Jogos Vorazes- Sempre escrita por geysaluz


Capítulo 6
Capítulo 6- Reencontro!


Notas iniciais do capítulo

Estou postando mais um capítulo devido a demora!!!



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Franzi a sobrancelha e falei tremendo.

—Peeta isso não é real...

—Meu amor...sei que minhas lembranças não são confiáveis, mas isso é real! Afinal foi depois de ter voltado, depois do veneno, eu não lembrava deste dia...acho que foi terrível demais pra mim imaginar que ficaria sem você, imaginar que acabaria daquela forma horrível, que tudo queimaria junto com o fogo daquelas bombas...mas não acabou!

Ele estava acreditando mesmo que Prim estava viva.Senti as lágrimas rolarem em minha face, Peta estava piorando de novo.

—Peeta por favor...sabe o quanto isso dói? Sabe o quanto eu tenho sofrido? Prim morreu.Ela se foi...eu estava lá, eu vi!

—Não , ela está viva! 

—Cala a boca Peeta! Para, eu não aguento ouvir mais nada!

—Katnis...Acredita em mim! Eu também estava lá, eu...

—CHEGA! Gritei interrompendo-o, enlouquecida de raiva e dor. Ele me encarou com  os olhos azuis cheios de lágrimas, seu rosto vermelho e as sobrancelhas arqueadas, parecia decepcionado por eu não acreditar nessa loucura que a mente dele criou e que estava me deixando arrasada.

—Vá embora!

—Katnis...por favor, eu sei o que está pensando. Está pensando que estou louco não é? Que isso é fruto da minha cabeça doente...mas não é. Tenho lido o livro que seu pai me deu, e isso tem me transformado, me ajudado a superar tudo isso. Por favor acredita em mim...Katnis Prim está viva!

—NÃO!  ELA NÃO ESTÁ! Agora saia da minha casa!

Gritei tremendo.Ele parou me olhou com os olhos mais tristes do mundo e saiu.Eu não fui atrás dele, não conseguia me mover, meu corpo tremia, minha dor parecia maior do que poderia suportar.Fiquei e chorei como nunca.Lembrar de Prim  é sempre terrível, ver Peeta sem saber o que é real ou não, é tão ruim quanto.  Eu sinto meu coração apertado. Deito no chão e choro alto, engasgando, sem conseguir respirar direito, sufocando...até adormecer, pesadelos com Prim me fazem acordar várias vezes, queria que Peeta estivesse aqui. Eu fui terrível com ele, me sinto mal por isso também, a culpa me consome. Ao amanhecer , com os olhos inchados, e o corpo dolorido eu resolvo ir atrás dele, não devia ter deixado ele sair daquele jeito ontem.

—Bom dia Katniss.

Grease Sae chega, antes que eu consiga sair, sem pães.

—Peeta dormiu aqui?

Ela pergunta com um sorriso. Respondo imediatamente.

—Não, alias você o viu.

Ela balanca a cabeça negando, percebendo o meu estado. Meus olhos estão vermelhos e com olheiras, meu cabelo desgrenhado e o rosto inchado.

—Minha filha o que houve?

—Eu...eu e Peeta brigamos ontem.

—Mas por quê? Ele teve um daqueles Flash's?

 Sinto um medo enorme ao lembrar disso, eu posso ter desencadeado uma reação dessas nele por conta da briga, ele pode estar mal, e a culpa é minha. Levanto e saio sem dizer mais nada. Vou rápido até a casa dele.

—Peeta? 

Chamo por ele andando pelos cômodos. Vejo uma porta aberta, entro e uma surpresa. Há quadros de nós dois na primeira arena, nosso beijo na caverna, do Massacre quaternário, de nós dois com as amoras, da arena desabando, de Rue...meu coração está batendo devagar, como se fosse parar, sinto minhas pernas bambas ao ver as imagens dele...sendo torturado, me ajoelho no chão e tento não enlouquecer. Peeta sofreu tudo isso por mim? Meu Deus, como ele suportou? Levanto devagar e vejo Johana, coloco minhas mão na boca e sinto uma tontura, minha amiga, acho que a única que tenho, passou por isso? Fecho os olhos e mil lembranças veem a minha mente. Meu coração acelera quando vejo um quadro onde eu e Gail nos beijamos e depois imagens horríveis de mim...não consigo suportar ver tudo isso. Grito mais uma vez:

—Peeta...me perdoa? Mas ele não está lá.Vou correndo até a casa de Haymicht e bato na porta como louca.

—Haymicht !Haymicht ! ABRE a porta!

Ele abre abre a porta com cara de poucos amigos.

—O que foi, garota!Enlouqueceu?

Com a boca tremendo e a voz embargada eu pergunto.

—Peeta...ele está aqui?

—Não, ele devia estar com você!

Sinto lágrimas desceram.

—Haymicht, peeta não está em lugar nenhum...eu...Meu Deus o que eu fui fazer? E agora? Haymicht? Onde ele está? Peeta sumiu...

Sem ligar para o frio, ou mesmo fazer sua higiene, assim como eu quando sai logo cedo, ele sai e me abraça. Algo que eu jamais imaginei que ele fosse fazer. E eu o abraço de volta.

—Katniss, calma! Agora me diz o que você fez com o garoto dessa vez?

— Poxa...eu não queria ter sido tão áspera, mas... Peeta teve uma lembrança falsa ontem e achou que Prim estivesse viva, eu fiquei nervosa e gritei com ele, mandei ele ir embora com muita raiva. Depois disso ele saiu sem dizer nada e agora ele sumiu.

Ele não diz nada. Apenas começa a andar rumo a cidade, primeiro fomos na velha padaria do pai de Peeta. Chegamos lá e vejo que ainda é um monte de escombros, Peeta não está lá! Fomos no antigo Prego, nada!Eu agora mal consigo pensar. Haymicht passa as mãos no cabelo como se lembrasse de algo e corre até sua casa sem me explicar nada, eu o acompanho sem perguntar.  Haymicht pega o telefone e faz uma ligação.

—Bom dia presidente Paylor? é o Haymicht ,  por acaso Peeta ...

Ele parou de falar e ouviu com um olhar apreensivo. Fiquei olhando sem entender por que ele ligou para Paylor, por que parou de falar, e por que aquela cara de apreensão que estava me eixando cada vez pior. Assim que ele desligou, Haymicht me olhou tentando fingir que estava tudo bem.

—katniss, fica calma...

—Fala Haymicht, o que significa tudo isso? Onde ele está?

—Peeta tem muitos amigos na Capital, você sabe. Ele tem o dom de falar e conseguir tudo o que quer, o garoto é bom nisso. 

—Haymicht, para de enrolar...cadê o Peeta?

 _ Peeta viajou ontem a noite, num aerodeslizador. Ninguém sabe direito para onde...

Fiquei sem chão.Ele foi  embora!Sentei em desespero chorando alto, sem me importar com nada. Durante semanas eu não soube nada sobre o paradeiro dele. Voltei a ser como era antes dele chegar. Vi as comemorações na Capital pela TV, fiquei aliviada por não ver Anne com seu bebê no programa de Caesar, ela conseguiu protegê-lo. Paylor havia cedido o aerodeslizador para Peeta e não tinha ideia de onde ele e os tripulantes estavam. Secretamente haviam buscas pelo seu paradeiro. Eu quis ir nas buscas, mas se saísse do doze iria ser difícil para Paylor, afinal ficar aqui foi minha pena, minha sentença, meu exílio. Estava presa aqui e não podia fazer nada para encontrá-lo. Tentei algumas vezes fugir, mas foi em vão, me apagaram nas duas tentativas e acordei no hospital novo,  que construíram no doze. Não suporto hospitais e acabei não tentando de novo. Fiquei no doze. Haymicht foi atrás dele depois de me implorar para eu não fazer nenhuma besteira, e também me fazer prometer que não tentaria fugir pra ir atrás dele de novo. Eu aceitei. Ele me prometeu que o traria a salvo. Foram meses sem notícias, Haymicht voltou para 12, mas continuava monitorando as buscas a distancia sem resultados,  já estava sem esperanças quando mexendo nas  coisas do meu pai achei o livro antigo que ele recitava pra gente, abri e li 

"mas a esperança que se vê não é esperança"

Isso encheu meu coração de fé. A esperança de que ele voltaria de novo, como ele prometeu "sempre vou voltar pra você" me fazia levantar de manhã e colocar algo no estômago para não morrer de inanição.  O meu aniversário de 20 anos havia chegado , eu não tinha motivos para achar isso bom, mas resolvi tomar banho, fazer a trança e ir caçar na floresta. Tudo que consegui foi uma queda que abriu um corte em minha mão. Eu estava com a flecha apontada para um esquilo e  achei ter visto o kato. Entrei em pânico e corri como louca, cai numas pedras e rolei até um rio próximo, nadei e corri floresta a dentro e só percebi que havia me machucado quando estava no topo de uma árvore encharcada. Descer foi difícil, já estava escuro e esse foi de longe meu pior aniversário. 

Segui meu caminho de volta, só Deus para me ajudar a voltar pra casa, Agora creio no mesmo Deus do meu pai, o mesmo que há muito tempo as pessoas da qui acreditavam, quando Panem se chama Estados Unidos, antes das guerras. Andei pelo escuro com muita dor em todo corpo. Meu estômago roncava e eu sentia que cairia antes de cruzar a cerca. No momento que me aproximava da vila dos vitoriosos a lembrança de que Peeta me deixou me fez querer voltar pra floresta e nunca mais voltar, mas no momento que eu estava na frente da fonte, do meio da vila eu vi uma silhueta feminina familiar... dava para ver os cabelos loiros.

 Fiquei petrificada. Era meu cérebro pregando uma peça em mim novamente? Ela virou-se e eu soube. A minha patinha estava ali a poucos metros de distância de mim.

—PRIM!

Gritei , correndo com o pouco de forças que restavam em mim. Correndo pra saber se era real ou eu estava insana.

—Katniss...

Sua voz doce ecoou em meus ouvidos,  abri meus braços envolvendo-a num abraço apertado. Senti os bracinhos dela me abraçando enquanto tremíamos juntas, rindo e chorando.

Era real! Prim estava viva. Mas e o Peeta? Onde ele está? Levantei os olhos procurando Peeta, ainda abraçada a Prim, mal conseguia enxergar, minha cabeça girava e a dor voltava latente em meu corpo. Ele estava lá, vindo em nossa direção, com um sorriso nos lábios. Tentei sorrir, mas estava fraca demais. Apaguei nos braços de Prim.


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Notas finais do capítulo

Bjos, até a próxima!!



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