O Nascer de uma nova vida Hiccstrid escrita por LauraClarimond


Capítulo 11
Capítulo Dez




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O retorno de uma guerreia

Segunda parte

A viagem foi um pouco longa como esperado e também bastante cansativa. Horas galopando fizeram com que todo meu corpo ficasse dolorido. Chegamos pela metade da tarde e como estava planejado todos já estavam prontos para seguirmos para a reino. Fiquei surpresa com o tanto de armas que eles tinham, perguntei como era possível em tão pouco tempo eles terem conseguido tudo aquilo. Dagur me falou que o vilarejo do leste fabrica armas já faz um bom tempo, eles vendem geralmente a caçadores, lenhadores e até para pessoas que gostam de fazer justiça com as próprias mãos. Mas todo esse comércio sempre foi escondido já que não era permitido que os vilarejos produzissem suas próprias armas, todas deveriam ser compradas no mercado do reino.

Descansamos apenas por pouco mais de uma hora. Os que não iriam conosco, como os mais velhos, ficaram com as crianças e se prontificaram a ajudar em alguma necessidade.Com mais números em nossa grande marcha, prosseguimos pela estrada.

Ao anoitecer, já nos encontrávamos localizados a poucos metros da grande entrada, muitos guardas se encontravam lá, isso iria dificultar um pouco as coisas. Precisamos invadir o reino como planejado. Soluço e heather iriam atrás de thord e eu iria as masmorras para tentar salvar o rei.

Sabia que iria perder tempo naquela batalha na entrada para o reino. Então disse a soluço que enquanto eles atacariam a frente, eu iria dar a volta e tentar invadir pelo sul do reino, tentaria no ultimo muro do lado esquerdo que ficava mais próximo do castelo. Mesmo não gostando da ideia ele sabia que eu estava certa, então nos despedimos naquele instante, desejamos boa sorte um ao outro e o prometi que tudo iria ficar bem com seu pai, já que durante toda a viagem até aqui, sua feição era de pura preocupação e tenho certeza que não era apenas com a invasão.

Com as ordens de Dagur, que para sorte de todos havia aprendido a lutar e a se defender com seu pai que fora antigamente um dos guardas do castelo, todos se prepararam para atacar. Eles me deram apenas alguns minutos, teria que ser o tempo suficiente para chegar até o outro lado. Com um breve beijo eu me despedi de soluço.  

Minha deixa havia chegado, comecei a correr o mais rápido que pude mas ainda me escondendo onde podia para não ser vista por nenhum dos guardas que caminhavam ao lado do castelo fazendo sua ronda. Quando estava a poucos metros do muro em que eu teria que escalar, um grande estrondo se propagou por todo o reino, era o ataque começando. Todos os guardas saíram correndo na direção do barulho, aquela era minha chance.

Fui em direção ao muro e comecei a subir. Agradeci mentalmente ao meu pai por ter me ensinado a escalar quando era criança e na verdade não era a primeira vez que eu escalava aquele lugar. Quando era pequena, eu subia algumas vezes aqui para saber como era o castelo, eu gostava de observar uma realidade que era completamente contraria a minha, meu pai ficava enfurecido, mas eu não ligava. A subida sempre e a parte mais fácil pois agora teria que pular daquela altura e se eu não fizesse da maneira correta, acabaria me machucando muito.

A queda não foi das mais leves que já levei porém não foi das piores, apenas arranhei um pouco da minha perna. Estava dentro do reino mas por minha sorte, não via ninguém na parte de trás do castelo. Corri para a lembrança que eu tinha da entrada para as masmorras tive que dar quase uma volta completa quando enfim a encontrei. Mesmo sabendo que boa parte dos guardas estavam batalhando na entrada do reino, achei estranho não ter encontrado ninguém ali.

Entrei pelos corredores das masmorras, ouvi um barulho de pessoas chegando e me escondi rapidamente em uma cela vazia. Dois guardas passaram por mim e seguiram para um outro corredor que ficava de frente a cela em que eu estava. Mais dois guardas retornaram, diferente daqueles que foram ''Estão trocando de lugar'' pensei. Assim que percebi que os dois guardas que retornaram foram embora eu sai de dentro da cela e fui caminhando pelo corredor que eles haviam passado.

Uma cela que reconheci como o local em que eu havia ficado quando estava presa aqui estava com as portas abertas, cheguei mais perto e pude ver os dois guardas ao lado do rei que se encontrava no chão. Eles olharam para mim e reconheci os dois que acenaram com a cabeça no dias em que dormi no palácio. Eles sorriram ao me ver.

—Ele está vivo ? - Perguntei aflita ao ver Stoico naquele estado

—Sim, apenas não deve ter comido nada desde que está preso. - Falou um deles

—Não sabia que ele estava tão fraco. Irão me ajudar a tirar ele daqui ? É por isso que estão aqui. Estou certa ? - Perguntei aos dois, que manearam a cabeça em afirmação. - Tudo bem. Me ajudem. - Disse enquanto o tentava levantar. 

Com o rei sendo carregado pelos guardas, saímos de dentro dos corredores da masmorra. O som da batalha na frente do reino se tornou evidente novamente.

—O que está acontecendo ? - Ouvi o som da voz falha do rei que tentava despertar.

—Vossa majestade - Falou um dos guardas - Estamos lhe tirando da masmorra.

—Vai ficar tudo bem. - Falei olhando para ele, que quando me viu sorriu. Mas logo a tristeza tomou conta de seu rosto.

—Estava sonhando com meu filho - Continuou com a voz fraca.

—Logo irá encontrar com ele Vossa majestade. Ele está batalhando na entrada do reino agora mas em breve vai vê-lo - Disse tentando acalmar a angustia que ele estava parecendo sentir.

—Soluço está aqui ? Vivo ? - Perguntou tentando ficar de pé

—Sim está. Por que pergunta isso ?

—Thord depois de me jogar na masmorra disse-me que ele estava morto, achei que era mentira, mas soluço não retorno desde que lhe salvaram, então acabei acreditando que talvez algum ruim possa ter acontecido.

—Ele está vivo e bem, bom, apenas machucou um pouco a perna e as costas, mas está bem - Afirmei e seu rosto se iluminou com minha resposta.

—Quero vê-lo, agora ! - Insistiu tentando se levantar, mas estava fraco demais e os guradas o seguraram novamente.

—Depois, eu prometo que irá ver ele mas agora tem que se proteger. - Disse - Além do fato que está fraco - Completei. O rei concordou comigo e já completamente fora da masmorra, estávamos de frente para o grande e belo jardim em que eu tinha matado o governador.

—Senhorita ? - Reconheci a voz de Meire - Estou feliz que está bem. A senhorita faz parte do que está acontecendo na entrada? - Os guardas nos mandaram irmos para os esconderijos por causa do ataque mas eu não fui. Então fui até a sacada e consegui ver a luta que está acontecendo, lá de cima. - Disse apontando para acima de sua cabeça.

—Sim estou. Conseguiu ver o quando eles já avançaram Meire ? - Perguntei

—Estão quase na praça senhorita.

—Que bom, então o plano está indo como o esperado. Meire, sabe de alguma forma para tirarmos o rei daqui ? Acho que eles esqueceram de planejar essa parte - Falei apontando para os dois homens que estavam atrás de mim- E eu também - Conclui

—Tem a entrada para os empregados, acabei de passar por ela, mas está sendo vigiada. Desde que Soren está no comando do castelo pelo decreto de Thord, ele resolveu colocar guardas para ficarem de olho em nós.

—Quantos guardas são ?

—Três senhorita.

—Um para cada um então ? - Falei me dirigindo aos dois guardas. Compreendendo o que disse, falei para levarem o rei até perto da saída que Meire nos falou e deixarem ela tomando conta dele enquanto nós três iriamos nos livrar dos guardas. 

Não foi fácil, os guardas tem um bom treinamento mas conseguimos nocautear todos. Carregar o rei que devido que agora com a fraqueza acabou desmaiando, estava sendo um trabalho árduo, um homem daquele tamanho exigia bastante esforço. Meire nos acompanhou por todo o trajeto. Percebi uns olhares de afeição entre ela e um dos guardas que ajudavam no resgate e entendi o real motivo de ela estar ali.

Porém pouco antes de sair, tive um susto ao ver soluço sendo arrastado por thord para dentro do castelo. Sem ter tempo para pensar em algo disse aos que me olhavam sem saber o motivo do meu espanto.

—Deixamos alguns cavalos na entrada do reino, se não me engano há uma carroça entre eles. Coloquem o rei nela e o levem em direção a estrada principal a que fica em frente a entrada e sigam para o norte, entrem na floresta e encontraram uma caverna com uma lamparina apagada do lado de fora no chão, lá é um lugar seguro para o rei por enquanto. Entenderam ? - Afirmaram com suas cabeças - Algum de vocês conhece a gothi e sabe onde ela vive?

—Eu senhorita - Falou um dos guardas - A procurei algum tempo atrás para cuidar da minha mãe doente.

—Vá até ela. O rei irá precisar da ajuda dela.

—Mas e a senhorita - Disse Meire - Não virá conosco ?

—Não posso deixar que algo de ruim aconteça com o príncipe. Lembrem-se o rei depende de vocês, agora vão ! - Mandei e não demorou segundos para obedecerem a minha ordem.

A imagem de soluço machucado estava martelando na minha cabeça. Com a adrenalina tomando conta de mim, segui de volta para o castelo. 


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