Piratas do Caribe - O Retorno para o Mar escrita por Capitã Nana


Capítulo 6
Surpresa em Kingston


Notas iniciais do capítulo

Olá muchachos!

Demorei um tiquinho pra postar, por motivos de desanimo. Mas cá este novo capitulo.

Obs: A parte em negrito foi retirada da fanfic anterior.

Boa leitura!



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 O calor excessivo lentamente consumia  toda a tripulação do Ursula. Por mais dias quentes que já tivessem suportado em meio ao mar, aquele era uma novidade para os homens. Moira prendia suas madeixas em um coque frente ao espelho. Alguns fios insistiam em cair sobre seu rosto e ombros, deixando-a irritada. Vencida pelo cansaço, ela resolveu ignorar os fios, desceu os braços e retirou o espartilho que tomava-lhe o fôlego, o clima estava muito quente e aquele acessório a incomodava muito. Talvez não fosse uma má ideia ficar mais à vontade.

         A blusa agora solta descia um pouco mais em seus ombros, deixando o decote um pouco mais interessante. Foi então que a garota prendeu sua atenção a cicatriz no lado esquerdo do peito. Ficou pequena com o passar dos anos, mas seu significado crescia a cada dia.

        Dois anos atrás...

          — Se houvesse um meio de trazê-lo novamente a vida, o que estaria disposta a fazer?

      Moira fitou sua mãe com um brilho de esperança nos olhos

      – Pode trazê-lo de volta?

      – Não, mas você pode… mas ouça com atenção, para aquilo que mais se deseja, sempre há um preço a ser pago no final.

      – Nada importa, desde que o Daniel volte a viver.

Calipso suspirou, não seria fácil para Moira lidar com o que estava prestes a fazer, mas a deusa sabia que seria ainda mais atormentador para a filha viver com a culpa de matar a quem tanto amava. Ela se ergueu e seguiu até seu trono sendo observada pela semideusa. Disse algumas palavras em um dialeto desconhecido e na sequência retornou até Moira com uma adaga em sua mão.

      — Pegue, essa adaga tirará parte da sua vida e do seu poder assim que entrar em contato com o seu sangue, concentre-se no rapaz e no que mais deseja para ele, assim o que perder irá para ele, garantindo  sua volta do mundo dos mortos — Calipso explicava calmamente a filha, enquanto a outra não se mostrava assustada ou algo parecido. Assim continuou — Os dois são necessários para que  dê certo.

     Moira pegou o objeto pontiagudo com firmeza, a lâmina refletia ainda mais o brilho daquela areia que logo seria manchada por gotas de sangue. Quando estava prestes a cortar-se sua mãe continuou.

      — Há uma coisa que precisa saber... — A mais nova a fitou. Algumas lágrimas escorriam sobre seu rosto firme.

       — Não importa o que eu faça, sei que irei perdê-lo… — Ela então respirou fundo e cravou a adaga do lado esquerdo do  peito novamente abrindo a ferida feita por Morgan durante a batalha na baía.

    No navio

  A moça sacudiu a cabeça na tentativa de espantar aquelas lembranças  que a faziam sofrer, pois aquele momento no fundo do mar a muito havia se tornado o motivo de seus pesadelos.

       Pouco tempo depois ela saiu da cabine do capitão e rodou os olhos a procura de Jack, o pirata estava na popa do navio observando o horizonte com uma luneta, mas um pequeno detalhe chamou a atenção da moça, ele estava sem sua velha camisa encardida. Queria evitá-lo, mas estava entediada demais para se isolar e tão pouco queria atrapalhar os afazeres do resto da tripulação.

      — Ainda está bravo comigo? — Disse Moira assim que se aproximou dele.

       — Por ter roubado o Pérola e convencer a tripulação que suas ordens são mais fiéis do que as minhas? Sim. — Jack ainda mantinha sua atenção no horizonte — Mas para ser sincero, estou mais preocupado é em chegar a Kingston antes que a água que trouxemos acabe.

      Com o mar ameno e a falta do vento, a viagem de dois dias infelizmente se estendeu. Moira se sentou sobre um molho de cordas que ali estavam.

        — Não é nada pessoal capitão, mas temos que convir que essa viagem remete aos meu interesses e não aos seus diretamente.  Sinto-me mais segura tendo os homens sobre o meu comando mesmo não sendo tão experimente como o senhor.

        Sparrow fitou a jovem sentada despreocupadamente, ela ergueu sua visão e novamente sentia um incômodo ao ver aquele peitoral desnudo e bem definido.

      —  Tem razão, mas já pensou o que vai dizer a Barbossa quando o encontrarmos? Como vai persuadir, que manobra vai usar para obter o que deseja sem maiores contratempos? — Jack  apoiou uma das pernas no molho de cordas.

     — Não, mas suponho que você já — Arriscou. Ele sorriu. A mais nova sabia que Jack com certeza já teria algo em mente, mas evitou continuar o assunto pois a informação teria um preço, que seja lá o que fosse, ela iria recusar.

      O pirata desceu até ela ficando em sua frente.

      — Quanto tempo acha que vai manter tudo sob controle sem mim senhorita?

      —  Tempo suficiente para ter de volta o meu colar, não crie ilusões de que entregarei o Pérola antes disso capitão — A moça respondeu firme — Tem uma dama aqui sabia? — Ela desviou o olhar para um lugar qualquer envergonhada.

       — Onde? — Jack olhou para um lado e para o outro — Eu não sei se percebeu Capitã,  mas estamos virando assado para tubarões aqui, sugiro que junte-se a nós e tire essa camisa, ou a roupa toda, o que preferir — Indagou, fazendo uma expressão sedutora.

       — O que?! Como ousa a ser tão, tão… — Moira bufou. Tomou a luneta das mãos do pirata e se levantou, indo de encontro a amurada para fitar o horizonte. — Esse calor está insuportável, o mar está parado, não há brisa, não há nada… se continuarmos assim vamos definhar.

     — Se ainda tivesse seus poderes isso não seria um problema — Jack expôs, sentando-se onde Moira estava anteriormente. — Nem mesmo Calipso parece se importar.

       Naquele instante a moça abaixou a luneta pensativa, era como se o comentário de Sparrow a fizesse refletir sobre algo. Em rampante ela largou o objeto sobre os barris e caminhou para as escadas, deixando um Jack completamente atônito.

— — —

      Em meio ao ao quarto dia, o desânimo da tripulação se tornava mais eminente, a pouca água que lhes restaram havia chegado ao fim, e nem um sinal de brisa para reverter aquela situação.  Sem a água não poderiam cozinhar e logo a fome se tornou um novo problema.

        — Acabou a água, só restou o rum — Disse Graham virando um jarro na esperança de que uma última gota caísse em sua boca.

         — O rum também acabou —  Gibbs retrucou, também virando uma garrafa da bebida amarga.

     — Deuses, tenham misericórdia...— Resmungou um dos piratas estirados na madeira do convés.

      Jack estava escorado no mastro principal fitando sua bússola, enquanto sua mente trabalhava de maneira ágil. Fitou Moira em um canto qualquer, ela parecia desolada e chorosa. A jovem tentou ao máximo ajudar a tripulação, até mesmo cedeu sua parte da água potável aqueles que mal podiam ficar de pé, por ser filha da deusa do mar sua resistência era maior que as dos demais.

     Ela notou que estava sendo observada e por mais que Sparrow não a culpava pelo que estava havendo, Moira se sentiu acuada por aquele olhar. Se levantou e seguiu para sala dos mapas, tendo Jack em seu encalço.

       — Não é culpa sua — Iniciou o capitão fechando a porta atrás de si.

      — Não diga o que não sabe! — A mais nova apoiava suas mãos sobre a mesa, de costas para o outro.

      — A culpa é sua então, faça as pazes com a sua mãe e o problema será resolvido — Sparrow expressou de maneira simples.

     — Eu não posso Jack! Eu não posso! — Moira começou a chorar. Se sentia ridícula por mostrar tanta fraqueza diante do pirata.

        Ele por sua vez deu um passo para frente cogitando a hipótese de consolá-la, mas em seguida recuou.

      — Não devia chorar tanto assim, está desperdiçando água ao qual não temos como repor...savvy?

      — D-deixe-me sozinha Jack...por favor. — pediu.

       O homem no entanto não resistiu, apenas a deixou e seu pranto como queria. Ficava cada vez mais claro para o capitão, que a herdeira do mar escondia algo.

— — —

         A manhã caiu sobre o mar acompanhada de uma forte ventania, as ondas quebravam com força no casco do navio, enquanto toda a madeira rangia. Com o balanço da embarcação, os marujos acordaram animados, reunindo suas forças para finalmente chegar a Kingston.

        Jack dormia profundamente em uma rede posta na cabine do capitão, quando Graham entrou afoito ao ambiente.

       — Capitão, capitão Sparrow!

          O pirata assustado caiu da rede e olhou de um lado para outro afim de saber o que estava acontecendo. Avistou a figura de um homem de meia idade a sua frente.

       — Perdão capitão, mas aconteceu algo com a capitã Connor.

        Ao ouvir as palavras do pirata, Jack se pôs de pé e os dois seguiram até a popa do Ursula, onde a mais nova se encontrava inconsciente. O pirata apoiou a cabeça dela em seu colo enquanto tentava reanimá-la

       — Quando chegamos ela já estava desacordada — Gibbs explicou.

     Sparrow fitou o tempo a sua volta, notando que já não se assemelha ao dia anterior.

      — Soltem as velas, ajustar o curso, a todo pano! — Ordenou

     — Senhor, estamos fracos não consig-

     — Mais fracos vão ficar se não se moverem seus ratos de convés! — O capitão finalizou. Tomou Moira em seus braços e a levou para a cabine.

    — — —

      Finalmente Kingston era avistada quando a madrugada já tomava conta de todo o céu. Como o porto era comandado pela marinha, piratas não eram bem vindos, entretanto, teriam que ser discretos. Jack, Graham e mais três homens seguiram a costa em um bote. Eles conseguiriam água potável, enquanto Jack e Graham apanhavam informações sobre Barbossa, que certamente já não estava mais na cidade. Desde que Brodbeck tinha sido encontrada sem consciência, não houvera acordado, então o capitão a deixou sob os cuidados do seu imediato.

  Kingston era uma cidade organizada assim como Port Royal, porém tinha com mais frequência a visita de piratas, tanto de maneira hostil, quanto sigilosa. O mercado negro naquela região crescia cada vez mais, então os piratas,bucaneiros e ladrões comuns, vendiam ou trocavam madeira, farinha, café, especiarias entre outras coisas, pelo que lhes interessava.  

     Após se dividirem, Jack e Graham entraram na cidade pela a mata, procurando a melhor rota até as tavernas. Em pouco tempo chegaram ao pub onde mais havia piratas infiltrados.  O local estava repleto de civis e meia dúzia de oficiais da marinha.

     — E agora capitão? — Questionou Graham.

      — Haja naturalmente, não deixe que olhem em seus olhos e nunca, absolutamente nunca, lhes pague uma bebida. Agora vá — Jack seguiu para o lado esquerdo do bar, enquanto o subordinado seguia para o direito.

       Sparrow chegou ao balcão, onde uma mulher de costas reabastecia o estoque de bebidas na prateleira, ele observou a cintura bem definida dela e abriu um leve sorriso.

       — Sabe...Senhorita, seria cortês da minha parte pagar uma bebida a qualquer dama desse recinto, mas o destino me trouxe até você — Sparrow  dizia charmoso

    A mulher virou-se assim que reconheceu aquele tom de voz tão canalha.

— Pena Sparrow que o seu destino e você são tão paralelos — Ela respondeu calmamente. Os olhos do pirata ficaram arregalados ao notar quem era a atendente a sua frente.

    — Maldição… — Expôs, fazendo uma expressão amarga.

    — Me ajudem! Socorro! Pirata no recinto! Pirata! — Ela gritou, chamando a atenção de todos para eles.

         Logo os oficiais empunharam suas espadas e vinham até Jack, o mesmo fitou a mulher mais uma vez e então também tomou sua espada em mãos e partiu para o combate, gerando um grande tumulto. As espadas se chocavam saindo faíscas, Sparrow sempre habilidoso desviava-se dos golpes até encontrar uma maneira de contra atacar. Subiu nas mesas e chutou todas as canecas sobre os oficiais, pulando de uma a uma, sem baixar a guarda.

    Uma das canecas em que chutou, acertou um pirata disfarçado, que não gostou nada daquela atitude. Ele então com seus braços fortes subiu um lado da mesa em que Jack estava, fazendo com que ele perdesse o equilíbrio e viesse ao chão, mas antes de ser rendido, ele se levantou, chutou o pé de uma cadeira que girou no ar, ele a pegou e com toda força tentou arremessar contra um oficial próximo, porém o mesmo se abaixou e a cadeira atingiu o outro pirata.

      — Eu vou arrancar suas tripas desgraçado! — Exclamou o homem. Ele partiu para o ataque mas dois oficiais o impediu enquanto Jack corria dos outros quatro.

     As entradas do estabelecimento foram fechadas para evitar a fuga do capitão, foi então que ele viu uma corda que segurava o lustre no teto, entre a luta, Jack a puxou e foi erguido por conta do peso do lustre que vinha ao chão. O objeto era velho e enferrujado, mas fôra colocado ali para diferenciar a decoração. Os oficiais perderam a paciência, pegaram suas armas de fogo e começaram a atirar. O pirata de drads  pulou para viga que sustentava o telhado de barro e então por uma brecha escapou para fora do pub. A mulher observava toda a artimanha escondida atrás do balcão, quando viu que Jack fugiu e as portas foram abertas, ela correu para fora do ambiente.

      Mais uma vez o capitão do engarrafado Pérola Negra se via correndo e pulando de telhados em telhados fugindo da marinha.

     — Malditos piratas — Disse ao se lembrar que Graham nem sequer lhe deu cobertura em sua fuga.

  Pulou sobre um monte de palha amontoada e logo continuou correndo, entrou dentro de um local velho que parecia um armazém abandonado. Tentava recuperar o fôlego para então continuar sua missão.

   Ouviu um barulho que aos poucos se tornava um rosnado. Ele arregalou os olhos e lentamente olhou para trás e viu um cão feroz pronto para atacá-lo.

    — Cachorrinho… — Disse na tentativa inútil de acalmar o animal.

       Jack saiu correndo o mais rápido que pode com o cão latindo em seu encalço. Esse alvoroço chamou a atenção dos oficiais novamente. Notou que a sua direita  havia um grupo de homens a conversar, então entrou meio a eles para atrasar os oficiais que com isso o perdeu de vista. O cachorro continuava na perseguição. De repente Jack adentrou em um celeiro com o animal, mas segundos depois o cão saiu de lá correndo e  grunhindo. Em seguida o pirata também saiu do celeiro com um grande sorriso, girando uma barra de ferro com a ponta em brasa.

     Livre de inimigos, o pirata novamente teve sua presença camuflada, retornou a área mais isolada da cidade pois precisa aguardar as coisas se acalmarem novamente.  Caminhava entre as árvores quando de repente sentiu uma dor forte em seu abdômen como se seus órgãos estivessem sendo esmagados, ele caiu de joelhos mediante ao que estava sentindo. Notou passos vindo em sua direção.

     — A-Angélica… — Ele fitou o boneco com sua semelhança nas mãos da mulher.

     — Olá Sparrow, surpreso?


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Notas finais do capítulo

BJKAS!



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