Serial Sam escrita por eny_winslet


Capítulo 5
Double efect


Notas iniciais do capítulo

Depois de toda farra de final de ano passado e começo desse ano, voltei!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/73132/chapter/5

- Ah.... - Filho da puta de Sanches, ainda por cima enrolando para falar. 

- Vamos! O que houve aqui hoje? Todo mundo quieto, sem comida ou "hora do remédio". Nem o zé da fada veio encher o saco hoje. E o que há com você... - cheguei mais perto, arrumando delicadamente a gola de sua camisa azul bebê cheia de manchas mais escuras de suor - tem medo de mim, por acaso? 

Seus olhos já arregalados saltaram sobre as órbitas, dando um passo para trás e batendo as costas na parede. Continuava a arrumar sua gola, observando-o silenciosamente, esperando qualquer resposta. 

- Sra. Gassen....- suspirou - o filho dela morreu....o-o-o-ontem a noite. - o fato dele gaguejar na minha presença  fez com que eu quisesse acabar com ele naquele instante. Mas, enquanto falava, me fazia feliz. 

- Sério? Pobrezinha. De quê? Quantos anos tinha aquele pobre infeliz? - sorri amigavelmente, soltando a camisa para ver se melhorava - isso fez todos ficarem tristes. 

-...s-s-sim. Cometeu suicídio. O-o-lha, não sei mais detalhes. Só que tinha s-seus...vin-t-te e s-eis ano-s. - Nossa, que irônico aquilo. Não pude segurar, comecei a rir deliberadamente, enquanto todos olhavam para mim. Até os loucos, como se a insana fosse eu. 

- Depois é a dançarina bulêmica de 20Kg que acha que está na Disney que é louca e precisa de remédio? Haha...que divertido.

Ouvi a menina se levantar. Era extremamente magra, praticamente esquelética. Estava com um cigarro na mão alongada e fina, junto aquele uniforme que mais parecia um monte lona jogado em cima daquele corpo. Seu cabelo ralo e loiro estava preso, torcendo para não cair de tão fracos. Ela chegou perto de mim, tragou um pouco antes de falar:

- Já estou com 25Kg, tá legal. E Sra. Gassen merece um pouco de...

- Ela merece? Merece tanto que a deixa aqui ainda, presa.  Sem poder estar onde quer que esteja, dançando, fumando e provavelmente vomitando. Você engordou...seis malditos quilos e ela não acha suficiente.  Ela nos chama de loucos e agora está no enterro do filho suicida débil dela. Ela merece...merece um murro é isso que merece. - incrível como não havia notado que grande parte dos internos estavam na sala, agora com olhos e ouvidos atentos, como se eu fosse o canal do bingo. A dançarina sentiu seus olhos brilharem, possivelmente se imaginando dançando nos palcos que costuma subir antes de descobrirem ser bulêmica e anoréxica.

Então, os outros loucos, do nada começaram a gritar e provocar um escândalo totalmente idiota. Ora chamando por Sra. Gassen, ora perguntando aos seguranças, quando o filho dela chegaria. Tudo voltou ao normal. Quer dizer, ao menos era o que se parecia. 

E assim, voltei a minha cela, olhei pela janela. Aquele sentimentos estava voltando. Uma pequena ansiedade estava brotando dentro de mim. Voltei para dentro do quarto, um brilho corria em meus olhos hora pela vontade de matar, hora pelo meu punhal. 

Segui pelo corredor, o chão frio parecia me dar leves choques de tão eletrizada que estava. Seguia para o pequeno e sujo jardim. sabia que encontraria a Margarida (uma paciente em especial) sentada no balanço, pensando em todas suas mentiras ditas para qualquer um sobre qualquer coisa, desenfreadamente,  fruto de sua pseudologia fantástica. 

Sei que Margarida é um paciente importante para Sra. Gassen. Assim, como o filho louco suicida, o Oliver. Sei que Sra. Gassen aprisiona a própria filha com medo de que, sei lá ela mate alguém. Sendo que a doença dela é tão...idiota. Apenas irritante. E que também, Oliver era outro idiota, a caminho de ser um bom jornalista. Pena que eu...ops, fiz ele acabar com isso. Mas também, puta cara chato, com aquele papo de amor. Parecia até aquele cara....que tinha corredor tão grande e legal...

- Margarida? 

- Sammy! - incrível como ela já me chamava de sammy 

- Tá tão triste. O que houve? - sentei em outro balanço, ao seu lado

-.....o meu irmão. Morreu ao pisar em uma mina na Rússia. Ele só ia buscar uma bola no terreno baldio. - olhava agora, para baixo. 

- Que triste, Margarida. Mas, não fique assim, você irá encontrá-lo. - disse puxando para perto, abraçando-a

- Sério mesmo, Sammy? Quando?

- Muito em breve.

- Ah. Posso deitar no seu colo? E bom quando fazem cafuné. - disse já com a cabeça em meus joelhos. 

Comecei a passar os dedos entre os fios de seus cabelos. A brisa fria dava indício de que choveria mais tarde. Sentia sua respiração calma. Tampo sua boca de leve com minha fria mão. Ela sequer liga. Na outra mão, encontra-se o punhal que tocava sua Aorta. Ela sentiu a lâmina fria em sua pele quente. 

- O que é isso Sammy? 

- O caminho mais rápido de ver o Oliver. - Seus olhos arregalaram porém, já se encontrava caída no chão em meio as folhas que se encharcavam agora de sangue. 

Entrei e ainda ouvia os berros. Sentei em minha cama até ouvir o grito de horror da Senhorita Misher. Berrava por socorro, agitando ainda mais os internos. Amanhã será um dia bom, cheio de correria e com certeza, Sra. Gassen irá querer me ver. 

Sam Hillbrand.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pois é. Espero que tenham gostado.
Alias, o Margarida era apenas apelido. Será explicado no próximo capitulo.
Bai, bai. o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Serial Sam" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.