Medo Bobo escrita por LauraCatM4


Capítulo 4
Inércia, astronomia e magnetismo


Notas iniciais do capítulo

Oii gente
Volteii com mais um capítulo pra vocês
Spoilerzinho
As coisas começam a acontecer hahah
Espero que gostem



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— Bom dia - Emma disse animada enquanto apoiava sua mochila no colo da morena sentada à sua frente

 

— Bom dia - respondeu Regina em meio a um sorriso enquanto ajeitava a mochila em seu colo

 

— Vai fazer alguma coisa no final de semana? Digo… tem algum compromisso?

 

— Humm - pensou um pouco - acho que não. Por que?

 

— O que acha de ir no cinema?

 

— Eu adoraria, mas a grana tá curta. Final do mês - se explicou - quem sabe semana que vem - mostrou um semblante entristecido

 

— Ah… tá - pensou por um tempo - e se fizermos cinema em casa?

 

— Como assim?

 

— Ué, é simples. Netflix, pipoca, guaraná, um sofá e tá tudo certo.

 

— Acho legal - riu - então eu não sou a única que prefere guaraná?

 

— Eu prefiro laranjinha, mas guaraná combina muito bem com pipoca - riram - Então, o que acha de ir lá em casa?

 

— Iria amar! Só tenho que falar com meus pais

 

— Na verdade, eu também - riu

 

— Eu só não sei onde é sua casa

 

— Ah… verdade. Sabe onde eu subo no ônibus, né?

 

— Sei sim

 

— Eu te espero ali. Não sou muito boa em explicar onde fica minha casa - riram juntas novamente

 

— Ok

 

—Algum filme em mente?

 

— Sempre aprecio qualquer filme da Sandra Bullock, por maior que seja o número de vezes que já assisti

 

— Quem é essa?

 

— Como assim quem é essa? Você não sabe quem é Sandra Bullock? Estou inconformada com você, Emma. Agora mesmo que nós vamos fazer maratona Sandra e não aceito outras sugestões. Está decidido, vou até começar a fazer o roteiro. Começamos com A Casa no Lago, Enquanto Você Dormia, Forças da Natureza, Gravidade, A Proposta, não podemos esquecer de Miss Simpatia um e dois, As Bem Armadas, Amor à Segunda Vista. Aah… são tantos que nem me lembro de todos

 

— Ah… acho que sei quem é ela. Já assisti alguns desses filmes, apenas não gravo nomes de atores e atrizes. Não acho que vá acrescentar algo à minha vida. Gosto de assistir filmes uma vez ou outra, mas prefiro teatro. É mais emocionante. E ah… só lembra que temos que checar quais estão disponíveis na Netflix

 

— Pode acreditar, ser fã é maravilhoso. É um amor incrível que só quem sente, sabe como é. Apenas não temos como explicar tamanha admiração por “completos desconhecidos” - fez aspas com os dedos - que aquecem nossos corações apenas ao olhá-los. Teatro é divertido, mas às vezes intenso demais, tenho até medo. Aff, a gente dá um jeito. Em algum lugar tem. Eu acho uma locadora perdida por aí se precisar

 

— Tá bom então - riu sozinha - outra coisa, ainda te levo ao teatro algum dia. Até te deixo escolher a peça, pra não achar tão chato

 

— Ok. Assim, sim. Também vou te fazer maratonar muitas séries e filmes comigo. Tirando a maratona Sandra Bullock que eu já impus, você pode escolher as próximas também.

 

— Fechado - apertaram as mãos como se tivessem feito um acordo importante

 

Elas ainda combinaram horário em que se encontrariam no ponto de Emma e todos os detalhes certinho. Aqueles encontros passaram a acontecer quase todo final de semana. As garotas se reuniam para maratonas de filmes, séries e canais de comédia no YouTube. Além de maratonas de filmes e séries de atrizes específicas, como FRIENDS. Assistiram dez temporadas para ver Jennifer Aniston brilhar, assim também com Caçador de Recompensas, Esposa de Mentirinha, Marley & Eu (filme no qual choraram muito), além de muitos outros. Tudo porque Regina queria fazer com que Emma sentisse aquele amor de fã por todas as suas atrizes preferidas - que eram muitas -.

Revezavam o local, às vezes na casa de Emma, às vezes na casa de Regina. Nem sempre ficavam enfurnadas dentro de casa. Uma vez ou outra iam ao cinema ou ao parque.

Num sábado em especial, Emma pediu que Regina a ajudasse com os estudos em física. Agora a parte das leis de Newton tinha finalmente chegado. Era um dia nublado, porém claro e de temperatura amena, então elas decidiram se encontrar no parque. Regina chegou e se deparou com Emma no balanço do parquinho.

 

— O que faz aqui? - perguntou de uma vez

 

— Estava te esperando, ué. Por que todas essas coisas? - Regina carregava uma mochila e alguns livros

 

— Eu trouxe meus livros, com algumas anotações pra te ajudar a estudar. Também trouxe uma toalha de piquenique e algumas comidinhas para fazermos um lanche. Mas por que no parquinho e por que no balanço? Eu demorei pra te encontrar. Devíamos ter marcado em algum lugar específico do parque e não apenas no parque. Esse lugar é imenso, nem sei como te encontrei.

 

— Ah… então vamos colocá-la no chão e estudar nela também. Eu só gosto de ficar me balançando aqui, me deixe ser criança - fingiu estar brava - eu te mandei uma mensagem avisando que estaria aqui.

 

— Pode ser - riu - mas antes eu vou aproveitar o balanço livre pra te explicar a inércia. E quanto à mensagem, eu não recebi.

 

— Ok. Pode começar então, por favor. Sinto muito, mas a culpa não foi minha.

 

— Tá bom, tá bom. O que você sabe sobre a inércia?

 

— Basicamente… nada!

 

— Foi o que eu imaginei - riram e então Regina começou a explicar tudo o que sabia do jeito mais simples que conseguia e tentando dar exemplos que facilitassem o compreendimento por parte da amiga. O balanço serviu pra mostrar que assim como o objeto, quem está nele também entra em movimento enquanto estiver balançando ou se movimentando. Ela sentava e se balançava enquanto explicava e agia exatamente como suas falas pediam. Aproveitou pra libertar um pouco de seu lado criança também. Mostrou que uma parada brusca ou um salto, por parte de quem está se balançando, podem fazer com que a pessoa seja lançada alguns metros para frente, provando a segunda lei de Newton. A morena ainda usou muitos outros exemplos e conseguiu ensinar o essencial para a amiga. Também a lembrou do acontecimento no ônibus, aquele clássico exemplo da aula de física. Algumas horas depois e elas estavam exaustas de tanto falar sobre aquele assunto, então pararam e fizeram um lanche, um piquenique na verdade. Regina tinha levado pequenas garrafinhas de guaraná e laranjinha, junto com alguns pacotes de salgadinhos e bolachas. Também levou um bolo de cenoura que fez especialmente para aquela ocasião. Elas intercalaram, experimentando um pouco de cada coisa enquanto jogavam muita conversa fora. E nesse tempo o dia foi sumindo, o Sol se pondo, o céu escurecendo, a Lua e as estrelas começaram a surgir e finalmente a noite chegou trazendo a escuridão parcial do local. As meninas aproveitaram a toalha da mais velha e se deitaram ali depois de guardar tudo o que não haviam consumido. Deitadas naquela toalha, elas assistiram cada um daqueles fenômenos maravilhosos do dia a dia, a céu aberto. Regina olhava fascinada para tudo o que acontecia  e então decidiu puxar assunto sobre aquilo.

 

— Sabe o que eu mais amo na física?

 

— O que? - perguntou Emma intrigada

 

— Eu amo astronomia. Saber sobre os astros, estrelas, constelações... - falava ainda fascinada com o lindo céu estrelado que se apresentava depois que as nuvens se foram com a leve brisa que as levou para outro lugar.

 

— Eu também amo! - afirmou Emma - amo saber sobre os signos e tal, eu sou de Escorpião. Qual o seu?

 

— Não! - Regina riu - isso é astrologia, bem diferente. Desculpa, mas eu não acredito em signos. Apenas considero astrologia uma pseudociência. Astronomia que é ciência de verdade.

 

— Ah… tá - falou Emma inconformada. Não queria discutir, até porque não tinha argumentos concretos, uma vez que entendia pouco sobre astrologia. Apenas não conseguiu segurar na hora em que disse - eu não acredito cegamente nisso, mas acho que em alguns pontos eles acertam

 

— Eles quem?

 

— Os astrólogos ué

 

— Sério? Eles são tão vagos. Fazem isso justamente para que acreditem nessas bobagens

 

— Ah eu não acho, as pessoas de cada signo têm personalidades bem diferentes e o meu se encaixa muito comigo

 

— Cada um com suas crenças. Não vou te encher de argumentos contra o que você acredita, mas realmente acha que todas as pessoas nascidas num mesmo mês têm a mesma personalidade?

 

— Não, por isso que existem ascendentes e luas, não é?

 

— Não sei - o assunto se esgotou ali, nenhuma delas estava afim de discutir. Apenas mostraram seus pontos de vista diferentes. A luz da Lua cheia começava a iluminar o local, junto com os poucos postes de iluminação espalhados pelo parque. A morena começou a mostrar as constelações, explicando porque algumas não podiam ser vistas daquele lugar. Explicou a formação delas e a que distância estavam dali. Falou também que aquilo que elas viam aconteceu há milhares de anos e elas só assistam naquele momento devido a toda a distância que a luz precisou percorrer pra chegar a seus olhos e que 300 mil metros por segundo parecem muito rápido aqui, mas é uma velocidade muito baixa quando se fala em percorrer um universo inteiro. Alguns fogos de artifício começaram a se manifestar longe dali, mas suficiente perto para serem um incômodo sonoro. Regina aproveitou para explicar porque a luz chegava antes e porque o som não se propaga no espaço. Aquela “aula” de astronomia veio a ajudar muito Emma um tempo depois. Enquanto a morena ficava vidrada e muito entretida com o céu acima dela, a loira se perdia na imensidão do céu refletido na escuridão da íris da menina deitada ao seu lado. Ela admirava o brilho nos olhos de Regina, o brilho do reflexo das estrelas junto ao brilho do nítido fascínio, da paixão da mais velha pelo espaço. Parecia criança em loja de brinquedos. Emma prestava atenção em cada coisa que Regina falava, apenas não olhava para o mesmo lugar que a morena. A mais velha se virou para a mais nova e reclamou pela falta de atenção - Emma, você não está prestando atenção. Pode falar se estiver chato, eu paro - mostrava um semblante  chateado

 

— Não! Eu estou prestando atenção, só não estou olhando diretamente para as estrelas, olho pra elas através de seus olhos - Regina abriu um enorme sorriso, Emma acabou sorrindo junto. Aos poucos o som dos fogos foi sendo substituído por uma música não muito distante. Em algum lugar ali perto, um grupo de amigos fazia uma roda ao redor de uma fogueira e os participantes puxavam seus instrumentos, violões em sua maioria, e começavam a tocar e cantar a música Certos Amigos

 

[...]Quando esse trem da alegria vara a vida da gente

Sempre que estação mais perto é o nosso coração

Difícil se sabe é na hora o que a gente sente

Se certos amigos nos mostram que o mundo ainda é bom

 

Por saber

 

Que tendo você do meu lado eu me sinto mais forte

Quero beijar o teu rosto e pegar tua mão

Se cada estrela no céu é um amigo na Terra

A força do acaso e do encontro é uma constelação

 

Lumiar

 

De que planeta você é

Eu faço o que você quiser

Em troca do seu amor

Posso te dar o que eu sou

Amigo é o cobertor

Bordado de estrelas, de estrelas

 

Constelação, nave louca

A vida é pouca e o que vale é se querer

 

Constelação, nave louca

A vida é pouca e o que vale é se querer[...]

 

Elas apreciavam o conjunto de letra e melodia suaves e lindas que a música formava. Seus rostos foram se aproximando e em alguns instantes seus lábios estavam muito próximos, quase se tocavam. Regina fechou seus olhos e tomou a iniciativa de seguir em frente, na esperança de juntar seus lábios aos da loira. Emma, por sua vez, arregalou os olhos e se afastou um pouco. Essa atitude fez com que Regina ficasse um pouco confusa, ao abrir os olhos, em relação a esse afastamento repentino de Emma.

 

— O que foi? Algum problema? - perguntou preocupada, não queria se apressar, mas queria muito aquilo

 

— É que… eu nunca fiz isso

 

— O que? Nunca beijou uma garota? - perguntou ainda mais preocupada

 

— Não, não é esse o problema. Não é por sermos duas garotas. É porque eu nunca beijei. Digo, sou BV - Regina soltou um suspiro de alívio

 

— Ah, então é isso - Emma riu

 

— É sim

 

— Não me importo em ser a primeira. Posso te ensinar - a morena sorriu com uma cara safada, a loira gargalhou - me concede a honra de ser a primeira? - Emma fingiu pensar na possibilidade, apenas para provocar a mais velha

 

— Humm… acho que sim - sorriu, então aproximou seus rostos novamente e deixou que Regina seguisse em frente. A morena, por sua vez, encostou seus lábios, começou com um selinho e disse:

 

— Continuando com a aula de física, isso é o que chamamos de magnetismo. Sabe… os opostos se atraem - ambas abriram lindos sorrisos. Então Regina deu mais um selinho em Emma e usou sua língua para pedir caminho dentro da boca da loira. Emma deixou e aos poucos foi pegando o jeito e aprendendo também, dividindo o controle da situação. O beijo foi calmo. O melhor primeiro beijo que alguém poderia ter, isso até serem interrompidas pelo som de um limpar de garganta muito próximo delas, seguido pela fala de voz rouca, feminina.

 

— Com licença, espero não estar interrompendo as mocinhas, mas vocês ficaram loucas?

 

— Mãe? O que faz aqui?


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Notas finais do capítulo

E aí? De quem é a mãe? O que ela vai fazer?
Encontrarão as respostas no próximo capítulo hahahah
Espero que estejam gostando
Por favor, comentem. Vocês me deixam feliz e me motivam pra continuar escrevendo. Um incentivo a mais é sempre bom kkkkkk
Já aproveito para me desculpar com as leitoras de My Person. Até falei com algumas e disse que postaria lá primeiro. Eu tinha o capítulo pronto, mas achei uns erros e agora vou ter que reescrevê-lo inteiro. Não quero postar algo da má qualidade então peço por favor para que sejam pacientes. Eu não desisti de vocês
Logo logo eu volto
Beijos!!!



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