da Liga das Nações tentar para-lo, ele então se juntou ao Eixo, se pondo à favor do terror sobre todos. Inglaterra tentara ao máximo implorar para que ele deixasse China livre, mas sem sucesso. Ele sabia do seu risco e mesmo assim continuou ao lado de Alemanha e Itália, rumo à dominação. 

 Não, Japão nunca fora uma vítima, sabia muito bem o que estava acontecendo. E não imaginava as consequências à seguir de sua insanidade. 

 América - que até então não havia entrado na guerra, pois não queria envolvimento nenhum com o derramamento de sangue - tentava argumentar com o japonês, afim de impedir. Mas todo seu esforço se tornou um mar de fúria, fazendo-o tornar um plano para atacar o yankee e silencia-lo.

 E… assim foi. Sem aviso prévio, nem chamada, alarme, telegrama… nem ameaça. 

 Simplesmente foi ordenado.

 Pearl Harbor fora atacada pelo Japão. Foi ele que atacou primeiro. E criou uma marca profunda no americano.

 Quando a guerra estava enfim acabando, as forças do Eixo tinham sucumbido. Mas o Japão continuava a resistir na guerra, como um louco apontando sua arma descarregada no meio da chuva enquanto berrava ameaças. Novamente, os Aliados insistiram em novos acordos diplomaticos para fazê-lo se render mas ele os ignorava. Mais… mais… mais… todos continuavam a morrer. Até que farto, América tomou a decisão fatal. Enviou duas bombas nucleares para ele.

 Por causa de seu orgulho, Japão não evitou o ataque que poderia ter evitado e salvado milhares de vidas. E quem pagaram foram os civis. Ele então foi esmigalhado até virar pó, no fundo com seu orgulho, mas com suas forças desfalecidas. E até hoje, mancava pois suas pernas ainda doíam pelo impacto nas bombas.

 Era isso que ele via em seus pesadelos.

 (…)

— Senhor! Senhor! — Um criado bateu com força na porta de correr com cuidado com a madeira frágil de bambu. — Senhor acorde, é de extrema urgência! 

 O homem abriu a porta de correr, revelando o quarto. Correndo pelo tatame, sacudiu levemente o nipônico, que ainda gemia e suava atormentado em seu inferno particular. Após varias chamadas do seu nome, com um baque e arquejando, ele acordou.

 Arfando, Japão não sabia o que havia acontecido. Outro pesadelo da Segunda Guerra.… novamente a visão das vítimas e seus rostos que ele mesmo tomou. Olhando assustado para janela, assistiu a chuva torrencial cair com força do lado de fora. Ainda trovejava e relampiava.

— O que houve? O que aconteceu? — Ele disse em voz forçada, sentindo sua garganta arranhar, ainda atordoado e sonolento.

— Senhor, é a Norte! — O rapaz revelou, e instantaneamente Japão olhou para ele com os olhos arregalados — Ela disparou agora pouco um míssel... em nossa direção! 

 Pausa. O asiático em puro reflexo, afastou suas mantas, analisando seu corpo. Nenhuma ferida. E então olhou aflito para o criado.

— Nenhuma peça do míssel caiu no território, pelo que sabemos. Tudo está sendo noticiado agora…

— Onde o míssel caiu?

— No mar, senhor. Você não foi atingido… — E então sem que ele completasse a frase, Japão levantou e afastou seus fantasmas pessoais, indo até sua sala de trocar e puxando suas roupas ocidentais para se vestir.

— Ouça-me. Ela deve anunciar a sua autoria em breve do ataque… eu irei até o prédio da senhora ONU, tentar adiantar a reunião de Setembro. Não posso permitir que continue assim. — Ele disse, apressado e olhando para o espelho, jogando água em seu rosto de uma pia do quarto ao lado.

— Senhor, o que vai fazer? 

 Japão encarou-se por vários minutos, as suas olheiras profundas das noites mal dormidas e pesadelos, com a cabeça queimando à mil. Suspirou. E encarou o criado.

— A Sul tem razão. Todos estão ignorando a Norte. Ela está esse tempo se preparando. Eu irei falar com o América. 

 (…)

 Já estava muito tarde, quase madrugada, quando Brasil finalmente soltou um longo suspiro e pôs as mãos na cintura abaixando a cabeça, profundamente cansado e desnorteado. Não havia conseguido quase nada naquela sessão de discussões com ONU; passaram horas e horas no mesmo ciclo de conversa e nada o moreno conseguia. Aos poucos, Brasil estava desistindo.

"Talvez, Coréia do Sul também tivesse desistido de discutir, pela cara que ela estava quando a vi saindo…" Brasil pensava enquanto bufava.

 A Líder loira não tirava seus olhos dos seus papéis de pastas por cima do palanque, ora seu olhar migrava no sul-americano, ora voltava a ler as folhas datilografadas com a mesma expressão neutra de sempre. O moreno chegou a encará-la por alguns segundos, tentando encontrar algum vestígio de humanidade por dentro daquele pequeno corpo feminino "robótico", mas ela nem ao menos piscava. Ela claramente, não se importava com os problemas dele. Era quase claramente ela gritasse na sua consciência: "resolva seus problemas como adulto maduro que você é, ao invés de procurar a Diretoria da escola, idiota."

 Mas realmente, não era isso que ONU pensava, penas respondia as súplicas dele durante todas essas horas com o máximo de profissionalismo possível, afinal, Brasil pedia muitas coisas impossíveis no momento. Ela apenas estava sendo profissional, como sempre.

— Vou lhe pedir mais uma vez, apenas para ficar claro do que eu preciso — O moreno voltou a dizer, desta vez com a voz cansada e um tanto irritada após alguns segundos a encarando. Seus pés doíam naquele momento, e então uma vaga nota tomou sua cabeça naquele momento, de que ele e ela estavam em pé aquele tempo inteiro. — Por favor, envie as tropas das Nações Unidas e impeça que o Venezuela se destrua. Eu posso ouvir, todos os dias do lado vizinho os clamores do povo. Os gritos de revolta, os protestos, o desespero por comida. Precisa tomar alguma providência por aquele país! 

 Brasil a olhou com suas forças e seus lábios se contorciam de modo que parecia uma careta. A loira apenas então fechou finalmente sua pasta no palanque, coçando os olhos, e emitindo um suave gemido de cansaço. O moreno então suavizou a carranca e percebeu no rosto da líder, as marcas roxeadas de olheiras profundas no rosto claro dela. Ela parecia estar dias sem dormir, pela forma que aparentava. Brasil se sentiu um pouco mal em primeiro momento, mas não havia o que se fazer. Perturba-lá era melhor do que permitir ver os cidadãos venezuelanos morrerem, e precisava fazer isso. 

— Brasil, já me repetiu isso, todas essas horas. E vou continuar lhe dando minha resposta: não posso. Temos problemas mais importantes no momento para trabalhar por aqui.

— Eu não entendo! Sei bem do que está acontecendo na Europa e no lado asiático mas não podemos ignorar a América do Sul também! Preciso dessa atenção agora, eu não tenho condições para resolver tantos problemas por aqui sozinho! — Exclamou.

  Fora a vez então de ONU encarar Brasil, fazendo-o engolir o seco - não de medo, mas de certo sentimento de chateação, por não ser levado à sério. Esticando os dedos, ela voltou a falar, com a mesma voz pacífica sobrepondo seu cansado de sempre:

— Tenho uma pergunta para o senhor então, se me permite desta vez. — Ela disse.

— Por favor.

— Por quê se preocupa com o Venezuela? Não deveria ele vir até mim, já que está se afundando no próprio Petróleo? Ele está quebrado, não deveria ele se preocupar? Deveria deixar ele por própria conta não, Brasil?

 O moreno relaxou os ombros e tentou engolir aquelas palavras sem que repelisse. Em sua cabeça, formulou rapidamente o contra-ataque, eliminando as grosseiras para ela, pois obviamente, isso não ajudaria em nada. Suspirando pela segunda vez, se aproximou do palco onde pouco as pernas na pequena escadinha de subida coberta de veludo azul - assim como todo chão da enorme sala de formato como um Teatro - suspirando de alívio do tempo que ficou de pé. Ele então respondeu.

— Discordo. E vou explicar para a senhora. Você não deve conhecer do sentimento de proteção que temos em nossos continentes, senhora ONU. Digo isso por todos, não só do meu lado da história. Me sinto protetor da América do Sul. — Ele declarou. — Assim como América é do lado Norte, França e Inglaterra é da Europa, China e Japão da Ásia e por assim vai. Protegemos uns aos outros, nossos vizinhos. Mesmo que não sejamos amigos de outros países, nos esforçamos para manter do nosso próprio continente, assim dizendo, unido no máximo que conseguirmos. 

 ONU parecia não estar entendendo muito bem, e logo o moreno percebeu, mudando de assunto.

— O que quero dizer enfim, é que Venezuela é sim, problema meu. 

— Não foi isso que quis dizer. — A loira sorriu levemente, mas o brasileiro logo a repeliu. 

— Sim foi. Peço que não se faça de cínica


 Brasil já estava visivelmente irritado pela falta de consideração de ONU, que se esforçava do lado oposto de que ele e os outros precisavam. Ela agora o encarava séria, e o moreno, a imitava.

— Mais uma vez: preciso de ajuda. Sim, eu também estou sendo prejudicado, desde que aquele governo começou à atirar nos protestantes venezuelanos, muitos foragidos e imigrantes começaram a correr para meu território. Estão se escondendo em mim, em busca de uma vida melhor. Então não me entenda mal, almejo salvá-los daquela tirania. Mas não posso ajudar todos sozinho. É isso que eu quero dizer. 

  E antes que a loira pudesse comentar, Brasil estendeu a palma da mão, mostrando que não haviam ainda terminado. Sua expressão era severa agora.

— Não gosto de comentar sobre isso, mas não tenho escolha. Eu nunca gostei de discutir política, Esquerda contra Direita, qual lado é o certo. Mas desta vez, tenho que dizer. Vocês todos estão errados. Como acabou a senhora de comentar "deixe-o que se afunde no próprio Petróleo"… não é o apenas o Petróleo que está destruindo o Venezuela. É sim aquela ditadura de governo! E não digo isso apenas pelo Venezuela.

— O quê?! — A loira arregalou os olhos para o moreno, pela primeira vez intrigada com ele.

— Que eles me perdoem… ah, pra o Inferno! Eu respondo sim, por eles, posso adivinhar o que se passa na cabeça deles! Nesse momento, América e os outros Aliados devem estar tomando as providências de como lidar com os problemas da Coréia do Norte e Síria sem a senhora, pois você se recusa acreditar que isso nasce por causa de política! Sua diplomacia é ignorante….

Cale-se, Brasil!

  ONU esbravejou, batendo com força a palma no palanque, deixando o vento surrupiar suas folhas importantes para longe do palco. Imediatamente Brasil encolheu os ombros, fechando a boca e pensando com o sangue fervendo. "Será que disse demais? Bom, não me arrependo!". Assim que fechou os punhos, o brasileiro percebeu que suas palmas estavam suadas. 

A loira agora desviava o olhos, com os olhos bem fechados, as sobrancelhas contorcidas formando uma ruga em sua testa, e os lábios tortos em uma expressão de controle de raiva. Brasil sentia que um tsunami seria lançado contra ele (mesmo que soubesse que ela não tinha sequer poder para isso, mesmo que ele fosse subdesenvolvido) porém nada aconteceu. Pelo contrário. Em questão de segundos ela voltou a ficar ereta e reabrir os olhos, retornando a compostura de sempre.

O moreno a espionou apertando um botão de rádio por detrás da pasta que emitiu um "zap" de ruído, e ele percebeu que ela estaria chamando a segurança para o retirar. Era a sua deixa para ir embora.

— Não se dê o trabalho. Estou de retirada, senhora ONU. — Brasil comentou. 

 O moreno pôs as mãos nos bolsos das calças jeans, sorrindo com a expressão descontraída e animada de sempre; como que nenhuma discussão tivesse acontecido ali. De fato, o moreno não pretendia alongar a conversa, e no fundo sabia que nem ao menos conseguiria o que queria tão facilmente, mas ele precisava tentar. Por hora, estava satisfeito. E teve a oportunidade de dizer umas boas verdades para a líder, coisa que os outros países tinham medo de fazê-lo.

  O funcionário que o recebeu então abriu a porta. Brasil acenou para ele ainda sorrindo, e fingindo ser distraído, piscou para a loira balbuciando um "tchauzinho" para ela. Ele ia para a saída, quando ela o parou dizendo algo em voz alta.

— Sabe. Antes de você chegar, Coréia do Sul esteve aqui. Ela estava também pedindo minha ajuda. — ONU revelou. 

 Brasil continuou em silêncio. Atento. 

— Ela também foi rebelde aqui, e disse que sou uma inútil. Sabe, vocês dois me deram algo hoje para pensar. — A loira então tremeu os olhos, com a boca entreaberta e seca forçando-se a ficar na compostura, tocando fora das vistas dele a foto que a Sul havia lhe entregado dela com a irmã gêmea. — Espero vê-lo na reunião de Setembro. Boa noite, senhor Brasil.

 Nada mais foi dito. O moreno estava impressionado, e seu rosto se iluminou de repente. Seria uma mudança? Não, nada acontecia de um minuto para o outro. Mas em sua consciência, Brasil estava feliz  saber que não apenas ele estava incomodando de como as coisas estavam tomando rumo. Novamente acenando para a loira, Brasil saiu do recinto para fora.

(…)


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