Intenso escrita por Honora


Capítulo 1
Intensidade


Notas iniciais do capítulo

AAAA que felicidade de postar uma fanfic depois de meses parada, espero que coração que você goste de lê-la tanto quanto amei escrevê-la.



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Os pensamentos pareciam fluir com leveza e, de certa forma, seu coração parecia mais alcançável quando o sorriso dela mirava-o, parecendo atingir todo seu sistema nervoso e lhe deixando ainda mais confuso e sentimental.

Era algo que não podia evitar; a intensidade. Sentia em dobro, demonstrava quase nada, mas seus olhos sempre diziam o que sentia. Sempre.

— Qual a paranoia da noite? — questionou Sirius, de repente, olhava para o mesmo canto que Remus.

— O que? — fingiu não ter escutado e voltou a prestar atenção na mesa animada, onde Ron e Hermione gargalhavam ao ver Tonks mudando o formato do nariz; algo típico da eterna lufana.

— Quando você olha para a mesa fica minutos sem piscar e você sempre passa as mãos no cabelo, enquanto balança a perna freneticamente. E isso, meu caro amigo, significa duas coisas; ou você está muito nervoso ou está criando alguma paranoia nessa cabecinha genial — Sirius sorriu, bebericando a taça de Firewhisky, sentindo-se o amigo mais observador daquela casa.

— Sirius você precisa definitivamente parar de beber — o tom de voz era igualmente idêntico ao seu tempo em que fora professor em Hogwarts; aconselhando o melhor para seus alunos.

— Moony, eu não sou idiota, por mais que aparente… Você sempre leva seu olhar a ela, onde quer que ela vá.

Remus não soube o que dizer, de fato acompanhava-a onde quer que ela fosse, pois gostaria de ter certeza de que ela não desapareceria de sua vida de um dia para outro, como James, Lily, Peter e Sirius fizeram — mesmo que intencional.

E essa era a paranoia que Remus insistia em vender e Sirius insistia em lhe acusar. Era quase que automático; levar-se para um nível inferior. Acontecera por muito tempo em sua vida, até perceber que havia acrescentado uma parte boa à Hogwarts, fazendo alunos sentirem prazer por aulas. Mas nunca fora o suficiente para se sentir o homem certo para Nymphadora Tonks.

— Você deveria conversar com ela, dizer o que sente… Não quero parecer negativo, mas estamos em uma guerra, Moony, nós já passamos por isso e já perdemos pessoas que amamos. Não quero que isso aconteça novamente, mas nunca sabemos sobre o futuro, não é? — o tom era delicado, mas Remus podia sentir a atmosfera tornar-se pesada, era algo que Sirius havia adquirido em Azkaban, algo que definitivamente não fazia parte dele, mas que o amigo tornava-se extremamente útil tentando fazer com que Sirius não se tornasse amargo e um completo sem esperanças.

— Está fazendo de novo, Padfoot — era o suficiente para que Sirius o olhasse e mordesse a língua, apedrejando-se por pensar de forma tão abstrata e absurda.

— Fale com ela — insistiu, sentando-se ao lado de Harry e abandonando o velho homem com velhos pensamentos.

Remus engoliu em seco, não era extremamente notável ou um falante nato, mas esforçava-se ao máximo, principalmente quando o assunto não era a política bruxa, os marotos ou a guerra.

— Vocês não deveriam estar na cama? — puxou uma cadeira e sentou-se ao lado de Hermione, observando os mais novos sorrirem com extrema leveza, da mesma maneira que se sentia ao lado de Tonks.

— Deixe de ser chato, Remus, está ofuscando meu show — o tom era facilmente identificável como brincalhão, mas Lupin ainda sentia como se realmente estivesse sendo um estorvo irritante.

— Prof. Lupin está certo, nós temos coisas a fazer amanhã cedo. Vamos Ron, Harry… — era Hermione quem falava, sempre com o tom alto de quem realmente sabia o que estava fazendo (e ela sabia, afinal).

— Tonks, por favor, continue isso amanhã! — Ron parecia extremamente animado.

— De onde paramos, com certeza! — Tonks sorriu e abanou, desejando-lhes uma noite agradável, assim como Remus.

— Às vezes sinto que tenho a mesma idade deles — comentou ela, vendo um após um retirar-se da mesa.

— Não tens a mesma idade, mas acredito que a alma seja tão mais infantil que a deles — respondeu Remus, enquanto Sirius lançava-lhe piscadelas e saía do cômodo acompanhado de Arthur e Molly.

— Isso é um comentário negativo, Professor? — Tonks mordiscou a língua, sorrindo de forma quase maliciosa.

— Não, longe disso, é um comentário repleto de admiração — o tom sério fez a malícia morrer, e naquele sorriso Remus encontrou um misto de nervosismo e satisfação.

Ela remexeu-se na cadeira e abriu a boca algumas vezes, tornando a fechá-la. Derrubou a xícara vazia, bebericou do seu chá já morno e dobrou as pernas na cadeira, mudando a cor do cabelo algumas contáveis vezes.

Remus não disse uma só palavra, encontrava-se tão nervoso quanto ela, mas o sorriso que tinha em seus lábios era calmo e suas feições eram serenas; Tonks perguntou-se como ele conseguia ficar tão calmo em situações de repleto e incômodo silêncio.

— Por que ainda não estamos juntos? — sussurrou ela, pedindo a Merlin para que Lupin não tivesse escutado a sentença, mas Merlin havia a abandonado naquela noite.

Remus parecia pensar na resposta correta.

— Porque você merece alguém diferente, alguém melhor — era o famigerado clichê que ele insistia em vender a ela.

— Está mesmo falando sério? — seus cabelos haviam mudado de celeste para carmesim drasticamente.

— Tonks, pense comigo, eu não sou um homem novo quanto você é, não possuo bens, não há emprego para o meu tipo de pessoa e as luas cheias me tornam em um monstro. Em que tipo de realidade você acha isso aceitável?

Por um momento sentiu-a estremecer, não soube dizer se ela estava realmente com raiva, mas seus cabelos vermelhos e sua boca crispada lhe diziam algo.

— Sabe, é uma pena que não perceba o homem brilhante e incrível que é — Tonks olhou para o chão e seus cabelos voltaram a cor rosada habitual, mas o rosto continuava com a feição cansada.

Era duro ouvir as mesmas palavras quando sempre investia no que Remus acreditava ser um amor impossível. Mas o amor era o antônimo daquilo, não? Era possível e caso aparentasse dificuldades, ambos fariam de tudo para contorná-las, afinal, se amavam. Gostaria de enfiar aquilo na cabeça daquele homem. Como poderia ser tão inteligente, porém tão inseguro?

— Eu me sinto um tolo por não poder oferecer a você o que merece — sussurrou Lupin, sentindo uma estranha sensação lhe aconchegar.

Tonks bebericou o chá, que parecia terrivelmente péssimo, mas era ainda mais atraente do que tentar lutar naquela batalha perdida.

— Você é tão idiota! E eu nunca pensei que diria isso para um dos homens que mais admiro e respeito! — e então aquela energia típica de Nymphadora reapareceu, fazendo Remus se assustar com a brusca mudança de humor.

Mas era evidente que isso aconteceria, já que Tonks sempre fora teimosa e também muito energética. Era extremamente paciente (Lufa-Lufa parecia correr em seu sangue), mas quando tratava-se das desculpas de Remus John Lupin, era quase impossível conter-se.

— Por que diz isso? — perguntou ele pacificamente, tentando entender o que fizera de errado desta vez.

— “Não posso oferecer o que você merece”… O que eu mereço, Remus? — o tom voltou a ser calmo e os cabelos pareciam ter finalmente se estabelecido no rosado típico.

— Merece um homem que cuide bem de você, que possa lhe oferecer todas as coisas que desejar, que seja paciente e bondoso, um homem que não seja perigoso, de fato — as palavras foram despejadas vagarosamente, pois Remus estava as escolhendo em sua mente, já que achava que ela merecia essas coisas e mais outras quinhentas.

Tonks sorriu, desajeitada. Nem havia percebido que derrubara chá na mesa.

— Esse homem que você tanto idealiza é você. Sabe disso, não sabe? Um homem bondoso, carinhoso, paciente e incrivelmente inteligente. É o homem que eu mereço. É você, Remus. Eu mereço um homem tão bom em minha vida e eu tenho certeza que você merece uma mulher de cabelos coloridos também — divertidamente sorriu e aproximou o rosto do homem mais velho.

— Você é realmente teimosa, Nymphadora Tonks — deu-se por vencido naquela noite e suspirou pesadamente.

Tonks crispou os lábios mas não o xingou por chamá-la pelo nome que tanto detestava. Apenas aproximou-se o suficiente para sentir a respiração pesada de Lupin, enquanto os olhos cintilantes e castanhos a fitavam.

Remus aproximou-se e beijou-a como em todas as noites fantasiosas em sua mente. Puxou com delicadeza o cabelo cor-de-rosa e sentiu-se livre para acariciar o rosto jovial, enquanto beijava-a intensamente.

Intenso. Era a palavra ideal para defini-lo em qualquer momento. Sentia em dobro, demonstrava apenas para Tonks, mas seus olhos sempre o incriminavam para qualquer pessoa.

E, de fato, era velho, não possuía bens, além de seus próprios aprendizados e ensinamentos, ainda se achava perigoso e sem charme algum, mas aquilo, aparentemente, era o suficiente para Tonks. E se ela estava feliz e sentia-se segura em seus braços, então ele era o homem mais feliz e realizado em toda sua vida.


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Notas finais do capítulo



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