Something New escrita por Bia Snow


Capítulo 6
Capítulo Cinco




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   Barry Allen

  Hoje era o dia que Caitlin iria voltar para casa. E eu estava um pouco nervoso com a volta dela. Eu arrumei o apartamento todo e decidi ficar com Cisco para dar o espaço que Caitlin precisava. Quando falei isso para ela, a mesma recusou, mas eu disse que não tinha sentido ela sair da casa dela, ainda mais que aquele lugar era a casa de Sophie também. Fiquei de buscá-las na estação cinco e meia, que era a hora que o trem chegaria. E já eram cinco horas.

Hoje o dia passou lentamente, o que é meio irônico. Mas fiz tanta coisa hoje e a hora no relógio não passava. Não entendo muito bem o motivo da minha ansiedade. Tento negar que o que estou sentido está sendo causado por uma certa doutora, mas não posso. Eu sinto a falta dela. Por Cait sempre estar presente em minha vida, ter passado essas semanas sem elas não é costumeiro.

Tive mais alguns flashes dessa minha nova linha do tempo, algumas com Joe e Iris, outras com Cisco, mas a maioria era de Caitlin. E tem uma que não saiu da minha cabeça.

TRÊS ANOS ATRÁS...

— Então, o que você acha?

— Eu acho que você já se trocou cinco vezes, Barry. Você está pior que mulher. – diz Joe enquanto come pipoca vendo um filme qualquer na televisão.

— É que tudo tem que estar perfeito Joe. – digo arrumando o botão da camisa verde que estou usando.

— E irá Barry. É só ser você mesmo. Vocês já são amigos há tanto tempo, tudo vai dar certo. E olha que eu te digo, achei até que demorou.  – o encaro surpreso e confuso.

— Como assim demorou?

— Sempre achei que vocês formavam o mais belo casal. Vocês combinam. Tem química! – ele diz e eu sorrio. – Então fica tranquilo Barry. Vai dar tudo certo.

E assim eu espero.

Depois de terminar de me arrumar eu saio de casa e antes de chegar ao apartamento de Cait, passo numa floricultura e compro flores. Sei que ela adora petúnias, então compro um arranjo delas.

Assim que chego a seu apartamento, aperto a campainha e ela abre e então meu coração acelera com a imagem da minha doutora preferida. Ela estava deslumbrante em um vestido preto justo de manga cumprida e a manga era cheia de detalhes.

— Você está linda, Cait. – é a primeira coisa que consigo e ela abre um sorriso sem graça.

— Obrigada Barry. Você também não está nada mal. – ela diz me olhando e eu então me lembro das flores.

— São para você. Sei que você as adora. – digo estendendo o buquê para ela.

— Amo petúnias. Obrigada. – ela diz enquanto pega o buquê e cheira o mesmo. – Vou colocar num jarro e já volto.

Cait volta para dentro e eu entro em seguida, a vejo arrumando um jarro e colocando as flores com um sorriso no rosto. É Barry Allen, você deu uma dentro trazendo flores para ela.

— Prontinho, vamos? – ela pergunta enquanto pega sua bolsa. – Vamos de carro né? – ela pergunta com uma das sobrancelhas arqueadas e eu sorrio culpado.

— Não tinha pensando nisso. – digo com sinceridade e ela ri.

— Vamos com o meu. Mas você dirige. – ela diz jogando as chaves para mim e eu as pego enquanto nos dirigimos para o estacionamento.

Durante todo o caminho fomos conversando, não nego que no começo foi estranho, mas logo começamos a ser nós mesmos e entramos em um assunto que amamos. Séries. Ela foi me contando da série nova que ela estava assistindo e combinamos de assistir juntos qualquer dia. Quando chegamos na porta do restaurante eu fui para o seu lado e abri a porta para ela que sorriu com o gesto.

Ofereci meu braço para ela e fomos em direção a nossa mesa, quando sentamos-nos à mesa que tinha reservado e depois de escolhermos o prato ficamos conversando por muito tempo. Começamos a contar sobre nossa infância e adolescência e descobrir algumas coisas de Caitlin Snow foi surpreendente.

— Não acredito nisso Cait. – digo enquanto bebia um pouco do vinho e a via ficar vermelha de vergonha.

— Nem sei por que te contei isso. Você vai rir de mim pelo resto da vida. – ela diz e leva a sua taça de vinho até sua boca.

— Eu nunca imaginaria que você já foi uma aluna rebelde. Que vestisse preto e fumava na escola. – digo rindo só de imaginar a cena.

— Foi uma fase trevosa. Mas logo cai na real e parei de fumar e voltei a ter meus velhos amigos de volta. Mas foi uma experiência interessante.

— Tudo que você faz é interessante Cait. – digo olhando em seus olhos e ela fica corada.

Depois que jantamos e comemos a nossa sobremesa, Cait deu a ideia de passearmos um pouco pela praça que tinha ali perto, e durante o caminho fomos conversando e nossas mãos se esbarravam enquanto andávamos. Foi quando tive a coragem e segurei sua mão. Entrelaçando nossos dedos e Cait olhou para nossas mãos juntas.

Eu a viro pra mim e seguro sua outra mão e encosto a minha testa na dela e a vejo fechar os olhos com o contato.

— O que estamos fazendo Bar? – ela pergunta baixinho.

— Eu não sei. O que acha de descobrirmos juntos?

— Eu acho uma boa ideia. – ela diz sorrindo e então abrimos os olhos e nos encaramos e ali eu vejo que ela quer o mesmo que eu. Então eu a beijo.

E ali, naquela praça percebi que poderia estar me apaixonando pela minha melhor amiga.

PRESENTE

Ter esses flashes tem ao mesmo tempo me ajudado e me deixando cada vez mais confuso. Tem me ajudado a entender minha relação com a Cait, mas também tem me deixado confuso quanto ao que sinto por ela e por Íris.

Nesses dias Cisco tem me ajudado como pode. Ele me contou sobre minha relação com Cait e com Sophie. Mostrou-me fotos de quando Sophie nasceu e me contou sobre tudo. E nesse momento o que eu mais gostaria de lembrar é do nascimento da minha filha.

Falando nela, estou com tanta saudade daquela garotinha. Como é possível estar com saudades dela sendo que não tenho lembrança dela? Mas a verdade é que o laço que nos liga é algo inexplicável.

Todos os dias esperava ansiosamente o momento de falar com minha pequena, e cada dia ela contava o que tinha feito durante o dia e dizia que estava com saudades de mim. E pensando nela sendo minha filha questionei Cisco sobre se ela tinha os meus poderes. Cisco me disse que por enquanto ela não demonstrou, mas que no DNA dela constava o gene da velocidade e que podia ou não se manifestar quando ela fosse mais velha.

Quando olho no relógio faltavam dois minutos para o trem chegar e eu estava muito ansioso para rever minha filha e Cait. O trem logo chegou e quando as pessoas começam a desembarcar procuro no mar de pessoas Cait e Sophie. Quando avisto Cait saindo do trem com Sophie no colo corro em sua direção. Quando estou a poucos metros dela eu paro e fico a olhando. Ela estava linda como sempre. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e estava de jeans e moletom. E mesmo assim, estava linda.

Ela olha em volta e então nossos olhos se cruzam. Sorrio para ela e ela sorri de volta e sinto meu coração disparar quando a vejo sorrindo. Ela fala alguma coisa no ouvido de Sophie que logo começa a procurar em volta e quando me acha ela abre o maior sorriso e me chama.

— PAPAI! – ela grita do colo de Cait e começa a balançar os braçinhos e eu corro na direção delas.

— Snowflake! – digo rindo e a pego do colo de Cait e abraço apertado – Que saudades eu estava de você minha princesa.

— Também tava com sadadi papai. – ela diz me abraçando. Acomodo Sophie em um braço e fico de frente com Cait. Ficamos nos encarando sem dizer nada e sinto meu coração descompensar.

— Oi. – digo finalmente e ela dá um pequeno sorriso.

— Oi Barry. Como você está? – ela pergunta e morde o lábio inferior num gesto que percebo que ela está nervosa.

— Muito melhor agora. – digo e ela sorri de lado. – Vamos para casa?

— Vamos.

Caitlin Snow

Depois que Barry nos busca na estação ele nos ajuda com as malas e vamos embora de carro. No caminho Sophie preencheu o silêncio contando para Barry tudo o que fez na casa do Tio Ollie e da Tia Fefê.

Quando chegamos ao nosso apartamento, Barry se ocupa em levar as malas e eu pego Sophie no colo. Logo que entramos percebo o cheiro de comida no ar e percebo que Barry fez um café da tarde para nos receber.

O que me leva a lembrar de todos os cafés da manhã que Barry levou para mim durante a gravidez ou quando queria me agradar.

— Eu sabia que vocês iam chegar com fome, então preparei um café para vocês duas. – ele diz sorrindo e nos acompanha até a mesa de jantar que estava impecavelmente arrumada.

Depois de tomarmos café, Sophie diz que quer ver desenho e Barry a leva até a sala e liga para ela assistir O Bom Dinossauro, que é o novo filme favorito dela. Eu começo a arrumar a mesa e retirar a louça suja e Barry volta e me ajuda. Como nos velhos tempos.

Quando terminamos resolvo que é a hora de conversamos.

— Acho que precisamos conversar. – digo o olhando e ele assente.

— Claro, vamos lá no quarto.

Fomos caminhando para o quarto e ele abre a porta quando nos aproximamos do mesmo, eu entro e ele entra logo atrás de mim. Ambos sentamos na cama e ficamos olhando para o chão, pois não sabia por onde começar.

— Eu tava pensando Cait, que para não ficar uma situação estranha era melhor eu ir morar com o Cisco, não quero que você se sinta desconfortável com minha presença – ele diz e eu o encaro com certo receio. Por mais que doa em mim, eu não estava preparada para vê-lo passar por aquela porta e ir embora.

— Eu agradeço a sua preocupação Barry, mas se alguém fosse embora, esse alguém seria eu. Esse apartamento é seu.

— Esse apartamento é nosso. – ele rebate e eu reviro os olhos com essa fala.

— Se é nosso então ninguém tem que sair. – digo o olhando firme e ele me encara confuso.

— Como vamos fazer então?

E então eu penso numa ideia maluca, pode ser que dê certo, ou também pode ser que dê totalmente errado.

— Podemos ser colegas de apartamento. Temos dois quartos aqui fora o da Sophie e cada um pode ficar com um. – digo dando voz a minha ideia maluca e Barry me encara sorrindo.

— Colegas de apartamento? Você está falando sério?

— Claro que sim. É o mais justo. Além do mais, Sophie iria sentir sua falta, e não quero que minha filha sofra.

— Nossa filha. – ele diz convicto e eu o olho com um pequeno sorriso.

— Sim, nossa filha. Mas então, o que você acha?

— Eu acho que pode dar certo. – ele diz sorrindo e eu sorrio de volta olhando naqueles olhos verdes que me fizeram ficar mais apaixonada.

— Então, fechado! Somos colegas de apartamento. – digo e estendo a mão para ele e o mesmo a pega e assim que sua mão toca a minha é como se eu tivesse levado um choque. E então nos encaramos e vejo o olhar confuso de Barry.

— Somos colegas. – ele diz e então solta a minha mão. - Cait, nós não falamos sobre nós. – ele diz baixinho e eu mordo os lábios num gesto nervoso.

— Não existe mais um nós Bar. Eu não quero que você se sinta no dever de assumir nada comigo por você se achar no dever. Eu não quero sua pena. Eu te amo você sabe. Mas antes de nos envolvermos éramos amigos e nunca deixaremos de ser.

— Podemos tentar Cait, eu odeio ver você magoada.  – ele diz segurando minha mão e eu puxo de volta para mim.

— Barry, eu estou magoada, mas eu irei sobreviver. Não quero sua piedade. Não podemos prever o futuro, não podemos dizer o que acontecerá daqui algum tempo, mas te ter na minha vida é algo que nunca deixará de acontecer.

  Assim que termino de falar ele me puxa para perto dele e me abraça. Um abraço que conheço tão bem e que me faz bem. Ele beija o topo da minha cabeça e eu sorrio com as lembranças que inundam a minha mente com momentos parecidos com esse.

— Só promete que nunca magoará nossa pequena. Ela não merece nada disso.

Ele se afasta de mim e olha nos meus olhos antes de falar, sinto um formigamento no estomago com a intensidade do olhar dele sobre mim.

— Eu prometo nunca magoar ela. E muito menos te magoar novamente Cait. – ele diz me encarando com aqueles lindos olhos verdes, e vejo a sinceridade em seu olhar.

E eu acredito nessas palavras.


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Notas finais do capítulo

Mil perdões pela demora em postar esse capítulo. Mas antes tarde do que nunca.
Espero que tenham gostado e prometo que não irei demorar para postar o próximo.

Beijos ♥