" Eu coloco minha armadura, te mostro o quanto sou forte
Eu coloco minha armadura, te mostro o quanto:

"Sou incontrolável
Sou uma Porsche sem freios
Sou invencível
Yeah, eu ganho todos os jogos
Sou tão poderosa
Não preciso de baterias para jogar
Sou tão confiante, é, estou incontrolável hoje"

"Derrotada, só choro quando estou sozinha agora
Você nunca verá o que estou escondendo
Me escondendo lá no fundo,
Eu sei, já ouvi essa história que mostrar seus sentimentos
É a única maneira de fazer as amizades crescerem
Mas eu tenho muito medo agora"
—Unstoppable, Sia

POV KATNISS 

—Querida... Esta na hora dela mamar!- sinto sua mao fazendo um carinho em meu rosto, abro os olhos e sorrio depois de tanto tempo sem conseguir ao menos dar um pequeno sorriso.

—Voce esta sorrindo! Isso é muito bom!- ouço Peeta dizer, ouço o choro baixinho de Hope e  levanto.

Ele a passa delicadamente pros meus braços e suas maos espertas procuram seu alimento, abaixo um manga e sua boca ja suga meu leite.

—Eu dormi demais?

—So umas 4 horas, ela acabou de acordar!- diz  sentando ao nosso lado, mesmo com tudo que aconteceu, Peeta ainda tem aquela chama de esperança no olhar.

—Nao sei como consegue sorrir tanto!- confesso, ele muda seus olhos de Hope pra mim.

—Tenho voces duas! Como nao sorrir? Voces sao tudo pra mim, tudo que eu quis na vida!- ele diz e sinto meus olhos marejarem, mesmo depois de perder o bebe, ainda estou assim.
Acho que um pouco pior que antes.

—Desculpa, marido...- digo sentindo uma lagrima solitaria cair, tento a todo custo nao chorar na frente dele, mas as vezes é impossivel.

—Ja conversamos sobre isso, voce nao teve culpa, Katniss! Sabe disso, pare de se culpar por algo que nao pode evitar!

—Essa é a questao, Peeta. Eu podia evitar! Se eu nao fosse pra Capital, talvez nosso bebe ainda estaria aqui...

—Nao fique se arrependendo, aconteceu? Sim, foi uma fatalidade!
Mas nao se culpe e muito menos tente adivinhar o futuro.

—Depois voce diz que sou inteligente!- digo e ele ri baixo, sorrio sabendo que é impossivel ve-lo sorrir e nao retribuir.

—Mas voce é, sabe disso! Espero que essa princessinha pegue isso de voce, assim como sua voz!

—Ela pegou a sua beleza!

—Nada disso, o cabelo dela é seu!

—E os olhos? A pele? A boca?

—O nariz é seu!- acabo rindo.

—Ela é nossa mistura perfeita, assim esta bom?

—Perfeito!- ele diz passando as maos pelas dela, Hope olha pra cima a procura do pai.

Ele sorri pra ela assim que Hope o acha, me emociono quando vejo-a sorrir enquanto ainda mama.

—Voce achou o papai, passarinho! Voce é esperta igual sua mae!- sorrio passando meu dedos pela bochecha rosada dela.

Hope é minha fraqueza, igual sei pai.

Fico perdida encarando o tom de seus olhos,eles sao tao intensos e belos. Hope nao precisa falar nada, seu olhar e sorriso fazem se apaixonar pela pequena.

—Hope é minha perdicao!- diz e sorrio quando ela levanta a mao e tenta pegar os dedos do pai, Peeta brinca tirando sua mao de perto dela.

Somos surpreendidos quando ela tira sua boca de meu seio e olha indignada pra Peeta.

—Papaaaaa!- ela grita e acabamos rindo, Peeta abaixa e deixa um beijo em seus cabelos que estao ganhando fios a mais.

Nunca iria imaginar uma filha nossa, nunca em toda a minha vida iria pensar em casar e ainda ter um bebe com o filho do padeiro.

Realmente, nosso destino é uma caixinha de surpresa!

—Nao fique com ciume, Kat!-ele diz e nego. -O proximo irá falar mam...

Ele para assim que percebe o que iria falar, ainda é muito comum acharmos que nosso bebe ainda esta aqui dentro. Tiro meu olhar do seu e olho pra Hope, ela é minha chama de esperança nessas horas.

—Desculpa...-pede levando sua mao ate a minha, entrelaça nossos dedos, nossas alianças se chocam e sorrio.

—Tudo bem!

Hope termina de mamar e a faço arrotar, ela esta com 8 meses e nessa fase nao quer saber de ficar no colo.

Peeta a coloca no chao e a pequena engatinha o nosso quarto todo, agora a casa tem que estar ainda mais limpa.

—Esta tao grande e esperta! Se lembra do dia que ela nasceu? Tao pequena e linda!

—A vida esta seguindo, cada vez mais rapida...

—Voce lembra?

—Amanha faz 1 ano! 1 ano que tudo acabou...

—Sim... e outra pessoa tambem  lembrou!

—O que quer dizer, Peeta?

—Paylor ligou quando voce ainda estava dormindo, ela quer fazer uma comemoraçao e nos temos que ir!- ele diz e nego com a cabeça.

—Nao vou a Capital!- digo pegando Hope nos braços,sigo pro quarto dela e a coloco em seu tapete de borracha cheio de brinquedos.

Meu passarinho  pega um chocalho colorido e começa a morde-lo, o dente dela esta crescendo.

—Tambem nao quero..

—Toda vez que vamos a Capital algo de ruim acontece, Peeta. Nao quero arriscar dessa vez!

—Pode ser acidente!

—Quando estavamos la na epoca da guerra voce quase morreu, na segunda vez Prim morreu, na terceira nosso... nosso bebe... Nao posso ir la de novo, nao com Hope e contigo!

—Ja tentei convence-la, mais voce sabe como Paylor é irredutivel! Voce é a que mais eles querem, o simbolo, a esperança deles!

—Estou destruida, Peeta! Como eles me veem? Como uma adolescente, uma aberracao modificada pela Capital que tem ataques a qualquer momento!

—Shhiu, voce me magoa falando assim!- ele diz me abraçando, abre suas pernas e deito em seu peito.

—Nao posso arriscar as unicas coisas que sobraram a mim, voces sao tudo que tenho, Peeta! Nao vou arriscar, nao posso!- digo escondendo meu rosto em sua blusa, estou em meio a lagrimas quando uma mao pequenina pousa em minha bochecha umida pelas lagrimas.

Tiro meu rosto da blusa de Peeta e vejo minha filha em pe com a ajuda do braço do pai que a segura, sua mao passa pelo meu rosto e sorrio passando meus braços por ela.

—Mamae ama voce, querida!-digo dando um beijo em seu pescoço, ela solta uma gargalhada que me faz sorrir em meio as lagrimas.

Peeta passa as maos secando as ultimas lagrimas que cairam, Hope sai de meus braços e engatinha ate um urso tingido de um azul muito forte.

Ela agarra o urso e logo esta rolando agarrada com ele pelo chao, sorrio pondo meus braços por cima dos de Peeta, ele apoia seu queixo em meu ombro observando nossa menina brincar.

—Ela é perfeita, estou imaginando como sera o bolo de aniversario!

—Daqui a 4 meses nossa menina vai fazer 1 ano! Passou muito rapido!

—Logo estaremos com mais crianças correndo por ai, nos gritando, abraçando e pulando em nossa cama!- sorrio imaginando a cena.

—Crianças loirinhas com os os olhos azuis, imundas de tintas, parece uma otima ideia!- digo e ele sorri.

—Achei que minha vida nao poderia ficar melhor!- ele diz e sorrio, fico virando sua aliança em seu dedo. -Voce e essa mania, em?

—Gosto de ficar mexendo na sua aliança!

—Ela nunca irá sair daqui!-viro meu rosto e lhe dou um breve selinho, ouço Hope choramingar e começamos a brincar.

O telefone toca e Peeta vai  atende-lo enquanto sento colocando Hope entre minhas pernas. Ela apoia suas costas em minha barriga, pego uma bola pequena, assim que quica no chao começa a brilhar.

—Voce gosta, querida? É minha cor favorita!- digo quando ela fica batendo a bola no chao, a cor verde é predominante agora.

Sorrio ouvindo-a balbuciar coisas em sua linguagem de bebe.

Ouço Peeta chegar,  cruza os braços me encarando. Vejo que nao a nenhum sorriso em seu rosto, seus olhos me encaram com preocupacao.

—Amor..Por que esta me olhando assim? Quem era no telefone?

—Paylor...- ele diz e sinto um frio na espinha, meu estomago se contrai.

—O que ela quer?

—Temos que ir pra Capital... amanha...

—Eu nao...

—Eu tentei, mas é Paylor...

—Eu nao vou!

—Nao temos escolha! Katniss, querida, sao so 3 dias! Acha que quero ir pra la? Eu odeio aquele lugar!

—Nao quero voltar la, Peeta, voce sabe que ainda estou instavel, posso ter uma crise a qualquer momento!

—Eu sei, querida, sei disso tudo...

—Nos vamos voltar ao inferno. Verdadeiro ou falso?

—Verdadeiro...