Inverno escrita por Shelter For Crazy


Capítulo 5
A Conversa


Notas iniciais do capítulo

hi, I'm back! Boa leitura e favor não tentar me matar.



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Velas sem perfume algum queimavam em uma tentativa vã de aquecer o frio gélido que devorava o comodo em particular - o que não amenizava a temperatura cruelmente congelante que vos aguardava ao exterior. As velas se encontravam sobre uma comoda talhada a madeira à mais décadas do que os Vikings que lá se encontravam podiam imaginar.

—Precisamos conversar - O Viking falou rangendo os dentes nervosos à beira de um derrame.

O chão, revestido com madeira barata - e tão velha quanto a comoda - pareceu gruñir um som estridente que gerava um certo desconforto, o que poderia ter facilmente desviado a atenção de um dos presentes. Já as paredes, essas não escondiam verdades, expeliam e espalhavam o cheiro de mofo formado entre os pinheiros mal cortados, os quais jamais se quer tiveram a chance de serem tão belos quanto a cabeceira, tão desejados quanto as velas, ou tão necessário quanto o chão.

—Precisamos conversa - A Jovem viking falou cruzando os dedos e os estabilizando pouco a baixo de seu tórax, assumindo uma postura visivelmente formal de mais para se tratar de um assunto fútil ou torpe.

E então, as velas cessaram, o chão calou-se, as paredes serenizaram, e os vikings demonstraram-se atentos um ao outro - ou quase...

Ambas as frases cortaram como uma lamina bem afiada o resquício de som que pairava no local. Mas não fora para menos, o que há de mais assustador do que tais palras? Assim, como se as "noticias" que Soluço e Astrid guardavam ansiosos - ou não - para compartilhar já não carregassem sua devida dose de receio - cada uma em articular - eles ainda tiveram a oportunidade de amedrontar-se com a especulação de qual seria o novo fardo a mais revelado na conversa que parecia tomar um rumo deveras sério.

Ou almenos Astrid chegara a te-la, pois Soluço - em um gesto precipitado - prontificou-se de quais quer possibilidades de que houvesse algo que pudera minimizar a importância de suas novas - nem que por almenos um segundo - conclusão plausível - ouso dizer que um tanto compreensível - levando em conta o fato de que ele estava prestes à comunicar a mulher, a qual o estava prometida, que ele iria para algo que por eles é conhecido como - basicamente - a morte certa.

—Sendo assim, concluiu que fosse algo como gentil deixa-la notifica-lo com algo insignificantemente bom uma última vez- V-Você primeiro...

—Certo... - Disse a jovem em o que mais se assemelhava a um suspiro em uma vaga busca por acalmar-se -E-Eu... - tentou falar, mas deu-se conta que não tivera a minima ideia do que dissera. Talvez devesse falar rapidamente, como arrancar um curativo, ou por outro lado amenizar a situação, preparar o terreno... Porém, vendo-se diante da própria conversa que planejava às pressas, Astrid logo concluiu que independente de qual realmente houvera a ser a melhor opção, ela não tinha tempo para planejar almenos seu folego, e isso era algo que não pudera ser simplesmente descartado. Com isto visível, não lhe restou muito a fazer além puxar a maior quantia de ar possível e despejar em uma frase que quase à deixou sem folego - Eu vomitei comendo o almoço de hoje.

Porém, o que não lhe ocorreu fora que seu namorado dificilmente deduziria as coisa tão rápido. E ela poderia facilmente ter dado-se conta disso assim que deixou aquela frase mal formulada escapulir por seus lábios, porém a reação de seu amado não a ajudou com esta linha de raciocínio. Ao ouvir aquilo Soluço logo imaginou a pior hipótese que poderia lhe ocorrer: A doença que descobrira a pouco nos iaques já tivera atingido os Vikings, sendo Astrid um dos primeiros.

E ao imaginar tal situação - o que não se deu por mais de um segundo - Soluço sentiu como se uma faca de vidro penetrasse fundo em meio a seu peito, fundindo-se com o pedaço de carne portador de sua vida cujo nome fora coração, e o quebrando como um espelho em um bilhão de pedaços, transgredindo em areia.

—Porém, demorara muito mais do que um segundo para acreditar nos próprios pensamentos, assim permanecendo em um estado continuo de choque até que juntasse forças para dizer - Oque?!

—Vendo o desespero fortificar-se em carne e osso no rosto de seu noivo, e recusando-se a acreditar que aquela fora sua reação definitiva a sua noticia, Astrid então considerou que talvez ele não tivesse compreendido sua fala, assim especificando-se mais - E e-eu ando tendo enjoos matinais...

—Foi então que, junto a maré de calma, uma tempestade de confusão abrangeu a mente já danificada de Soluço ao dar-se conta de que os homens responsáveis pelos iaques não relataram nada como enjoo matinal ou vomito, assim fazendo-o perder o resquício de razão que lhe restava. Uma de suas primeiras hipóteses fora que os sintomas fossem divergentes variando a especie do hospedeiro, mas isso não faria sentido, almenos não biologicamente. Mas como raciocínio já fugira as capacidades do jovem líder amargurado, não lhe custou perguntar - E... tem saído sangue?

—Astrid teve de puxar ar novamente para preparar-se para o impacto de sua própria frase - Não, não Soluço... - Mas não foi preciso mais do que o pequeno sorriso de canto de boca para que a loira já empolgasse o suficiente para concluir - Eu não sangro à 2 meses!

—Ao ouvir aquilo Soluço sentiu-se como se tive livrado-se de montanhas de aço em suas costas, assim finalmente pode soltar sua respiração e calmar sua frequência cardíaca que parecia tão rápida quanto a de um coelho, assim contentando em dizer em meio a suspiros de alivio nada mais do que - Bom... Bom... Muito bom...

—Astrid, que parecia não entender a sintonia de seu noivo, resolveu questiona-lo uma penúltima vez, para que assim tivesse certsa concreta sobre o que se passara - Você acha isto bom?

—Claro - Respondeu Soluço rapidamente enquanto voltara calmamente a sua postura original - Você não está doente... - Ele completou acariciando a pele quente e macia de sua amada enquanto apreciava os lindos olhos azuis que pretendia manter em sua vida por um logo tempo mais.

—Doente?! Não! - Exclamou Astrid em sua última gota de paciência, prestes à falar abertamente sem vergonha ou remorso sobre o ocorrido, porém...

—AH, desculpe, Estou desviando muito do assunto - Soluço insistiu em interrompe-la, deixando claro que não dava realmente muita importância para o que poderia se seguir desta discussão por parte de Astrid, assim subestimando-a - Er... - O jovem exita em cuspir a informação que guardava, teimou em procurar uma forma menos rude de transmiti-la. Ele parecia perdido entre as palavras, desamparado por completo, já sem sintoma algum de qualquer rasão ou raciocínio em sua mente, ele estava nervoso, e ao notar tal, parou. Sugou calmamente ar para dentro de seus pulmões, e logo os expulsou com remanso. Logo voltou a encarar os grandes olhos azuis que lhe aguardavam em meio a sua crise de ansiedade, e com sigilo, falou de forma mansa - Astrid...

—Sim? - Falou a garota já assustada com a exaltação de seu namorado, assim compreendendo que  o que ele pretendia contra-lhe poderia ser tão importante quanto o que ela guardava na ponta de sua lingua.

—Não há mais comida... - Ele declarou em um tom incrivelmente sério, cujo Astrid podia jurar nunca ter ouvido antes - Todos os alimentos foram infectados...

—Oque?! - Astrid falou tropesando no ar que saia desamparadamente desesperado de seus pulmões, praticamente não acreditando no que ouvia.

—Perdemos tudo, Astrid... - Ele prossegue voltando seu olhar para o chão em angústia, tentando prepara-se para prosseguir com aquilo -Tudo...

—O-O que vamos fazer? - Astrid perguntou confusa e assutada, rezando para que seu noivo já houvesse bolado algo como um plano que não permitisse que toda a vila morresse de fome ou tivesse que cometer alguma atrocidade.

—Soluço então, tentou olha-la com firmeza, e contar à ela sobre tudo, mas mal pode abrir a boca direto que já se deparara com a a vaga lembrança desta mesma jovem anos atrás ao seu lado em um porto, onde tudo parecia perdido, e ela dera um jeito de reconstruir. Assim, encontrou-se incapaz de assumir qualquer outro tom a não ser o de remorso e culpa - Vamos ter que sair... - Ele em fim declarou em um suspiro perdido e assustado.

—---

Eret caminhava a passos duros e rápidos em direção há oque, em teoria, seria uma sala reservada por soluço para relatórios e agendas especificas dos treinados - ele acreditava que fora justo que todos os cavalheiros que travaram duras batalhas ao seu lado também tivessem seu lugar na história - Afinal era de se esperar que passassem quase todo o inverno ocupados em organizar e registrar o que já acontecera, e o que estava por acontecer... Porém, para a surpresa de Eret, acabou por ser apenas de se esperar, pois quando Eret abrira a rustica porta de madeira do leste, tudo com que se depara fora uma pilha de papeis em branco - com alguns desenhos ofensivos e impróprios a parte - abandonados sobre uma mesa fina e revestida por pedra.

—Ótimo... - ele retrucou para si mesmo sarcasticamente enquanto bufava cansativamente bravo para si mesmo.

O mais lógico a se fazer era pensar em onde eles poderiam estar, porém, Eret estava ciente de mais do perigo eminente para raciocinar no momento, assim, foi em direção ao copo de cerveja quente deixado para trás por seus tão "amados" colegas de trabalho, na esperança que aquela cerveja quente pudesse lhe reconfortar momentaneamente de alguma forma - mas é claro que ele não estava ciente de sua temperatura, até porque não lhe passou pela cabeça que a gangue  possivelmente deixara aquele lugar assim que Soluço tirou seus olhos.

Ao sentir o acido escaldante descendo por sua garganta como lava em um vulcão, Eret não leve outra reação se não arremessar a caneca duas vezes maior que sua mão contra a porta, sem nem se preocupar com o cheiro que a sala viria a ter nos próximos meses, afinal, não sabia nem se estaria vivo até a semana seguinte. 

Mas ao observar a imagem daquela grande porta suja com bebida ruim, sentiu uma sensação estranha, algo como um déjà vú, voltando a sua cabeça. "Talvez seja o álcool fazendo efeito" Pensou desviando o olhar vagamente, em uma vã tentativa de encerrar o assunto, porém havia algo ali que sua mente insistia em decifrar. E ao involuntariamente voltar seu olhar novamente para a porta encharcada com cerveja, Eret logo associou as pontas soltas as quais pareciam lhe perturbar, percebendo que não se tratava de nada mais nada menos do que o simples fato de que aquelo lhe remeteu a memória de um acontecimento estranhamente conveniente e similar.

Eret lembrou-se do dia de entrada, pouco depois de fecharem os portões, Soluço os apresentou esta mesma sala, com o simples consolo que começariam o trabalho somente no dia seguinte, o que obviamente não agradou ao jovem bêbado e musculoso de cabelos pretos com nome remetente a fluidos nasais, que atirou sua caneca de cerveja contra a porta assim que seu líder fechara a porta. Mas o que realmente lhe alarmou foi a lembrança do que Melequento falou depois de fazer isto.

—Por mim queimávamos esse lugar e invadíamos a dispensa de vinhos.

No segundo seguinte que Melequento completou a frase, sem Soluço nem Astrid estarem ali para interrompe-lo com uma bronca, tudo que restou foi a sugestão de Perna de peixe, que foi completamente ignorada em meio a risos altos e gargalhadas. Mas tendo essa informação em mente, Eret não exitou em sair rapidamente daquela sala, correndo em dispara a todas as reservas de bebidas alcoólicas que existiam em todo o salão.

—--

—Não... - Astrid fala em um tom baixo, ainda tentando conforma-se com o que ouvia - Você não ousaria...

—Eu sei que parece loucura - Ele exclama amedrontado - Mas, Astrid, não há outro meio...

—Nos vamos MORRER lá fora - Ela o interrompe em uma tentativa de mostra-lo como sua ideia parecia estupida, e incogitável.

Soluço assustou-se com o tom de voz usado por Astrid, ele poderia jurar que não escuta nada parecido vindo ela  há mais de 6 anos, afinal ela sempre fora a unica e primeira a estar 100 por cento ao seu lado,ele desconhecia tal situação a qual até mesmo ela se opunha ao que planejava. Mas o que ele não sabia era que pela primeira vez em décadas, Astrid zelava a vida. Morrer nunca foi uma tragédia para nenhum dos jovens de Berk, todos estavam dispostos a dar sua vida em uma aventura se fosse necessário, afinal eram jovens, não tinham nada a perder. Mas agora, Astrid tinha algo de valor muito grande para arriscar: Um futuro.

—Porém, apesar do pequeno choque que tivera ao ver pela primeira vem anos Astrid contra sua proposta, Soluço manteve-se firme em seu argumento, contestando - É morrer lá fora ou morrer aqui, devemos almenos tentar buscar mais comida!

—Mas você não precisa se precipitar tanto! - Astrid falava ainda em defensiva - Deve haver outro meio de...

—QUAL outro meio, Astrid? - Soluço a interrompeu bruscamente, já irritado com a insistência irracional e inútil de sua noiva, que não se dava o trabalho de almenos baixar o tom se dua voz. Mas quem pode culpa-lo? a paciência do jovem estava por um fio, assim como seu equilíbrio emocional - me diga UM outro meio e eu estarei todo ouvidos...

—E-Eu não sei... - Ela fala desamparada, nunca tinha ouvido Soluço gritar com ela desta forma, por um segundo simplesmente não parecia ser ele, porém lutava contra seus próprios olhos, que começavam formar lágrimas de desespero, em busca de uma postura firme a sua oposição - Um outro meio...

—VOCÊ NÃO SABE?! - Ele a interrompe novamente já no auge de sua raiva - Você quer arriscar A VIDA DE CENTENAS DE PESSOAS INOCENTES sem se quer saber porque?!

—N-Não, eu... - Astrid tentava buscar argumentos em sua mente, mas todos tinham simplesmente acabado. Foi então que seu medo de desespero a consumiram de vez, assim fazendo só conseguir pensar em uma coisa, aquilo que carregava em seu ventre, que não a permitia de deixar seu noivo ir - Soluço, por favor, você tem que me escutar - ela clamou por misericórdia.

—Porém, para Soluço, aquilo não fora nada mais do que uma tentativa falha de convence-lo com argumentos muito ruins - Pelos Deuses Astrid! Você quer parar com isso?! Não há outra opção!

—Soluço, por favor - Ela continuava a clamar, já deixando seus olhos se carrearem de lágrimas desesperadas.

—Quantas vezes eu vou ter que pedir que pare! - Ele gritava sem paciência - Eu vou sair do salão para buscar comida para você e o povo de Berk, e não há nada que você possa fazer para me...

—Para mim? - Foi então que Astrid notara um pequeno detalhe - Você planeja sair sozinho!?! - E como se a pobre garota já não estivesse tomada pelo meso e desespero, aquilo serviu apenas para piorar a situação.

—N-Não... - Tanto preocupado em convence-la em deixa-lo ir, que Soluço nem percebeu que havias e esquecido de seu objetivo inicial: Antecipar o casamento e pedir que guarde Berk por ele - Eu vou levar os cavalheiros... - Ele exitou de nervoso - Mas preciso que você fique e cuide de Berk para mim.

—Não... - Astrid retrucava pasma com o que acabara de ouvir. Para ela aquilo era mais do que um trauma. Atentar a própria vida com um filho a caminho já fora algo inimaginável, mas sentencia-la a ser viúva, e ainda deixar-lhe um filho e uma ilha para cuidar, era algo desprezível.

—Preciso que se case comigo amanhã de manhã - Ele prosseguiu esclarecendo explicando o que havia de ser feito, tentando segurar sua mão em uma tentativa de acalma-la.

—NÃO! - Ela respondeu soltando bruscamente a mão de Soluço enquanto gritava aos prantos - Você não pode fazer ISSO comigo e depois me deixar!

—Soluço estava prestes a gritar novamente, dizer que era ridículo o que estava fazendo, e que não havia outra escolha... Porém quando avistou as lagrimas transbordando de seus olhos vermelhos afogados no desespero, baixou seu tom, e deu-se conta de que o meio que transmitira a mensagem fora completamente indelicado - Me desculpe, Astrid, me desculpe mesmo... - Ele fala já em tom manso de empatia - Você não precisa se casar se não quiser, mas preciso que fique aqui com minha mãe...

—NÃO É DISSO QUE EU ESTOU FALANDO! - E como já deixei claro, Astrid estava sem mais um pingo de paciência para aturar mal entendidos - EU ESTOU GRAVIDA! SEU IDIOTA!

—Foi então que o pobre garoto entrou em choque, aquelas palavras chegaram a seus ouvidos aplacando tudo que havia pela frente, sua coragem, sua segurança, sua dignidade, quase como uma prévia do que estava por vir. Porém tudo que Soluço conseguiu dizer ou fazer a respeito foi - Oque?!

—Você ouviu bem - Astrid exclamava como se guspisse as palavras sobre Soluço, jogando deliberadamente culpa sobre seus ombros, brava e assustada, fazendo daquilo sua vingança, como se dissesse "nunca mais levante o tom comigo" - Você está prestes a deixar sua mulher, seu filho, seu povo, tudo! - Ela o olhava com desprezo enquanto as lagrimas salgadas que corriam como um rio banhavam seu rosto - você vai perder tudo!

Mas o que Astrid não esperava fora que Soluço não ouvira atentamente uma palavra d que falava, mas sentia o tom acido de suas frases, e via a lagrimas descerem por seu rosto como gotas de chuva escorrendo das folhas das arvores sulenses. Soluço, que não sabia o que fazer, o que dizer, apenas seguiu seu primeiro impulso: Abrasa-la.

Astrid, que há menos de um segundo carregava mais raiva do que um dragão de rodeio, derreteu-se em seus braços, permitiu-se até mesmo soluçar enquanto agarrava Soluço com toda sua força. Não queria solta-lo "Poderiamos apenas permanecer naquele momento eternamente, e tudo que ele precisa fazer é ficar. Deuses, eu só peso que ele fique!" Pensou.

—Mas foi quando Soluço tentou afastar-se para ver se as lágrimas já haviam secado que ela segurou mais forte, parecia uma criança traumatizada que se recusava a largar aquilo que para ela fora a unica coisa que ainda tinha. E Então ele percebeu, que não seria nada fácil para ela enfiar-se em um vestido velho e subir ao altar com um idiota como ele, que a uma vida indesejada ´por qualquer mulher que se prese - Algum dia vai me perdoar? - Ele sussurra em seu ouvido em busca de redenção.

—Não vai precisar que eu te perdoe se ficar - Ela responde segurando-se para não voltar a chorar, lutando para estar em um estado apresentável enquanto insiste até o último segundo possível.

—Astrid... - Soluço falou fastando-se sem solta-la, enquanto colocava a palma de sua mão sobre o canto de seu rosto, enxugando as lagrimas com seu polegar. E ao encarar os olhos azuis que sempre o apoiaram, e agora, pela primeira vez, pareciam desesperados por uma chance de convence-lo a mudar de ideia... Ele sentiu-se incapaz de terminar sua frase e lhe falar um rígido e definitivo "Não", então suspirou, assim deixando a raiva de si mesmo e a angustia de não conseguir dizer o que deveria florescer em sua face

—E aquilo foi tudo que Astrid precisava para permitir nascer um pouco de esperança de que Talvez Soluço cogitasse ficar - Fique, nos acharemos um antidoto, basta pesquisar, aqui tem muitos livros e... - Ela tentou argumentar, utilizando como fundamento a coisa mais próxima de uma solução lógica que pensara enquanto estudava a pequena brecha de seu noivo.

—E quantas pessoas inocentes terão morrido até descobrirmos a formula certa? - Ele falou mansamente a interrompendo, assim calando-a de vez, assim como todas as suas esperanças, fazendo-a baixar a cabeça. E ao ver tal sena - a qual era umas das últimas que imaginava que algum dia veria em sua vida - com seus próprios olhos, Soluço sentiu que a unica coisa que estaria a seu alcance para faze-la sentir-se melhor era conforta-la, assim voltou a abrasa-la, desta vez desfrutando de cada detalhe que lhe acatava, do cheiro de seu sedoso cabelo, do calor ainda presente em suas bochechas que afagavam seu ombro, e por fim, da segurança de seu abraço aconchegante. E em meio ao calor do momento, ele jura - Eu irei voltar, prometo.


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Notas finais do capítulo

Eu tenho um sério problema com a narrativa á volta dos personagens, quer dizer, eu realmente não me importo com os movimentos físicos, a menos que seja necessário para compreensão do leitor eu realmente acho muito desnecessário e a partir de agora não pretendo mais dar tanta importância em meio a narrativa ( a menos que não tenha mais absolutamente nada para se comentar kkk)

Eu sei que ninguém lê as notas mesmo, mas foda-se eu tava querendo falar isso



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