Eu sou a Lenda escrita por Karina Ferreira


Capítulo 11
I-X Escolhida


Notas iniciais do capítulo

Voltei rápido né? Kkkk



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Emmett olhou do humano para a vampira, o ódio crescendo ainda mais dentro dele, a vontade de ver Isabella desfalecida aos seus pés juntamente com o humano a quem era emparelhada tomando conta de todos os seus sentidos

— Eu mandei soltar! – rosnou Edward entredentes e o pescoço do vampiro, onde a mão do humano estava, ardeu ainda mais, devido à fúria que queimava dentro do outro. Emmett olhou firme a vampira que o encarava com olhos suplicantes como se temesse pela vida dele se lutasse contra o humano

— Vocês dois se merecem – falou de forma enojada e então soltou a vampira e marchou para longe do casal

Isabella caiu ao chão respirando em arfadas enquanto tossia, as duas mãos presas a garganta como se o ato fosse suficiente para o ardor que sentia ali desapareer, assim que conseguiu parar de tossir olhou para o humano em pé que a encarava preocupado, os olhos já de volta ao verde habitual

— Nun-Nunca Ma-Mais ameace Emmett! – falou com dificuldade pela dor que a impedia de falar

— Eu deveria ter o deixado mata-la? – perguntou com expressão endurecida

— Emmett jamais me machucaria! – respondeu decidida – Não intencionalmente – completou em um fio de voz para si mesma se encolhendo ao chão enquanto olhava as próprias mãos

— Não foi o que me pareceu aqui, mas se você está tão certa disso eu não interromperei da próxima vez que estiverem nessa brincadeirinha sexual sádica – falou enquanto já saia a passos duros de perto da vampira que começava a se levantar do chão

...

Rhage se contorcia na cama segurando o estomago que latejava em dor, ao lado dele Mary o aconchegou ainda mais a ela em um abraço

— Está tudo bem, eu estou aqui – sussurrava a vampira para o macho que chorava baixinho, era sempre assim quando a besta se manifestava, o vampiro sofria as consequências por uma semana inteira. Consequências essas que incluíam além da alta dor de estomago devido a tudo o que o monstro comia, cegueira e falta de tato

— Obrigada por estar aqui Tahlly* - choramingou se aconchegando aos braços da vampira

— Eu sempre estarei! - Sussurrou a vampira de forma branda beijando-o no rosto

— Eu a amo tanto, cante para mim Tahlly*, eu preciso ouvir a sua voz – atendendo ao pedido a vampira começou a cantar baixinho próximo ao ouvido do macho como sempre fazia quando o encontrava tão debilitado, a voz da fêmea era a única coisa capaz de acalmar não somente o vampiro em agonia, como também a besta que o habitava

...

Isabella se amaldiçoava por ter bebido do sangue do humano, o sangue de Edward ativo em seu organismo encobria qualquer rastro do sangue de Emmett que outrora esteve dentro de si impossibilitando que a vampira o rastreasse com precisão

Seguindo o fraco pulso do vampiro chegou ao pátio do instituto olhando a volta o encontrou sentado no alto do grande muro que cercava todo o terreno, os ombros caídos, a cabeça baixa, o vampiro estava de costas para ela, mas ainda assim a fêmea sabia exatamente que mantinha o olhar cabisbaixo, o que fez um nó se formar na garganta de Isabella, ela sabia bem o que aquela expressão significava, era sempre assim, aquele momento sempre maltratava a ambos

Sabia que o vampiro tinha consciência de sua presença tão próxima a ele, Emmett jamais bebera de outra veia se não a sua, o que permitia ao vampiro ter sempre a localização precisa dela. A ausência de um novo surto por parte do vampiro somente significava que já estava controlado. Com um suspiro melancólico Bella saltou ao ar equilibrando-se no alto do muro ao lado do amigo que não a olhou, e então sentou-se olhando o por do sol ao longe, as mãos unidas no meio das pernas. Ambos permaneceram na mesma posição durante vários minutos sem nada dizer um ao outro

— Eu poderia ter te matado – lamentou Emmett ainda sem olha-la

— Você jamais me machucaria – corrigiu o olhando

— Eu iria mata- lá se seu Hellren* não tivesse aparecido... – bufou exaltado – seu hellren* - murmurou por entre dentes enquanto fechava as mãos em punhos, o enorme corpo todo tremelicando e Isabella soube que o macho estava próximo a perder o controle novamente. A vampira engoliu em seco o olhando de forma tensa – Eu acho que está na hora de...

— Naquela noite... – começou rápido, antes que o vampiro concluísse a frase, sabia o que ele falaria a seguir e precisava confessar o por que de o ter traído anos antes, ainda que não pudesse lhe contar toda a verdade precisava que Emmett soubesse que teria ido até o fim por ele – naquele noite no bosque, eu iniciei o ritual, desenhei o pentagrama com sangue, acendi as velas, cortei meus pulsos e me ajoelhei, recitei as palavras e logo e espirito da morte ja estava em pé a minha frente me perguntando o que eu queria dele. Eu fechei meus olhos e nos imaginei juntos, imaginei nossa união, você de joelhos em minha frente segurando minha mão enquanto meu nome era riscado por uma adaga negra em suas costas, e você tão forte como somente você consegue ser suportava a dor me olhando nos olhos com um sorriso nos lábios, me provando ainda mais o quão digno de mim você era – voltou a olhar o sol se por no horizonte livre de arvores para que visitantes fossem logo vistos pelos vigias do instituto

— E então eu falei as palavras, disse com toda a vontade do meu ser o quanto eu queria a morte daquele que levava uma marca idêntica a minha, então um grito me tirou do meu sonho acordada. Eu abri os olhos e lá estava ele, um garoto magricelo e de cabelos esquisitos em uma cor que jamais tinha visto, prostrado aos meus pés gritando e se debatendo desesperado, eu não podia ver o rosto dele, a imagem turva não permitia, e ainda que fosse algo nítido duvido que conseguiria pelo tanto que ele se debatia e chorava, mas eu podia ver com perfeição a imagem tão estranha quanto ele entalhada no pulso direito, era como se estivesse olhando para o meu próprio punho

— O espirito voltou a me perguntar e eu te juro, nunca estive tão satisfeita quanto naquele momento em que me dei conta de que veria aquele eu odiava tanto sem ao menos conhecer morrer, eu o odiava por ser o único empecilho que me impedia de estar com você, então olhei bem firme na imagem do moleque esquisito e repeti as palavras, repeti por quatro vezes e cada vez me dava ainda mais satisfação, cada novo grito de desespero que ele soltava mais extasiada eu ficava e então o espirito me perguntou pela quinta e ultima vez, a essa altura o garoto não mais gritava, apenas gemia deitado ao chão quase que inconsciente e ai aconteceu. A própria Virgem Escriba se materializou na minha frente antes que conseguisse se quer iniciar as palavras

— Eu como qualquer outro devoto idiota me prostrei imediatamente diante a ela proferindo palavras de adoração a mãe da raça, enquanto isso, ela dispensava o espiro da morte que sumiu sem que eu pudesse fazer pela ultima vez o meu pedido, vi com agonia a imagem do garoto ainda vivo desaparecer também e então me levantei, gritei que ela não podia fazer aquilo, que eu tinha o direito de escolher e ela me respondeu que... - a vampira se calou, não podia revelar a Emmett tudo o que a mãe da raça lhe falara aquela noite, não quando sabia que ele estaria totalmente a favor da divindade e contra ela – ela me falou do futuro e de como eu fui escolhida para ser uma pecinha no jogo dela contra Ômega – murmurou revoltada

— Bella você tem noção do que isso significa? A própria Virgem Escriba saiu do santuário para falar pessoalmente com você. Você é muito abençoada – entonou o vampiro a olhando pela primeira vez aquele fim de tarde, a raiva deixando finalmente os olhos do macho

— Abençoada? Emmett você não escutou o que eu disse? Ela quer me usar para vencer uma disputa mais antiga que o mundo – o vampiro pareceu ver finalmente com claresa as coisas como eram já que seus olhos se iluminaram de entendimento

— Bella você é vampira! – praticamente gritou – E ele é humano, o sangue mais forte unido ao mais fraco, o filho de vocês colocará um fim na guerra, vocês vão gerar a criança da profecia – praticamente comemorou e Isabella teve vontade de jogar o amigo idiota muro abaixo – Você foi escolhida para ser a mãe da criança que exterminará os elementais da Terra, isso é uma grande dádiva – a vampira bufou carrancuda

— Não seja idiota Emmett! Eu fui escolhida para ser torturada isso sim. Alem do mais, a profecia não diz que a criança acabará com os elementais, na ocasião a rainha mãe suplicou que uma das raças fosse extinta, quem te garante que essa tal criança não vá escolher exterminar os vampiros?

— Não é óbvio? É por isso que a Virgem te escolheu. A criança nascerá de uma vampira, vivera entre nós até que tenha idade de escolher, aprenderá o quanto elementais são cruéis, jamais ficará contra os vampiros

— Podemos não falar de crianças e lendas e nem nada disso? – perguntou chateada voltando a olhar ao longe onde somente uma faixa laranja avermelhada sumia, sem que desse permissão os olhos de outono vieram a sua mente e ela extremesseu com a ideia de um filho gerado a partir deles dois

— Por que não me contou a verdade naquela noite? Por que não me disse que a Virgem tinha te visitado? – perguntou voltando a melancolia de outrora

— Por que você ficaria feliz com a ideia exatamente como está agora – retrucou de imediato – além do mais, eu não aceitei participar de lenda nenhuma, eu falei para a Virgem que não queria e ela me disse que não tinha o que querer que já estava decidido e mais um monte de baboseiras, e ai eu decidi que já que ela não me permitiria mata-lo naquela noite, eu agiria como se ele estivesse morto, e que se um dia eu o encontrasse o mataria pessoalmente, disse isso a ela

— E ai ela brincou comigo novamente, mecheu os pauzinhos para que ele estivesse no ultimo lugar que eu imaginei que o encontraria, dentro da arena – bufou – você me abandonou sozinha com o demônio escorpião, ele levou a melhor e me atirou pelos ares, mas antes injetou veneno em mim, um outro demônio me atacou e Edward me salvou, foi a primeira vez que o vi, eu estava tão debilitada, que mal percebi o que estava acontecendo, confundi o turbilhão de sensações que todos descrevem o momento em que se bota os olhos pela primeira vez em seu emparelhado com o veneno correndo por minha veias. Eu sei sou uma burra – declarou no momento em que o outro abriu um sorriso zombeteiro

— E ai nós viemos para cá, movida pelo poder da marca eu me aproximei dele, o conheci, treinei com ele, me encantei e quando finalmente vi aquela marca maldita que ele esconde por baixo das luvas que sempre usa, já era tarde demais, eu já estava vinculada e não consegui o matar na Pokanini – murmurou em revolta cruzando os braços junto ao peito – mas eu não aceito! Não vou fazer parte desse jogo! Vou encontrar uma forma de me livrar disso

— Você entende agora o que te disse naquele solstício? Entende que o que sentimos um pelo outro não mudou, nós é que confundimos os sentimentos? – Isabella suspirou relaxando, lembrando-se de cada palavra dita pelo macho naquele dia, de como ele disse que a amava como a uma irmã dando-se conta de que também o amava como a um irmão

— Eu também estou feliz que seu pai tenha chegado antes que tivéssemos transado – o vampiro gargalhou jogando a cabeça para trás

— É agora a hora em que eu devo te dar um soco no nariz e sair correndo ofendido? – fez piada e Isabella também sorriu da brincadeira

— Estou perdoada?

— Leelan*, você sabe que não consigo ter raiva de você por muito tempo - respondeu jogando o braço por cima do ombro da vampira a puxando para mais perto e depositando um beijo no auto da cabeça da fêmea

— Você não consegue ter raiva de ninguém por muito tempo – respondeu sorrindo e o vampiro ficou rígido voltando a postura inicial de desconforto e ambos suspiraram com pesar sabendo que o momento que tanto odiavam se aproximava

— Está ficando mais forte – sussurrou

— Sim está – respondeu somente, não querendo mentir para o amigo, mas também não querendo dar grande ênfase ao assunto

— Eu nunca tinha te machucado antes – soou envergonhado

— E não machucou dessa vez!

— Faltou muito pouco para que eu a matasse leelan*! Talvez seja melhor que eu não volte

— Por favor, não diga isso – implorou

— Você sabe que eu estou certo, não é bom que eu fique perto de você, pelo menos não até que descubramos o que significam essas reações e como controla-las

— Você sabe o que acontecerá comigo se você se afastar por muito tempo – falou exagerando no drama para que o vampiro ficasse sensibilizado e não se afastasse mais do que era torturantemente necessário

A muito tempo a granhmen*, a mahmen* e ate a própria Isabella procuraram no livro das lendas antigas algo que explicasse a reação que Bella e Emmett causavam um no outro, a menina sempre tão endiabrada como a falecida Granhmen* gostava de falar se tornava boa na presença do vampiro, e o vampiro sempre tão amoroso se tornava perverso na presença da vampira

Quanto mais tempo Emmett passasse perto de Isabella mais maldoso e descontrolado ficava, a solução encontrada pelos pais fora mandar o garoto para longe, com a desculpa de treinamentos que o preparariam para vida. No entanto, assim que separaram os amigos, Isabella passou a ficar cada dia mais incontrolável em suas traquinagens, obrigando os rei a implorar para que trouxessem o vampiro de volta ao convívio da princesa

E assim decidiram, a solução para aquilo que não podiam controlar ou explicar era separar o casal de vampiros por períodos de tempo curto uma vez a cada ano, conforme Emmett fora crescendo os intervalos tiveram de ser menores, duas vezes a cada ano, ate que finalmente, uma vez a cada solstício.

E todas as vezes em que o repouso se fazia necessário as reações de ambos eram ainda mais fortes os deixando descontrolados, Emmett a ponto de procurar briga ate mesmo com o próprio pai quando muito tempo com próximo a fêmea. Bella tentando matar o rei e a rainha enquanto dormiam quando muito tempo longe do macho. Emmett suspirou pesadamente

— Você tem certeza de que não tem nada escrito no livro? – repetiu a pergunta que sempre fazia antes de partir

— O leio todas as vezes que estamos longe, conheço cada palavra gravada ali

— Toma conta da Rose pra mim? – pediu olhando a amiga com olhos suplicantes e Isabella bufou inconformada de estar sendo promovida a babá de sacerdotisa

— A mande de volta para o santuário onde é o lugar dela, bajulando a Vadia Escriba. Ela não tem motivos para estar aqui se você não está – a fêmea se quer conseguia segurar uma espada de forma correta

— Você sabe que ela não iria nem se eu suplicasse de joelhos a frente dela. Rose é muito cabeça dura, principalmente se de alguma forma acredita que te considero superior em algo

— Eu não tenho nada haver com isso – resmungou

— Por favor leelan*, eu não sei o que seria de mim se algo acontecesse a ela – implorou e Isabella bufou contrariada

— Esta bem, mas eu vou somente dar uma olhadinha, não espere que eu me atire na frente de uma flecha para defende-la, eu definitivamente não vou morrer no lugar daquela sacerdotisa desmiolada

— Obrigada! Eu te amo – agradeceu a puchando para um abraço que foi prontamente correspondido

— Eu também te amo nallum*! Pra sempre! – respondeu se aconchegando aos braços do vampiro e aspirando o máximo possível do perfume inebriante do outro como sempre fazia todas as vezes que tinham de se separar

Emmett se desvencilhou dos braços da vampira e saltou para o outro lado do muro e já correndo para longe dali sem olhar para trás como era de costume fazer quando chegava a hora.

Isabella suspirou pulando o muro de volta ao instituto, ao longe avistou o humano de olhos de outono que tanto a pertubava a encarando de forma melancólica, perguntou-se se teria tido coragem de proceguir com o ritual naquela noite se tivesse visto aqueles olhos verdes tão marcantes que de certa forma a desconcertavam

 

O humano que estava recostado a uma pilastra com braços cruzados, tal como se estivesse se certificando de que o vampiro não a enforcaria novamente, caminhou para dentro antes que a vampira chegasse até ele

 

Isabella fechou os olhos tentando controlar as próprias emoções. Sabia que os dias longe de Emmett seriam turbulentos, e mesmo odiando a mãe da raça rogou-lhe em um pedido mudo que a controlasse caso existisse a possibilidade de machucar aquele humano

Por mais que já tivera em outras épocas desejado intensamente a morte daquele a quem era emparelhada, eestremessia com a possibilidade de ve-lo se quer ferido.

Tiraria a própria vida antes de machuca-lo de qualquer forma que fosse, e pelo futuro que a Virgem lhe revelara aquela noite no bosque quando a impedira de completar o ritual, sabia que seria essa sua perdição

Continua...


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Notas finais do capítulo

Glossário do antigo idioma:

Nallum: amado
Leelan: muito amada
Tahlly: querida
Granhmen: avó
Mahmen: mãe

Oie meninas lindaaassss
Fiquei tão feliz com os comentários no cap passado q vim rapidinho postar novamente.
Já estamos bem próximos do fim da primeira fase e eu estou tão empolgada pra começar a jogar as lendas, os mistérios e os segredos em cima de vcs Kkk minha mente esta fervilhando
Vou responder os comentarios depois, quebrei a rotina e dessa vez postei antes de responder rsrs mas vou responder todos viu.
Comentem bastante que eu posto o próximo rápido tbm :D
Bjus



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