Eles por ela e ela por gatos escrita por Airi


Capítulo 1
A chegada


Notas iniciais do capítulo

AAH ; Finalmente vou poder publicar os capitulos da minha historia que estou escrevendo a um bom tempo ! Mas de um ano para ser sincera... '-' ; Bom, estou bem animada e com medo tambem, pois é uma criação, ou seja, não sei se vocês vão gostar de ler >_< ; Espero mesmo MESMO que vocês gostem ! Mas gosto de criticas tambem, então se lerem e tiverem uma, por favor, me mandem! Obrigada a todos e boa leitura!



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Era mais ou menos 5h45 da manha quando ouvi aqueles passos pela escada, mesmo longe eles me incomodaram muito. Eu já sabia o que viria quando eles chegassem ao seu destino. O som foi ficando cada vez mais perto e irritante quando chegaram perto de mim. E então pararam.

– Amélia acorde! Sua mãe e eu estamos atrasados!

Virei minha cabeça na cama colocando as mãos para fora dos dois cobertores que estavam em cima de mim, estava tão frio! Não queria levantar de jeito nenhum.

– Ta... Já vou... Cinco minutos...

Não consegui dizer mais nada. Coloquei os braços para dentro do cobertor olhando o meu celular, estava marcando 5h48 então pensei “um minutinho não faz mal a ninguém”, bem, para a pessoa mais preguiçosa do mundo um minuto não fazia diferença, mas para mim um minuto era o tempo certo. Fechei os olhos novamente me ajeitando para ficar mais confortável e...

– AMELIA!

Droga. É só a gente se dar a proeza de pensar um pouco antes de relaxar que se desperdiça tempo.

– TO INDO!

Fiquei com tanta raiva que pulei da cama e sai correndo pelo quarto escuro procurando meu Ipod. Meu cachorro, pingo, ficou me seguindo pelo quarto e meu irmão começou a reclamar do barulho das patinhas dele, não me lembro exatamente o que falei àquela hora, mas pode ter certeza de que não foi nada amigável e sim eu durmo com o meu irmão no mesmo quarto. Também acho um absurdo se tratando de que eu já tenho 16 anos. Finalmente achei o maldito aparelho eletrônico (não vivo sem musica) e desci a escada as pressas para não atrasar meus pais.

Abri a porta do closet e liguei a luz, aquilo era um verdadeiro amontoado de roupas, isso sim! Porque ninguém tinha o seu próprio guarda-roupa naquela casa? Ah é mesmo! Somos meio “comunitários” e isso sempre nos vez uma família diferente, mas não era hora de pensar nisso eu tinha menos de 10 minutos para estar pronta na sala.

Naquele momento foi que me dei conta do frio que estava fazendo, porque será que eu simplesmente não fiquei na cama? Ah! Outra coisa esquecida. Eu ia para a casa da minha avo... Vesti a calça jeans e a blusinha que tinha separado na noite anterior e enfiei um casaco bem grande por cima. Pronto. Peguei minha mochila dei uma ultima olhada para ver se não estava faltando nada e desci correndo dando um bom dia bem rápido para meus pais, Milia e Leonardo. Confesso que o nome da minha mãe é bem estranho, mas tem algo nele que eu gosto muito! Tudo que é diferente me atrai não tem como evitar.

Desde pequena eu sempre gostei de coisas estranhas, meninos estranhos (e errados!), nomes estranhos, historias estranhas... Resumindo: Tudo o que é estranho nesse mundo! Cheguei à lavanderia peguei meu tênis e voltei para a sala. Estava tonta de tanto sono, pelo menos eu estava de férias e isso me animara um pouco.

Quando me dei conta já estávamos no carro, prontos para sair. Dormi o caminho todo e com frio, já que aquele casaco demorava a esquentar. Chegando na esquina minha mãe me acordou e eu fui correndo para a casa. Se você for apenas um pedestre distraído passando na frente certamente ficara com muito medo da casa e de quem mora lá. A casa é bem antiga e grande, tem uma cor meio bege desbotada pelo tempo, um portão branco descascado bem baixinho, que qualquer um poderia pular, e um jardim meio a meio. Minha tia e minha avo moram juntas, na verdade meu avô também morava lá, mas ele havia morrido a um ano, e não posso me esquecer dos moradores mais importantes, os gatos, ao todo são 35 gatos. Eu nunca entendi a obsessão delas por gatos. Agora vamos juntar tudo: Uma casa caindo aos pedaços, cheia de gatos (em sua maioria pretos) e duas velinhas, o que te passa pela cabeça? Sim, exatamente isso, você morreria de medo e sairia correndo, pelo menos um ser humano normal faria isso. Ate eu faria.

Abri o portão e quando passei pela janela de uma das salas vi minha tia, Celina, e minha avo, Marília, sentadas conversando. Quando elas me viram foram correndo abrir a porta, entrei já abraçando a vovo, mas ela me interrompeu.

– Amélia faz um favor para a vovo?

Eu queria dizer NÃO!

– Claro! O que é? – Acabei dizendo com o maior sorriso (falso) do mundo.

Me esqueci de mencionar que sou uma completa idiota? Eu nunca dizia não para as pessoas mesmo que não quisesse fazer aquilo (em casos extremos é diferente!)

– Vá à padaria – que fica em frente da casa – E compre meia dúzia de baquetinhas e 200g de pão de queijo? Você chegou tão cedo que não tem nada para o café da manha.

No mesmo instante minha barriga roncou baixinho, ainda bem que só eu escutei. Peguei o dinheiro e olhei a padaria do outro lado da rua. Desde que me conheço por gente aquilo existe. Dei uma boa arrumada no cabelo e fui ate lá. Não foi muito difícil bancar a fofinha inocente e comprar tudo o que eu precisava, ganhei ate um pão de queijo. Voltei com tudo o que minha avo pedira e entrei na casa. As duas já estavam arrumando a mesa quando cheguei com as sacolas, elas sempre foram bem rápidas se tratando de comida.

Ficamos praticamente duas horas conversando sobre as viagens que elas fizeram há pouco tempo e as que fizeram com o meu pai quando ele era menor. Eu não fugia dessas conversas porque eu nunca aparecia lá, eu juro que não sei por que nunca ia, eu simplesmente amava aquele lugar e não aparecia. Talvez fosse o tempo. Sentia-me confortável só de estar lá, o meu lugar favorito no mundo todo era aquela casa. Todas as melhores historias rodeavam ela. A mulher que eu mais admiro ate hoje é minha tia Celina, nunca se casou, mas sempre fez tudo o que quis, se formou em uma das primeiras turmas de mulheres! Sabe o que era você sendo mulher trabalhar na época dela? Um escândalo! E ela mesmo assim conseguiu e nunca se arrependeu de nada! Não é de dar orgulho ter uma tia assim? Todas as historias que ela contava eram divertidas e cheia de surpresas e de vez em quando algum mico. Gostaria de ser assim sabe, tão determinada quanto ela e bonita também. Vi algumas fotos de quando ela tinha uns 20 anos, meu deus, minha tia era muito bonita! Recentemente eu não estava me dando muito bem, nem na escola e nem com meus pais. Sou aquela típica menina baixinha (odeio isso!) de cabelos castanhos compridos bem escuros e olhos cor de mel. Nunca vi muita graça em mim, dizem que eu pareço uma criança e acabei me acostumando tanto com isso que ate gosto de parecer uma, pelo menos tenho minha graça, mas numa escola onde a maioria das meninas parecem deusas eu me sinto uma mera pulga. Elas são altas, cabelos lisos (chapinha pura) e a maioria pintou o cabelo de loiro, sabem como prender os meninos e são todos completamente abobados por elas, ou seja, minhas chances de conhecer alguém bonito são... Zero. Ah! Mas eu tenho amigos! E por incrível que pareça alguns fazem parte desse meio todo. Só que eu me apaixonei pelo meu melhor amigo e acabei contando para ele. Falando serio, ele não é lindo!Alias, nem bonito, mas tem seu charme, pelo menos pra mim. Quem são? Bom, tem a Amanda, Thais, Fernanda e Angelina. E o meu suposto melhor amigo se chama Vinicius. 

Nunca entendi muito bem se ele gostava de alguém ou não, ele sempre andou com as meninas e nunca demonstrou muito interesse em ninguém, alem de mim e uma das minhas melhores amigas Thais, como ela é uma verdadeira pegadora (e acreditem em mim só pega meninos lindos) nunca quis nada com ele, no caso sobrou eu. No começo eu não queria nem pensar nessa hipótese, mas depois mudou um pouco (UM POUCO?) isso. Resultado dessa minha incrível coragem: Ele me rejeitou e não nos falamos tanto assim. Ainda me sinto idiota mesmo depois de um mês. Eu deveria ter me acostumado já que a maioria deles me rejeita desde os oito anos, eu não passo de uma mera fracassada em sonhos. Sonhadora demais da nisso. Mas uma coisa eu nunca perdi, a curiosidade. Tudo o que parece me levar a algum outro mundo eu não deixo de examinar, uma parte de mim acha que isso é loucura, mas a outra vive dizendo para que eu continue procurando. Então eu sempre penso “um dia eu acho!”. Esse pensamento já tem sete anos. Nunca achei nada demais! Isso é frustrante. Só que no presente, eu estava no lugar mais misterioso de toda a minha vida, aquela casa era completamente assustadora e cheia de quartos, será que encontraria a aventura que estava procurando a minha vida toda? Não. Mas sonhar não fazia mal a ninguém não é mesmo?

Lá ia a pequena Amélia com o grande coração procurar uma aventura inexistente. Andei pela casa toda, procurei nos livros, atrás do sofá, na cozinha, na cama, no banheiro. A única coisa que achei foi um gato, para ser mais precisa a Missy, a mais querida moradora da casa. Peguei Missy no colo e me sentei exausta de tanto procurar. Nos olhamos e ela miou.

– O que foi pequena?

Falei enquanto acariciava sua cabecinha. Ela começou a ronronar e parece ter esquecido aquilo que queria me dizer. Foi então que me veio na cabeça, os únicos lugares que eu não tinha procurado eram no quintal e no jardim! Coloquei Missy no chão e fui correndo para o jardim. Imediatamente me deparei com o jardim meio cuidado e meio não cuidado. Será que aquilo podia dizer alguma coisa? Com certeza não. Depois de uma hora procurando alguma pista você desiste. Sentei-me no chão e fiquei suspirando novamente. Mais que droga! Será que eu nunca iria achar alguma coisa divertida e estranha? Olhei para cima graças ao barulho desconfortável que o avião estava fazendo ao passar por ali e vi uma rosa, a única rosa que tinha florescido na arvore toda. Senti uma palpitação diferente no coração e um sentimento inexplicável, eu precisava pegar aquela rosa a qualquer custo. Levantei-me e fui em direção da rosa. Chegando bem perto percebi que ela estava em um galho muito alto, ou eu pulava e agarrava o galho ou eu não tinha rosa nenhuma. Mas era cheio de espinhos. “Que se dane”, pensei. Pulei e agarrei o galho com toda minha força, na mesma hora senti aqueles espinhos entrando pela minha pele, e puxei para baixo bem rápido, os espinhos iam rasgando toda minha mão enquanto eu tentava tirar a rosa lá de cima. Finalmente consegui tirar à rosa e soltei o galho rapidamente. Feliz (e machucada) entrei na casa com a rosa.

Quando vi minha mão levei o maior susto! Ela sangrava tanto que pingava entre os dedos e manchava o carpete. Missy veio atrás de mim o tempo todo, ela sempre fora uma gata diferente dos outros, ela não fugia de mim, sempre ficava ao meu lado como uma boa e velha amiga. Pedi ajuda para minha avo que na mesma hora passou um remédio e enfaixou minha mão, me dando uma bronca daquelas.

Já eram quase sete horas da noite e eu estava mofando no sofá da sala. Realmente não tinha nenhum mistério naquela casa. Talvez espíritos após a meia noite? Não. Alguma passagem secreta? Aquilo já tinha passado pela minha cabeça e acredite, também não. A frustração finalmente tomou conta do meu pequeno ser. Passou seriamente pela minha cabeça me tornar uma daquelas benditas patricinhas do colégio, ate que não seria tão ruim assim, elas pelos menos tinham o que fazer e eram consideradas normais aos olhos alheios. “Qual é o meu problema?” Essa pergunta sempre rodou e rodou e eu nunca achei a resposta. Eu não sei o que se passa nessa minha mente maluca, eu simplesmente não me ajusto a elas, ainda bem que eu tinha minhas amigas, elas sempre foram sinceras comigo.

Aquele delírio me rendeu 1h de “não tédio”. Às vezes eu fazia aquilo para passar o tempo, mas dessa vez demorou mais do que o previsto. Peguei meu Ipod e fiquei escutando um pouco de musica, aquilo me rendeu mais 1h30 de “não tédio”. Quando deu nove e meia da noite minha avo desceu as escadas (muito devagar pro meu gosto) e foi ate a sala. Quando vi, ela estava com aquele típico roupão que usa antes de dormir. Elas sempre se deitavam às 10h. Acabamos fazendo aquelas coisas sistemáticas que fazemos antes de ir para a cama. Comer, escovar os dentes, colocar o pijama e ir para a cama como um zumbi. Bom, o estado de minha avo era de Zumbi morto de sono, e o meu era de Zumbi morto de tédio. Subimos as escadas (lentamente) e ela me mostrou o quarto que tinha preparado, alias o quarto de sempre. O que o meu pai dormia quando era criança. Tinha um cheirinho todo especial que eu sempre gostei, não sei por que, mas sempre me senti bem ali. Ela me deu o típico beijo de boa noite e saiu do quarto, fechando a porta. Pronto, o meu inferno estava prestes a começar, eu não iria conseguir dormir antes das três da manha e tinha certeza disso. Ficaria na cama me contorcendo com os pensamentos irritantes e tristes da escola e pensando no porque eu jamais conseguiria encontrar algo que fosse mágico (ou porque eu não conseguia conquistar o meu melhor amigo). Foi exatamente quando me veio à rosa na cabeça. Sim, aquela mesma bendita rosa que tinha machucado minha mão horas atrás. Tinha me esquecido completamente e ela estava na sala (se Missy não tivesse brincado com ela ainda).

Levantei-me correndo da cama e desci as escadas cuidadosamente para não acordar quem já estava dormindo (ou seja, todo mundo!) e fui ate a sala. Quando liguei a luz ela estava a onde eu tinha deixado, intacta, com sangue da minha mão seco nos espinhos, mas alguma coisa estava diferente, algumas orelinhas se mexiam perto da rosa. Foi então que percebi, Missy estava deitada ao lado dela, em uma posição de guarda, como se ninguém pudesse chegar perto. Ao me perceber por perto ela miou contente e veio pedir carinho. Típico. Com medo que minha avo acordasse e me desse mais uma bronca, peguei a rosa e subi as escadas voltando para o quarto. Dessa vez Missy subiu comigo entrando no quarto e foi diretamente para a cama. Fiquei olhando por um tempo a rosa, Missy pareceu não gostar muito, ficou miando muito como se me chamasse. Dando uma ultima olhada na rosa, eu a coloquei em cima da janela olhando para a noite, linda e perfeita no céu. Tantas estrelas, amanhã com certeza faria sol. “A esperança de um novo dia nunca morre.”, foi o que eu pensei. Acabei ficando distraída por um longo tempo. Quando voltei os olhos para baixo me assustei. Um gato branco com os olhos de um azul bem claro me olhava feio. Imagino que se não tivesse o vidro nos separando ele me picotaria em pedaços. O felino mexia o rabo furiosamente e fazia um barulho estranho. Segurei-me para não gritar. Missy começou a fazer o mesmo barulho. Dei alguns passos para trás e sentei no chão, juntando as pernas e as envolvendo com meus braços. Realmente era loucura, uma hora daqueles gatos discutindo alguma coisa que eu não fazia a mínima idéia.

O felino branco pareceu ficar entediado e pulou para o telhado de baixo, não sem antes de me fuzilar novamente com os olhos. Missy pareceu mais relaxada e voltou a miar para mim. Derrotada, apaguei a luz do quarto (deixando o abajur aceso, morro de medo do escuro) e deitei na cama. Claro, o desconforto veio à tona e as lembranças dos acontecimentos desagradáveis também. Minha mão começou a latejar e eu me vi numa situação completamente difícil. Algumas lagrimas começaram a cair por meu rosto. A angustia dos problemas começou a tomar conta de mim. Normalmente aquilo me abatia muito. Tinha virado rotina. E agora que estava de férias estava piorando, precisava refrescar minha memória e o único jeito era passar as férias todas longe de tudo e todos, então logo pela manha eu tinha que ligar para minha mãe e pedir para ficar por mais tempo. Ela compreenderia. Missy veio deitar perto do meu braço, logo que suas patinhas encostaram em mim senti um sono pesado e meus olhos se fecharam automaticamente.



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Notas finais do capítulo

É isso ai! O primeiro capitulo já se foi! Mas ainda vou postar até o terceiro '-' ; são os que estão totalmente prontos, portanto essa historias vai ter mais algo para ler ; Tambem né, isso ai é só o inicio! ninguem merece!



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