A Era dos Tronos escrita por Andrew Ferris


Capítulo 6
Homens de confiança


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo sem postar, vou ver se dou uma atualizada mais frequente que o normal pra compensar essa demora, mas não esquentem, vou atualizar com mais frequência a partir de agora!!!



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Daenerys caminha por uma colina com Iarcleryn em seus ombros, e segue até o topo do morro, onde os demais dragões se alimentavam de restos de carne de bois e vacas.
— Não sei se já estão satisfeitos - Declara Oswin se aproximando de Daenerys com um pouco de receio.
— Ainda não, mas é tudo que podem ter por enquanto. Não quero deixá-los enfurecidos sem necessidade - Esclarece a Targaryen se aproximando de Drogon um passo de cada vez - Chegue mais perto, Clara, prometo que não lhe farão mal algum - Mesmo que ainda estivesse muito assustada, Clara obedece a rainha e a segue atrás dos dragões.
— Porque me chamou aqui, majestade?
— Porque queria vossa companhia, minha cara. Não sei em quem poderei confiar além de você - Clara ergue os olhos com profunda perturbação ao ouvir as palavras da rainha.
— Não confia em seu conselheiro, majestade? - Questiona Oswin tomando coragem por fim.
— Não sei em quem posso confiar dentre aqueles que vieram comigo para Westeros e nossos novos aliados do Norte, então tudo que posso fazer é confiar em uma jovem criada que aspira tranquilidade e sinceridade ao falar.
— Me sinto lisongeada.
— Mas é claro, se estiver mentindo para mim, irá para as celas mofas e úmidas dos calabouços fazer companhia para aquele rebelde bastardo - Clara fica um pouco assustada com a possibilidade, mas se acalma quando Daenerys começa a rir - Não se preocupe, não sou tão louca quanto meu pai foi.
— Mas penso que tenha adquirido toda a vontade de dominação e poder de seu ancestral.
— Espero que esteja certa, deixaria muitas pessoas que conheci cheias de orgulho.

O Mestre se apresenta nos salões do trono e faz uma leve reverência à rainha, que se encontrava sentada ao trono àquela hora.
— De pé - Ordena Cercei aborrecida, o que ao reparar faz o Mestre levantar em um sobressalto e andar depressa até a escadaria que dá acesso ao Trono de ferro - O que quer aqui? Além, é claro, de justificar sua ausência nesses casos insignificantes que esses civis me trazem todas as manhãs.
— Perdoe minha ausência Vossa majestade, não pretendia ofender vossa imagem com minha falta de pontualidade, mas estava cuidando de alguns assuntos que poderiam ser do seu interesse.
— Do que se trata?
— Notícias do norte, boatos do sul e mais. No entanto há uma grande chance de que nada disso chegue aos ouvidos de Vossa majestade se considerarmos o quanto precisamos de apoio para tomar qualquer atitude desesperada e imagino que assim o será, mas tudo pode ser resolvido com facilidade se eu puder obter algo que pertence ao seu outro Conselheiro.
— Ao que se refere, mestre?
— Uma caixa azul que foi colocada dentro do palácio.
— Já deve ter sido informado que apenas eu posso permitir a entrada no local onde foi depositado os pertences do doutor.
— Deveras majestade.
— E também deve saber que tenho o poder de mandar cortarem sua cabeça fora sem aviso prévio, não é?
— De certo, majestade.
— Pois então não toque nesse assunto outra vez, ou eu o farei. Você é meu conselheiro há algumas semanas, enquanto o doutor é há meses. Ele fez juramentos e trouxe táticas importantes que foram agregadas ao nosso método de batalha. Sugiro que começe a mostrar sua valia antes de exigir algo, sir, ou irá para uma estaca no meio da praça leste.
— Compreendo majestade, só espero que saiba onde está depositando sua confiança.
— E onde acha que estou depositando a minha confiança, mestre?
— Acredito que o Doutor não tenha contado nada sobre seu passado - Sugere o Mestre observando com cuidado as sutis mudanças de expressão da mulher.
— Os conselheiros não costumam contar muito sobre seu passado, mas nós descobrimos de uma maneira ou de outra - Esclarece Cercei sem muito interesse no assunto.
— Pois não creio que o Doutor permitiria ser descoberto, principalmente depoi de tudo que ele fez.
— Eu não deveria lhe dar ouvidos, mestre, mas como o serviço se mostrou encerrado por hoje, não vejo problema em ouvir o que tem a dizer, mesmo como recreação.
— Me daria a honra de acompanhá-la? - Pergunta o Mestre ao ver a rainha se levantar.
— Venha logo antes que eu perca o que restou da paciência.

Sansa Stark levanta de sua cama, se espreguiça e como de costume lava o rosto e o corpo, escolhe suas vestes e desce até a sala de sal dos Greyjoy para comer, o que não costuma fazer direito devido sua constante preocupação. Depois da refeição ignorada e de conversas aleatórias com súditos do futuro lorde do Vale, Sansa desce as escadas da torre rumo às catacumbas onde Jon Snlw se encontrava. Ela passa um pequeno prato por debaixo das grades e observa com tristeza o irmão apanhar o prato como um cão e devorar seu café como se fosse sua última refeição.
— Racionalize. Não sei se conseguirei vir aqui amanhã ou no próximo luar - Explica envergonhada.
— Porque?
— Não consigo mais suportar a ideia de vê-lo atrás dessas grades. Se eu pudesse fazer alguma coisa para libertá-lo, juro que o faria.
— Já tentou conversar com ela? A Rainha dragão?
— Não tolero aquela mulher. Cheia de si, ingênua, pensa que pode controlar tudo.
— Nada diferente de você quando pequenos.
— Talvez seja isso, ela me lembra um pouco de mim mesma - Jon sorri com bondade antes de passar o prato de volta para Sansa por debaixo das grades.
— Deve haver uma razão para ela vir me ver todas as noites - Sansa olha para Jon buscando algo em seu interior, como se seus olhos escuros fossem fendas para penetrar sua mente.
— Porque não disse isso quando entrei? - Questiona a jovem abaixando as mãos e ajustando os ombros para não revelar seu desconforto.
— Pela mesma razão que a maioria deixa de fazer algo. Confiança.
— Perdeu a confiança em mim, Jon Snow?
— Me diga então porque Little Finger não ordenou que a prendessem assim que se entregou à Rainha dragão? - Sansa fica um longo tempo em silêncio - Foi o que imaginei. Pode ir, irmã. Creio que tenha coisas mais importantes para fazer do que dar de comer a um prisioneiro de guerra bastardo.
— Você podia me ouvir mais.
— Foi o que eu fiz, Sansa. E olha onde vim parar - Uma lágrima escorre pelo rosto de Sansa e ela resolve ir embora enquanto Jon se vira para as paredes e começa a pensar em tudo que passara nas últimas semanas.

Clara está andando pelo pátio externo do palácio onde algumas crianças brincam animadas, exceto uma que caminha olhando de um lado para o outro depois de sair de um beco escuro. Deixando o medo de lado, Oswin segue em direção ao beco para saber o que havia ali de tão importante e se depara com um homem de vestes claras observando o mar enquanto parecia aguardar por algo impacientemente. Clara se esconde atrás de uma fresta nos escombros e se espanta ao reparar que o novo aliado da rainha, Little Finger, se aproxima determinado de quem a empregada reconhece ser Varys. Como não está perto o bastante, Clara se arrasta pelo chão até chegar no interior do prédio aos pedaços, olhando os dois por um pequeno bueaco, porém ouvindo perfeitamente tudo o que diziam.
— Parece que finalmente tivemos tempo para uma conversa decente longe de todos os problemas - Declara Little Finger elogiando o esforço aparente de ambos para aquele encontro.
— Muitos os quais nós mesmos começamos - Recorda Varys sentindo um leve incômodo no que ele dizia.
— Nós podemos ter nossas diferenças, Varys, mas a necessidade nos trouxe ao mesmo lugar, o que nos diz que é hora de agir.
— Ainda não. O conselheiro da menina Targaryen continua desaparecido. Ela enviou alguns soldados atrás do anão, mas receio que esteja confusa quanto às próprias ações.
— Acha que tem algo a ver com a bruxa? - Questiona Little Finger preocupado com a questão.
— Nem me lembre disso. Prefiro deixar o passado em seu devido lugar.
— Fizemos isso agora, mas nesse assunto precisamos saber exatamente o que aconteceu para podermos agir.
— Você teme o que está por vir tanto quanto eu - Observa Varys indignado.
— Sim, temo - Concorda Little Finger suspirando firme antes de prosseguir - Mas tenho um novo aliado no sul que pode ajudar com nossos problemas. Vem de terra longínquas.
— Não acha que há estrangeiros demais envolvidos nessas questões?
— Bem, dizem que fogo deve ser enfrentado com fogo - Clara termina de ouvir essas palavras e sai dos escombros para retornar aos afazeres domésticos. Ao menos agora tinha uma certeza, precisava contar o que ouvira para Daenerys o mais breve possível.

Tyrion está em sono profundo quando Jief o desperta empurrando o Lannister para fora da rede.
— O que você quer a essa hora?
— Amanhã vamos descer em terra firme para encontrar nossos mercadores - Tyrion boceja duas vezes, o que deixa o pirata perplexo - Por acaso isso foi forçado?
— Um foi forçado indicando que não dou a mínima para seus assuntos e dos seus companheiros de viagem, o segundo foi verdadeiro, pois estou cheio de sono - Explica Tyrion irritado.
— Acalme-se e me siga até o convés - Ele o faz e logo observam uma pequena lareira a uma distância considerável dali.
— O que acha que é aquilo? - Pergunta Jief esperando que Tyrion chegasse a uma conclusão.
— Selvagens?
— Selvagens com uma trajetória fixa há mais de sete noites. Os miseráveis não saíram da costa durante sua caminhada, o que indica que podem ser outras pessoas prestes a negociar com os mesmos mercadores que nós - Ele encara Tyrion com a feição séria - No entanto, me lembrei que no dia em que o capturamos, muitos, inclusive o capitão, supuseram que você era um prisioneiro da Rainha dragão. Considerando que tudo que falei até agora são suposições, então minha próxima teoria é de que quem fez aquela fogueira está procurando por você, o que levanta a questão, porque?
— Mas também podem ser selvagens - Lembra Tyrion tentando desviar do assunto.
— Sim, essa é a terceira teoria. Há uma quarta de que seja um grupo aleatório de pessoas querendo ir ao sul, mas a verdade é que, de um jeito ou de outro, amanhã três homens irão até aquelas redondezas verificar se estamos sendo seguidos.
— E com qual propósito me diz isso, senhor Jief?
— Aquilo que me disse no outro dia, sobre não termos em quem confiar. Estou apostando em você, baixinho. Espero que retribua o favor.
— E eu espero sinceramente que suas teorias absurdas 

estejam erradas.
— Eu também - Depois de um silêncio prolongado, o Lannister pigarreia de leva e se vira indicando o retorno ao deque.
— Se terminou, vou tentar voltar ao sono.
— Achei que fosse um apreciador de bebidas.
— E sou, mas no momento não há nenhuma.
— Há comigo vinho e rum, de sua preferência - Tyrion se aproxima, seus lábios e língua outrora secos ansiavam por um único líquido naquele momento.
— Me dê logo - Tyrion toma do sujeito uma garrafa de vinho e começa a virá-la sem se importar com as consequências.
— Devagar. O capitão não gosta de marujos bêbados durante um momento delicado esse?
— Delicado? Tem ideia de quanto tempo faz que não fodo? Que não faço uma porção de coisas que amo, inclusive beber e conversar durante noites a fio, por conta de uma tola crença?
— Crença? Fala dos sete?
— Não estou falando dos deuses. Falo de pessoas. Sempre achei que seria mais prudente confiar nossas crenças a pessoas de carne e osso do que a deuses feitos de pedra imóvel - O pirata dá uma longa e tenebrosa risada - Continue rindo, mas não sabe como é difícil se ver enganado quando achou que já havia cometido todos os erros possíveis.

O Doutor desperta e se depara com Arya sentada em uma rocha colocando algo numa fogueira recém acesa. Rose ainda dorme, e ao se aproximar da amiga, o Doutor observa sua constante respiração, sutil e angelical.
— Você gosta dela - Afirma Arya sorrindo maliciosamente depois de mexer um pouco na carne que está no fogo.
— Sim, é claro. Quer dizer, como uma amiga ou quase isso pode-se dizer, mas apenas isso.
— Está escrito nos seus olhos, Doutor. Qual é o problema de gostar de outra pessoa? - Ele se senta em frente à jovem.
— Nenhum, mas - O Doutor se contém enquanto pensa - não posso me dar a esse luxo. Digamos que eu seja mais velho do que pareço - Arya acha graça na declaração do colega de viagem, mas logo se livra da distração para olhar o fogo. Assim que apaga o fogo, Arya entrega ao Doutor um pedaço de carne enquanto mordisca seu próprio pedaço.
— De onde você vem não se pode casar com pessoas de idades diferentes? - Questiona Arya interessada na suposta cultura do Doutor.
— Não é nada disso, mas se trata de um princípio meu.
— Se deita com homens? - Pergunta Arya sem hesitar por um segundo sequer.
— Não Arya, não me deito com homens, você não entenderia se eu explicasse, mas e você? Gosta de alguém?
— Nunca tive como gostar de ninguém além da minha própria família. Todos os homens que conheci foram grandes babacas - Arya come um pedaço grande de carne enquanto observa o Doutor de maneira chamativa.
— Quer saber? Já cansei desse papo. Vamos falar de qualquer outra coisa.
— Pois bem, acho que ficará contente ao saber que nossa jornada pode estar mais próxima do final do que imagina. Não muito longe de nós há um grupo de comerciantes que desembarcaram em Westeros há pouco tempo. O clima frio os trouxe com uma safra inteira do verão, dando a chance de venderem a altos valores - O Doutor presta atenção no que Arya diz para não ter que olhar para seu pedaço de carne com uma cara horrível que o enjoava só de pensar - Vamos conseguir um barco. Não precisa ser muito grande, exceto o bastante suficiente para aguentarmos a maré alta desses dias.
— Tem algo que não entenda, senhorita Stark? - Questiona Rose se levantando e sentando- se ao lado de Arya para pegar um pedaço de carne.
— Muitas coisas, mas a principal é porque vocês parecem ser os únicos que querem acabar com a guerra e parecem não querer derramar mais sangue para isso.
— Essa é simples, minha cara - Declara o Doutor se levantando e largando o pedaço de carne atrás de um tronco sem que Arya notasse - Vocês já tentaram desse jeito e falharam todas as vezes, por conta disso a relação entre as famílias está tão...fria.
— E você pretende fazer isso - Completa Arya se empolgando com a causa.
— Bem, até esse ponto há lógica estarmos atrás de dragões, não?


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Notas finais do capítulo

O que os piratas pretendem com os mercadores? Por quanto tempo o Mestre insistirá em seu objetivo de alcançar a TARDIS? Será que Arya é mesmo tão observadora a ponto de ver algo entre o Doutor e Rose? Até quando isso não seria uma inveja da jovem Stark?



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